COMENTÁRIO DO LEITOR

DEU NO X

ALEXANDRE GARCIA

DEFESA NACIONAL

Êxodo nas Forças Armadas

Oficiais especialistas das Forças Armadas têm deixado a carreira militar em busca de melhores oportunidades na iniciativa privada

Paulo é filho de um amigo meu, comandante da Latam. No Dia dos Pais de 2019, viveu um fato histórico na cabine de comando do voo Porto Alegre-São Paulo-Brasília-Salvador. Ida e volta, pai e filho pilotando. Paulo como copiloto do pai, homenagem da escala, comemorando, com os passageiros, o dia festivo. Paulo é um dos muitos pilotos que deixaram a FAB. Ele servia, como capitão aviador, na Base Aérea de Natal (RN), quando pediu para sair, atraído por melhores oportunidades fora do serviço público. Depois dele, outro capitão da mesma turma, piloto de caça, saiu, chamado pela Boeing. Como ele, seis pilotos de caça, formados a custos elevadíssimos. Perderam a motivação e deixaram a Força Aérea, indo para a Latam, segundo se noticiou.

A CNN fez um levantamento e constatou que a evasão é crescente nas três forças e não apenas com pilotos de caça. Fuzileiros, médicos, engenheiros navais deixaram a Marinha; o Exército teve 346 pedidos de baixa no ano passado, e neste ano deve ter mais. Nos últimos dez anos, Exército e Marinha perderam mais de 5 mil militares altamente preparados, com cursos acadêmicos e especialidades, todos custeados pelo imposto do público. O soldo é pouco e eles vão em busca de salários compensadores. Além disso, eles não têm hora extra, não têm adicional noturno, ou de periculosidade ou de insalubridade. Mais do que isso, juram dar a vida pela defesa da pátria. Uma atividade que não comporta idoso, e o governo quer elevar a idade de aposentadoria. Defesa da pátria depende de vocação, motivação e vigor físico – mas muitos se veem como futuros burocratas e desistem.

Semana passada se realizou em Brasília uma gigantesca mostra da base industrial de defesa. Passei um dia lá e descobri – eu, jornalista – que estava desinformado sobre a pujança de um setor com tecnologia de ponta. Imagine que duas empresas brasileiras estão criando um míssil hipersônico – um deles, o Rato 14-X, tem oito vezes a velocidade do som, como aquele com que Putin ameaça a Ucrânia –; um radar que cobre todas as 200 milhas do nosso mar territorial, e outro que não pode ser destruído porque não é detectável; radares meteorológicos; equipamento de controle de tráfego aéreo; aviões, no Rio Grande do Sul, que gastam menos combustível num voo Porto Alegre-Brasília que um automóvel; drones e veículos aéreos não tripulados; armas portáteis que são populares nos Estados Unidos.

E tem mais: fuzis que disputam concorrência para abastecer um dos maiores exércitos do mundo; pesquisa nuclear no país de imensas reservas de urânio e metais pesados; simuladores de submarino, aviões e artilharia; veículos blindados de qualidade mundial; protetores do céu que podem formar domos sobre estádios ou presídios; além de equipamentos policiais, como blindagens, algemas, visores noturnos; criptografia, detecção e comunicações; uniformes inteligentes que detectam desidratação, desequilíbrios corporais, alta temperatura corporal, liberam assepsia para ferimentos; e equipamentos médicos que vão de torniquetes a cadeiras de campanha para dentista, como as que o exército dos Estados Unidos comprou. E estou esquecendo de muito mais, inclusive do que está sendo usado para dissuadir Nicolás Maduro de entrar em nosso território se tentar invadir a Guiana.

Tudo isso abastece países para garantirem sua soberania, a vida e patrimônio de seus cidadãos e empresas. Por ironia, o país onde tudo isso é produzido, com grande avanço tecnológico, carece de meios para adquiri-los e se defender como Estado e como nação. Por nossas fronteiras entra um inimigo que leva a guerra para dentro de nossas grandes cidades, com armas e drogas. Nossas Forças Armadas têm cada vez menos recursos para adquirir meios dissuasórios para que respeitem o nosso país e nossas amazônias – a verde e a azul –, assim como nossa fronteira, e além isso perdemos também militares valiosos. Perdemos cérebros que vão procurar melhores oportunidades nos Estados Unidos. O que vale para dissuadir possíveis agressores da pátria vale também para dissuadir os que pretendam nos assaltar nas ruas, lares e empresas. Com defesa nacional ampla – Forças Armadas e policiais – enfraquecida, não temos paz que garanta o trabalho que gera o progresso e bem-estar.

DEU NO JORNAL

DEU NO X

RODRIGO CONSTANTINO

VOSSA EXCELÊNCIA, O MERCADO!

Pacote de Haddad

Fragilidade do pacote anunciado por Haddad llevou ao divórcio entre o governo e o mercado financeiro

Que a turma comunista use o tal “mercado” como bode expiatório preferido é algo já comum e conhecido. Para a esquerda radical, o mercado é basicamente uma entidade maligna, formada por meia dúzia de “agiotas” que manipulam os preços dos ativos para boicotar governos populares. A dicotomia criada é similar àquela da luta de classes marxista: o mercado oprime o povo!

