CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

BOAVENTURA BONFIM- FORTALEZA-CE

Caro Editor Berto,

Com o propósito de colaborar com a Justiça Eleitoral, envio-lhe link sobre aplicativo do TSE “Boletim na Mão” (Ler QR Code), para postagem nessa Gazeta insolente, um dos jornais mais democráticos do país.

Por tratar-se de serviço de utilidade pública, espero que os leitores fubânicos assistam ao vídeo com isenção de ânimos, sem matizes ideológicos.

Eis o vídeo que foi publicado há cinco dias:

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

UM PASSEIO PELA SERRA DAS ALMAS – UM LUGAR COM MUITA VIDA

Arcos na entrada de Crateús onde está a “Serra das Almas”

“Todo mundo canta sua terra
Eu também vou cantar a minha
Modéstia à parte seu moço
Minha terra é uma belezinha.
Minha terra tem beleza
Que em versos não sei dizer
Mesmo porque não tem graça
Só se vendo pode crer”

João do Vale

“Crateús é um município brasileiro e uma das cidades mais importantes e antigas do Estado do Ceará, localizada às margens do Rio Poti, na região dos Sertões de Crateús, sendo a décima segunda cidade mais populosa do estado, com 75 241 habitantes e a detentora do décimo quarto maior PIB cearense, conforme estimativas do IBGE de 2022. Geograficamente cortada pelo Rio Poti e pela Serra Grande. Já foi uma das maiores produtoras de biocombustíveis do Nordeste, (Que se dá pela companhia Brasil Ecodiesel, na produção de 118.800 m3 de biodiesel por ano segundo a companhia) e abriga Reserva Natural Serra das Almas.

Seu clima é tipicamente tropical, com uma temperatura média de 25,4 graus Celsius e com uma altitude de 90 metros, chegando até os 274 metros nas áreas mais altas ou seja nas regiões montanhosas e acima da Serra Grande.

Crateús está localizada a 350 km de Fortaleza, o acesso rodoviário é feito pela BR-226 ou pela BR-020 (Rodovia Brasília-DF – Fortaleza-CE) que liga o Ceará ao Piauí e, consequentemente, ao Maranhão e ao Pará. Também conectam-se pela Ferrovia, atualmente usada sobretudo pela Transnordestina Logística.

Crateús é conhecida internacionalmente por ter sido a cidade que prendeu a santa, por ter revidado a passagem da Coluna Prestes pela cidade em 1926, e por registrar a menor temperatura mínima do Ceará, 12 ºC em 13 de fevereiro de 1963.” (Obs.: informações coletadas no Wikipédia)

Mapa de localização de Crateús e Serra das Almas

Dar preferência a Paris, New York, Berlim ou Santiago de Compostela, é um direito seu. Se não és herdeiro(a), com certeza trabalhou para viabilizar esse passeio.

Eu, negro e pobre, também não sou herdeiro – mas trabalhei muito durante muitos anos na tentativa de finalizar com dignidade os meus muitos dias de vida, antes de voltar ao barro, após cumprir a missão dada pelo Onipotente.

Mas, asseguro que, conhecer essas maravilhas midiáticas citadas acima, nunca “fizeram minha cabeça”, e faço questão de viver na terra chamada Brasil. Nada contra quem pensa e age diferente.

Assim, convido você, leitor(a), para entremear nas viagens para a Europa e América do Norte, e caminhar nas trilhas ou voar com as borboletas e aves raras da “Serra das Almas”, pedaço dos céus colocado por Deus na região Norte do Ceará.

Com certeza, após conseguir se livrar desse bombardeio polarizado entre o bem e o mal dessas eleições, com o sentimento do dever comprido cumprido, você fará a melhor escolha arrumando a mochila com o que imagina que será necessário para sair por alguns dias de casa e visitar uma das maravilhas do mundo, porta de entrada para os céus da satisfação.

Serra das Almas

A Serra das Almas é uma particularidade do Patrimônio Natural, mantida por uma entidade de nome Associação Caatinga, também reconhecida pela Unesco, como Posto Avançado da Reserva da Biosfera. Ali estão abrigadas significativas partes da caatinga do sertão nordestino, em Crateús. Estão contabilizados 6.146 hectares de área protegida, sediando três nascentes e espécies listadas como ameaçadas de extinção. A Serra das Almas está localizada no Sertão dos Inhamuns, no Ceará; e Buriti dos Montes, sertão do Piauí.

