DEU NO X

CARLITO LIMA - HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

A GRINGA DE CRUZ DAS ALMAS

A praia de Cruz das Almas é uma das mais charmosas de Maceió. Há alguns anos, quando o bairro era pouco habitado, apresentou-se no Posto de Saúde uma enfermeira americana, de nome Hanna. Houve um frenesi na comunidade, algumas casinhas entre os coqueirais. A jovem veio de San Diego da Califórnia (terra roubada dos Mexicanos pelos USA) estagiar no Posto por conta de um convênio de seis meses no Brasil. Esse semestre ficou na memória de todos os moradores do povoado. A enfermeira era um encanto de jovem. Sua pele de um rosado leve, parecia porcelana. Dava vontade em qualquer ser humano de alisar aqueles braços. Os cabelos louros, olhos verdes fuzilavam quando fixavam em algum ser humano. Nariz afilado como uma menina de Renoir e lábios carnudos, sensuais, eternamente molhados. Vontade de mordê-los.

Hanna, a bela, encantou-se com a praia de Cruz das Almas. Assim que largava o serviço de enfermagem, vestia um minúsculo biquíni, atravessava o coqueiral, em direção ao mar, mergulhava e nadava leve, solta. Quando o sol se punha, ela retornava à casa onde morava com um casal de enfermeiros americanos. Esse fato espalhou-se pelas redondezas. O Posto de Saúde de Cruz das Almas começou a ser frequentado pelos homens da redondeza. Bastava uma furada no dedo, corriam para ser atendidos pela jovem. Eles cantavam a bela, ela fazia não entender. Sorria muito.

Um político do Passo de Camaragibe, terra do mestre Aurélio, apaixonou-se. Todos os dias ele aparecia e levava um presente. Ficava contemplando aquela belezura como se fosse um ser do outro mundo. Achava-a pura como uma santa e a desejava com uma puta. Os médicos da região constantemente passavam pelo posto. Convidavam Hanna para estágios nos hospitais ou suas clínicas particulares. Fazendeiros ofereciam empregos vantajosos e passeios maravilhosos. Em pouco tempo eram muitos os pretendentes. Todos a desejavam. Várias figuras conhecidas queriam comê-la: uma dentista, dois advogados, um engenheiro, duas médicas, um capitão e um escritor da Academia Alagoana de Letras, imortal. Cheios de amor e desejos por Hanna, a bela. Ninguém imaginava que ela já havia escolhido um sortudo. Apareceu a paixão de sua vida. Seu coração de jovem de vinte anos foi aberto, junto com braços e pernas para um novo amor.

O afortunado, o escolhido, o ungido foi Tonho, tirador de coco, magro, vestido com rota bermuda, suja de palha de coqueiro. A magreza de seu corpo seminu, o sorriso constante, o corpo queimado do Sol, encantaram Hanna, a bela.

Tonho não é um padrão global de beleza. Mas foi ele quem Hanna, a bela, escolheu. Desde que lhe viu ficou apaixonada. Ele semianalfabeto, ela entendia pouco o português.

Toda noite Hanna tentava conversar com Tonho em sua casa de taipa, morava com os pais. Até que certa tarde, ela afinal conseguiu arrastá-lo pelo braço. Levou-o em direção à praia. Quando na areia, juntou seu corpo ao franzino corpo do jovem de 18 anos, ele tremeu de emoção e desejo. Hanna, a bela, ofereceu-se e deu seus lábios carnudos para Tonho beijá-los. Enrolaram-se na areia. Fizeram amor com carinho, ela comandando o ato. Foi a primeira vez de Tonho. Todas as tardes os dois se banhavam no mar até o anoitecer. Tinham como testemunha apenas a imensidão de céu e a proteção de Yemanjá.

