A PALAVRA DO EDITOR

O INSTITUTO DATA BESTA ESTÁ NAS RUAS

Classificado por todos, de norte a sul, de leste a oeste, como sendo o melhor jornal do planeta, o JBF também tem o melhor instituto de pesquisas deste país.

O Instituto Data Besta,  invejado e odiado pelo Data Folha, está com nova enquete nos ares.

Todos os nossos leitores estão convocados para exercer sua digna cidadania fubânica.

Vá aí do lado direito desta gazeta escrota e dê o seu pitaco.

Uma excelente quinta-feira natalina pra todos vocês!!!

A PALAVRA DO EDITOR

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VAI DE TREM!

Indo à Holanda, de ônibus.

Saímos de Paris à noite, o ônibus parou em uma lanchonete na estrada para café, banheiro, esticamento de pernas, não nessa ordem, porque a necessidade primeira, mais premente, era de alongamento, por causa do ônibus desconfortável, apertado, com muita gente grandalhona, não dava nem para mover a poltrona para uma posição mais deitada.

Quem diria! Europa, era de se esperar mais conforto!

A viagem estava sendo meio assustadora, porque os rapazes, enormes, bebiam muito, parecia que usavam drogas, começavam a ficar desagradáveis.

Os comentários eram de que muitos jovens estavam aproveitando as festas do aniversário da rainha da Holanda para irem a Amsterdã e se drogarem.

Precisávamos sair daquele ambiente apertadíssimo para relaxar e para usar os toaletes, tomar um cafezinho e seguir viagem.

Das excursões que fizemos, essa seria uma das mais atrapalhadas, nada dava muito certo, volta e meia acontecia algum problema.

Pois, foi descer do ônibus e entrar na lanchonete para dar mais um enguiço: tentei comprar alguma coisa nas máquinas automáticas, a máquina comeu a moeda de dois Euros, não entregou a mercadoria, tentei usar o mecanismo de devolução do dinheiro, mas nada. Apelei para a ignorância, como vemos nos filmes, dei-lhe umas pancadas, chutei, esmurrei e nada aconteceu.

Fui ao balcão, reclamar do problema com os entraves da língua estrangeira.

A moça disse que não podia fazer nada.

Como assim? Então chama o gerente. Veio o gerente que disse ”não podemos devolver o dinheiro, porque as máquinas não são nossas”. Ora, mas eu é que não posso ficar no prejuízo, as máquinas estão dentro do seu estabelecimento, vocês tem que ser responsáveis. Mas não somos, os responsáveis têm o nome, o endereço e o telefone escritos nas máquinas para reclamações, vocês tem que falar com eles. Como assim? De madrugada, no meio da estrada, em trânsito por vários países, vou telefonar para reclamar alhures por uma moeda? Pois bem, só por desaforo, onde está o número do telefone? Vamos ver. Ah, não! O telefone é em Marselha, vocês estão brincando! Deixa para lá! Nunca mais vou usar essas máquinas para comprar o que quer que seja.

Mas, como “nunca mais” é muito tempo, eu iria ainda por duas vezes, em estações de metrô de Paris, tentar comprar refrigerantes nas malditas e perder meu dinheiro.

Portanto, fiquem sabendo, para não passar raiva: evitem comprar salgadinhos, doces e refrigerantes naquelas malditas máquinas!

Não vou perder o tempo de ninguém relatando o drama que foi, no início da viagem, entrar no ônibus em Paris, em uma noite fria, cujos lugares não são pré-determinados e com a multidão aglomerada na porta da viatura, todos tentando entrar primeiro.

Nessas horas, mesmo a educação européia dá lugar ao salve-se quem puder.

Também não vou falar da via-crucis na chegada à Holanda para a disputa das acomodações, nem vou reclamar do apartamento acanhadíssimo do hotel escolhido pela agência, nem do fato de que na volta a Paris (entre a saída do hotel, com o vencimento da diária, e a entrada no ônibus, que ainda por cima atrasou mais de hora para chegar no ponto de encontro) tivemos que ficar onze horas zanzando sem rumo para passar o tempo.

E nem vou lembrar de outros incômodos dessa viagem, porque, afinal, valeu a pena e superou tudo o fato de termos conhecido Amsterdã, termos visitado algumas cidades do interior da Holanda e termos conhecido Haia, onde nosso Rui Barbosa se elevou como uma águia nos céus do Velho Mundo.

Só vou dizer que, para não faltar mais nada, choveu, e este andarilho passou um frio do cão naquelas ruas encharcadas da linda cidade.

Está certo, não foi um mar de rosas essa viagem, mas foi um mar de tulipas, plantações quilométricas delas, de todas as cores, lindas, maravilhosas, pelos campos cortados pelas estradas por onde passamos.

