ALEXANDRE GARCIA

CONTINUAM ESNOBANDO

se as torradeiras derem a vitória ao ex-presidiário Lula, a legitimidade de uma eleição que tem por base apenas a canetada do ministro Edson Fachin e a fé na tecnologia das torradeiras será, evidentemente, questionada.

Brasil tem histórico de aprovação de projetos que dariam mais transparência à apuração, mas STF derrubou todos eles

O presidente do STF afirmou que, depois da eleição de domingo, as críticas ao processo de apuração perderam credibilidade e relevância de ser. Pelo jeito ele já fez uma pesquisa e descobriu que as críticas perderam relevância. A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, emendou dizendo que o processo eleitoral brasileiro é “o Brasil que deu certo”. Não tem como não lembrarmos da realidade: na Câmara e no Senado, tem muita gente trabalhando para ver se em 2026 não passemos pela mesma coisa, pelas dúvidas sobre o processo eleitoral. Estão pensando não em comprovante do voto, que o Supremo bloqueia alegando que pode revelar o sigilo do voto, mas no voto em papel mesmo, com contagem na seção, como fazem os outros países, usando computadores de última geração, mas com a transparência que a Constituição determina nos artigos 14 e 37.

O primeiro projeto para dar mais transparência e segurança ao voto foi de Roberto Requião, à época no MDB, junto com o Brizola Neto, do PDT. O projeto foi aprovado, e depois derrubado. O segundo projeto era de autoria de Flávio Dino, que era do PCdoB e hoje está no Supremo, novamente com Brizola Neto. Mesma coisa, aprovado e derrubado. O terceiro foi de Jair Bolsonaro; o Congresso aprovou, Dilma vetou alegando custos, e o veto foi derrubado por 71% dos congressistas. Então um ministro do STF suspendeu a lei, e depois o plenário confirmou a suspensão. Foi o que aconteceu nessa tentativa de termos eleição clara, limpa, transparente na contagem e preservando o sigilo do voto. Afinal, todo poder emana do povo principalmente por causa desse voto direto.

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Projetos que combatem ativismo do STF avançam na Câmara

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, tem conversado com ministros do STF dizendo que a Câmara não está contra o Supremo. Isso por causa de alguns projetos que estão tramitando lá. Nesta semana passou pela Comissão de Constituição e Justiça um projeto de emenda constitucional que já foi aprovado no Senado; ainda precisa da Comissão Especial e duas votações em plenário. A PEC determina que um juiz sozinho não pode bloquear uma lei. Mas existe ainda uma outra PEC, surgida na Câmara, prevendo que Câmara e Senado, com dois terços dos votos dos deputados e dos senadores, possam bloquear decisão do STF que consista em ativismo judicial. O relator, deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, disse que o objetivo é pôr um freio no ativismo judicial.

Há um parlamentar que, descrente do Poder Legislativo, ia se queixar no Supremo cada vez que perdia. Virou o campeão das Adins, ações diretas de inconstitucionalidade. Ele ia ao Supremo, que não pode recusar porque a Constituição diz que o Judiciário não pode rejeitar ninguém que apele à Justiça; tribunal não tem iniciativa, a não ser em Justiça de exceção. Randolfe Rodrigues só parou agora porque virou líder do governo no Congresso e foi para o PT, mas quando era da Rede e estava sozinho no Senado, o partido era ele; como o partido pode entrar com Adins, ele fazia isso toda hora.

O ministro Luiz Fux chegou a se queixar, em um discurso, que essa mania de pedir que o Supremo decida coisas que deveriam ter sido – e foram! – decididas pelo voto nos plenários da Câmara do Senado estava se tornando deletéria para o Supremo, estava prejudicando, destruindo o STF. O Supremo não é um lugar para tomar decisões legislativas, e sim para fazer a interpretação da Constituição. Mas o Supremo extrapolou essa função e entrou no ativismo judicial.

