LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO JORNAL

DIVULGADOS MAIS GASTOS LUXUOSOS DE LULA E JANJA NA COROAÇÃO DO REI CHARLES III

Revista Oeste

Lula Charles

O rei Charles III, o presidente Lula e a primeira-dama Janja, durante recepção no Palácio de Buckingham, um dia antes da coroação do soberano britânico, em Londres – 05/05/2023

Além do aluguel de 57 quartos no hotel de luxo JW Marriot Grosvenor House, em Londres, no valor de R$ 1,3 milhão. o presidente Lula e a primeira-dama Janja tiveram outras despesas altas para comparecer à coroação do rei Charles, no início deste mês.

Segundo dados obtidos por Oeste, por meio da Lei de Acesso à Informação, Lula e Janja alugaram veículos por US$ 250,9 mil (R$ 1,2 milhão). Além disso, gastaram cerca de US$ 30 mil (R$ 150 mil) com “salas de apoio”. O governo não diz de quantos carros precisou ou o para o seriam os espaços utilizados.

O casal também precisou de aproximadamente US$ 10 mil (R$ 50 mil) com intérpretes, além de quase mil dólares (R$ 5,6 mil) com “material de escritório”. Também não se sabe a descrição desses materiais. Lula e Janja precisaram ainda de US$ 4 mil (R$ 20 mil) para “equipamentos para sala de imprensa”.

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Viagens de Lula e Janja

Há pouco mais de uma semana, o casal presidencial voltou do Japão. Por ora, as despesas ainda são desconhecidas.

Em outra viagem, desta vez à China e aos Emirados Árabes Unidos, o governo brasileiro gastou R$ 6,6 milhões. A equipe de Lula esteve nos dois países, de 12 a 15 de abril.

Só de hospedagem, a comitiva brasileira torrou R$ 3,2 milhões. Para transportar os convidados de Lula, foram gastos R$ 1,3 milhão com o aluguel de carros. Para contratar os intérpretes, o governo federal pagou cerca de R$ 500 mil. Os gastos da viagem foram obtidos via Lei de Acesso à Informação. Os valores não incluem o translado aéreo, e os voos foram bancados pela Força Aérea Brasileira.

As despesas foram maiores na China, onde houve desembolso de R$ 5,4 milhões. No último dia de compromissos no país de Xi Jinping, o governo promoveu um coquetel na Embaixada do Brasil, que custou R$ 130 mil. Nos Emirados Árabes, os gastos totais foram de R$ 1,2 milhão.

Os gastos não se referem somente ao presidente. Incluem também as 73 pessoas, ao menos, que o acompanharam na viagem. A média de custo para cada acompanhante de Lula foi de R$ 90 mil.

Nomes que integraram a comitiva incluem o ministro Fernando Haddad, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e um dos líderes do Movimento Sem Terra, João Pedro Stédile. Sindicalistas também acompanharam a comitiva.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, os números se referem ao que foi apurado até 5 de maio.

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ESBANJANJA: UMA ÚLTIMA-DAMA TIPICAMENTE BANÂNICA

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J.R. GUZZO

BRASIL GOVERNADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Supremo Tribunal Federal

O Congresso Nacional terá uma ótima oportunidade, nos próximos dias, para mostrar se ainda serve para alguma coisa ou se não é mais nada. A Câmara dos Deputados acaba de aprovar por vasta maioria – 283 votos a 155 – e contra a vontade do governo Lula, uma lei fundamental, e há muito tempo indispensável para a ordem jurídica no Brasil: a que estabelece que terras índias, ou que possam ser reivindicadas como tal por grupos de indígenas, são aquelas ocupadas por suas etnias até a aprovação da Constituição de 1988. É o tão falado “marco temporal” – uma data limite para o estabelecimento legal de reservas destinadas aos indígenas no território nacional. É uma decisão mais do que razoável. Terras que as tribos ocupam de 1988 para trás – ou seja, até apenas 35 anos atrás, e não 500 – são reservas que não podem ser tocadas por ninguém. Áreas que não eram habitadas por índios depois dessa data ficam abertas para todos os demais brasileiros – ou 99,6% da população total do país.

Não há nenhuma hipótese, pelo marco temporal, de se dizer que as comunidades indígenas brasileiras foram prejudicadas com a distribuição de terra – nenhum outro país que passou por processos de colonização reservou para as populações originais áreas tão grandes como o Brasil. As reservas indígenas legais, estas que foram demarcadas até 1988, ocupam quase 15% de todo o território físico do Brasil. São 1.200.000 quilômetros quadrados, mais que do que a Alemanha e a França juntas – que têm, somadas, 150 milhões de habitantes. O total de índios no país, hoje, é de cerca de 900.000 pessoas, menos que a metade da população de Curitiba – ou 0,4% da população brasileira. Na verdade, menos de 700.000 índios, pelos dados de suas próprias organizações, moram em reservas demarcadas – os demais estão integrados pelo Brasil afora. Nenhum outro grupo brasileiro tem tanta terra quanto os indígenas; por qualquer critério que se adote, eles são o grupo que ocupa a maior área do território nacional nos dias de hoje.