Até a natureza mudou nessa época. Os coqueiros pareciam mais alegres com o embalo do vento. As flores dos gajurus se tornaram mais brilhantes. Os gramíneos, as folhas verdes ficaram mais viçosas e a vegetação praieira se transformou em um tapete de flores amarelas, como se fora uma homenagem à beleza daquela mulher. O azul do mar tomou um esverdeado que nenhum pintor jamais ousou imaginar. No final da tarde a maré trazia cardumes de peixes: carapeba, tainha, arabaiana, curimã, camarão, siri. Vinham beber, sorver o líquido, os fluidos das entranhas, do suor da Deusa, que se banhava na piscina do mar, amando Tonho. Houve uma troca. As seivas dos coqueiros, das gramas, dos gajurus, das flores amarelas, juntaram-se com as águas-marinhas, os sargaços, as águas-vivas e penetraram no âmago da americana. Essa troca de fluídos resultou na fecundação de um ser no ventre de Hanna, com a cumplicidade do sêmen de Tonho, seu homem.

Hoje Hanna, a bela, vive em San Diego com seu filho, Antônio, de cinco anos, moreno de olhos verdes. Gosta de subir em árvores, de correr na praia. Fica fascinado com o mar ao longe, o horizonte cheio de mistério.
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DEU NO JORNAL

AO DEMITIR PRATES, LULA SE PROCLAMA O DONO DA PETROBRAS

Editorial Gazeta do Povo

Lula demitiu na noite de terça-feira (14) o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates; substituta deve ser Magda Chambriard.

Lula demitiu na noite de terça-feira (14) o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates; substituta deve ser Magda Chambriard

Quando o mercado e a sociedade se alarmam com a demissão de um executivo de estatal que nem deveria ter assumido o cargo e nunca foi exatamente pró-mercado, isso é um sinal nada animador. Jean Paul Prates, que comandava a Petrobras desde o início do terceiro mandato de Lula, foi demitido pelo presidente da República na noite de terça-feira, surpreendendo os analistas – mais pelo momento que pela decisão em si. Mas, ainda que houvesse bons motivos que pudessem justificar sua saída, eles não tiveram relação alguma com a decisão de Lula; as razões pelas quais a cabeça de Prates rolou têm tudo para fazer com que sua passagem pela Petrobras acabe lembrada pela expressão “ruim com ele, pior sem ele”.

Prates, verdade seja dita, nem poderia ter sido nomeado para a Petrobras. No início de 2023, ele ainda detinha mandato de senador, e por isso estava sujeito às vedações previstas na Lei das Estatais – vedações estas derrubadas liminarmente por Ricardo Lewandowski em março do ano passado e restabelecidas agora pelo plenário do STF, com direito a uma gambiarra jurídica que validou as nomeações contra legem feitas por Lula enquanto vigorou a liminar. À frente da petrolífera, Prates se empenhou em desfazer boa parte do esforço saneador que antecessores seus haviam levado a cabo para recuperar a estatal da depredação moral e financeira provocada pelo petismo e desvendada pela Operação Lava Jato.

Em maio de 2023, Prates anunciou o fim da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), substituída por uma combinação obscura entre preços do petróleo no mercado internacional e outros critérios vagamente definidos e que poderiam dar margem a intervencionismos. Sob a batuta de Prates, a Petrobras reverteu as políticas de desinvestimento pelas quais a empresa priorizaria a exploração e a produção de petróleo, atividades mais lucrativas e nas quais a estatal se destaca; a venda de refinarias foi interrompida ou anulada, e até mesmo a Abreu e Lima, um sorvedouro de dinheiro nascido de uma camaradagem entre Lula e o regime chavista venezuelano, teve suas obras retomadas. Além disso, a estatal ressuscitou políticas protecionistas de conteúdo local para privilegiar a indústria naval brasileira.

Tudo isso estava alinhado com os planos do Planalto para a Petrobras, mas não foi suficiente. Prates divergiu de Lula e do ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, em temas como a distribuição de dividendos extraordinários, a intervenção em preços de querosene de aviação para ajudar empresas aéreas e o aproveitamento de gás natural extraído no pré-sal; o próprio Prates atribuiu sua demissão à pressão de Silveira e de outro ministro, Rui Costa, da Casa Civil. E a única razão para que analistas sejam quase unânimes em lamentar a saída de um presidente da Petrobras que acabou com a PPI e determinou o retorno de políticas nocivas para a companhia é o fato de Prates ter se tornado, subitamente, um “mal menor”, como o barítono desafinado da piada que, vaiado pela plateia, diz “se estão me achando ruim, esperem só pelo tenor”.