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Perda de credibilidade do jornalismo deveria servir de alerta para o Judiciário

Vejam o caso do jornalismo. O jornalismo tinha uma credibilidade que ajudava a prosperidade das empresas. Mas aí os estudantes de Jornalismo resolveram aprender nas faculdades com professores catequistas, militantes, que neutralidade e isenção é bobagem, que tem que ser todo mundo militante. Isenção e neutralidade se exige na notícia; o jornalista tem de ser escravo do fato, não tem de inventar fato, dourar fato como ele acha que deveria ser. Se quiser dar opinião, que vá trabalhar para ser editorialista e aparecer na página do editorial. E o que aconteceu? A militância fez também com que caísse a audiência dos militantes; tomaram um lado e perderam credibilidade. É o que está acontecendo com o Poder Judiciário.

DEU NO JORNAL

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

SEIS MESTRES DO IMPROVISO E UM CORDEL DE LEANDRO GOMES DE BARROS

Valdir Teles

No momento em que Pinto faleceu
As violas pararam de tocar
Deus mandou o Nordeste se enlutar
Respeitando o valor do nome seu
Pernambuco ao saber entristeceu
Paraíba até hoje está doente
Só tem galo cantando atualmente
Porque Pinto mudou-se do poleiro
Com a morte de Pinto do Monteiro
Abalou-se o império do repente.

Severino Lourenço da Silva Pinto, o Pinto do Monteiro (1895-1990)

* * *

Domingos Martins da Fonseca

Falar de nobreza e cor
É um grande orgulho seu
Morra eu e morra um nobre,
Enterre-se o nobre e eu,
Que amanhã ninguém separa
O pó do nobre do meu.

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Manoel Macedo

Fui cantador violeiro
Nas terras do meu sertão
Mas deixei a profissão
Em Goiás fui açougueiro
Eu trabalho o dia inteiro
Com minha faca amolada
Mas da profissão passada
Uma coisa me consola
Ainda tenho a viola
Como relíquia sagrada.

* * *

Dudu Morais

A lei do retorno é dona
De uma justiça tamanha
Porque quem bate se esquece
Da cara do que apanha
Mas quem apanhou se lembra
Da cicatriz que arranha.

* * *

Oliveira de Panelas

No saco de cego tem:
Arroz, feijão e farinha
fubá de milho e sardinha,
tem pão, café, tem xerém
algum dinheiro também,
sal, bolacha, amendoim,
tem pé de porco e pudim,
tem tripa e carne de bode.
Só outro cego é quem pode
ter tanta salada assim.

* * *

Otacílio Batista Patriota

Certa vez fui convidado
Para dançar numa festa
Perto de Nova Floresta
Na Vila do Pau Inchado
Eita forró animado:
Chega a poeira cobria
Mas a mulher que eu queria
Do Pau não se aproximava
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.

A garota Manuela
Quis viver só de um negócio
Entrava sócio e mais sócio
Dentro do negócio dela
Eu fui lá falar com ela
Mostrando o que possuía:
Ela somava e media
Meu negócio não entrava
Quando eu ia ela voltava
Quando eu voltava ela ia.

* * *

O IMPOSTO DE HONRA – Leandro Gomes de Barros

O velho mundo vai mal
E o governo danado
Cobrando imposto de honra
Sem haver ninguém honrado
E como se paga imposto
Do que não tem no mercado?

Procurar honra hoje em dia
É escolher sal na areia
Granito de pólvora em brasa
Inocência na cadeia
Agua doce na maré
Escuro na lua cheia.

Agora se querem ver
O cofre público estufado
E ver no Rio de Janeiro
O dinheiro armazenado
Mande que o governo cobre
Imposto de desonrado.

Porém imposto de honra
É falar sem ver alguém
Dar remédio a quem morreu
Tirar de onde não tem
Eu sou capaz de jurar
Que esse não rende um vintém.

Com os incêndios da alfândega
Como sempre tem se dado
Dinheiro que sai do cofre
Sem alguém ter o tirado
Mas o empregado é rico
Faz isso e diz: — Sou honrado.

Dizia Venceslau Brás
Com cara bastante feia
Diabo leve a pessoa
Que compra na venda alheia
O resultado daí
É o freguês na cadeia.