O problema é que, num Brasil governado pelo Supremo Tribunal Federal, em parceria plena com o Sistema Lula-PT, as decisões do Congresso Nacional podem não valer simplesmente nada. Depende: se os ministros do STF concordam, as leis aprovadas pelo Parlamento entram em vigor; se não concordam, as leis são anuladas. No caso do “marco temporal”, o Supremo, ao apreciar o tema daqui a alguns dias, pode resolver o oposto do que resolveram os deputados – e aí? A decisão da Câmara foi tomada por maioria claríssima – nada menos do que dois terços dos votos, contra um terço de votos a favor da posição do governo. O que mais se poderia querer? Qual a dúvida que ainda pode existir quanto à vontade do povo nessa questão? A aprovação do “marco temporal” é a óbvia expressão do que a maioria da população brasileira está querendo que se faça a respeito do assunto; suas decisões se manifestam obrigatoriamente pelos votos dos deputados federais eleitos por ela. Se o STF derruba a lei aprovada na Câmara, está negando, diretamente, o direito à representação popular no Brasil. Para que servem os representantes do povo, se as leis que aprovam não têm valor?

O Congresso brasileiro está se transformando numa instituição morta. Já engoliu, de forma abjeta, a prisão ilegal de um dos seus deputados; está a caminho de engolir a cassação também ilegal de outro. Aceita, com passividade de cúmplice, que leis aprovadas legitimamente no plenário sejam revogas por atos de vontade do presidente da República, com o apoio do STF. A decisão final sobre a questão indígena vai mostrar a quantas andamos. O “marco temporal” pode se transformar no “marco da legalidade” – ou no enterro do Congresso.

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PERCIVAL PUGGINA

DRIBLE DA CANETA

Gradualmente, a bruma se dissipa. A gente pisca os olhos como para limpar a visão e começa a ver um pouco além da grande confusão dos últimos meses. Já não se trata mais de buscar as razões do que aconteceu, porque elas nunca foram razões da razão; o que se percebe, com realismo, são os motivos e os objetivos. O impeachment de Dilma e a presidência de Michel Temer foram dois pontos fora da curva e a eleição de Bolsonaro marcou o terceiro surfando nas redes sociais apesar da imprensa tradicional e do “Ele não!”. Acabei de mencionar os motivos; os objetivos, obviamente, foram dois: derrotar Bolsonaro e, com Lula, trazer a esquerda de volta ao poder.

O fato mais expressivo da campanha eleitoral de 2022 foi a nítida sensação de que a reeleição do presidente era inaceitável para quem se habituou a comandar o jogo. Episódio eloquente ocorreu no dia 12 de dezembro do ano passado, na cerimônia de diplomação da chapa eleita: o auditório do TSE, repleto de autoridades e petistas engravatados, saudou a chegada do ministro Alexandre de Moraes à mesa dos trabalhos com estrondosa e prolongada salva de palmas. Uma alegria incontida que só não entendeu quem não quis. Os cotovelos de Lula devem ter ficado magoados porque sua recepção foi muito menos calorosa. Revela-se nesses detalhes o ânimo legionário que permite a locução de praxe: missão dada, missão cumprida.

Para usar uma expressão do futebol, a história levou um drible “de caneta”. Como no poema de Drummond: “E agora, José?”.

Durante décadas, eventuais conclusões sobre o futuro do Brasil nas mãos da esquerda eram rotuladas como teoria da conspiração. Agora, não dá mais, porque tudo que se dizia sobre as consequências de uma futura vitória de Lula, está em pleno curso, aberto, declarado, estampado. Parece que o presidente saído das urnas não se preocupou, nem mesmo, em cuidar da imagem de seus benfeitores.

Quer desestatizar, impedir privatizações, ampliar a máquina e o gasto público, distribuir empregos para seus militantes revogando a Lei das Estatais, aumentar impostos, reestatizar o Banco Central, desarmar a população, apoiar as ações do MST, desqualificar quem se dedica ao agronegócio, descartar a cláusula democrática para retomar o projeto da UNASUL, apoiar ditaduras de esquerda na América Latina, ampliar sua influência sobre o topo do Poder Judiciário e formalizar a censura das opiniões nas redes sociais, através do PL 2630. De novo, mesmo, apenas a ideia de financiar a Argentina através do Banco do BRICS, incluir Venezuela como membro daquela organização e criar moedas únicas com quem quer que o convide a dizer algo sobre economia.

Hoje, examinei as imagens da reunião dos presidentes dos países da América do Sul. Vi Lula em reuniões reservadas e renegociando dívidas com Nicolas Maduro. O ditador venezuelano, aqui recebido com pompa e circunstância, é um narco-terrorista que se chegar num país que pretenda proteger seus cidadãos, vai preso.

Nisso tudo, o que mais me espanta é conhecer tanta gente que simplesmente não se importa em perder sua liberdade (e, com ela, sua dignidade) e ferrar seu país.

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