Magda Chambriard, engenheira e ex-funcionária de carreira da Petrobras, foi escolhida para suceder Prates e deve ter seu nome aprovado em breve pelo Conselho de Administração. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre 2012 e 2016, no governo de Dilma Rousseff – a ex-presidente endossou o nome, que também teve o apoio do ministro Rui Costa e do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli. Seu perfil é bem mais alinhado com os objetivos que Lula e Silveira têm para a estatal, dentro do chamado “desenvolvimentismo”, que enxerga a empresa como subordinada a um plano maior de desenvolvimento nacional determinado pelo governo, como descreveu Lula recentemente.

A perspectiva, portanto, é de que o intervencionismo estatal na administração da Petrobras, que já existia na gestão de Prates, seja intensificado com Magda Chambriard; ela inclusive assume ciente de que, se não cumprir à risca a vontade do chefe, terminará como seu antecessor. Mas, a julgar por suas declarações e textos, seguir fielmente a vontade de Lula não será um problema para a escolhida, que topará ser a CEO no papel para que, na prática, o dono da Petrobras esteja no terceiro andar do Palácio do Planalto.

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

SANCHO PANZA - LAS BIENAVENTURANZAS

¿QUIÉN TE CREES QUE ERES?

“¿La clave de mi éxito? Estuve en Jururubimbinha, amigo lector”. Meu cão Guim Velhim (13 anim) late com ‘L’: “al, al, al” ao me ver chegar. Já cá estou, também a latir, num prosaico “au”. O cão olha e me entende.

È successo di tutto… Entende e estende a mim o olhar repleto de cumplicidade pelo carinho, pelas refeições, pela água fresquinha, pelo osso mensal e pela mesada semanal para poder ir ao puteiro (cadeleiro) canino com o pomposo nome ‘Cadelas and Gatas for Dog’ (tem até cartão fidelidade canina).

A ruiva cadela Pandora (15 anim bem vividim) reprova em ambos tal conduta ‘puterística’. Falando em ruiva e «p’ra não dizer que não falei das flores»: ‘A ruivíssima Gaffe’ acaba de ler, en passage, na Proceedings of the National Academy of Sciences – PNAS para os amigos -, que os homens com os testículos menores tendem a colaborar mais nos cuidados com as crianças.

De volta para o futuro; alvíssaras, a minha ácida flor ruiva favorita VOLTOU… Para os que sabem ler, gostam de aprender, apreciam humor, inteligência e PORRADA NO FÍGADO: a Gaffe está de volta.

Cuando termino de pronunciar futuro la primera sílaba ya está en el pasado”, escribió Wislawa Szymborska. La frase alude al paso del tiempo, pero también describe la fragilidad de nuestros proyectos: de nuestra vida.

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PENINHA - DICA MUSICAL

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

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CINCO MOTIVOS PARA SER CONTRA O “PL DA GLOBO”

Deltan Dallagnol

Cinco motivos para ser contra o “PL da Globo”

Ontem (14), em mais um tapa na cara dos brasileiros, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, colocou em pauta o projeto de lei 8889/17, que pretende regular e taxar serviços de streaming e de TV por assinatura, ao mesmo tempo em que isenta de impostos o serviço quando é de titularidade de concessionárias como a Globo, isentando o Globoplay. O projeto recebeu vários apelidos, mas, por conta disso, o que mais viralizou nas redes sociais foi “PL da Globo”. Em poucas horas, o assunto se tornou o número um nos trending topics do X (Antigo Twitter) com a hashtag #PLdaGloboNão.

