
Arquivo diários:4 de abril de 2025
DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOÃO FRANCISCO – RIBEIRÃO PRETO-SP
CARLITO LIMA - HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

OS TRAPICHES DE NOSSA INFÂNCIA
Avenida da Paz – Hoje
Nós, meninos da Avenida da Paz, tínhamos nossas opções de diversões no paraíso: a praia, o mar, o riacho Salgadinho, o extenso calçadão arborizado de amendoeiras, o imponente coreto que servia como palco das brincadeiras. No calçadão, as noites eram uma festa. A moçada montada em bicicletas, circulando de patins, patinetes, jogando ximbra, rodando pião, brincando de rouba-bandeira ou gata-pirada. Às vezes um namoro, um aperto, um abraço. A puberdade florescia. Em algumas noites, os moradores sentavam-se nos extensos bancos colocados no calçadão, entre as amendoeiras. A Banda de Música do Exército posicionava-se no coreto e iniciava o concerto. Ouviam-se músicas clássicas, populares e jazz. O Exército Brasileiro organizava essa retreta toda noite de quarta-feira, os moradores adoravam.
A praia de areia branca se estendia, servia de campo de futebol e de outras brincadeiras. Adorávamos mergulhar e nadar no mar azul esverdeado até perto dos navios fundeados. No retorno, os botos (golfinhos) nos acompanhavam como nos estivessem protegendo, brincavam, mergulhavam e emergiam, soltando um som gutural como se conversassem com os jovens nadadores.
Uma das mais gostosas e perigosas brincadeiras, aconteciam nas tardes de maré cheia, a moçada nadava até o trapiche fincado na areia, um pequeno armazém para apoio de embarque de sacos de açúcar. Mergulhávamos e nadávamos até o pequeno armazém mar adentro. Subíamos pelas palafitas de tronco de madeira, galgávamos ao telhado do armazém. Pisando em cima das folhas de zinco, contemplávamos a enseada da Avenida da Paz. No lado direito, a praia e as casas lado a lado; do lado esquerdo: o mar verde azulado infinito e o cais do porto. Ao olhar a imensidão do mar, sentíamos donos do mundo. Mergulhávamos, sentindo a carícia da brisa no corpo, o vento soprando a cabeleira até o impacto dos pés na água; afundávamos, no mesmo momento emergíamos alegres. Vinha a vontade imediata de outro mergulho, subíamos ao telhado do trapiche. Passávamos a tarde mergulhando, alguns mais corajosos mergulharam de cabeça ou da cumeeira do telhado. Ao escurecer, acabava a brincadeira.
Aconteceu uma tarde trágica, nosso amigo Tonico mergulhou e não retornou, não emergiu. Mergulhamos, vasculhamos o fundo do mar para tentar trazê-lo à superfície, não achamos o amigo. Desesperados, chamamos os bombeiros, os militares tentaram resgatar o corpo usando embarcações com o auxílio de mergulhadores. O corpo não foi encontrado. Alguém disse ter visto um enorme tubarão que o engoliu. Impossível. Nunca apareceu tubarão na praia da Avenida. Tristeza geral. O corpo, um mistério que ficou para sempre em nossas mentes e corações.
A Diretoria do Cais do Porto proibiu a brincadeira de mergulhar do telhado do trapiche. Passados alguns meses, nós retornamos a mergulhar no telhado de zinco. Quando aparecia o vigia brabo com seu inútil cassetete, a moçada fugia mergulhando no mar, se espalhava e gritava cada qual uma frase, enfurecendo o coitado do vigilante. “O Galo Canta!”, “O Macaco assovia!”, “Banana de Jegue!”, “No Cu do Vigia!”.
Nos anos 60 modernizaram o cais do porto e demoliram os trapiches de nossa infância.
LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

COMO OS PETISTAS VÊM SEUS LÍDERES
SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

