DEU NO X

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

FIDELIS GOMES DO AMARANTE JÚNIOR – BRASILIA-DF

Bom dia Luiz Berto!

Leio com certa frequência esta gazeta escrota e me identifico muito com as opiniões e publicações aqui expostas.

Tem coisas que não sabemos explicar o motivo, hoje pela manhã, vasculhando algumas pastas no computador, encontrei um texto que recebi/copiei a tempos e se quer me lembrava.

No mesmo momento, ao lê-lo, me senti na obrigação de lhe enviar, para que se acaso ache válido, publique. Segue o texto tal como recebi/copiei, preferi não incluir o nome de quem o publicou, visto que se quer me lembro como ele chegou as minhas mãos:

Um grande abraço.

R. Meu caro, aqui nesta bodega que manda é o freguês.

Tudo que os nossos estimados leitores nos mandam é publicado de imediato.

Só agora, depois de editado e postado, é que vou ler o texto que você nos mandou.

Grato pela força e pela audiência.

Mande as ordens

* * *

Este artigo nos foi entregue pelo Prof. Dr. Pedro Renato Lúcio Marcelino, em classe, (4º ano do Curso de Direito da Faculdade de Direito de Salto) que recebeu em um congresso, onde foi debatido a boa fé objetiva, a eticidade e a sociabilidade, que se encontra presente no novo Código Civil. Não sabemos quem foi o autor do texto, mas merece ser lido e refletido sobre seu conteúdo. Ao autor, nossos agradecimentos e estaremos divulgando.

***

Diz uma história que numa cidade apareceu um circo, e que entre seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da platéia e o riso era tão bom, tão profundo e natural que se tomou terapêutico.

Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas eram indicados pelo médico do lugar para que assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar angústias.

Um dia, porém um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o doutor. O médico então, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza, de abrandamento de todas as dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros do nosso jeito perdido de ser. O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direção á porta e quando já estava saindo, virou-se, olhou o médico nos olhos e sentenciou: “não posso procurar o circo… aí está o meu problema: eu sou o palhaço”.

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A PALAVRA DO EDITOR

VAMOS TIRAR DO CENTRO

O vídeo que está no final desta postagem eu recebi pelo zap, enviado pelo meu amigo-irmão Rubão, conterrâneo de Palmares e que vive ainda na nossa terrinha desde o dia em que nasceu.

Reproduzi na contracapa do meu livro de crônicas A Prisão de São Benedito,  em sua primeira edição uma frase que ouvi de Rubão e que nunca mais me saiu da cabeça:

– Eu não troco Palmares por Paris!

Junto com o vídeo, Rubão me mandou esta mensagem:

“É pra tu matar as saudades dos tempos que a gente tirava do centro num boteco”.

“Vamos tirar do centro” foi uma expressão inventada pelo saudoso amigo Silvio Magalhães,  grande médico da nossa cidade e nosso parceiro de lapadas de cachaça, que significava “Vamos tomar uma”.

Pois olhando este vídeo, as grades de cerveja, o casal de proprietários por trás do balcão, sobre o qual está uma lata de Pitu, proprietário e freguês nus da cintura pra cima, me deu uma vontade da porra de tirar do centro.

Mas, como abstêmio compulsório disciplinado, sigo à risca as ordens do meu cardiologista. Ficarei só na vontade.

O talentoso artista e pandeirista que aparece no vídeo, cantando uma composição de sua autoria, me deixou comovido, saudoso e cheio de ternas lembranças.

Quase chorei…

Xiuf, xiuf, snif, snif…

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

DONA MARIA LIA

Minha mãe tinha 18 anos. Sempre teve. Ou pensava, e agia, como se tivesse. O que dá no mesmo. Para definir quem era, basta lembrar frase de Dostoiévski que vivia repetindo: “Sinto um prazer quase indecente de viver”.

Quando fez 40 anos, mandei bilhete: “Mamãe. Não é por nada não mas a IDA começa aos 40”. A volta veio só bem mais tarde: “Meu filho. Esperei 40 anos para lhe responder. A IDA pode ser que comece aos 40. Mas a VIDA começa mesmo é aos 80”.

Num dos últimos aniversários dela, escrevi: “Me diga Dona/ Maria Lia/ Luar da noite/ Flor do meu dia/ Se brilha ainda/ A luz infinda/ Que eu perseguia”. Essa luz findou, agora. É o destino de todos nós. Com 92 anos, publicou livro contando histórias do passado (Recordar é Viver). Nele, está um poema premonitório que escreveu, Ele Acreditou. Em que dizia:

Ele acreditou nos adultos
E compreendeu que eles não eram sábios.

Ele acreditou na inteligência
E viu que ela construiu uma bomba que pode destruir o mundo.

Ele acreditou na retidão do caráter
E sofreu vendo seu pai ser perseguido por não compactuar com posturas indignas.

Ele acreditou na paixão
E se queimou, portando ainda tisnas dentro da alma.

Ele acreditou na vida
E a transpôs para outros seres, mas desesperou-se descobrindo quanto ela é frágil e tão facilmente extinguível!

Ele acreditou na ciência
E soube que ela é provisória.

Ele acreditou em Deus
E o encontrou injusto e incoerente.

Então ele acreditou na morte…
E ela não o decepcionou.

A morte nunca decepciona, dona Maria Lia tinha razão. É sempre certa. E sempre triste. Mas segue a vida. Um personagem de Carlos Nejar (em A Explosão), Jordana Duarte, depois de perder aquela que a criou, “Olhava para o céu e sabia que lá estava vagando sua mãe”. Assim seja, com todos os filhos.

Por isso ao acordar, e até fim dos tempos, a primeira coisa que farei vai ser olhar para o alto.

Na esperança de ver, pelos céus impossíveis e distantes, minha mãe passeando nos raios de uma luz infinda. Jovem e bela. Feliz. Em paz.

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

COMENTÁRIO DO LEITOR

PENINHA - DICA MUSICAL