Arquivo diários:5 de dezembro de 2024
DEU NO X
J.R. GUZZO
O QUE O STF QUER É CENSURA E POR ISSO CONTA COM OS APLAUSOS DE LULA
Plenário do STF na sessão desta quarta (27), quando começou o julgamento do Marco Civil da Internet
O Supremo Tribunal Federal, na sua atual composição, é o maior produtor líquido de monstruosidades jurídicas jamais visto na história do Brasil e, possivelmente, de qualquer sociedade civilizada. Faça as contas. Deve-se aos ministros que estão lá – e isso para se ficar só no pior do pior – a transformação da nossa Suprema Corte de Justiça em vara penal, a criação do flagrante perpétuo e a condenação de cidadãos por lotes. O STF nos deu também a prisão preventiva por tempo indeterminado, o “prazo razoável” para o Congresso votar leis e a anulação de crimes confessos de corrupção, com devolução do dinheiro roubado – uma espécie de Bolsa-Ladrão para empresas bilionárias.
A última joia dessa coroa está sendo apresentada agora ao público pagante: a aplicação de punições sem decisão judicial. É o que está na alma da implantação da censura nas redes sociais que o Supremo vai impor ao Brasil assim que “formar” a sua próxima “maioria”. A lei brasileira em vigor sobre o assunto, o Marco Civil da Internet, estabelece que a retirada obrigatória de postagens publicadas nas redes só pode ser feita por decisão judicial, sujeita ao devido processo legal. O STF não quer mais que seja assim: as plataformas serão obrigadas, ao fim do julgamento ora em curso, a suprimir conteúdos sem decisão da Justiça – ou fazem isso, censura, ou serão criminalizadas.
Segundo os ministros, a exigência de sentença judicial para se retirar conteúdos é “inconstitucional”. Como assim? Toda controvérsia precisa de decisão da Justiça para ser resolvida – dentro do princípio civilizatório elementar pelo qual ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar se fazer alguma coisa a não ser em obediência à lei. A “maioria” do STF não é a lei para nada. Só o Congresso tem o direito de fazer leis no Brasil – e a lei que o Congresso Nacional fez, há dez anos, determina que punições na internet só podem ser aplicadas por sentença do juiz, com contraditório, direito de defesa e demais requisitos processuais. O STF está dizendo que não vai ser mais assim.
As justificativas dos ministros para fazer o que querem compõem um manual de procedimentos saído do laboratório do dr. Silvana, com a colaboração de Lex Luthor e do Maníaco do Parque. O ministro do Supremo Dias Toffoli, por exemplo, diz que o policial de São Paulo que jogou um suspeito do alto de uma ponte fez o que fez por causa da ausência de censura nas redes. Segundo Toffoli, isso aconteceu porque o policial usou a sua “liberdade de expressão” ao agir como agiu – e não se pode admitir a liberdade de expressão para ficar jogando gente das pontes, não é mesmo? A ministra Cármen diz que o cidadão que explodiu a si próprio na frente do STF cometeu esse “atentado” por culpa da internet. O ministro Barroso diz que o tribunal teve muita paciência com o Congresso: como os parlamentares não quiseram mudar até agora a lei que regula a internet, o STF se viu obrigado a mudar a lei para ela ficar do jeito que querem.
O policial paulista não manifestou a sua liberdade de expressão – cometeu um crime, pelo qual será julgado. O homem da “bomba” se suicidou porque estava mentalmente desequilibrado. O Congresso não tem obrigação nenhuma de aprovar ou de reformar uma lei; se quiser fazer isso faz, se não quiser não faz. Está certo que seja assim? Está errado? Não interessa. É assim porque a Constituição diz que tem de ser assim. Nem é preciso, a essa altura, citar o que o ministro Alexandre de Moraes diz sobre o assunto. Para ele, a internet é culpada por tudo que há de errado no mundo, do aquecimento global às picadas de marimbondo.
A Meta, só ela, cortou quase 3 milhões de postagens em suas redes entre 1º de agosto e 31 de outubro de 2024, o período das últimas eleições municipais. Fez isso por conta própria, sem ninguém mandar. Inação, como o STF acusa? Quantas, então, os ministros do Supremo querem que ela censure? Também não se sabe, se não é mais preciso decisão judicial para suprimir conteúdos, quem vai decidir o que tem de ser suprimido. Quem diz o que é verdade ou mentira? Quem diz se é “discurso do ódio”, fake news ou “desinformação”? Quem decide se uma afirmação é verdadeira, mas pode levar à “conclusão errada”? O que o Supremo quer é censura, sempre foi e vai continuar sendo. O governo Lula e a maioria da imprensa, naturalmente, aplaudem de pé.
