DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

VIOLANTE PIMENTEL – NATAL-RN

Bom dia, Luiz Berto!

Segue o comprovante da doação.

Bom final de semana.

Grande abraço.

R. Sua generosa doação já está na conta desta gazeta escrota.

A secretária Chupicleide ficou se rindo-se de dentes arreganhados, pois sabe que o décimo terceiro está garantido.

Ela e o jumento Polodoro, nosso mascote, relincharam de alegria, sabendo que vai ter dinheiro pra comprar cachaça e capim de boa qualidade.

Brigadão mesmo, minha querida amiga e colunista fubânica!

Aproveito a oportunidade para também agradecer as doações dos leitores Luiz Leoncio, Paulo Ferreira, Eduardo Antonio, Marcia Maria e Esdras Serrano.

Vocês são a força que mantém esta gazeta escrota nos ares e que cobrem as despesas com hospedagem e manutenção técnica feita pela empresa Bartolomeu Silva.

Vai voltar tudo em dobro na forma de paz, saúde, tranquilidade, harmonia e longa vida!!!

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE-PE

Prezado Editodos,

infelizmente tivemos um probleminha na agenda do nosso convidado de hoje, João Lover, para o Cabaré do Berto.

Ele havia confirmado e depois me mandou um e-mail informando que esquecera de outro compromisso.

Assim, diante do fato de estar viajando, comunico que não teremos reunião do Cabaré hoje a noite.

Obrigado

R. Uma pena. Uma pena mesmo.

Este animado cabaré já está incorporado às nossas noites de sextas-feiras.

Depois de tanto tempo, esta é a primeira vez que não teremos a animada reunião semanal, que agrega a comunidade fubânica e que você gerencia com tanta competência.

Infelizmente o João Lover, meu conterrâneo de Palmares, nos deu o bolo.

Vou denunciá-lo ao Procom da nossa cidade!!!

Semana que vem a gente se reencontra.

ALEXANDRE GARCIA

FORRÓ: PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL

forró

No Dia Internacional da Corrupção, o presidente Jair Bolsonaro lançou nesta quinta-feira (9) um pacote de medidas anticorrupção e para aumentar a transparência no governo. Num discurso em tom de desabafo, ele relatou todas as pressões que o governo sofre por aqueles que antes abocanhavam o dinheiro do povo, e agora não conseguem mais.

Disse que se descobrir alguma coisa errada envolvendo alguém do seu governo é demissão certa e o caso será encaminhado para a Justiça. Afirmou ainda que pode prender por corrupção, mas que jamais vai pedir a prisão de alguém por crime de opinião, algo que, segundo ele, “dá nojo”.

Bolsonaro fez ainda dois anúncios no mesmo evento. O primeiro é que o IPI para os taxistas comprarem carro novo continuará isento. E o segundo, anunciado para alegria do ministro do Turismo ,Gilson Machado, o sanfoneiro do governo, é que o forró foi considerado pelo Iphan como patrimônio cultural e imaterial do Brasil.

O presidente anunciou que na próxima segunda-feira (13) haverá uma comemoração no Palácio do Planalto com bandas de forró.

* * *

Terceira via está lotada

Flanado de política, houve um encontro em São Paulo entre o governador João Doria e o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro. E ficou a grande dúvida: será que eles vão formar uma chapa? Se formarem uma chapa será que vai ter par ou ímpar ou um duelo para saber quem será o cabeça de chapa?

Certamente, Doria não abrirá mão. E não sei se Moro já fez uma avaliação ou se está disposto a ser cabeça de chapa também. O fato é que há uma superlotação da terceira via e um navio muito cheio vai acabar naufragando.

Ciro Gomes percebeu isso, tirou o pé do acelerador, mas nesta quinta quebrou o silêncio. Falou sobre o “sujeito da calça engomada”, o “sujeito com farda rota”, o outro com “toga suja” e o outro com “macacão de bolso com fundo falso”, que são aventureiros da política, disse ele. É claro que ele se acha fora disso. Mas é o povo que vai fazer a seleção, a peneira. Saber quem é primeira via, e quem vai ficar na segunda e na terceira via.