Quem pretender visitar a sede da reserva, que fica a 50 km da cidade de Crateús, melhor se hospedar nas simples, mas aconchegantes pousadas do município, levando em média 75 minutos de qualquer pousada para a reserva. Entretanto, a administração da Reserva Serra das Almas disponibiliza uma boa e simples estrutura de atendimento aos visitantes:

Um centro de visitantes na Sede da Reserva, com alojamento para 20 pessoas, cozinha, refeitório, academia ao ar livre, trilhas e área de convivência. Outra estrutura é o Centro Ecológico Samuel Johnson com capacidade para 30 pessoas, alojamento para 22 pessoas, cozinha, refeitório.

Portão de acesso à Reserva da Serra das Almas

Ao ter acesso à Serra das Almas, você terá:

– Exuberante fauna e flora;
– Ar puro para respirar de forma gratuita;
– Bom atendimento por parte dos guias;
– Liberdade para “algumas” ações;
– Direito ao nascer e ao pôr do sol;
– Passeios em canoas seguras pelos cânions do rio Poty.

Ali naquele paraíso terreno, você não terá:

– Preocupação ou postos para “cambiar” moedas estrangeiras;
– Semáforos nas encruzilhadas das muitas trilhas;
– Motivos para estresse por conta do excesso de veículos;
– Queimadas provocadas ou tufões;
– Obrigação de assistir alguns noticiosos nacionais de televisão.

Centro Administrativo e pousadas

Além da exuberante flora, fauna que contribuem para o bioma de forma positiva na Serra das Almas, no Ceará, o visitante tem oportunidade de conhecer e navegar pelos cânions maravilhosos do rio Poty, no Piauí.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO X

O APOIO DO GALEGÃO

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Luísa Mahin

Luísa Mahin nasceu em fins do século XVIII na Costa da Mina, África, ou Salvador, BA. Sua existência histórica é controversa, porém existem documentos comprovando que foi uma ex-escrava alforriada em 1812 e que teve participação ativa na Revolta dos Malês (1835) e na Sabinada (1837). A história conta que sua banca de quitutes era um ponto de informações sigilosas dos revoltosos e sua casa foi transformada em quartel general destas revoltas.

O único registro existente sobre sua vida é uma carta de 1880, escrita por Luís Gama e enviada ao jornalista Lúcio de Mendonça, onde o abolicionista afirma que Luísa Mahin foi sua mãe. No entanto, alguns historiadores não descartam a hipótese que ela tenha sido uma espécie de alter ego dele, também ex-escravo tornado escritor e poeta. O fato é que ela se tornou um mito na história da escravidão brasileira, estudado em diversas épocas e que adquiriu uma existência real ao ser inscrita no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria” através da Lei nº 13.816, de 24/4/2019.

Já na década de 1930, Pedro Calmon publicou o romance histórico Malês: a insurreição das senzalas, onde surge pela primeira vez seu nome como líder da Rebelião dos Malês, uma revolta dos negros muçulmanos, ocorrida em 1835 em Salvador. No entanto, o pesquisador João José Reis ao publicar o livro Rebelião escrava no Brasil (1986) afirmou que embora tenha estudado exaustivamente os documentos sobre a rebelião Malê, não localizou uma única referência sobre Luísa Mahin, o que o leva a crer que se trate de “um misto de realidade possível, ficção abusiva e mito libertário”.

Em 2006, a escritora Ana Maria Gonçalves publicou o romance histórico Um defeito de cor com mais de 900 páginas percorrendo sua trajetória de vida dos 5 anos até sua morte. Pouco depois surgiram estudos tentando desvendar o mito. Em 2010 Aline Najara da Silva Gonçalves publicou o estudo Luísa Mahin entre ficção e história e no ano seguinte, Dulcilei C. Lima lançou o estudo Desvendando Luísa Mahin: um mito libertário no cerne do feminismo negro. Trata-se de uma busca da compreensão sobre a enigmática figura de Luísa Mahin.

Há relatos que em 1837, após a Revolta Sabinada, ela conseguiu evadir-se para o Rio de Janeiro, onde foi detida e presa. Mas não existe nenhum documento que comprove esta informação. Alguns autores acreditam que ela tenha conseguido fugir para o Maranhão, onde desenvolveu o tambor de crioula. Há também relatos que ela, junto com outros negros amotinados, tenha sido presos e deportados para Angola. Mas são relatos sem provas documentais.

Luís Gama conclui em sua carta afirmando que ela “Era dotada de atividade. Em 1837, depois da Revolução do doutor Sabino, na Bahia, veio ela ao Rio de Janeiro, e nunca mais voltou. Procurei-a em 1847, em 1856, em 1861, na corte, sem que a pudesse encontrar. Em 1862, soube, por uns pretos minas, que a conheciam e que me deram sinais certos que ela, acompanhada com malungos desordeiros, em uma “casa de dar fortuna”, em 1838, fora posta em prisão; e que tanto ela como os seus companheiros desapareceram. Era opinião dos meus informantes que esses ‘amotinados’ fossem mandados para fora pelo governo, que, nesse tempo, tratava rigorosamente os africanos livres, tidos como provocadores”. E encerra dizendo que “Nada mais pude alcançar a respeito dela”.