Em agosto do ano passado, a maioria dos deputados aprovou um requerimento de urgência para o PL da Globo, razão pela qual o projeto sequer passou pelas Comissões temáticas da Câmara dos Deputados, ou mesmo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que é a responsável por verificar se o PL é constitucional ou não. O PL ficou guardado na gaveta de Arthur Lira até agora, quando o Brasil vive uma das maiores calamidades da história do país: a destruição completa do Rio Grande do Sul, que está neste exato momento submerso pela água das chuvas, com centenas de mortos e desaparecidos, e milhares desabrigados.

O que o governo e Arthur Lira não contavam foi com a força do povo: a mobilização foi tanta ao longo de todo o dia de ontem que, no fim da noite, foi anunciada a retirada do PL da pauta de votações do Plenário da Câmara – mas, atenção, ele pode voltar a qualquer momento. Apenas ganhamos tempo. Por isso, é importante que você saiba e compartilhe o máximo que puder por que esse projeto é tão ruim, para que a sociedade possa se mobilizar contra a sua aprovação na próxima vez que for incluído na pauta da Câmara dos Deputados, já que, com a urgência aprovada, ele pode entrar a qualquer momento.

A tentativa de aprovar o PL ontem não foi uma coincidência: ela acontece exatamente no mesmo momento em que o governo, preocupado com a estrondosa queda na popularidade de Lula, quer sufocar todas as críticas à sua incompetência na gestão da crise humanitária que acontece no Rio Grande do Sul. O desespero é tamanho que o governo vem tratando as críticas da população como fake news, o que já gerou até a abertura de um novo inquérito, que será relatado pela ministra Cármen Lúcia. A aprovação desse PL faz parte de um esforço maior do governo de centralizar e controlar a informação e a narrativa, impondo censura às vozes divergentes e a doutrinação ideológica na marra.

Mas, afinal, por que esse PL foi tão rejeitado pela sociedade brasileira? São cinco os principais problemas do PL, ou motivos para ser contra a sua aprovação, que atraíram a rejeição praticamente unânime das pessoas nas redes sociais. O primeiro problema é que o governo Lula – finja surpresa – aumentará a tributação sobre os serviços de streaming, como a Netflix, a Amazon Prime Video, Disney+, AppleTV, Max e, o que é especialmente preocupante, o YouTube. Isso significa que se você é assinante de qualquer um desses serviços, você passaria a pagar mais caro por sua assinatura, e as pessoas que produzem conteúdo para essas plataformas veriam sua remuneração ser diminuída em razão dos impostos, especialmente os youtubers. Isso reduziria a oferta e a qualidade de conteúdo online que chega até as pessoas. 

O segundo problema é que o PL, como dito acima, prevê uma isenção para o serviço de streaming “provido por concessionária do serviço radiodifusão de sons e imagens”, o que isentaria, portanto, o Globoplay, serviço de streaming da Globo, que detém concessão pública de rádio e TV. A Globo, que já é dona da maior reserva de mercado na área de comunicação do país, é também a emissora que mais recebe verbas publicitárias do governo federal. No último ano do governo Bolsonaro, em 2022, a Globo recebeu R$ 89 milhões; Lula aumentou o repasse de verbas para a Globo em 60% em 2023, chegando a R$ 142 milhões, segundo dados da Secretaria de Comunicação (SECOM). 

É importante que grandes veículos realizem um jornalismo crítico e independente. Contudo, qual o grau de independência quando sua lucratividade, sua competitividade ou até mesmo sua sobrevivência podem depender de verbas governamentais que podem ser alocadas de modo discricionário entre diferentes grupos adversários? Até onde vai a independência dos veículos em relação a conteúdos que se relacionam com seus maiores anunciantes que mantêm seu negócio vivo e rentável? Por isso, o projeto de lei foi compreendido como uma tentativa do governo de fortalecer canais de informação que ele pode influenciar, em maior ou menor grau, em detrimento de influenciadores e canais independentes.

