CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

VIVALDO A. ROCHA – JOÃO PESSOA-PB

Caro Berto, um bom dia, antes de suas merecidas férias!!!

O Cícero, para os íntimos “Cissinho”, aquele lá da antiga Roma, por volta de 106-43 a.C., escreveu um “livrinho” chamado A Amizade (De Amicitia), onde consta um capítulo que, acredito, reflete cristalinamente, o que deve ter ocorrido entre o Bolsonaro e o Moro.

Ô povinho que não aprende!!

O texto está a seguir.

Saudações!

* * *

As Causas que Desmantelam Amizades

“Ouvi, com atenção, meus ótimos companheiros, o que então era comentado entre eu e Ciprião, em plano alto de sabedoria, acerca do tema da AMIZADE.

Dizia ele nada haver de tão árduo como manter uma AMIZADE até o extremo da vida, já que os interesses nem sempre coincidem ou surgem divergências no pensamento POLÍTICO.

Dizia também que os costumes dos homens com frequência mudam, ora pelo feito da adversidade, ora pelo andamento da própria idade. Apresentava então exemplos da vida das crianças que, muitas vezes, depõem, com a TOGA pretexta, as AMIZADES estreitas do tempo da infância.

Se aquelas antigas AMIZADES perduram, ao longo da idade juvenil, elas findam se desfazendo, seja por causa de alguma RIVALIDADE, seja por questão de casamento ou por alguma VANTAGEM que não pode ser compartilhada por dois.

Mesmo aquela AMIZADE que se prorrogou, por longo tempo, desaba com frequência, quando conflita com a DISPUTA de HONRRARIAS POLÍTICAS.

Não existe, com efeito, maior PESTE contra a AMIZADE do que a COBIÇA de riqueza que afeta a maioria dos homens. Entre os melhores, EXPLODE concorrências aos postos de HONRAS e de GLÓRIAS. Daí advém, entre pessoas ligadas até por estreita AMIZADE, IRRECONCILIÁVEIS DESAVENÇAS.

Muitas vezes, nascem DISSENSÕES e até justas, quando é SOLICITADO algo não correto por parte do amigo, seja uma parceria LIBIDINOSA, seja uma cooperação em ato INJURIOSO.

Se há recusa para tais atos, ainda que HONESTA, o outro é acusado de não respeitar os compromissos da AMIZADE, já que não concordou em SUBMETER-SE.

De outro lado, aqueles, que ousam pedir algo do AMIGO, fazem do próprio pedido uma GARANTIA de retorno em tudo que for do interesse do outro.

As queixas daí oriundas não só costumam EXTINGUIR velhas amizades como também geram ÓDIOS eternos.

Eis as tantas CALAMIDADES que se abatem sobre a AMIZADE. Delas fugir não é SABEDORIA, mais ainda uma boa dose de sorte propícia.”

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOÃO ARAÚJO – MUNIQUE – ALEMANHA

Caro amigo Luiz Berto,

Envio-lhe o Episódio-1 sobre o grande poeta violeiro Ivanildo Vilanova.

Neste Episódio é mostrado algumas razões pelas quais o Ivanildo pode ser considerado um dos principais nomes ao levar a Arte da Cantoria para os grandes centros urbanos.

Vídeo pertencente à Série Mestres da Poesia: grandes repentistas, poetas, violeiros.

E para os leitores que quiserem acessar o link de inscrição no meu canal, é só clicar aqui.

Obrigado, forte abraço e até a próxima declamação.

A PALAVRA DO EDITOR

RECESSO

Este Editor vai entrar de férias a partir de amanhã, terça-feira, dia 5.

De modo que as nossas postagens terão uma pausa.

Agradeço antecipadamente a compreensão de todos vocês.

Abraços!!!!

DALINHA CATUNDA - EU ACHO É POUCO!

PRECISO DO SEU CHEIRO

Quando por mim você passa
Eu viro mulher feliz
Tão cheiroso e provocante
Que logo acendo o nariz
E deixo seu cheiro entrar
Só para me deleitar
Pois sou mulher de raiz.

Se sempre acordo bem cedo
É pra provar seu sabor
O meu paladar exige
Antes que eu vá ao labor
Ter você sempre bem quente
Alertando minha mente
Provocando meu calor.

Para ter você comigo
Caminho léguas o pé
Vou até o fim do mundo
E não perco minha fé
De provar do meu neguinho
Nem que seja um golinho
Sou viciada em café!

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

PENINHA - DICA MUSICAL

MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

LIBERDADE MORTA, LIBERDADE MORIBUNDA

A expressão que usei como título é de Machado de Assis; também é dele a explicação: O dia da morte de uma liberdade sempre é a véspera da morte de outra liberdade. Me parece uma boa expressão para definir o que vêm acontecendo com nossos direitos fundamentais: fomos perdendo-os, pouco a pouco, o fim de cada um prenunciando o fim do próximo.

A segunda metade do século 19 foi uma época de liberdade e de progresso. De um mundo escuro e pobre, onde todo o esforço era feito pelo homem ou por animais, passamos a um mundo com eletricidade, motores a vapor, trens, telefone, máquinas para trabalhar o ferro e a madeira. O ferro foi transformado em aço, a pedra foi substituída pelo concreto. Nos países desenvolvidos, as cidades deixaram de ser amontoados de casas onde a urina das pessoas e a dos cavalos se misturava pelas ruas. As cidades passaram a ter ruas e avenidas planejadas, água encanada, esgotos, luz elétrica, bondes. Havia indústria e comércio, e navios cruzavam os oceanos transportando mercadorias. Uma pessoa transportada de 2020 para 1880 estranharia muito o pequeno tamanho dos governos, os poucos impostos e a quantidade de coisas que podiam ser feitas sem a necessidade de autorizações, carimbos e taxas.