E vimos os moinhos de vento. E o trânsito das bicicletas; e a fabricação dos tamancos típicos holandeses de madeira; e degustamos os queijos; e andamos de barco pelos canais com o povo jogando ovo em cima da gente; e nos misturamos à multidão no verdadeiro carnaval que é a festa de aniversário da rainha.

Assim foi a aventura na Holanda. Próxima viagem a planejar: Londres!

Na Holanda, foram só três dias que ficarão na nossa memória para nos alertar: – Não vão a Londres de ônibus! Esqueçam a companhia de turismo, vão por conta própria, vão de trem, pelo túnel sob o Canal da Mancha! Escolham o quarto de hotel que vão ficar! Não confiem nas escolhas da companhia de turismo baratinha.

Depois de tudo isso era de se esperar uma lição aprendida, mas Londres nos aguarda e só a passagem de ida e volta pelo Euro$tar, o trem maravilhoso, fica várias vezes mais cara do que todo o pacote turístico baratinho, que inclui o transporte de ônibus de ida e volta, hotel com banheiro no quarto e café da manhã, mais um tour bem safadinho pela cidade…

Londres! Lá vamos nós!

De ônibus de novo! A gente até aprende, mas a grana é curta, como sempre!

A PALAVRA DO EDITOR

A IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS

Foi nos estudos que o homem aprendeu a satisfazer as suas necessidades básicas. Através do livro, o ser humano adquire conhecimentos, enriquece a cultura pessoal, aprende a conviver com pessoas de formações e raças diferentes, na esperança de se tornar útil para a sociedade.

O livro tem o dom de ensinar a viver honradamente, ser reconhecido, respeitado e admirado no meio onde vive. Só não aproveita quem não quer.

Salvo alguns contratempos, esse é o objetivo do homem. Os primeiros ensinamentos, lógico, a criança aprende em casa com os pais. Depois, a escola, os professores e os livros ampliam a técnica de aprendizagem. A maneira de se auto planejar para o futuro. Saber interagir socialmente, como crescer profissionalmente, saber navegar na internet e manobrar o smartphone, a moda do momento, que deixa a moçada gruda na telinha o tempo todo.

Os países de primeiro mundo, preocupados em garantir um futuro florescente para a juventude, priorizam a boa educação nas escolas. O intuito, é manter elevado o nível das principais riquezas do homem, a material e a cultural. Aproveitar a maior parte do tempo da criança e do adolescente dentro da escola para valorizar as habilidades. Descobrir as vocações, profissional, esportiva ou artística, estimular novas amizades, contribuir, enfim, para o jovem perder a natural timidez da idade.

Porém, está claro que a habilidade estudantil do aluno depende de outros fatores extracurriculares. Grau de personalidade, situação econômica da família, vontade de estudar e aprender, vencer o desestímulo pela leitura.

No Brasil, a média de leitura é super baixa. Não passa de 5 livros por brasileiro. Ao contrário da Índia, onde a população é chegada a uma boa leitura. Fator considerado importante para a expansão do pensamento, manter a mente aberta e ativa para a compreensão, formação de ideias e extensão de relacionamentos pessoais.

Na medida em que a pessoa se sente atraída pelos estudos e a leitura, aumenta a segurança pessoal, cresce a confiança no aprendizado. A concentração na leitura, inclusive, incentiva o leitor a enfrentar novas barreiras. Sem medo.

A Noruega é destaque no sistema de educação mundial. A organização da educação começou na era medieval e vem se aprimorando desde então. Lá, a política não mete o bico na educação. Governante algum se endeusa por aumentar a quantidade de matrículas nas escolas porque está tudo definido nos programas de ensino. Desde tempos remotos.

O sistema educativo norueguês, essencialmente público, embora existam escolas particulares, é obrigatório. Toda criança dos 6 anos, do ensino fundamental, até os 19 anos do ensino secundário, tem de frequentar a escola.

Desde 1996, existe uma lei única para o ensino na Noruega. Do colégio à universidade. O país investe 7,3% do PIB na educação. A taxa de matrícula dos adultos na escola secundária chega a 95% e na universidade a 73%. A evasão escola é baixíssima, apenas 0.5% na escola primária.

O Brasil investiu 7% do PIB na educação, em 2019, mas em compensação a qualidade do ensino é péssima. Sofrível. É tão ruim que permite uma evasão escolar de 24,1%, em média, registrada no Ensino Fundamental. A evasão escolar brasileira é a terceira maior do mundo. Fica atrás da taxa anotada na Bósnia e nas escolas do Caribe.

Mas, existe um detalhe que não pode ser esquecido e louvado. O graduado ou o mestre que estudou na Universidade de Harvard pode se orgulhar. Afinal, estudar na mais antiga instituição de ensino superior dos Estados. Unidos. Diplomar-se na mais prestigiada e mais famosa do mundo deixa o ex-aluno orgulhoso.