Notem que o projeto tem efeitos claros: de um lado, serviços de informação alternativos que dão voz às pessoas, como YouTube e outros canais de streaming, seriam desincentivados por meio da ampliação de sua carga tributária – lembrando que temos a mais alta carga da história no país. De outro lado, a mídia oficial – as concessionárias que recebem rios de dinheiro público a título de publicidade que podem influenciar sua cobertura e abordagem – sairia fortalecida. Ganham grandes conglomerados e a doutrinação, perdem uma multidão de influenciadores digitais e a pluralidade de informação e de abordagem.

O terceiro problema é que o PL da Globo é discriminatório, já que ele introduz um regime de cotas para a produção e oferta pelas plataformas de streaming. O que o projeto faz é obrigar as plataformas a reservar metade do seu catálogo para conteúdos brasileiros, sendo que metade desses conteúdos brasileiros deveria ser produzido por produtoras que sejam compostas, na sua participação societária, do que o projeto chama de grupos “vocacionados”, ou incentivados, que são formados por mulheres, negros, indígenas, quilombolas ou povos e comunidades nacionais, pessoas com deficiência e grupos em situação de vulnerabilidade sociail, como a comunidade LGBT. 

Não há dúvidas de que os grupos mais vulneráveis da sociedade devem receber atenção por meio de políticas públicas, inclusive de renda mínima. Contudo, a lógica do sucesso de empreendimentos culturais deve ser guiada pela qualidade ou adesão popular das suas obras, e não por características identitárias, físicas ou econômicas de seus sócios, as quais não se relacionam com o que é produzido. Na mesma linha de um dirigismo econômico discriminatório e ineficiente, o PL privilegia o direcionamento de recursos públicos para produções culturais nas regiões norte, nordeste e centro-oeste, em detrimento das demais regiões do país. Mais uma vez, tais regiões devem receber atenção estatal por meio de políticas públicas e de investimento em infraestrutura, mas não é esse o caminho do projeto.

O quarto problema é que o PL da Globo cria um ambiente propício para a doutrinação ideológica da nossa sociedade, a partir da introdução obrigatória de conteúdos baseados no identitarismo woke importado acriticamente pela esquerda brasileira dos Estados Unidos. Ele prevê, por exemplo, que a produção e disponibilização de catálogos serão guiadas por diversos princípios que incluem a promoção da diversidade de gênero e o incentivo à contratação das pessoas daqueles mesmos grupos “vocacionados” ou incentivados que vimos no parágrafo anterior. É legítimo que a esquerda progressista busque financiamento privado para suas pautas e visões identitárias, mas não é razoável que a lei direcione recursos públicos especialmente para financiar suas pautas, com as quais, aliás, grande parte dos brasileiros não concorda.

O quinto problema é que esse PL não é amparado em evidências nacionais ou internacionais de que práticas semelhantes a essas tenham sido positivas em qualquer lugar do mundo. Simplesmente não há nenhuma prova concreta de que esse PL seria um sucesso, ou de que melhoraria o ambiente cultural e televisivo de nosso país. Trata-se de mais uma expressão da sanha arrecadatória misturada com a interferência estatal indevida do governo na liberdade de informação das pessoas, a fim de querer ditar para os brasileiros o que eles devem assistir e consumir, e mais ainda, como devem pensar e se expressar a respeito das pautas que esses grupos de esquerda, identitários e woke, definem como prioritárias.

O governo Lula sofreu uma primeira derrota ontem, com a retirada de pauta do PL da Globo, mas, como disse no começo deste artigo, ele pode voltar a qualquer momento. Precisamos ficar alertas e vigilantes para retomarmos a mobilização social assim que isto acontecer. Por enquanto, não se esqueça do poder que a sua mobilização tem, especialmente nas redes sociais – pelo menos, enquanto elas foram um ambiente livre da censura e constrição estatal. Esse poder transformador é um dos motivos pelos quais Lula, o PT e alguns ministros do Supremo querem tanto a censura. Tivemos uma vitória por ora e este é um momento para celebrar, mas fiquemos atentos para que o #PLdaGloboNão não retorne e seja aprovado.