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RODRIGO CONSTANTINO

UFANISMO ESTATIZANTE NÃO É PATRIOTISMO SAUDÁVEL

Os incomodados que se mudem. Foi a versão popular da fala da empresária lulista Luiza Trajano, da Magazine Luiza, ao dizer que quem não gostar do Brasil que vá embora. É, também, como mostrou Luciano Trigo em sua coluna na Gazeta, um resquício do velho ufanismo durante o regime militar.

Como lembra Trigo, “Somente em contextos de regimes autoritários ou em períodos de intensa polarização política o amor ao país é tratado como sinônimo de apoio incondicional ao governo”. Essa é a velha tática de todo tirano coletivista: confundir deliberadamente sua pessoa com a da nação. Se você tem críticas ao seu governo, então você não ama o povo e a nação de verdade…

Os lulistas alegam que o amor venceu. Mas amor ao que, exatamente? Será que quem ama o Brasil deve amar o dólar acima dos seis reais? Será que amar o país significa amar a volta dos imensos prejuízos das estatais, que foram usadas para esquemas de corrupção? Devemos amar o retorno dos empresários petistas ao Palácio do Planalto para novos acordos espúrios?

Talvez, para amar o Brasil, seja preciso aplaudir o abuso de poder supremo, as canetadas autoritárias de Alexandre de Moraes, a soberba do “iluminado” Barroso e os ataques patológicos de Gilmar Mendes ao mais eficaz esforço de combate à corrupção na nossa história.

Quem ama o país tem, pelo visto, que celebrar bilhões e bilhões aos artistas decadentes, mas muito engajados politicamente, e milhões destinados aos cofres de quem trocou o jornalismo pela militância mal disfarçada. Amar o Brasil impõe respeitar uma nulidade intelectual como o imitador de focas, tratado como pensador relevante no tabuleiro ideológico. É isso?

Se, para amar e poder ficar no Brasil, o cidadão tem que considerar isso tudo louvável e ainda tratar Janja com o imerecido respeito, então realmente ninguém decente vai nutrir qualquer sentimento positivo pela nação. Felizmente, amor à Pátria não tem absolutamente nada a ver com vassalagem a corruptos e ditadores safados. Pelo contrário…

Quem ama o Brasil de verdade deve estar lutando contra essa corja toda, buscando resgatar a democracia solapada, as liberdades destruídas, os valores morais jogados no lixo. Quem ama o Brasil odeia o PT. Quem quer bem ao povo brasileiro condena o narcoestado. Quem é patriota de verdade rejeita o ufanismo estatizante de empresários oportunistas que são cúmplices de um regime nefasto que vem destruindo a nação uma vez mais.

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MASSACRE DOS INOCENTES: GOVERNO LULA PODE VALIDAR UM GENOCÍDIO SILENCIOSO

Paulo Briguet

Lula e Marina De Pol Poniwas, atual presidente do Conanda

No princípio, quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós, uma estrela guiou os magos do oriente até o recém-nascido Rei. Trazendo consigo preciosos dons — ouro, incenso e mirra —, os magos adoraram o menino Jesus, reconhecendo nele o Salvador prometido. Contudo, nas sombras, Herodes, cego pela inveja e pelo medo, tramou a morte dos inocentes, com o objetivo de silenciar a promessa da vida e consolidar o próprio poder.

Narra o Evangelho de São Mateus:

“Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: ‘Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos não quer consolação, porque já não existem.”

Herodes morreu — consumido por vermes e dores atrozes —, mas os seus discípulos continuam agindo pelas sombras. Em nossos dias, assistimos a uma nova encenação desse crime. 

Em vez de uma estrela, há uma resolução que, como um cometa, anuncia a iminente destruição de pequenas vidas no ventre de suas mães. Em vez de magos, temos conselheiros que, em nome de um falso direito, buscam legitimar a morte de inocentes. No lugar de Herodes, temos aqueles que, seduzidos pelo poder, tentam silenciar a voz dos que clamam pela vida.

Os herodianos do nosso tempo, incapazes de conquistar apoio para sua agenda macabra, adotaram uma nova estratégia para permitir o assassinato de bebês em nosso país. 

A manobra ocorre por meio do Conanda — órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e ao governo Lula — que tenta aprovar um texto para autorizar o aborto até o nono mês de gestação para gestantes até 14 anos, sem o consentimento dos pais.

O artigo 16 desta demoníaca minuta é explícito: “a interrupção da gravidez será realizada independentemente do tempo gestacional”. Se aprovada, essa norma levaria ao genocídio silencioso de cerca de 15 mil bebês por ano em nosso país. 

Além disso, o Conanda quer perseguir os médicos que se recusem a assassinar bebês com base em convicções éticas e religiosas. Diz o artigo 4º da malfadada resolução: “A recusa indevida em cumprir uma obrigação legal com base em convicções morais, políticas, religiosas e crenças pessoais deve ser denunciada aos conselhos de fiscalização profissional, aos conselhos de direitos e ao Ministério Público”.