Essa ladainha pela esquerda não assusta muito, pois é antiga. Mas há uma novidade: o ataque pela direita. Vem de uma turma que se diz conservadora, mas também gosta de demonizar o mercado. Para dar um respaldo técnico, esse pessoal aponta para problemas reais: a tentativa de se criar barreiras ao livre funcionamento do mercado por uma elite globalista.

A agenda ESG, por exemplo, constitui um esforço de alguns poderosos players para impor barreiras à entrada, como o selo ambientalista. O BlackRock vem à mente, e muitos leigos confundem a custódia das ações na empresa com sua propriedade, achando que ela é dona de fato de quase todas as empresas no mundo. A coisa é bem mais complexa na realidade.

Que alguns investidores grandes tentam manipular os mercados é algo evidente, mas isso ignora o peso da maioria silenciosa que compõe o mercado. Este, em essência, é um processo dinâmico de interação entre milhares de agentes do mundo todo, muito bem pagos e preparados, que precisam acertar mais do que errar para realmente ganhar dinheiro.

Isso inclui os tais “especuladores”, considerados os principais inimigos dessa turma antimercado. Escrevi um texto antigo sobre a função dos especuladores que explica melhor como eles agregam valor, especialmente pela liquidez gerada e pela arbitragem. O grande economista liberal austríaco Ludwig von Mises já dizia: “Sem especulação não pode haver nenhuma atividade econômica alcançando além do presente imediato”. Especular é tentar antecipar o futuro, e isso é a base do capitalismo.

Mas essa “direita” antiliberal adota o mesmo discurso da esquerda socialista e passa a tratar o mercado de capitais como estéril, como um cassino de apostas em que uns ganham e outros perdem, sem qualquer relevância para a economia real. Esses “conservadores” não entendem o papel dos mercados, sua importância para financiar projetos produtivos, seu mecanismo de funcionamento que serve também como um termômetro para a saúde fiscal de um país.

Todo país desenvolvido tem um mercado de capitais robusto, e os Estados Unidos são o melhor exemplo. O povo trabalhador é dono de ações por meio de suas aposentadorias 401K, e as empresas costumam ser corporações, sem um dono específico, mas com o capital pulverizado. É comum o maior acionista de uma empresa grande ter menos de 5% do seu patrimônio (Equity).

Peter Drucker chegou a escrever um livro sobre essa “revolução invisível” que transformou trabalhadores em capitalistas na América. Mas esses “conservadores” repudiam isso tudo, tratam o “mercado” como um inimigo inútil, caindo na ladainha socialista. Eles rejeitam a liberdade econômica e preferem o Estado nacionalista tocando os investimentos “produtivos”. Não são contra os meios dos esquerdistas, portanto; apenas querem controlá-los. Amam o BNDES, mas não querem ele nas mãos de petistas. Se ao menos um patriota estiver no comando…

Quando o dólar dispara, as ações brasileiras despencam e as taxas futuras de juros abrem, isso sinaliza que os milhares de investidores estão com medo e antecipando a catástrofe adiante. Os petistas preferem culpar o “mercado” em vez de enxergar a realidade. E eles contam com os aplausos dessa “direita” ignorante, que também aceita a premissa de que o “mercado” é uma conspiração maligna.

Mas o “mercado” sempre vence no final, pois não há como burlar a lei da gravidade para sempre. A menos, claro, que o governo quebre todos os termômetros, como acontece em países socialistas. E ai o povo fica na miséria…

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO X

COMENTÁRIO DO LEITOR

PALAVRA DO PROFESSOR

Comentário sobre a postagem O CURRÍCULO ESCOLAR É UMA PIADA

Maurício Assuero:

É isso, Grande Roque.

Fui professor estadual de ensino fundamental e de ensino médio.

Ensinava Matemática e Física.

Eu tinha 5 aulas por semana e fazia o possível, hoje o pessoal tem horário integral e ficam assistindo vídeos sobre “projeto de vida”.

Enquanto isso, o país afunda com uma educação que mais parece uma âncora lançada ao mar.

Se eu tivesse tempo de ensinar, os alunos iriam resolver todos os problemas do Enem, como prova.

Eu ensinei Microeconomia e minha prova era questões da ANPEC – Associação Nacional de Pós-graduação em Economia.

Tinha um professor que me chamava de doido porque o livro que eu adotei tinha sido usado no Mestrado.

Eu entendo que temos que fazer esforço para puxar para cima e não pra baixo, como vejo agora.

DEU NO JORNAL

VAMOS REZAR!

Presidente eleito dos EUA, Donald Trump anunciou que não vai receber salários no seu segundo mandato.

Será o primeiro mandatário americano da História a não ser remunerado por dois mandatos.

* * *

O Complexo Midiático Besta Fubana está tentando fazer contato com a assessoria de Trump.

Chupicleide, nossa secretária de redação, já enviou 236 e-mails para a equipe do presidente eleito. 

E vai continuar mandando até termos um retornno.

O que estamos sugerindo é que o galegão americanno doe seu salário mensal a esta gazeta escrota, assim que assumir o cargo.

Vamos rezar pra que o nosso pedido seja atendido!

“Atende nós, Trumpão!!! Além de gostosão, seje também bondoso!!!”