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DEU NO X

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

ELEIÇÕES E A ARTE DE ILUDIR

Lisboa. Domingo tivemos, no Brasil, eleições para vereadores e prefeitos. Segundo a Frente Nacional de Prefeitos, teríamos 5.565 municípios; ou 5.568, segundo o IBGE, mais 2 “Equivalentes”. E 26 Estados, sem contar o Distrito Federal (único em que não houve eleição).

Já em Portugal são 278 Concelhos, no continente; mais os das Regiões Autônomas da Madeira (11) e dos Açores (19). No total, portanto, 308 Concelhos. Agrupados em distritos.

Tais Concelhos ou Municípios, por sua vez, são divididos em 3.091 freguesias locais. Ainda resquícios da Monarquia ‒ quando nascimentos, casamentos e óbitos eram registrados nessas freguesias. Em sua origem, “territórios a cargo de uma paróquia católica”. Fernando Pessoa, por exemplo, tem seus registros de nascimento (em 13/06/1888) na Igreja dos Mártires, e não em nenhum cartório, aqui nomeados “Conservatórias”, que vieram só com a República (em 1910). Quando todo sistema de registros foi mudado para o atual.

Nosso apartamento, a propósito, fica na antiga Freguesia de São Mamede, hoje Freguesia de Santo António. Só para lembrar foi na Igreja de São Mamede que casou por procuração, em segundas núpcias, a mãe de Fernando Pessoa, Maria Magdalena Pinheiro Nogueira, com o capitão João Miguel dos Santos Rosa; que, nomeado cônsul de Portugal em Durban (África do Sul), andava longe.

Cada Concelho elege uma Assembleia Municipal formada por Deputados Municipais, assim são nomeados. A eles se juntam presidentes de Juntas de Freguesias escolhidos também pelo voto popular, um a menos. Quando eleitos por exemplo 21 Deputados Municipais, a Assembleia Municipal teria 41 membros, sendo os 20 restantes presidentes de Juntas.

Cada Concelho tem seu Presidente da Câmara (equivalente a nosso prefeito). Eleito por uma Assembleia que não tem funcionamento permanente e se reúne (em média) apenas 5 vezes ao mês. Esse presidente, no fundo quem manda, para evitar corrupção (o que o Brasil conhece bem) não pode se eternizar, no cargo, por conta de lei recente que limita essas eleições a três. Razão pela qual alguns até mantêm suas profissões. Como em Viseu, por exemplo, o saudoso amigo António Almeida Henriques, Presidente da Câmara de lá, que trabalhava na Prefeitura de manhã; e administrava suas empresas, à tarde.

Tudo sob supervisão da Comissão Nacional de Eleições, à semelhança de nosso TSE, rasgando lenda segundo a qual nosso Brasil seria o único país do mundo com uma Justiça Eleitoral.

Interessante é que essa legislação eleitoral passou a permitir candidatos não filiados aos partidos políticos convencionais; apenas exigindo que sejam registrados, na Comissão de Eleição, em Movimentos Independentes, normalmente criados para eleições específicas. Será que algum dia teremos isso no Brasil?, eis a questão.

Mas em algo, pelo menos, as eleições se parecem nesses dois países. Na arte de iludir (o eleitor). Volto a citar, perdão amigo leitor, concurso de 1778 que a Academia de Berlim realizou por inspiração de Frederico II da Prússia (1712-1786). Mais conhecido como Frederico O Grande (Friedrich der Grobe), era famoso por suas vitórias militares. Mas, também, pelo patrocínio às artes e ao iluminismo.

Esse concurso teve, como tema, “É conveniente enganar o povo?”. Dele se soube, não faz muito tempo, quando o filósofo alemão W. Kraus localizou suas atas. Frederico, no fundo, buscava compreender as relações entre ação política e sociedade de massas. A partir, segundo um dos 42 trabalhos apresentados, “da força plástica da visibilidade do poder sobre o hábito do segredo e da mentira em suas relações com a obediência política”.