O primeiro golpe dos governos no século 20 foi uma guerra inútil que na época foi chamada “A Grande Guerra”, e mais tarde rebatizada de “Primeira Guerra Mundial”. Pode-se dizer que sua causa foi simplesmente a vontade dos governantes da época de brigar uns com os outros, mas de um modo que custasse a vida de terceiros, não as suas próprias. Durante quatro anos, sessenta milhões de pessoas foram transformadas à força em soldados e amontoados em trincheiras, enquanto os soberanos e os marechais se reuniam em seus seguros e confortáveis palácios, discutindo estratégias para obter o maior ganho possível da morte de seu próprio povo. A guerra também marcou o fim do livre comércio e criou o conceito de “pedir autorização ao governo” para tudo.

Uma década depois da guerra, os presidentes Hoover e Roosevelt criaram a Grande Depressão. A partir dali, o povo foi informado que o governo podia cobrar quantos impostos quisesse, podia controlar o que quisesse, podia regulamentar tudo o que desse vontade. Ah, era tudo “pelo bem do povo”, claro. Afinal, não podemos deixar o João vender para o José e o José comprar do João sem o governo carimbando e autorizando (e tributando, naturalmente) cada passo que o José e o João dão.

A lambança da Primeira Guerra trouxe uma Segunda, que foi o momento do “planejamento científico”. Nessa época, foi informado ao povo que ele devia obedecer cegamente ao que o goveno mandava, porque o governo era formado por milhares de “especialistas” que sabiam as respostas certas para tudo.

Em 1972 o presidente Nixon chutou o balde de vez: admitiu para o mundo que o dinheiro era deles, dos governos, e que eles faziam o que queriam com o coitado. O povo descobriu que não podia mais guardar seu suado dinheirinho em casa, como uma reserva para o futuro: se fizesse isso, a inflação produzida pelo governo faria o dinheiro derreter. Havia a opção de guardar o dinheiro no banco, em algum investimento. Como um efeito colateral altamente desejável, o banco informava ao governo todos os detalhes sobre as economias de cada um, e até fazia a gentileza de separar a parte que o governo queria para ele.

Em 2001 o mundo ocidental descobriu o que acontece quando fanáticos religiosos ficam milionários: eles usam o dinheiro para matar quem não concorda com eles. Com o susto do 11 de setembro, o governo nos avisou que para nossa segurança ele passaria a monitorar nosso telefone, nossa internet e nossos cartões de crédito, instalaria câmaras nas ruas para nos vigiar, e para entrar em qualquer lugar precisa passar por detector de metais e raio X.

Agora, em 2020, o governo nos avisou que quando eles sentirem vontade de brincar de ditador, é só gritar a palavra mágica “pandemia!” e todas as leis vão para o lixo. Prefeito pode mandar prender, governador pode mandar fechar e/ou saquear empresas, pode-se gastar dinheiro à vontade, que depois a gente aumenta os impostos e tudo bem. Mas é tudo para nosso bem, e o povo acredita tanto nisso que até ajuda a xingar quem tiver a ousadia de usar o próprio cérebro, ao invés de apenas repetir o que o governo manda.

Das poucas liberdades que ainda temos, qual será a próxima a morrer?

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

ARAEL COSTA – JOÃO PESSOA-PB

Estimado e respeitadíssimo Guru

Mesmo impedido de participar, como mandam as Escrituras, do culto dominical ao Senhor, vali-me de pequena indulgência que os meios eletrônicos me facilitam (WhatsSapp – Rezando com o Evangelho), para tomar ligeiro contato com a Palavra e para minha surpresa o texto sagrado de hoje me levou a pensar na atemporalidade do pensamento cristão, provocando-me produzir o pensamento eu tomo a liberdade de lhe passar.

Não é nada.

É tão somente, como dizia o jornalista Millôr Fernandes, o pensar é o pensar.

Abraços, reverências e votos de uma semana mais tranquila para todos nós.

* * *

Por janelas e outras passagens

Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. (João, 10, 1-10).

Quando Maurício Assuero, um dos estimados colunistas que ponteiam nas páginas honradas desse hebdomadário intimorato, nos relembra os caminhos tortos percorridos por esses “ínclitos” cultores do direito e da moralidade que constituem o augusto pretório, alguns deles provavelmente nele ingressando pelas janelas de ventilação de sanitários pouco cuidados, para ingressar nessa subida corte (Clique aqui para ler), vemos perfeitamente a atemporalidade das palavras de Cristo, tema do Evangelho de hoje, quando Ele nos diz a verdade desse procedimento.

Relendo o mencionado colunista e pesando suas afirmações mais peremptórias, vemos muito bem como se deu o ingresso desses luminares na casa que eles deslustram com uma desfaçatez que fariam corar a Velhinha de Taubaté, se ainda estivesse entre nós.

Do “jurista de merda” ao filho da lavadeira, passando pelas relações de parentesco e bons serviços prestados, talvez até em causas menos nobres, temos tudo para o gosto do freguês, notadamente se este for bastante abonado, como decerto dirá um daqueles atendentes de balcão das ‘vendas’ cultuadas pelo nosso Jessier Quirino.

Permito-me discordar um pouco do já mencionado colunista quando ele lembra que esses notáveis e sábios juristas, já e já, usarão as páginas enxovalhadas de nossa C(Pr)constituição para higienizar suas preclaras nádegas, pois que pelo meios e modos de proceder que estão sendo adotados naquele frege, deveriam estar sendo limpas com folhas de nossa urtiga branca.

PENINHA - DICA MUSICAL