* * *

Troca de experiências sobre a Covid em Brasília

Começou nesta semana em Brasília o maior e mais importante encontro do planeta neste momento sobre a Covid-19. São médicos de todos os continentes que estão avaliando e trazendo suas experiências no tratamento da Covid, na eficácia da vacina e na segurança das vacinas.

O Brasil tem um grande ensinamento a passar para o mundo, porque os médicos brasileiros talvez sejam os menos pressionados por questões judiciais que na Europa, nos Estados Unidos, no Japão, pressionam os médicos a não fazer tentativas de experiências e aqui fizemos muito. E aqui já se sabe o que dá certo e o que não dá. Temos muito a ensinar.

E num momento em que se discute aqui no Brasil o tal passaporte de vacina. Obrigar o passaporte significa dizer que a vacina é 100% eficaz e que as pessoas não precisam temer nada, muito menos usar máscara, evitar aglomerações, se o passaporte significar isso. Agora se não significar isso, a gente fica perguntando qual é a validade.

A Constituição diz na alínea 15, do artigo 5º, que é cláusula pétrea, que é livre a locomoção das pessoas em todo território nacional em tempos de paz. E tem o Código Civil, no artigo 15, que diz que ninguém é obrigado a se submeter com risco de vida a tratamento médico ou intervenção cirúrgica. Estou escrevo isso só para a gente pensar a respeito.

DEU NO X

COMO SE FAZ NAS DITADURAS

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

A PADROEIRA DO POVO

Santo Antônio foi o primeiro padroeiro do Recife. O Santo das raparigas, assim o chamava Fernando Pessoa. Santo Antoninho para as senhoritas de Lisboa, onde nasceu. Depois viveu vida aventureira, pregou aos sarracenos do Marrocos, foi eremita em Monte Paolo (Florença) e fez milagres muitos – como aquele em que, com um só sermão, converteu vinte ladrões. Pena que não ande, hoje, em Brasília e arredores, onde há tantos pecadores que se apresentam como Santos (o que não são). Já velhinho, e sofrendo de hidropisia (barriga d’água), disse às portas de Pádua “estou vendo o meu Senhor”; e as crianças gritaram pelas ruas “morreu o Santo, morreu o Santo”.

Para a Igreja, é o Santo Lutador. Desde quando enfrentou demônios que marcavam seu corpo com dentadas, chifradas e unhadas, até que um clarão os pôs a correr. Ao ver Cristo, falou “Por que não estavas aqui desde o começo, para me socorrer?” Respondendo, o Senhor, “Eu preferi vê-lo combater. Como lutou bem, tornarei seu nome célebre”. Tornou mesmo. Tanto que, na guerra da Restauração (1640-1669), foi nomeado praça por dom Pedro II, O Pacífico. O Pedro II português, bem entendido – que nosso Pedro II, filho de Pedro IV, O Rei Soldado (o Pedro I brasileiro) e da arquiduquesa dona Maria Leopoldina, não foi nunca Rei em Portugal. Depois, por tão patriótico serviço, acabou dito Santo Antônio elevado a Capitão de Regimento.

No Brasil é (ainda hoje) vereador em Igarassu (que tenta, na justiça, se livrar dos encargos financeiros que isso representa). E fez carreira militar, recebendo patente de Soldado na Paraíba e no Espírito Santo; Tenente, em Pernambuco; Capitão no Rio, em Goiás e na Bahia; Coronel, em São Paulo; até que, finalmente, acabou General do Exército brasileiro. Nomeado, em 1890, por ordem expressa do Marechal Deodoro da Fonseca. Passando, em seguida, à reserva remunerada.

Aqui reinou sozinho, como único padroeiro desta cidade a que primeiro chamaram Santo Antônio do Recife, até 1918. Quando o papa Bento XV nomeou, co-padroeira da cidade, Nossa Senhora do Carmo. Uma Nossa Senhora que começou a ser venerada na Palestina. Quando (segundo textos antigos) o deus dos judeus, Javé, enviou fogo do céu para queimar os altares do Monte Carmelo. Depois, em 1251, acabou aparecendo numa visão a São Simão Stok. 16 de julho é o dia dessa Senhora Nossa. Aquele em que, mais ainda que nos outros, deve ser louvada.