DEU NO JORNAL
ANTES ERA BOLSONARO, AGORA É O MERCADO
RODRIGO CONSTANTINO
COMO É QUE É, TOFFOLI?!
Tudo bem: Dias Toffoli bombou duas vezes na tentativa de se tornar juiz. Conseguiu saltar direto para o STF por ser advogado petista, mesmo sem o tal notório saber jurídico. Não se espera muito dele, portanto. Mas até para alguém com esse perfil deveria haver um limite. A fala de Toffoli nesta semana sobre liberdade de expressão ultrapassou qualquer razoabilidade.
Alegando que nenhum direito é absoluto, inclusive a liberdade de expressão, Toffoli citou como exemplos um policial que jogou um suspeito da ponte e um marido que agride a esposa. O país ficou perplexo, questionando com toda a legitimidade o que uma coisa tem a ver com a outra. A resposta: absolutamente nada!
Leandro Ruschel foi um dos que cobraram explicações: “Alguém pode me explicar o que o caso do policial que jogou um sujeito de uma ponte, ou do marido que agride a esposa, tem a ver com liberdade de expressão? Nos dois exemplos citados pelo ministro, não estamos falando de ‘palavras que ferem’, mas de agressões físicas!” A diferença salta aos olhos…
Caso alguém ainda não tenha percebido a diferença, o jurista Andre Marsiglia desenhou: “Liberdade de expressão abarca discursos, não ações. Bater na mulher, por ser uma ação, não tem nada a ver com liberdade, absoluta ou não. Toffoli, aparentemente, não sabe o que é liberdade de expressão. E precisaria saber se deseja regular as redes sociais”.
Mas faz tempo que a esquerda vem tratando palavras como agressões mais perigosas do que socos, no afã de censurar discursos que julga “ofensivos”. É por isso que esquerdistas consideram um conservador que traz argumentos em defesa de seus valores alguém mais periculoso do que jovens mascarados com armas brancas que batem em inocentes supostamente para combater o fascismo.
Na mesma semana, o ex-ministro supremo Ricardo Lewandowski, agora ministro da Justiça de Lula, seu amigo, resolveu relativizar o artigo 53 da Constituição, que garante imunidade material aos parlamentares por quaisquer opiniões. Para Lewandowski, isso não assegura o parlamentar no caso de “crime contra a honra”. O lulista acrescentou que Parlamento vem de parlar, que significaria “falar de forma respeitosa, civilizada”. Oi?
De onde ele tirou essa? Andre Marsiglia, novamente, colocou os pingos nos is: “1) ‘parlare’ não quer dizer conversar civilizadamente, mas falar livremente. Para conversa civilizada não precisaria imunidade; 2) não existe essa jurisprudência do STF limitando a imunidade aos crimes contra a honra. A jurisprudência entende que a fala é coberta se feita da tribuna e tiver relação com o mandato. A fala de Marcel van Hattem teve relação com o mandato e foi feita da tribuna; 3) a imunidade não é um direito absoluto, mas é um direito coletivo, pois o parlamentar representa o eleitor, portanto é um direito maior do que o individual do ofendido”.
Em suma, eis a nova interpretação para o artigo 53: “A imunidade parlamentar serve apenas para casos em que a imunidade parlamentar não é necessária”. E tudo isso, vale lembrar, com escancarado duplo padrão seletivo, pois sabemos que para proteger colegas comunistas a interpretação muda de repente!
DEU NO X
DEU NO GROBO DE HOJE
– Jornal O Globo, 05/dezembro, publica mais uma fake news sobre Bolsonaro.
– Lavagem de dinheiro?
– Bom dia a todos. pic.twitter.com/pzYyZdC577— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) December 5, 2024
DEU NO JORNAL
É A VOLTA DO AMOR: ATÉ A FÔIA TÁ LEVANDO CHUTE
DEU NO X
EXPLICA AÍ !
PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA
EM BUSCA DO AMOR – Florbela Espanca
O meu Destino disse-me a chorar:
Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor, que hás-de encontrar.
Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfilando …
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando …
Mesmo a um velho eu perguntei: “Velhinho,
Viste o Amor acaso em teu caminho?”
E o velho estremeceu … olhou … e riu …
Agora pela estrada, já cansados,
Voltam todos pra trás desanimados …
E eu paro a murmurar: “Ninguém o viu! …”
Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)
DEU NO X
CHORÃO E CAGADA
Os memes são os melhores!
Vejam este, rs! pic.twitter.com/4R2rRN8PZC— Fotos de Fatos (@FotosDeFatos) December 5, 2024