NA CATAÇÃO
DEU NO JORNAL

BRASIL BRASILEIRO
ALEXANDRE GARCIA

QUEREM DEIXAR O RIO PIOR QUE O “INFERNO” DE DANTE
Desde 2020, a pedido do PSB, o STF interfere em operações policiais em favelas do Rio de Janeiro. Ação deixa precedentes graves de ativismo judicial
Dante, no Inferno, dizia que à entrada estava escrito “Deixai toda a esperança, vós que entrais” – Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate. Eu tinha uma esperança enorme de que o Supremo desistiria das restrições à polícia, nas ações em territórios liberados da soberania brasileira no Rio de Janeiro, locais tomados pelo crime que está deixando o Rio de Janeiro insuportável, com medo – são palavras do governador Cláudio Castro. Ele mesmo está mostrando que não há vocação turística que aguente, não há paz para os moradores. Mas o Supremo parece que colocou mais regras, agora tem de ficar tudo registrado lá, câmera, policial.
Vi ministro do Supremo dizendo que a letalidade policial diminuiu, mas é preciso que se continue a combatê-la. Pelo amor de Deus, combatam a letalidade dos bandidos! Está tudo errado, estão combatendo a letalidade da polícia e não combatem a letalidade dos criminosos. Não é a polícia que atira em primeiro lugar. O Brasil deve ser o lugar onde mais se matam policiais no mundo. Mas não vejo ninguém do Judiciário indo a enterro de policial e consolando as famílias dos policiais que morreram pela lei que eles aplicam.
E vai ficar cada vez pior. Eu lembro de quando o bandido no Rio usava revólver; hoje ele usa fuzil .50, granada e armas mais sofisticadas que as armas dos policiais. A bandidagem faz barricadas para marcar a fronteira. “Territórios liberados” é o nome; são santuários, como havia lá na Guerra do Vietnã. “A polícia aqui não entra, aqui mandamos nós”, dizem os traficantes. Eles mandam na distribuição de gás, de internet, cobram pedágio. É um outro Estado, fora da lei brasileira. Será que o Judiciário vive em uma ampola, isolada da dureza da população do Rio de Janeiro? O carioca sofre, em todas as regiões do Rio.
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Brasil ainda ficou com a menor tarifa na lista do Trump
No fim das contas, o Brasil ficou com a tarifa mínima, de 10%, no “tarifaço” de Donald Trump. Antes de fazer qualquer discurso, temos de pensar como é que podemos tirar vantagem disso. A tarifa pode prejudicar o café que vendemos para os Estados Unidos? Mas o Vietnã também vende café para os norte-americanos e vai pegar uma tarifa de 46%! Outro exemplo: a China está com uma tarifa de 34%; ela vende sapatos, roupas, itens que nós também produzimos. A União Europeia levou uma tarifa de 20%, o dobro da nossa. O Japão, 24%. E, se o Japão foi tarifado em 24%, é porque cobra 48% dos norte-americanos. Se a China é tarifada em 34%, é porque cobra 68% dos EUA. Se a União Europeia foi tarifada em 20%, é porque já vinha cobrando 40% dos Estados Unidos. Foi esse o critério do governo Trump.
O Congresso aprovou a Lei da Reciprocidade, o presidente Lula leu um belo discurso sobre isso, nós vamos reagir com reciprocidade. Pois eu lembro de palavras de Pierre Trudeau, ex-primeiro-ministro do Canadá, pai do Justin: ele dizia que “ficar do lado dos Estados Unidos é dormir com um elefante. Qualquer movimento dele nos afeta”. Então, temos de ter muito cuidado com o elefante.
DEU NO X

CHEGA DÁ PRA OUVIR O CHORO AO FUNDO…
Dá pra ouvir o choro no fundo
rsrs pic.twitter.com/82tnu839k4— Gustavo Gayer (@GayerGus) April 3, 2025
JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