Retraduzindo o tema do concurso, para dar-lhe alguma dignidade, tratava-se da tentativa de estabelecer a real dimensão do espetáculo do poder e as implicações políticas de alguns de seus instrumentos de trabalho: artifício, simulação, sedução, farsa.

A Academia, na dúvida sobre as reais intenções de Frederico, prudentemente decidiu premiar teses opostas. Uma, de Frederick de Castillon, entendia ser “útil, para aqueles que têm necessidade de ser queridos, sê-lo por quem os engana, quando para conduzi-los mais facilmente a um fim, e esse fim não seja outro que a verdadeira felicidade”.

Outra, de Rudolf Zacharias Becker, em sentido contrário recomendava o compromisso com a verdade em uma dimensão ética. E concluía seu texto dizendo: “Se quereis ser felizes, o façais com a vista posta na eternidade; onde a mente do homem, que nesta vida terrena apenas germina, cresce até converter-se em árvore frutífera”.

Esse tema voltou com força nessas eleições brasileiras de agora. Fico apenas com um exemplo. Em debate na televisão, uma jornalista de Curitiba disse que havia fila de 40 mil pacientes para exame de olhos; e perguntou se a candidata a Prefeita, Cristina Graeml, prometia zerar essa fila. Resposta

‒ Não, e quem disser que vai fazer isso estará mentindo.

Será que algum dia vamos ver mais candidatos assim, sem a compulsão de enganar o povo? Talvez no futuro, quem sabe?, tudo é possível. Seja como for, por agora, parabéns a todos os eleitos, prefeitos e vereadores. E por favor lembrem que, mais importante que ideologias ou projetos, o Brasil precisa mesmo, sobretudo, de homens públicos limpos. Decentes. E capazes de dizer a verdade.

DEU NO JORNAL

EMISSÃO DE GASES

Relatório do principal órgão da União Europeia encarregado dos dados sobre a emissão de gases de efeito estufa (GHG) aponta crescimento na poluição no Brasil entre 2022, último ano do governo Bolsonaro, e 2023, primeiro ano de Lula (PT), Marina Silva e cia.

Segundo o relatório 2024 da Base de Dados de Emissões para Pesquisas Atmosféricas Globais (EDGAR em inglês), entre os grandes poluidores, apenas China, Índia, Rússia e Brasil aumentaram suas emissões em comparação a 2022.

* * *

E no caso particular do Brasil, cresceu sobremaneira a poluição oral presidencialeira.

A cada cagada oral do descondenado, o fedor toma conta dos ares de modo que deixa o tempo totalmente fechado e poluído.

China, Índia e Rússia num chegam nem perto de nós outros sob este aspectos.

E se somarmos a emissão de gases peidíferos do nosso presimente, aí sim, é que ninguém ganha mesmo dessa nossa republiqueta banânica!

CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

O HOMEM QUE NÃO VENDEU SUA ALMA (1966) – UMA OBRA-PRIMA DE ZINNEMANN

Versão saída em Blu-ray

Na Inglaterra do século XVI, Henrique VIII (Robert Shaw) planejava se separar de sua primeira esposa para se casar com a fogosa (e bota fogosa nisso!!) Rainha Ana Bolena (Vanessa Redgrave), mas não recebe a aprovação de Thomas Morus (Paul Scofield), numa atuação soberba, impagável, um fervoroso católico que se tornou “Lord Chanceler”, um altíssimo posto que ele preferiu renunciar do que trair suas convicções. Entretanto, a importância de Sir. Thomas Morus era tão grande à época que mesmo após sua renúncia o rei continuou o perseguindo. Até que surgem “provas” que o incriminam como alta traição, um “crime” punido com a morte, sendo decapitado na Torre de Londres no dia 6 de julho de 1535, “antes das nove horas.”