A proposta como um todo é um ataque direto à dignidade da vida humana. É como querer apagar o sol com um dedo. É negar a beleza da criação e a grandeza do mistério da vida. O que está em jogo é mais do que uma simples resolução. 

Temos aqui uma usurpação do direito à vida, promovida às vésperas do Natal. A data — 23 de dezembro — não foi escolhida por acaso, tenham certeza. Dois dias depois, comemora-se o nascimento de Jesus Cristo. Cinco dias depois, comemora-se a festa dos Santos Inocentes — as crianças assassinadas a mando de Herodes.

Está nas mãos do governo Lula decidir se esse genocídio será autorizado em nosso país. Metade dos membros do Conanda são indicados diretamente pelo governo federal. Se essa resolução for aprovada, o sangue dos inocentes estará nas mãos do regime petista. 

Lembrando que, na campanha eleitoral de 2022, a campanha adversária foi proibida pelo TSE de divulgar as posições pró-aborto de Lula.

Numa tentativa de aprovar a resolução sem alarde, a reunião do Conanda foi marcada para a próxima segunda-feira, 23 de dezembro — apenas dois dias antes do Natal. Mas Lula e seus companheiros estão muito enganados se acham que podem tomar essa decisão maligna por baixo dos panos. Os olhos dos cristãos do Brasil inteiro estarão atentos a tudo. 

Os profetas bíblicos nos advertiram sobre os perigos da desobediência e da idolatria. Eles nos falaram de um Deus que se compadece dos mais fracos e protege os inocentes. E nós, cristãos, como podemos permanecer indiferentes diante de tal atrocidade?

A cada geração, somos chamados a escolher entre a vida e a morte, entre o amor e o ódio, entre a luz e as trevas. 

Que possamos, como os magos, seguir a estrela que nos guia para a verdade. Que possamos, como José e Maria, proteger a vida que está por nascer. E que possamos, como os profetas, denunciar as injustiças e clamar por justiça.

A decisão que será tomada no Conanda não é apenas um assunto político. É uma questão de vida ou morte. É uma escolha entre o bem e o mal. É o momento de decidir entre o amor de Deus e o ódio de Herodes. É a hora de optar entre o Natal e o antinatal.

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AUTORITARISMO X LIBERDADE: QUAL É A TENDÊNCIA DO SÉCULO?

Guilherme Fiuza

Século 21: contraste entre liberdade e autoritarismo

Um jornalista entrevista um político sobre os rumos do século 21:

⁃ O senhor prevê um novo ciclo ditatorial?

⁃ Não prevejo nada. 

⁃ Acha provável?

⁃ Não sei. Acho provável o surgimento de uma onda autoritária sem regime ditatorial. 

⁃ Como seria isso?

⁃ A civilização caminha sempre em busca da virtude. Mas há uma diferença abissal entre a evolução real e a mistificação civilizatória. 

⁃ Dê exemplos. 

⁃ A Revolução Industrial seria uma evolução real e o nazismo seria uma mistificação civilizatória. 

⁃ A falsa virtude. 

⁃ Exatamente. Uma utopia de organização social superior que chega a seduzir populações inteiras até se revelar uma tirania. No caso, materializada num regime ditatorial explícito. 

⁃ O senhor vê no horizonte a tendência para um ciclo de mistificação civilizatória sem regime ditatorial explícito?

⁃ Vejo. 

⁃ Por quê?

⁃ Estamos vendo um desvio demagógico do humanismo. Conquistas importantes no terreno da liberdade sexual, racial e comportamental alcançadas nos últimos 20 anos estão sendo “mercantilizadas” por políticos, pelo próprio business e por oportunistas que se apresentam como ativistas. 

⁃ Não é só um modismo?

⁃ Pode ser. Mas as sementes para uma cultura de perseguição às liberdades individuais estão sendo plantadas. Se as sociedades não fizerem logo a separação clara entre ética e demagogia, o século 21 pode trazer uma onda de autoritarismo dissimulado. 

⁃ Autoritarismo dissimulado?

⁃ Sim. Práticas autoritárias e controladoras espalhadas em belas embalagens “civilizatórias” e “progressistas”, sem precisar de regimes ditatoriais para impô-las. 

⁃ Como é possível uma sociedade livre como é a brasileira hoje aceitar uma coisa dessas?

⁃ Simples: se a propaganda funciona, se uma massa significativa de indivíduos passa a confundir consciência cidadã com patrulha moralista, um dia você olha pro lado e constata que a sua liberdade já era. 

⁃ Sem precisar de um ditador?

⁃ Pode ser que apareça um. O surto controlador espalhado pela população já foi base para a ascensão de regimes totalitários. Mas pode ser também que você continue chamando o seu país de democracia e cumprindo ordens do tiranete da esquina.

(Ver “O passado promete” – Avis Rara/2024 – de autoria deste signatário).

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