DEU NO X

COMENTÁRIO DO LEITOR

O VÔO DE SIVUCA

Comentário sobre a postagem 90 ANOS DO NASCIMENTO DE SIVUCA

Sancho Pança:

O homem, sinônimo de sanfona de excelsa qualidade, era registrado na União dos Músicos de Nova York, surpreendam-se vocês, como guitarrista.

A sanfona é um instrumento europeu inventado com a única finalidade de matar a solidão dos fazendeiros. Em quase toda fazenda, por aquelas bandas, tem um acordeon, onde eles tocam à noite aquelas rancheiras.

Para Severino Dias de Oliveira, a sanfona era um instrumento como outro qualquer, ao qual resolveu estudá-lo a ferro.

Leu muita partitura e adaptou algumas músicas que eram consideradas quase impossíveis.

Começou com o “Vôo do Besouro”, de Rimsky-Korsakov, isso ainda na década de 1950.

Foi um sucesso, porque Sivuca foi sinônimo de ARTE.

Ele era, na época, o único a tocar com orquestra essa música.

Independente disso, tocava música com influência jazzística, improvisada à sua maneira.

Tem gente que deveria ser proibida de morrer!

* * *

Sivuca – VOO DO BESOURO – Rimsky Korsakov – gravação de 1956

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

OS BRASILEIROS: Teodoro Sampaio

Teodoro Fernandes Sampaio nasceu em Santo Amaro, BA, em 7/1/1855. Engenheiro, geógrafo, escritor e historiador. O local onde nasceu -Engenho Canabrava- hoje é o município que leva seu nome. Filho da escrava Domingas da Paixão do Carmo e Francisco Antonio da Costa Pinto, que não o reconheceu como filho. Alguns dizem que seu pai foi o padre Manuel Fernandes Sampaio, que o batizou e alforriou. Ele mesmo nunca declarou sua paternidade.

Aos 2 anos foi entregue a uma senhora da sociedade, D. Inês Leopoldina, que o criou até os 9. Em 1865 foi levado para o Rio de Janeiro e internado no colégio São Salvador. Ainda estudante, deu aulas de Matemática, Filosofia, História, Geografia e Latim no mesmo colégio a partir de 1871. Ingressou no curso de Engenharia do Colégio Central e passa a trabalhar como desenhista do Museu Nacional. Após formado em Engenharia Civil (1876), estabeleceu como meta adquirir a alforria de seus 3 irmãos: Martinho (1878), Ezequiel (1882) e Matias (1884). Em 1879, integrou a “Comissão Hidráulica do Imperio”, nomeada por D. Pedro II, com o objetivo de melhorar os portos de navegação interior dos rios do Brasil. Seu nome não apareceu no Diário Oficial junto aos demais integrantes, por ser o único negro. Somente após interferência do Senador Viriato de Medeiros é que ele foi incluído.

A Comissão, comandada pelo engº norte-americano William Milnor Roberts, percorreu mais de 2 mil km. pelo Nordeste e Teodoro teve uma atuação destacada pelo seu trabalho. No relatório final da Comissão foi citado como “the best Brazilian engineer in mister Robert’s staff”. Em 1881 foi contratado para trabalhar no prolongamento da linha férrea de Salvador ao São Francisco e no ano seguinte foi nomeado engenheiro chefe da Comissão de Desobstrução do Rio São Francisco. Devido ao trabaho realizado na Comissão Hidráulica, foi convidado, em 1886, por um de seus menbros, -Orville Derby- para integrar a Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo, encarregado de elaborar a carta geológica da Província. O acervo de documentos desta comissão deu origem ao Museu Paulista (Museu do Ipiranga), criado em 1891.

Assim, passou a residir em São Paulo por mais de 20 anos e ocupou destacados cargos em órgãos públicos. Participou da criação da Companhia Cantareira, como engenheiro-chefe e, junto com Francisco Sales Gomes, ajudou a fundar a Escola Politécnica, em 1893. No ano seguinte foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e no período 1898-1903 chefiou o Departamento de Águas e Esgoto de São Paulo, além de consolidar sua carreira profissional e intelectual. Não por acaso, seu nome denomina uma das principais ruas da cidade, no bairro de Pinheiros.

Em 1904 retornou Salvador e realizou diversos projetos na área de saneamento básico; construção da cidade satélite, que chamou de “Cidade da Luz”, hoje Parque Nossa Senhora da Luz, em Pituba; represa de Pituaçu e os prédios da Maternidade Climério de Oliveira e da Faculdade de Medicina. Além das contribuições como engenheiro deixou um legado bibliográfico na geografia e história. Seu apego a estes temas, possibilitou uma aproximação com Euclides da Cunha, de quem se tornou amigo e ajudou-o no conhecimento sobre o sertão baiano na elaboração do livro Os Sertões.

Sua obra mais importante: O Tupi na Geographia Nacional (1901) ainda hoje é relevante no conhecimento do papel dos bandeirantes na difusão de topônimos de origem Tupí. Publicou diversos livros sem deixar os trabalhos de engenharia e geógrafo, e presidir o V Congresso Brasileiro de Geografia, em 1912. Principais obras: O rio São Francisco e a chapada Diamantina (1906), Atlas dos Estados Unidos do Brasil (1908), Dicionário histórico, geográfico e etnográfico do Brasil (1922). Tais publicações lhe renderam a Medalha de Prata, ortorgada pela Academia de História Internacional da França, em 1911.

Em 1917 participou da fundação da Academia de Letras da Baihia, ocupando a cadeira nº 32. Como patrono escolheu o engenheiro e também negro André Rebouças. Prestigiado na cidade, teve uma curta carreira política como deputado federal (1921-1923), não pleiteando a reeleição. Foi considerado um dos maiores engenheiros do País, além de eminente historiador e notável tupinólogo. Atuou como sócio efetivo de honra do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; sócio fundador do Instituto Histórico de São Paulo e do Instituto Geográfico e Hitórico da Bahia, que presidiu por 14 anos (1923-1937). Foi também socio correspondente dos institutos históricos e geográficos de Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará, além do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.

Nos últimos anos de vida, dedicou-se ao livro História da Fundação da Cidade da Bahia, publicado postumamente em 1949. Faleceu antes de concluir o último capítulo, em 15/10/1937. Seu nome consta hoje em dois municípos (São Paulo e Bahia) e em diversos logradouros do País. A homenagem mais recente foi a exposição “Teodoro Samaio: um sábio negro entre os brancos”, realizada em São Paulo, no Museu Afro Brasil, em 2007, sob a curadoria de Emanuel Araújo.

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UM PEDIDO AOS FILHOS DO CRAMULHÃO E AOS NETOS DO TINHOSO

PENINHA - DICA MUSICAL