A mulher tentando fugir do corno e a porta do Uno não querendo abrir.
Deixe sua opinião. pic.twitter.com/CIKTlrn1wI— Pessoas Pulando a Cerca (@brigasnox) April 7, 2025
A mulher tentando fugir do corno e a porta do Uno não querendo abrir.
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Comentário sobre a postagem UM JORNALISTEIRO SENSATO E REALISTA
Sérgio Melo:
Acompanhei e comentei na coluna que esse desgraçado mantinha na revista Veja.
Quando era uma revista, não esse panfleto que ainda, corajosamente tem a cara de pau de publicar.
E quando ele fingia ser um ser humano.
Quando esse coiso cortou os comentários mudei totalmente meus hábitos, e foi assim que minha primeira leitura começou a ser o JBF e continua até os dias atuais.
Já se passaram 15 anos.
Estamos firmes.
* * *

Em ciências humanas, não temos laboratórios controlados como nas ciências naturais. O mais perto que chegamos disso é quando um mesmo povo numa mesma geografia e com a mesma cultura é dividido de forma arbitrária. Aí temos um bom experimento social, como quando o Vietnã, a Alemanha ou a Coreia foram partidos ao meio. Ficou claro o sucesso relativo do capitalismo frente ao socialismo.
O mesmo pode se dizer sobre manifestações contra e a favor da anistia aos presos políticos do Brasil de hoje. O contraste é grande demais para ser ignorado. Foram dois protestos bem próximos no tempo. A esquerda convocou aqueles que gritam “Anistia nunca”, os mesmos que defendem o socialismo fracassado e que, no passado, foram anistiados por crimes verdadeiros. Boulos era o líder, e foi uma manifestação bastante vazia.
A direita, sob a liderança de Jair Bolsonaro, fez a sua manifestação pela anistia dias depois, no mesmo local. A Avenida Paulista estava lotada, com muito mais gente. A turma de Artes da USP – e não de estatística – pode até tentar jogar para baixo o número de presentes, com auxílio do Datafolha e da Globo, mas todos sabem o que viram: era um mar de gente, sem mortadela, lotando quarteirões inteiros da avenida mais famosa de São Paulo. Nem dá para comparar com as moscas isoladas do evento esquerdista.
A mesma Globo tenta nos convencer de que a anistia não é uma prioridade para o povo, mas as ruas mostram algo diferente. Além da multidão, oito governadores de estados importantes marcaram presença, além de vários senadores, deputados, vereadores e até o prefeito de SP, a cidade mais rica do país. Negar o peso, a relevância desse evento, com representantes de milhões e milhões de eleitores, é tentar tapar o sol com uma peneira ideológica.
A bolha foi furada pois não é mais um caso da direita, mas sim do Direito. Tanto que o símbolo maior é uma cabeleireira condenada a 14 anos de prisão por usar um batom numa estátua! Isso num país que traficantes são soltos pelo, ou Sérgio Cabral, condenado a mais de 400 anos de prisão, segue solto como influenciador. O povo não aguenta mais tanto absurdo, tanta injustiça, então claro que a anistia é uma pauta prioritária.
Os discursos das lideranças políticas foram contundentes, firmes e diretos ao denunciar o arbítrio supremo. O STF foi longe demais em sua narrativa de tentativa de golpe, que nem ministro lulista acredita. Aliás, nem mesmo ministro supremo! Gilmar Mendes, falando para a imprensa de Portugal, deixou claro que não houve qualquer tentativa de golpe. Atos de vandalismo, comuns em manifestações esquerdistas, merecem punições bem distintas e menores. Os baderneiros socialistas, por sinal, sempre ficam impunes.
A pressão pelo projeto de anistia ficou maior após essa manifestação do domingo, com tantos políticos relevantes apoiando esse caminho. O presidente da Câmara tem sido chantageado em público, ameaçado pelo STF na cara de todos, mas sofrerá um custo político muito alto se tentar boicotar essa agenda. Todos estão de olho, inclusive lideranças americanas.
O Brasil precisa virar essa página de vez, tentar alguma pacificação e resgatar as instituições democráticas. Isso só será possível com a anistia dos presos políticos, o fim da censura e o enterro definitivo dessa narrativa do golpe que nunca aconteceu. O STF foi longe demais e precisa recuar. O Brasil não vai virar uma Venezuela. Eles podem até prender Jair Bolsonaro, mas está claro que o ex-presidente não está sozinho. E eles não sabem o que fazer com essa multidão que se recusa a se deixar intimidar pelos abusos supremos. Anistia já!
Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho:
eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre, e nunca foste amada…
A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
há de ficar comigo uma saudade tua,
hás de levar contigo uma saudade minha…

Alceu de Freitas Wamosy, Uruguaiana-RS (1895-1923)
Servidores dos Correios estão indignados com os R$ 4 milhões que a estatal desembolsou para virar “patrocinador master” da turnê do cantor Gilberto Gil.