Mas é bom lembrar, também, a imaculada Nossa Senhora da Conceição. Reverenciada, no Candomblé, como Oxum. O nome vem de concepção – por ter sido, segundo dogma papal de 1854, “concebida sem pecado”. No Recife é mãe sobretudo das pessoas simples que, em ato de fé, sobem nossos morros todo 8 de dezembro – como nessa quarta. Seu culto nos veio como herança do colonizador português. Desde quando foi convertida por el-rei Dom João IV, O Restaurador, padroeira do Reino de Portugal. Hoje, por lá, são três padroeiros: São Vicente, Santo António e Nossa Senhora da Conceição. Para nossos irmãos portugueses um é pouco, dois é bom, três é ainda melhor. Deveria ser também assim, conosco. Faltando só, para que tenhamos três padroeiros, que Francisco imite aquele Bento e converta Conceição, oficialmente, em mais uma padroeira do Recife.

DEU NO JORNAL

MAGNOVALDO BEZERRA - EXCRESCÊNCIAS

VALDIR E A SOGRA

Ubatuba, SP

Valdir P. era um dedicado funcionário do Departamento de Compras da G.M. em São Caetano do Sul.

Nas férias de janeiro de 1979 alugou uma casa de praia em Ubatuba, SP, para que a família pudesse descansar por três semanas e curtisse o verão numa boa. Seria uma data muito conveniente, já que nesse mês nosso querido Valdir estaria trabalhando em São José dos Campos, mais perto de Ubatuba do que São Caetano, e assim poderia mais rapidamente se deslocar até a praia e ficar junto de sua esposa e de seus pirralhos.

Sua sogra, típica jararacuçu do Pantanal, uma viúva que morava em São José dos Campos, também resolveu que passaria uma semana inteira com a filha e os dois netinhos na praia, e para tal combinou que Valdir a levaria no primeiro sábado ao litoral. Até aí tudo bem.

Logo que se viu livre, leve e solto, Valdir teve seus, digamos assim, baixos instintos atiçados pelo cramunhão e caiu na gandaia. Não passou nenhum dia sem fazer suas orações vespertinas na Casa da Tia Júlia, um famoso convento na região com um bom plantel de noviças sacudidas que vinham do sul de Minas, a especialidade da ilustre cafetina, que assim ajudava os rapazes da região a provarem as doces qualidades feminis das moçoilas mineirosas.

Como o tempo passa voando quando o prazer invade a alma!

Na sexta-feira a cascavel ligou para lembrar ao Valdir que no próximo dia, sábado, estaria pronta para que nosso amigo a apanhasse bem cedinho em casa e a levasse até Ubatuba. Ele resolveu então concluir com chave de ouro sua exaustiva jornada semanal. Esticou até alta madrugada a confraternização com as gurias espertas da Tia Júlia.

Sábado bem cedinho, após somente duas horas de sono, nosso herói acordou com enorme esforço, pingou um colírio para tirar a vermelhidão dos olhos, tomou um café preto bem forte e amargo para ficar vivo e foi buscar a caninana.

Ei-lo agora nas curvas da estrada que vai de São José a Ubatuba. Na descida da serra de Ubatuba há curvas que para serem feitas o motorista tinha de olhar para trás para ver aonde ia. O Chevettinho derrapava, tossia, chorava e gemia, mas seguia em frente.

Uma visão inesperada deu-lhe um calafrio: Valdir descortinou um sapato feminino perdido ao lado de seu banco que, obviamente, à esposa não pertencia e, felizmente, ainda não havia sido notado pela urutu. Ficou gelado. Felizmente, em uma das curvas, a naja ficou virada para o outro lado, com sinais evidentes de náuseas com o balanço do carro. Uma oportunidade de ouro! Valdir deu a desculpa de que precisava abrir a janela para deixar entrar um pouco de ar fresco, sorrateiramente agarrou o sapato e o defenestrou barranco abaixo. Graças a Deus conseguiu se livrar da arma do crime sem despertar nenhuma suspeita.

Chegando em Ubatuba a cobra coral desceu do carro mancando. A filha quis saber porque estava andando daquele jeito.

– Acontece, minha filha, que não consigo saber onde foi parar meu outro sapato!

Acho que até hoje é um mistério saber como a consciência de meu amigo Valdir se comportou.