(A MAN FOR ALL SEASONS (1966), ou O Homem Que Não Vendeu Sua Alma, é o primeiro de dois filmes em que o diretor Fred Zinnemann e a atriz Vanessa Redgrave trabalharam juntos. O posterior foi Julia de (1977). O ator Paul Scofield recebeu o Oscar de melhor ator pela atuação primorosa, mas não compareceu à cerimônia de entrega por ser avesso a comemorações. Com isso, sua estatueta de melhor ator foi recebida por Wendy Hiller, sua companheira de elenco. O orçamento do filme foi de US$ 3,9 milhões. Teve a sua refilmagem em (1988) com o mesmo título pelo ator e diretor Charlton Heston, que já havia trabalhado como ator principal em grandes clássicos do gênero, como Os Dez Mandamentos (1956), Bem-Hur (1959), O Planeta dos Macacos (1968), dentre outros. O homem que não vendeu sua alma ganhou nova versão e não decepcionou.

Como era de se esperar, um filme com esse objetivo e, ainda por cima, baseado diretamente em uma peça de teatro que seu próprio autor, Robert Bolt, transformou em roteiro cinematográfico, simplesmente não poderia primar pela ação no sentido mais esperado da palavra. Ela inexiste aqui e tudo, absolutamente tudo, recai no colo do incomparável trabalho dramático de Paul Scofield, no papel principal.

O ator, que começou sua vida artística no teatro, onde permaneceu focado praticamente a vida inteira, apesar de ter também aparecido em alguns filmes, viveu Thomas Morus na peça de Bolt tanto no West End de Londres, área da Região centro de Londres, Inglaterra, onde contém muitas atrações turísticas, quanto na Broadway, em Nova York. E foi a escolha do diretor Fred Zinnemann para viver o papel também nas telonas. No entanto, a produtora considerou que Paul Scofield não tinha nome para atrair audiência para o filme, com Richard Burton e Laurence Olivier sendo considerados para o papel. No entanto, o cineasta insistiu em sua escolha, brigou, ajudado por Bolt, especialmente depois que ele havia levado para casa o Tony de melhor ator justamente por seu trabalho na Broadway como Morus, em 1962.

Essa escolha foi extremamente acertada pelo diretor Fred Zinnemann. Paul Scofield interpretou Thomas Morus com um vigor impressionante, demonstrando com olhares, gestos e pequenos trejeitos corporais uma latitude dramática que vai da alegria em ver sua esposa no final de um dia estafante, passando pela surpresa e leve – mas elegante – desgosto em ver sua filha com um pretendente luterano e pelo encontro com seu amigo e rei nos jardins de sua moradia, até a veemente negativa em endossar o posicionamento do rei sobre o divórcio e novo casamento sem a benção do Papa.

O diretor Fred Zinnemann, por seu turno, não perde a oportunidade de manter sua câmera sempre parada e mirada no rosto de Paul Scofield em toda sua intensidade e profunda inteligência, construindo um personagem espetacular logo nos primeiros minutos da projeção, quando demonstra muito claramente sua integridade primeiro como advogado e, depois, como chanceler real.

O trabalho do ator Paul Scofield em O Homem Que Não Vendeu Sua Alma é um dos mais impressionantes trabalhos dramáticos da Sétima Arte, transformando um filme que é quase que completamente um teatro filmado e que, portanto, pode facilmente descambar para a monotonia, em uma obra realmente inesquecível, daqueles em que cada cena com a presença de Paul Scofield é um momento de se aplaudir. Sua presença é tão magnética e profunda, aliás, que todo o restante do elenco desaparece, até mesmo a espalhafatosa ponta de Robert Shaw como Henrique VIII e a assustadora aparição do imponente Orson Welles como o Cardeal Wolsey. Mesmo os atores que tem mais presença de tela, como John Hurt como Richard Rich e Leo McKern como Thomas Cromwell, por melhor que sejam os atores – e são mesmo excelentes – mínguam diante de Paul Scofield e a retitude moral e ética de Morus.