Os shows começaram no fim de março, quando a empresa já havia admitido prejuízos de R$ 2,2 bilhões somente este ano e os trabalhadores já passavam sufoco e denunciavam a falta de repasse de valores ao FGTS.
Desta vez, a revolta com o patrocínio se soma a outra dor de cabeça dos trabalhadores: o descredenciamento do plano de saúde que, sem receber, suspendeu os atendimentos.
* * *
Me digam aí:
Dá pra esperar alguma coisa que preste de uma estatal administrada pela petralhada?
Nada de espanto.
Tá tudo dentro dos conformes.

O presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, durante sessão do STF
Nunca imaginei que veria uma coisa dessas: o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) teve de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir para os advogados conhecerem a íntegra da acusação contra seus clientes. Saber de que eles são acusados, quais são as provas da acusação. Mas foi o que aconteceu: o presidente da OAB foi pedir ao relator do “inquérito do Fim do Mundo” – como batizou o ministro Marco Aurélio – que os advogados saibam do que seus clientes são acusados, e quais são as provas contra eles.
E para muita gente vai ser muito difícil o STF entregar algo substancial. Para a Débora Rodrigues, por exemplo, a prova foi a foto dela pintando a estátua na frente do STF com um batom – um crime “gravíssimo”, que dá 14 anos de prisão. O crime da moça do Maranhão, que ficou presa por quase dois anos, foi estar com lápis e papel fazendo anotações para uma tese de Psicologia sobre manifestações do povo. E, assim como esses, tem vários outros casos.
Existe prova para incriminar quem jogou o relógio no chão, todos viram. Alguns se filmaram quebrando cadeiras, fazendo sujeira, mas, para uma maioria, certamente não há comprovação de nada, e os advogados estão desesperados. E ainda há aquela história de a defesa gravar um vídeo e mandar. O advogado grava uma defesa de 25 minutos, mas já tem uma resposta cinco minutos depois de ter colocado o vídeo no sistema do STF. É o milagre de leitura potencializada em velocidade. O que isso mostra? Que o direito de ampla defesa, previsto no artigo 5.º da Constituição, que é cláusula pétrea, não está sendo obedecido – e nem o processo legal, e nem o direito ao contraditório.
* * *
Congresso acovardado por causa da anistia
Outra parte da Constituição que não está sendo respeitada é o inciso XI do artigo 49, que diz que é da competência do Congresso Nacional “zelar pela preservação da sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros poderes”. Mas o Supremo está legislando, e os legisladores nada fazem. Agora, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que é preciso ter muito cuidado com esse projeto de anistia para não agravar a crise entre poderes. Mas o poder ofendido é o mais importante dos poderes, é o mais poderoso deles, porque representa diretamente a origem do poder, que é o povo. Todos lá receberam uma procuração para exercer o poder em nome do povo – uma procuração chamada voto.
Por que o Congresso, os deputados e senadores, se encolhem tanto? Alguns acham que a razão está em uma coisa errada: o fato de o Supremo julgar deputados e senadores. Aqueles que têm contas a pagar na Justiça ficam na mão do STF, que não julga, deixa o processo na gaveta esperando; se o sujeito não se comporta bem, aí, sim, pegam a ação para julgar. Essa é uma espada de Dâmocles pesando sobre a cabeça dos congressistas.
Essas coisas deveriam mudar. Juiz do Supremo tem de ser escolhido entre juízes de carreira. Porque a natureza do juiz de carreira é ser isento, neutro, ser o fiel da balança, ouvir os dois lados, aplicar a lei e a justiça, usar sensatez, compaixão, humanidade, e julgar. Esse é o ideal salomônico de um juiz. Já o advogado defende uma causa, essa é a sua natureza. Já o integrante do Ministério Público está lá pra defender a lei e acusar alguém, para botar a pessoa na cadeia, ou então descobrir que esse alguém é inocente e mandar arquivar a ação. Mas o Supremo tem hoje mais advogados e promotores públicos que juízes de carreira. Aí está a origem da politização, da defesa de causas.
Gzuis, tô precisando trocar meus óculos. 😂😂😂 pic.twitter.com/v8KxuGU6lz
— Harley Quinn♦️ (@HarleyArlequin1) April 7, 2025

Cartaz de Unforgiven – Os Imperdoáveis – (1992)
OS IMPERDOÁVEIS (1992)) foi, talvez, o último filme de faroeste digno desse gênero clássico genuinamente americano, onde eram apresentados, na tela grande, os mocinhos e os bandidos do velho oeste sem glamour.
