DEU NO JORNAL

LUPI SABIA, LEWANDOWSKI DESCONVERSA, E LULA SEGUE CALADO: AFINAL, QUEM DEFENDE DONA EZIMAR?

Marcel van Hattem

lupi, inss, fraude, governo, lula, desvios, aposentado

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi

O Brasil assiste a um escândalo sem precedentes: a fraude bilionária dos descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. Fala-se em R$ 2,6 bilhões desviados apenas em 2023. O governo Lula, em lugar de agir de forma ética e enérgica, optou pelo negacionismo e pelo jogo de empurra. Como sempre. O ministro da Previdência de Lula, Carlos Lupi, chegou a afirmar que a tal “roubalheira sempre existiu” e que a culpa seria de governos anteriores. Os dados, porém, são claros: se sempre houve fraude no INSS, nunca antes na história desse país foi tão escrachada e volumosa. E o pior: Lupi admitiu que sabia da fraude, mas não fez o que era necessário para que fosse combatida.

Exemplo dessa omissão é o drama da dona Ezimar Vieira, de Brasília, que nos procurou na Câmara dos Deputados. Diagnosticada com câncer de tireoide e já tendo sido submetida anos atrás à cirurgia de câncer de intestino, apresentou-nos o contracheque com o desconto de quase R$ 80 mensais, desviados para um sindicato de São Paulo do qual nunca ouvira falar. Quando buscou ajuda na agência do INSS, ouviu que não havia o que fazer. “Não é que não consigo comprar meus remédios. Às vezes não consigo comer!”, disse, entre lágrimas copiosas de quem precisa admitir uma realidade constrangedora. De cortar o coração!

Já o ministro Carlos Lupi, mesmo sabendo da situação por que passavam milhões de brasileiros como Ezimar, disse, como justificativa para sua inação, que tinha preferido esperar pelo envio de “documentos” para fazer alguma coisa. Esperou por sabe se lá que burocracias enquanto aposentados doentes como dona Ezimar eram lesados.

E o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski? Em audiência na Câmara dos Deputados, questionei-o sobre seu diretor-chefe da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues: por que o delegado deu entrevista a um meio de comunicação afirmando que a entidade Sindnapi – cuja diretoria é composta pelo irmão de Lula, Frei Chico – não estaria sendo investigada? A investigação não estava em sigilo? Como ele teve acesso e por que motivo publicava informações a seu respeito? Foi para defender o Frei Chico e seu irmão, Lula?

Pior do que a entrevista foram os fatos que vieram à tona, graças ao trabalho de fiscalização da bancada do Novo na Câmara. O sindicato do irmão de Lula foi possivelmente um dos maiores beneficiados do suposto esquema. Os números falam por si: a entidade, que recebia R$ 23 milhões em descontos nos contracheques de associados em 2020, recolheu R$ 154 milhões no ano passado. A pergunta é simples: se este sindicato não está sendo investigado ainda, seria por prevaricação da autoridade policial? Acionamos o Tribunal de Contas da União (TCU) e entreguei a documentação pessoalmente ao ministro Lewandowski em sua ida à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, na última terça-feira (29).

A cada dia que o governo Lula deixa de dar respostas aos escândalos que cria, cresce a indignação dos brasileiros. A cada aposentado lesado, confirma-se o desrespeito do governo petista com quem mais precisa. Se o Brasil fosse um país minimamente sério, Carlos Lupi já teria sido demitido ou entregado seu cargo. E, nesse caso, Lewandowski, em lugar de ocupar a cadeira de ministro da Justiça, teria muito a explicar à Justiça – inclusive sobre o fato de seu filho ser advogado de uma das bancas que defende um dos sindicatos investigados.

O Partido NOVO apresentou um projeto de lei para exigir a revisão anual e a obrigatoriedade de biometria nos convênios com entidades sindicais. Além disso, também apresentamos um projeto proibindo o desconto em folha dessa mensalidade sindical, utilizada na verdade para desviar recursos de velhinhos e velhinhas, deficientes físicos e outros beneficiários do INSS, para os bolsos de ladrões inescrupulosos. Exigimos urgência na votação desses projetos. Exigimos respeito com o dinheiro dos brasileiros. E exigimos justiça: que os responsáveis por mais essa roubalheira sejam investigados, punidos e que devolvam o dinheiro roubado de dona Ezimar e das milhões de vítimas que fizeram Brasil afora.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

A PALAVRA DO EDITOR

UM AMIGO QUERIDO

Ontem, 1º de maio, a coluna A Hora da Poesia, aqui no JBF e assinada por Pedro Malta, publicou um poema do meu saudoso amigo Orlando Tejo. Um soneto magnífico, como era tudo que Tejo produzia.

Tejo é um ícone, uma figura lendária da Nação Nordestina, autor do clássifo “Zé Limeira, o Poeta do Absurdo”.

Uma figura humana fantástica, com quem tive o privilégio de conviver intensamente.

Pois aí, quando recebi a coluna do Malta, me lembrei de um texto que escrevi nos anos 80 do século passado, e que rodou muito pra tudo quanto é lado.

Um texto que conta um caso assucedido entre nós dois.

Este que está a seguir.

* * *

ORLANDO TEJO E O AGIOTA

Era manhã de segunda-feira e Orlando Tejo invadiu minha sala num aperreio que não era de seu costume.

– Berto, tô encalacrado.

Não sei se vocês sabem, mas Orlando Tejo é o sujeito mais calmo e descansado desse mundo, incapaz de se aperrear até dentro de uma casa em chamas. Mas naquela manhã, o homem estava mais agoniado do que bacorinho em caçuá.

