DEU NO JORNAL

JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

MOÇA NA ENXADA

Voltando às Glosas Fesceninas que há tempos não publico, hoje eu trago uma para diversão dos leitores com a graça que esse estilo pitoresco sempre emprega.

Ei-la:

Essa moça deu uma trabalhada
Capinou direitinho o meu quintal
Tanta força ela fez pegando o pau
Que ficou com a mão, tadinha, inchada.
A enxada que usou ‘tava amolada
E usada com muita maestria
E subia, descia e subia
Pra descer outra vez cortando mato
O trabalho da moça, embora chato,
É tão bom que eu repito todo dia.

PROMOÇÕES E EVENTOS

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

ISSO É BRASÍLIA

Certamente, essa foi a maior realização desses dois “ilustres” deputados da esquerda, até agora.

Tiro no pé é para os fracos. Ali foi tiro nas patas e com espingarda cartucheira.

Eles simplesmente conseguiram confirmar a perseguição sofrida por Eduardo Bolsonaro.

O pedido de apreensão de seu passaporte foi negado pela “justiça” e os próprios companheiros de partido (PT), os criticaram pela infantilidade da estratégia.

Essa deu trabalho pra imprensa “passar pano” e ocultar.

DEU NO X

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

MAIS TRISTE – Florbela Espanca

É triste, diz a gente, a vastidão
Do mar imenso! E aquela voz fatal
Com que ele fala, agita o nosso mal!
E a Noite é triste como a Extrema-Unção!

É triste e dilacera o coração
Um poente do nosso Portugal!
E não veem que eu sou … eu … afinal,
A coisa mais magoada das que são?! …

Poentes de agonia trago-os eu
Dentro de mim e tudo quanto é meu
É um triste poente de amargura!

E a vastidão do Mar, toda essa água
Trago-a dentro de mim num mar de Mágoa!
E a noite sou eu própria! A Noite escura!!

Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)

DEU NO X

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

OS MENINOS QUE “DAVAM A LUZ”

Lamparina mantida a querosene

Por desconhecimento, muitos ainda creem que a falta de infraestrutura no Brasil é algo recente. Como diria Vovó, isso vem “desde o tempo da ronca”. É, se assim podemos afirmar, uma pobreza milenar e cultural. E, acredite, a subserviência continua.

Eis que, no início da década dos anos 50, Queimadas, Timbaúba e Pacatuba desconheciam “luz elétrica”. Lamparinas, candeeiros, velas e outras luzes que a Natureza nos favorecia serviam à luminosidade.

Até a luz da traquinagem infantil era acionada.

Caminhar léguas e mais léguas para comprar meia garrafa de querosene, nunca configurou sacrifício – da mesma forma que, viajar até a cidade grande para comprar um candeeiro com as parcas economias e moedas juntadas nos cofrinhos de madeira ou caixas vazias de charutos.

Candeeiro dependurado na calha

Por razões desconhecidas, as noites naqueles povoados pareciam chegar mais cedo. Ao esconder do sol por detrás das nuvens num poema indescritível da Natureza, a noite aparecia com suas determinações e amostras das necessidades inerentes a pobreza das pessoas e do lugar.

Vovó – sempre Ela – mantinha o reinado e o privilégio de andar com a única lamparina por toda a casa, que, aceitemos, era dela. A casa e a lamparina. Aqui e acolá parava de andar e atiçava o fumo no cachimbo – talvez por conta do cheiro, as muriçocas sequer encostavam nela.

Vovô – sempre Ele – tinha a incumbência de acender o candeeiro e dependura-lo na entrada da casa, até quando todos precisavam sair para algum lugar.

Aquele candeeiro, diziam, tinha a função de um farol conduzindo os navegadores. Pessoas que passavam pelo caminho na frente da casa, já identificavam a moradia de “Seu João e Dona Raimunda”, e, mesmo sem saber se estariam em casa, cumprimentavam:

– Boa noite, de casa!

Pirilampo fazia a luz da meninada

Ninguém daquelas paragens possuía geladeira. Qualquer sobra de alimento era servida aos patos, galinhas e perus. Ninguém tinha o prazer de guardar nada – até a água, se alguém a quisesse mais “fresca”, tinha que colocar a quartinha na janela. O vento feito brisa esfriava a água da quartinha.

Toda sobra de carne ou ave precisava ser “salgada” – daí a justificativa para a hipertensão de muitos que viveram ou ainda vivem na roça.

Poucos conseguiam economias para comprar na bodega 1 litro de querosene. O “mercado” mais usado era o de uma quarta de litro, colocado numa garrafa fechada com um pedaço de sabugo de milho. Repito: caminhava-se léguas e léguas para comprar uma quarta de garrafa de querosene. Mas, era a luz!

Mas, lembro bem, aquela casa nunca ficava às escuras. A única lamparina ficava com Vovó, e o candeeiro ficava dependurado na calha frontal da casa – durante a noite inteira.

Assim, entre uma balbúrdia e outra, antes da chegada do sono ou daquela ordem emanada do Vovô (“meninos, vão drumir”), os peraltas faziam suas iluminações particulares.

Ao cair da noite, de posse de uma garrafa vazia, os irmãos e primos saíam à cata de vagalumes (pirilampos) nos arredores da casa. Pegavam vários e colocavam na garrafa. No quarto escuro iluminavam o ambiente com a luz engarrafada dos pirilampos.

DEU NO X