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CARLOS EDUARDO SANTOS - CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA

O LIVRO DE JÔ

Jô: 25 anos idealizando programas de Tv. Foto de Nicoli Mazzarolo

Otávio Moraes, Sociólogo e Mestre em Administração, comentando matéria contida no livro Mude o conceito, disse que Jô Mazzarolo foi muito feliz ao orientar as pessoas quando e como se deve arregaçar as mangas e agir, diante uma situação que pode ser melhorada e até um pedaço do mundo possa vir a ser mudada.

Ela foi uma visionária. Transformou a Globo Nordeste, ampliou a audiência, o valor dos patrocínios, integrou estados, elevando o jornalismo profissional a um novo patamar.

Criou notáveis programas, valorizou situações e provou que a responsabilidade social não é um custo, mas um investimento em consciência, marcas e resultados.

Jô é uma mulher que acredita no poder da ação. Seu livro é um manual prático de liderança!

O livro de Jô Mazzarolo

O colunista conheceu Jô durante um cerimonioso aperto de mão no jardim da Academia Pernambucana de Letras, quando celebravamos a posse de mais um membro da “Casa de Carneiro Vilela”.

Pouco conversamos. Notei que era viva, prática, audaz, contava os minutos de cada ação. Passei-lhe meu cartão-de-visitas e meses depois, de surpresa, recebi sua comunicação. Estava na hora de finalmente publicar seu livro e desejava me contratar para projetá-lo.

Em breve prosa na cafeteria da Livraria Jaqueira, logo observei que mergulharia em sua grande história, desde a vinda do Rio Grande, até se tornar uma de nós, do círculo das notícias e das iniciativas culturais nordestinas.

Chegou carregando os dois bruguelos nos braços, enquanto os outros ficaram com o maridão, até ele obtivesse transferência para a UFPE

A ladeira do Morro do Peludo era o único caminho para chegar aos estúdios da Globo e cumprir o incômodo cotidiano inicial. Sendo mulher, teria que chefiar uma equipe já competente e desconhecida, instalada em local de difícil acesso.

Certo dia, ela até se deparou com uma jiboia tranquilona, que se esparramava na ladeira em que ela vinha subindo, mais parecendo um bicho preguiça. Esperou que o animal se deslocasse vagarosamente, para depois seguir. E contando o fato alguns ficaram surpresos.

Durante vários momentos de trabalho, nos debruçamos no alinhamento do livro. Selecionamos centenas de fotografias, preparamos títulos, capítulos e legendas. Ouvi atento algumas de suas histórias, sempre travando batalhas para realizar inovações, brandindo sua espada para obter a mudança de conceitos.

Seria “Cidadã do Recife” e de muitas outras cidades do Nordeste. Receberia medalhas, diplomas e certificados de várias instituições, que no livro, assinalamos para que seus méritos não fiquem esquecidos.

Jô imaginou, realizou e deixou com seus colegas, após sofrida despedida, uma herança afortunada em termos de ideias sobre como facilitar a mudança da emissora para a Rua da Aurora, cujo projeto de arquitetura lembra um televisor. Quebrou assim, paradigmas alterando até minúsculas estruturas de pensamento para dar reviravoltas em determinadas situações.

Sede da Rede Globo Pernambuco, na Rua da Aurora, 1027

Jô Mazzarolo mudou conceitos através das grandezas do seu espírito, despertando valores desconhecidos, em cidades pouco lembradas, com o fim de despertar iniciativas culturais, de responsabilidade esquecida dos administradores públicos.

Mas suas criações permanecerão, a exemplo: haver criado as campanhas: “O pernambucano do século”; Os Calendários de Cobrança aos prefeitos, por deficiências de suas cidades; trouxe o maestro Isaac Karabtchevsky, de São Paulo, para reger uma apresentação dos caboclinhos de Pernambuco. Nada igual!

Criou novos cenários nos estúdios, alterou para melhor as posições de cada um dos apresentadores em cena, que assim deixaram suas bancadas e tiraram suas gravatas, para se moverem como se num teatro estivessem, Respeitosamente vestidos, porém, mais à vontade diante dos espectadores.

Obteve a glória maior: ver várias de suas iniciativas mudando conceitos em várias emissoras-sedes e afiliadas da Globo, que adotaram as novas maneiras de fazer televisão estimulando iniciativas culturais e melhorando o comportamento das cidades, a fim de beneficiar os seres humanos.

Sinto-me orgulhoso em ter colaborado com sua obra Mude o conceito; e como como diria o filósofo: a fim de melhorar o mundo. Ao caro leitor, sugiro: mude conceitos!