A Universidade de Harvard existe 1936 e mantem um padrão de qualidade que lhe coloca entre as melhores do mundo. O custo para estudar em Harvard sai por mais de 60 mil dólares por ano, incluindo moradia e transporte. O total de alunos estudando graduação na Harvard passa de 7 mil e na pós-graduação, 15 mil alunos. Por aí se tira o gabarito de Harvard.

Os ex-presidentes norte-americanos, mais famosos, John Kennedy e Barack Obama, tiveram o privilégio de ter se formado em Harvard. Também pelas bancas de Harvard passaram 157 laureados com o prêmio Nobel, dos 338 que foram contemplados com uma das principais premiações de pesquisa em benefício da humanidade nas categorias de Química, Física, Fisiologia ou Medicina, Literatura e Paz.

Neste ano, a Universidade de Oxford, no Reino Unido, passou a ocupar a 1ª posição de melhor do mundo e Harvard desceu para a 6ª colocação. Mas, a descida de posição não tira o mérito de Harvard.

Por tudo que representa, fonte de conhecimento, de aperfeiçoamento, de construção de personalidade e de escadinha para a obtenção de sucesso profissional, o estudo deve ser levado em consideração por três bons e comprovados motivos. Aumenta a capacidade de memória, acelera a concentração, aumenta a capacidade de aprendizagem que chuta para bem longe as doenças de degeneração do cérebro, como o mal de Alzheimer.

A PALAVRA DO EDITOR

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MASCATEANDO

De BESTA ela não tem nada…
Num estilo bem bacana
que envolve a macacada
numa prosa tão FUBANA
quanto o papo bem esperto
d’um escritor consagrado
( O querido Luiz Berto
Editor mui estimado )

Andei por aqui uns tempos
escrevinhando e rimando
os dias correndo lentos
e a alegria dominando
Uma turma bem unida
esclarecida, informada
que sempre levava a vida
como deve ser levada

Com muito humor e às vezes
também indignação
as brigas foram revezes
a que dei atenção
Pois aqui a LIBERDADE
De exercer opinião
é levada com vontade,
com muita dedicação

E o Papa Berto tranquilo
Sacerdote fervoroso
comungava mais de quilo
de “tira gosto” gostoso
agora só bebe suco
num regime fervoroso
Deu adeus à gengibrina
Orgulho de Pernambuco

Eu trago uma novidade
para todos os amigos
Tô voltando com vontade
pois esse sonho persigo
desde que saí da BESTA
fiquei triste, macambúzio,
Fui bola fora da cesta,
Marisco fora do búzio !

A coluna fica, então,
uma vez só por semana
e pra não dar confusão
com aquela DAS LEMBRANÇAS
seu nome é MASCATEANDO
pois em tempo sem bonanças
meus versos ficam minguando
Ainda assim, entro na dança

Um abraço forte aos amigos e poetas desta gazeta arretada de boa.

E meu agradecimento ao Papa Berto por receber de volta este Mascate Velho.

Recife, 21 de dezembro de 2020

(Primeiro dia dos setenta e cinco anos de vida e também primeiro dia do meu Jubileu de Ouro de Bacharelado)

A PALAVRA DO EDITOR

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A ETERNA E INÚTIL TERCEIRIZAÇÃO DAS CULPAS

Quando criança, apanhado em alguma travessura de cuja responsabilidade não podia escapar, ouvido o altissonante – “Quem fez isso?” – eu respondia: “Até o maninho. E eu também”. Tenho um amigo que não pode usar seu cartão de crédito porque está sempre com o limite estourado. Ele culpa o cartão por seus problemas. Engraçado? Não. Quando isso se torna habitual, seja individualmente, seja como sociedade, tem-se um problema de natureza moral.

Afinal, o que há com as assustadoras contas nacionais? O mal está no que devemos ou no que gastamos? Tenho certeza de que se gastássemos menos com o supérfluo este artigo estaria tratando de investimentos. Botar a culpa nos outros vai derrubar o futebol como esporte nacional!

O culpado pelo endividamento nacional é quem comprou títulos do governo; a propriedade alheia é a causa dos males do mundo, junto com a globalização, a banca internacional, o neoliberalismo, os EUA, a China. A riqueza cria a pobreza… Temos problemas por conta da dívida e não porque sistematicamente houve excesso de despesa. A lista é infinita.