Em 2018 a Escola de Samba Alegria da Zona Sul desfilou com o enredo Bravos Malês! A Saga de Luísa Mahim. No ano seguinte apareceu de novo no Carnaval carioca, citada como heroína entre outras figuras históricas negras, no enredo História para ninar gente grande, com o qual a Escola de Samba Mangueira ganhou o primeiro lugar. A manchete do jornal O Globo anunciava: “Enredo da Mangueira contará o lado B da história do Brasil na Sapucaí”.

DEU NO JORNAL

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

FERNANDO ANTÔNIO GONÇALVES - SEM OXENTES NEM MAIS OU MENOS

DESEDUCAÇÃO BICENTENÁRIA

Dei plena razão ao articulista Hélio Schwartsman, em seu artigo na FSP, 4 de setembro último: “A lista de problemas que explicam o fracasso do Brasil é enorme, mas a âncora mais pesada me parece ser a da educação. Sem avanços substanciais, tende a zero a chance de o país entrar no clube das nações desenvolvidas.” Ele analisa com muita argúcia o livro O Ponto a Que Chegamos, do colunista Antônio Góis, do jornal O Globo, editado este ano pela Fundação Getúlio Vargas, 208 páginas, com prefácio do ministro Luís Roberto Barroso, do Superior Tribunal Federal. Um livro que alerta, desabestalha e cidadaniza ainda mais os pensantes que ainda almejam ver um MEC sem incompetentes gestores metidos a pastores. O livro do Góis analisa “duzentos anos de atraso educacional e seu impacto nas políticas do presente”.

Neste domingo de eleição, quando a cidadania solidária dos quatro cantos do país deverá se fazer presente em todas as seções eleitorais, permito-me contar, nesta gazeta de notável utilidade cívico-crítica, uma história que aconteceu de mesmo nas proximidades do Santuário de Nossa Senhora de Aparecida. Ei-la:

Sujinha, ele a viu nas imediações do posto principal da Catedral famosa. A garotinha nada pedia, nem um mínimo de atenção recebia uns trocados dos que se dirigiam para o templo.

Certa manhã dia, um jovem adolescente percebeu a garota refletindo imensa tristeza. Dela se aproximou, desconfiando das intenções de uma menina maltrapilha num dia de domingo. Afinal, com a violência imperando por toda a cidade, aquela menina merecia toda cautela.

Ao se sentar perto da menina, um detalhe logo sobressaiu: sua descomunal corcunda. Percebendo-se observada, seus olhos procuraram o chão, a vermelhidão se estampando nas suas bochechas famintas.

Esforçando-se para demonstrar boa vontade, o rapaz ensaiou um “olá”. A garotinha balbuciou um “oi” quase inaudível, após fixar intensamente o semblante de quem a ela se dirigia.

Criando coragem, o rapaz perguntou por que ela estava tristinha. E a resposta veio sem alegria: – Porque eu sou diferente.

Tentando refazer-se de um “eu sei” pronunciado fora de hora, o jovem buscou uma alternativa de agrado: – Menininha, você me lembra um anjo doce e inocente.

Arregalando os olhinhos, a garota sorriu, seu corpinho tornando-se mais espigado: – De verdade? logo indagou. O jovem entusiasmou-se: – Imagino até que você é um anjo da guarda mandado por Deus para olhar todas as pessoas que passam por aqui, na direção da Catedral da Aparecida, aquela ali”.

Com o rosto menos hirto, a criança pronunciou um “sim” revestido de certeza e arrematou, quase nocauteando o adolescente: – Eu sou seu anjo da guarda, amigo.

Abobado, o rapaz imaginou-se sonhando. E ouviu a explicação: – Quando você deixou de pensar unicamente em você, meu trabalho aqui foi concluído. Aturdido, o rapaz indagou: – Espere, e por que então ninguém parou para ajudar um anjo? A resposta da maltrapilha reenergizou-o: – Porque a única pessoa que me deu atenção nesta área foi você. Disse e desapareceu por completo.

A partir daquela tarde, me disseram que a vida do jovem se transformou. Ele percebeu que todos precisam de todos. E cada um deve identificar seus anjos maltrapilhos em sua caminhada cristã solidária.

Nas proximidades da seção eleitoral, antes de colocar o voto na urna, vamos atentar para a existência das muitas crianças famintas do Brasil, defenestrando para bem longe a idiotia dita por um puxa-saco burocrata metido a ministro da Economia de um país que necessita ser de todos os brasileiros.

PENINHA - DICA MUSICAL