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DEU NO JORNAL

CINCO FRAGILIDADES QUE BOICOTAM O FUTURO

Editorial Gazeta do Povo

crescimento econômico

Baixa produtividade é um dos fatores que sabotam o crescimento econômico de um país

O trabalho de fazer previsões sobre o crescimento econômico na tentativa de identificar a possibilidade de o país começar a superar o subdesenvolvimento no curto prazo e conseguir, no longo prazo, se aproximar do grupo dos países desenvolvidos exige que sejam conhecidas variáveis do sistema produtivo atual, como o Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, o padrão médio de bem-estar social da população, os gargalos e deficiências do capital físico (infraestrutura física, empresarial e social) e a taxa de investimento como proporção do PIB total.

O sistema econômico tem, de um lado, as entidades econômicas (pessoas, empresas, governo e resto do mundo) e, de outro lado, os fatores de produção (recursos naturais, força de trabalho, capital e iniciativa empresarial), que formam a base sobre a qual o país funciona e obtém seu PIB anual. Conhecido o sistema de entrelaçamento das entidades econômicas com os fatores de produção e a lógica de operação e funcionamento dessa parte da economia nacional, é importante considerar realidades conjunturais existentes, que em geral são frutos dos feitos do passado e determinam o desempenho da economia hoje e no futuro.

Entre essas realidades conjunturais, na economia brasileira cinco delas constituem fragilidades que dificultam o crescimento econômico, a saber: déficit público crônico, déficit estrutural do sistema de previdência social, baixa produtividade da economia, baixa taxa de investimento como proporção do PIB, e baixa taxa de crescimento do PIB por décadas seguidas. Em matéria de economia, há análises e previsões para todos os gostos, mas a validade de todas elas depende da situação dessas cinco fragilidades, pela simples razão de que nenhuma delas se resolve no curto prazo e, mesmo no longo prazo, são difíceis de extirpar, principalmente por sua resistência em relação às políticas públicas e à capacidade gerencial dos governos.

O problema brasileiro, refletido em seu nível de subdesenvolvimento e lento crescimento econômico, se resume ao baixo PIB por habitante, que está em torno de US$ 10,5 mil/ano segundo estatísticas recentes revisadas, e ao fato de que os países desenvolvidos têm PIB por habitante acima de US$ 30 mil. A taxa de crescimento do PIB brasileiro acima da taxa de crescimento da população é insuficiente para colocar o país no grupo dos desenvolvidos. Essa insuficiência deriva da presença daquelas cinco realidades conjunturais frágeis, que insistem em permanecer ano a ano, em boa parte por culpa de baixa competência dos governos na gestão macroeconômica nacional.

O Brasil padece de uma doença crônica que faz o país praticamente nunca estar em situação de calma e estabilidade para estimular os investimentos e induzir a economia a crescer a taxas expressivas que permitam sonhar com o desenvolvimento, a eliminação da miséria e a redução da pobreza. Essa doença crônica é a eterna situação de anormalidade política e mau funcionamento das instituições estatais, ao lado de alto grau de corrupção, desvios e fraudes. A alternância no poder e a troca de partidos com visões de mundo diferentes deveria ser normal e aceita como uma das características essenciais da democracia, de forma a não prejudicar o crescimento econômico regular. Infelizmente, não é o que ocorre.

Após a redemocratização, no fim do regime militar, e com o Partido dos Trabalhadores ganhando cinco eleições presidenciais, a esquerda brasileira, com o PT à frente, não aceita a alternância no poder e tornou-se especialista em tumultuar a vida nacional; além disso, corrupção, fraudes e desvios de toda ordem se repetem com regularidade digna de um sistema carcomido e disfuncional. Esse quadro é agravado por baixa eficiência administrativa, de forma que o efeito destrutivo das cinco fragilidades já referidas é a consequência normal de um país que não consegue a normalidade política necessária a um projeto de expansão econômica e melhorias sociais relevantes.

O presidente Lula demonstra despreparo e profundo desprezo no trato das fragilidades referidas, que não são as únicas, fazendo que tais fragilidades não sejam prioridade no debate nacional e tenham baixa presença no rol das preocupações do governo e das elites dirigentes. Vale ressalvar que as cinco fragilidades aqui mencionadas (déficit público crônico, déficit estrutural do sistema de previdência social, baixa produtividade da economia, baixa taxa de investimento como proporção do PIB, e baixa taxa de crescimento do PIB) impedem a viabilidade de qualquer plano com vistas a colocar o país na estrada rumo aos países desenvolvidos.

A metade da terceira década deste século termina no fim deste ano com o país mergulhado em crise política e graves distorções no funcionamento dos três poderes da República. Com esse quadro, as fragilidades que boicotam o desenvolvimento continuarão, não serão enfrentadas, e o país não sairá do atraso.

PENINHA - DICA MUSICAL

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