Ninguém lembra mais, mas entre 26 e 28 de abril de 1999, no Rio de Janeiro, num superlotado Teatro João Caetano, com promoção da CNBB e apoio de outras entidades tão sábias quanto CUT e MST, ocorreram rumorosas sessões de um certo Tribunal da Dívida Externa. O veredicto de seu corpo de jurados concluiu pela obrigação dos credores de cancelar as dívidas dos países pobres. Exigiram “moratória soberana” (haja criatividade!), auditoria da dívida, renacionalização e democratização de empresas estratégicas, e por aí afora. Engraçado? Não. Um grave problema moral. Engraçada é a criança que quando a mãe diz não ter dinheiro para comprar algo pede para ela tirar no caixa automático do banco, logo ali. No mesmo raciocínio se alinham as muitas fragmentações com que minorias buscam atribuir seus problemas à maioria escolhida como antagonista.

O que o Brasil precisa não é de inventar credores e exumar devedores, mas de identificar as verdadeiras razões de seus desajustes sociais e o modo de saná-los. Somos membros de uma sociedade que estampa desníveis infames. A miséria, a ignorância, a falta de oportunidades não têm cor de pele, idade, ou preferência sexual. Agem contra a nação, os poderes de Estado que determinam despesas sem cobertura, ou a corporação que reivindica privilégios.

Ainda esta semana escrevi sobre os problemas da educação no Brasil. Sei porém que, para a maior parte dos que a fazem, a equação se resolve com mais ideologia e mais verbas. Consideram melhor preservar o slogan – Universidade pública gratuita e de qualidade para todos – do que fazer a coisa certa. É mais barato posar de justiceiro com os direitos alheios do que fechar as torneiras pelas quais se esvaem recursos que deveriam servir para acabar com a injustiça ali onde ela crava perversas raízes sobre o destino de milhões de crianças.

A PALAVRA DO EDITOR

A BOIADA PASSA

O presidente Jair Bolsonaro pode estar levando a preço de custo, ou praticamente de graça, a sua reeleição em 2022. É isso que vai acontecer, se a situação dos próximos dois anos permanecer a mesma dos dois últimos – período em que os partidos de oposição, as elites centristas, a mídia e quem mais quer Bolsonaro fora da presidência da República parecem ter feito tudo o que podiam para ajudar seu inimigo número 1 a ficar na cadeira de onde querem que ele saia. Em primeiro lugar, não conseguem se unir em torno de um programa mínimo e menos ainda de um nome para concorrer de verdade com o presidente. Além disso, insistem na obsessão de denunciar o adversário por desastres que ele não cometeu – enquanto deixam passar, intacta, a boiada inteira dos erros, fracassos e disparates que seu governo de fato tem cometido.

É a história de sempre – quando o sujeito é cobrado por dívidas que não tem, ou que a maioria acha que não tem, acaba ficando livre de pagar o que realmente deve. Resultado: quanto mais os ataques contra Bolsonaro vão se aproximando da histeria, mais ele prospera em seus índices de aprovação popular. O presidente, por exemplo, acaba de ser denunciado na imprensa, mais uma vez, como um “genocida” que pratica atos de “descaso homicida” e “estupidez assassina” por conta da covid-19; é acusado, todos os dias, de ser o responsável pela morte de “180 mil pessoas”. É isso, e coisa pior, que vem sendo repetido por seus adversários desde o começo da epidemia. Exatamente no mesmo momento informa-se que o índice de aprovação do presidente acaba de subir para 37% – o mais alto de todo o seu governo.

É no que dá, aparentemente, fazer denúncias de gravidade terminal, como assassinato em massa, e não mostrar com clareza a relação de causa e efeito entre a acusação e o fato. Em vez de prejudicar, a denúncia ajuda. Obviamente, pelo que mostram os números, a maioria das pessoas não está acreditando que Bolsonaro matou alguém, muito menos 180 mil pessoas – quem matou, no olhar da opinião pública, foi o vírus. Mais: se alguém matou alguém, foram os governadores e prefeitos que receberam da Justiça a exclusividade na gestão da epidemia. Quando se juntam as palavras “covid” e “Bolsonaro”, a primeira reação da mídia é falar em “genocídio”; na opinião pública, a primeira ideia que ocorre é o auxílio emergencial de R$ 600 por mês.

Nada disso, pelo jeito, impressiona a oposição; em vez de fazer oposição de verdade, a começar pelo trabalho de demonstrar para a população por que seu governo seria melhor que este, os inimigos de Bolsonaro insistem em apostar tudo na covid. Ou, então, em outras miragens como a perseguição dos índios, o massacre dos gays e os incêndios no Pantanal; dá muita primeira página, mas não dá voto, porque só acreditam nessas coisas, no fundo, quem já está decidido a acreditar nelas. O fato é que, dez meses depois das primeiras mortes da epidemia, Bolsonaro tem uma aprovação muito maior do que tinha no começo. Num ano de desastre absoluto para qualquer governo, 2020 foi uma beleza para ele.