Nesse faroeste Clint Eastwood vive um ex-pistoleiro, viúvo e pobre. Cria dois filhos pequenos num rancho até se ver forçado a voltar à ativa por convite de um principiante querendo se firmar na “profissão” e ganhar dinheiro.
O filme reverencia o gênero ao mesmo tempo em que desmistifica o Velho Oeste, retratado como lugar sujo e brutal. Realizado em fabulosas locações em Alberta, Canadá. No final, o filme é dedicado aos mentores de Clint Eastwood como os diretores Sérgio Leone e Don Siegel, que com certeza ficariam muito orgulhosos de seu discípulo e assinariam embaixo seus feitos.
Três homens em busca de uma recompensa. Não se engane. Este não é um filme previsível. Pelo contrário, nos surpreende a cada instante. Clint Eastwood mais uma vez consegue nos envolver. Os mil dólares oferecidos, na verdade, representam a busca de três homens pelo real sentido da vida.
OS IMPERDOÁVEIS é uma desconstrução do gênero western. Os matadores de sangue frio do Velho Oeste selvagem, sempre mostrados nas telas do cinema como atiradores perfeitos, que nunca erram o tiro, como na Trilogia dos Dólares de Sergio Leone. Nesse western, vemos algo diferente. Um homem alterado pelo tempo e pela sua consciência, que não consegue montar no próprio cavalo, nem atirar direito. Seu amigo, Ned Logan, (Morgan Freeman), por exemplo, não tem mais o sangue frio do matador cruel, Frank (Henry Fonda), de ERA UMA VEZ NO OESTE, obra-prima de Leone, nem mais dar um tiro letal, mesmo contra o suposto homem que teria retalhado, ou ajudado a retalhar o rosto de uma prostituta. O terceiro sofre com sua primeira morte como qualquer mortal sofre, além de ter uma visão deficiente, fazendo desses um trio de mercenários um tanto quanto humano e bem dos problemáticos.
No núcleo do filme, ver-se um xerife que humilha um homem que era conhecido como uma lenda, suas histórias estavam sendo passadas para o papel por seu escritor particular, segundo suas versões. Desmascarado, ver-se que a famosa frase “The Man Who Shot Liberty Valance” (O Homem que atirou em Liberty Vavence) se aplica aqui. “Quando a lenda se torna fato, publique-se a lenda.” Mas a lenda é desmistificada e o ídolo do escritor se mostra uma fraude.
Outro elemento interessante e importante do filme é como as histórias podem ser exageradas ao se passarem de boca em boca. Uma prostituta teve o rosto cortado, e, em seguida espalha-se que todo corpo dela foi cortado, menos a vagina. Impressionante como os boatos acumulam falácias em suas versões mais recentes, conforme vão passando de boca em boca no tempo. Esse pode ser um dos elementos de criação de lendas de personalidades que realizaram feitos exorbitantes no oeste, ou em outras épocas. Às vezes, nem mesmo a própria pessoa que faz tais feitos, deve saber o que fez, por estar bêbada no momento ou por fazer muito tempo e ela acaba se tornando a lenda.
Disse o personagem Lette Bill, num dos diálogos do filme, depois de perguntado por seu alvo:
“Você é William Munny, assassino que matou mulheres e crianças!”
Resposta: “Isso mesmo, já matei mulheres e crianças e quase tudo o que se rasteja, e estou aqui para matar você.”
Voltando ao filme, o final trás uma ressurreição do velho Willian Munny ao saber que seu amigo foi morto pelo xerife. Gratificação, é o que se sente ao ver Munny dar de garra da garrafa de whisky, tento-a negado o filme todo. Sua raiva e seu desejo de sangue e vingança agora são maiores do que qualquer controle. O whisky traz de volta sua mira, sua habilidade de montaria, tudo, o whisky traz de volta sua alma de matador. Ele traz de volta o oeste sanguinário que vivia adormecido em Munny, sem o oeste, sem sua alma verdadeira, ele seria incapaz de fazer tais feitos. Ele estava tão fundo em seu novo “eu”, o Willian Munny moldado por sua esposa, Anna Levine, no papel de Delilah Fitzgerald, que ele era um assassino ineficiente. Agora, o whisky foi apenas a chave para aflorar tudo aquilo que estava adormecido nele.
Clint Eastwood retornou ao gênero depois de tanto tempo sem atuar. Ele queria marcar com sua volta com algo palpável. E marcou com a maior obra-prima do western revisionista por ser exatamente um filme de não cowboys de mira perfeita e sangue frio, mas tornando as lendas do oeste, entre elas a maior delas, Clint Eastwood, mais humanos, menos super heroico, e mais realista. Deve-se aceitar, pois afinal de contas, nossos heróis envelhecem, mas as lendas não morrem.
a) Trailer Oficial de Os Imperdoáveis
b) Um Olhar Sobre Os Imperdoáveis