A equipe técnica que cuidou de O Homem que Não Vendeu sua Alma também não decepcionou. Figurinos corretamente suntuosos vestem o elenco que passeia por cenários em locação e alguns poucos construídos especialmente para o filme que se funde em um conjunto harmônico preciso que muito corretamente não tem nenhuma intenção de chamar atenção para si mesmo, deixando todo o espaço para que Paul Scofield e o restante do elenco brilharem como devem brilhar. A fotografia de Ted Moore, conhecido por seu trabalho na franquia 007, faz as cores ressaltarem da mesma maneira que ele as suga na medida em que o drama de Morus se torna cada vez mais sem saída, algo que a equipe de maquiagem e cabelo se esmera também em apontar.

Retratando um dos mais significativos momentos da história britânica sob o ponto de vista de um grande homem, o filme O Homem Que Não Vendeu Sua Alma é ao mesmo tempo uma aula de dramaturgia e cinema e de estadismo em sua forma mais pura. Todo político ou pretendente a político deveria no mínimo ser obrigado a absorver as lições que o Morus de Scofield passa aqui (já que pedir que estudem Thomas Morus talvez seja demais). O mundo político com certeza seria melhor mesmo se apenas um décimo da moralidade e honestidade do personagem fossem internalizadas.

“O Homem Que Não Vendeu Sua Alma” é uma grande lição de moral e ética que o diretor Fred Zinnemann nos deixou como legado.

Trailer O HOMEM QUE NAO VENDEU SUA ALMA, de Fred Zinnemann, COLUMBIA, 1966.

COMENTÁRIO DO LEITOR

PRAGA

Comentário sobre a postagem VARRIDO DO MAPA

Pablo Lopes:

A esquerda em geral, e o PT em particular são uma praga que precisa ser erradicada.

Este processo já está em curso e cedo ou tarde será concluído.

Aqui em Ribeirão Preto ela já foi quase totalmente exterminada, restando apenas alguns focos de infestação e algumas metástases.

Na região, eles foram defenestrados até de Araraquara, aquele bunker onde o nove dedos foi se esconder em 8 de janeiro do ano passado.

Fora PT, fora esquerda, vocês são perniciosos, mas logo o organismo social será contraindicado a estes parasitas.

Tenho dito!

SANCHO PANZA - LAS BIENAVENTURANZAS

THE UNTITLED SANCHO PROJECT

«¿Y que demonios puede hacer Laricca aunque se entere?» Como vovó já dizia: “Se você acha que a educação sai caro, tente a ignorância…” ¿Hasta dónde llegarías por una buena cronica con huracán? ¡Todo lo que necesitas saber! “… Economize não lendo Sancho”. Eis o primeiro parágrafo ‘navideño’.

Viajando em finais de ano. Tem muito mala por aí. E muitas malas também. Malas chiques, malas caras, malas baratinhas, para todos os gostos e bolsos. Dizem uns e outros que Malafaia disse que Bolsonaro é covarde e omisso e que teria questionado: ‘Que porcaria de líder é esse?’ A extrema-esquerda, em peso aplaudiu até as mãos ficarem vermelhas, vermelhuscas, vermelhascas.

“As pessoas não se mudam do inferno porque já sabem o nome das ruas”. Estados Unidos, en alerta MÁXIMO – La tormenta Milton (un potente huracán de categoría 5) puede ser la peor tormenta del siglo: «La supervivencia no está garantizada».

JBF semillero de votos conservadores. Não briguem com os números. Efeito Bolsonaro, para desespero da TURMA DO CONTRA – O PL, PARTIDO de Jair Bolsonaro foi o grande vencedor do pleito 2024 e cresceu de 4,7 milhões de votos para prefeito em 2020 para 15,7 milhões de votos em 2024, um crescimento percentual de 236,2%.

E, sobre eleições municipais 2024, um domingueiro Cícero Tavares tascou: “Estou feliz porque nessas eleições o PT foi quase varrido do mata político democrático. Faltou apenas um ‘cabelin de sapo’, como diz um cientista da roça lá em Carpina”. Ah, antes que me esqueça, para o bem da DEMOCRIA, o furacão Pablo Marçal disse “alto e em bom som” que concorrerá à faixa de presidente da República em 2026.

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