NOTÍCIAS DE PORTUGAL
Lisboa. Algumas notícias colhidas por aqui.
1. Salário mínimo da função pública em Portugal é, hoje, de 875 euros. Mais de 6 mil reais. Os brasileiros, ao saber disso, vão chorar.
2. Desde 01 deste mês os tuk-tuks dos turistas estão banidos das 337 ruas que compõem o Centro Turístico de Lisboa. Confusão grande.
3. Nas Assembleias Municipais (nossas Câmaras de Vereadores), mulheres são apenas 31,2%, sem se conseguir aumentar esse número. No Brasil não é muito diferente.
4. A empresa Pinker, que opera uma espécie de Uber próprio, definiu que só terá motoristas e passageiros mulheres. Ocorre que o Instituto de Mobilidade dos Transportes (IMT) recusou licença, necessária para começar a operar, por considerar que o privilégio fere a regra constitucional da igualdade dos sexos. E agora?
5. Manchete do Diário de Notícias precisa ser explicada: “Carteiristas duplicam no Porto e em Lisboa”. É que ditos “carteiristas” são nossos bem conhecidos assaltantes de celulares e batedores de carteiras, nas ruas.
6. O Hospital D. Estefânia foi condenado pelo Tribunal Administrativo de Lisboa a pagar 1,4 milhões de euros (10 milhões de reais) por negligência em parto, pela qual a criança acabou com “paralisia cerebral profunda”. Movida essa ação em 2011, só agora teve sentença. Também na terrinha o Judiciário é lento.
7. Dois terços das vagas para médicos de família não foram preenchidos, no último concurso. E 4 enfermeiros pedem, por dia, licença para emigrar. Um mercado de trabalho aberto, para brasileiros.
8. Cada trabalhador do Serviço Nacional de Saúde – SNS, em Portugal, tem em média 30 dias de falta, por ano.
9. Fátima Fernandes (52 anos) doou seu rim à filha, Carla Fernandes, no hospital Curry Cabral (em Lisboa). Ficou famosa declaração da filha, ao jornal Público, “Foi a segunda vez que minha mãe me deu a Vida”.
10. Nos Boletins de Saúde Infantil, sai o amarelo, uma novidade faz pouco introduzida para atender movimentos que são contra a discriminação de sexo; voltando, como regra, as cores tradicionais ‒ azul e rosa.
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11. Novidade aqui é o “Trisraw”, bicicleta com 3 rodas e um sofá na frente. Ciclistas voluntários põem nele doentes, físicos e mentais, e saem a passear pela cidade nos fins de semana. Velhos também. Importante por ser, Portugal, o país da comunidade europeia com maior número de idosos, dois deles para um jovem. As fotos, com alegria visível no rosto dos conduzidos, são comoventes.
12. Experiência que faz muito sucesso, na França, acaba de ser implantada com força em Portugal. Velhos agora podem vender suas casas e continuar a morar nelas. Com o instituto do usufruto. O valor de venda é menor que o real, mas em troca o cidadão tem grana à disposição. Para usar, ou doar a um filho. E viver bem, onde sempre viveu, sem ter que mudar. Se morrer logo, é lucro para o investidor. Ao contrário, se sobreviver muito, grande vantagem para ele.
13. O partido Chega propôs reduzir o número de Deputados (Portugal não tem Senado), na Assembleia da República, para o mínimo constitucional de 100. Curioso é que, apesar desse número, a Assembleia tem hoje 230 deputados. Como pode? Apesar de perguntar a muitos professores e jornalistas, aqui, ninguém até agora conseguiu explicar a razão.
14. Empresas de cigarro estão lançando maços sem tabaco, à base de ervas. Com a vantagem de poder ter aromas; o que é vedado, nos cigarros normais, pela Comunidade Europeia.
15. Carreiras universitárias que, em Portugal, oferecem maiores remunerações, são saúde, informática (era mesmo de prever) e, surpreendentemente, matemática.
16. Em Portugal 26% das classes, nas escolas, tem menos de 10 alunos. E, 40%, menos de 15. Algo tem que mudar, claro. Mas não há coragem para fazer isso.
17. Clamor em Portugal. O Tribunal de Relação de Lisboa, por maioria, “causou espanto” ao libertar Luis Vallejo (60 anos), condenado por abusar de duas clientes na freguesia de Algueirão. Sem sequer considerar que uma delas gravou diálogo que teve, com esse médico, na ocasião do abuso.
18. O Tribunal de Lisboa invalidou prova na apreensão de 251 quilos de cocaína por emigrante da República Dominicana. Fundamento foi terem sido tiradas fotos, dos emigrantes, sem suas autorizações ou de autoridade judicial. O Jornal Publico não informa se a cocaína foi devolvida aos traficantes.
19. Na reação aos imigrantes, cada vez maior em toda a Europa, o constitucionalista Jorge Miranda defende que Portugal só deixe entrar imigrantes que falem português.
20. Empresários portugueses, ante as repetidas ameaças de Trump, reagem adaptando conhecido provérbio “Esperamos que sejam mais vozes que nozes”. OBS: Uma breve explicação, em complemento. O provérbio português certo é “São mais as vozes que as nozes”. Lembrando que, como se diz na terrinha, “com varas batem-se as nogueiras, faz-se grande estardalhaço e às vezes as nozes que caem são poucas”.
CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

XICO BIZERRA – JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE
Hoje, sexta-feira, 4 de abril, às 17h,
Estarei conversando com Ciro Bezerra, na Rádio Jornal do Commercio.
Trataremos de Música, Cultura, Poesia e tudo o mais que presta.
Ficarei grato pela audiência.