A tranqüilidade habitual, emoldurada pelas serenas baforadas no cachimbo, fora substituída por um avexamento que, francamente, deixou-me curioso. E largou o seu problema sem mais demoras:

– É o seguinte: o novo gerente da Caixa Econômica é meu leitor e se tornou meu amigo. Assumiu a agência e me deu um cheque especial na sexta-feira. Resultado: já estourei o limite em trinta mil cruzeiros neste fim-de-semana.

Conhecedor da total inabilidade de Orlando para gerir suas finanças, para mim não foi surpresa o estouro no limite do cheque especial. Surpreendente era a velocidade com que isso se dera. Recebera o cheque na sexta-feira e na segunda já estava pendurado. Em verdade, suas habilidades aritméticas limitavam-se à soma das mais alegres lembranças, à subtração de tristezas, à multiplicação da imensa legião de amigos e à divisão de uma ternura e de um lirismo que só mesmo pessoas encantadas como Tejo estão autorizadas a ter.

Expliquei-lhe que estava duro e não poderia ajudá-lo no momento. Estava sendo tão franco quanto, com a mesma franqueza, lhe arranjaria imediatamente a miserável quantia, caso a tivesse, para não vê-lo naquele sufoco. Funcionário público só vê a cor do dinheiro no fim do mês e, por infelicidade, estávamos ainda no início da segunda quinzena. Tentei explicar-lhe isso com tranqüilidade, mas ele parecia insensível a qualquer argumento.

– Mas eu não posso é ficar desmoralizado perante o gerente, que é meu conterrâneo da Paraíba e me deu o cheque especial em confiança, por amor aos meus escritos. Um admirador, em resumo. Vai ser muito chato…

Expliquei-lhe que pessoalmente não podia fazer nada. Mas lembrei-lhe que, como em toda boa repartição pública, a Câmara tinha o seu agiota de plantão para socorrer os desesperados naquelas precisões agoniosas. O anjo da guarda dos necessitados, acudidor de precisões prementes, tão injustamente malhado pelas pessoas gradas, mas capaz de salvar um vivente de um sufoco sem fazer fichas, preencher cadastros, telefonar para o SPC ou exigir promissórias registradas em cartório. E dei a indicação ao Tejo:

– É só você procurar o Canindé.

Continue lendo

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ ALVES FERREIRA – SÃO PAULO-SP

Vi o presidente na TV… livre, leve, solto, um dândi!

Camisinha azul soltinha – talvez com alguma técnica cenográfica mais magro – seria pitaco de alguém? – Mas, lá estava ele… solto, soltinho e propenso a se defender, mostrar serviço.

Falou, falou, sobre tudo e, como foi bonito!

Seus arfanhos, coisa de doidos! Como dizer que – vixe !- graças a ele, o que permitia roubar, acabou com o roubo, por enquanto.

Impediu de roubar ou, coitado, não sabia, pois, acoitou o irmão; nada disse sobre isso, afinal é assunto de família.

Na cabeça baldia em que excrementos e bobagens são limítrofes, mais um, menos um, pouco importa.

Tudo explicado! O crescimento da economia familiar – presidencial – será recorde, o brasil – minúsculo – está inserido no mundo de novo e, sua excelência é um ser verborrágico, como sempre.

Enfim logo tudo será esquecido… Até o próximo escândalo!

Inté!

DEU NO X

DEU NO JORNAL

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

A GENIALIDADE DE IVANILDO VILANOVA

O Poeta pernambucano de Caruaru Ivanildo Vilanova, um dos maiores nomes da cantoria nordestina na atualidade

É o céu uma abóbada aureolada,
Rodeada de gases venenosos,
Radiantes planetas luminosos
Gravidade na cósmica camada!
Galáxia também hidrogenada,
Como é lindo o espaço azul-turquesa
E o sol, fulgurante tocha acesa,
Flamejando sem pausa e sem escala!
Quem de nós pensaria em apagá-la?
Só o Santo Autor da Natureza!

De tais obras, o homem e a mulher
São antigos e ricos patrimônios.
Geram corpos em forma de hormônios,
E criam seres sem dúvida sequer.
O homem, após esse mister,
Perpetua a espécie, com certeza.
A mulher carinhosa e indefesa
Dá à luz uma vida, novo brilho,
Nove meses, no ventre, aloja o filho,
Pelo Santo Poder da Natureza!

O peixe é bastante diferente:
Ninguém pode entender como é seu gênio!
Ele reserva porções de oxigênio
E mutações para o meio ambiente!
Tem mais cartilagem resistente
Habitando na orla ou profundeza,
Devora outros peixes pra despesa
Tem a época do acasalamento
Revestido de escamas, esse elemento,
Com a força da Santa Natureza!

O poraquê ou o peixe elétrico, é um tipo genuíno,
Habitante dos rios e águas pretas,
E com ele possui certas plaquetas
Que o dotam de um mecanismo fino!
E com tal cartilagem, esse ladino
Faz contato com muita ligeireza,
E quem tocá-lo padece de surpresa
Descarga mortífera, absoluta,
Sua alta voltagem eletrocuta,
Com os fios… da Santa Natureza!

A tartaruga é gostosa, feia e mansa,
Habitante dos rios e oceanos!
Chegar aos quatrocentos anos
Pra ela é rotina… é confiança!
Guarda ovos na areia e nem se cansa
De por eles zelar como defesa.
Nascido os filhotes, com presteza,
Nas águas revoltas já se jogam,
Por instinto da raça não se afogam
E também pelo Poder da Natureza!

Continue lendo

DEU NO JORNAL

DERRETENDO

A Petrobras padece sob gestão petista.

A petroleira fechou a quarta-feira (30) com ação abaixo dos R$ 30, valendo R$ 29,99.

Derreteu 28,63% em um ano, quando o papel era negociado por R$ 42,02.

* * *

Nada que o PT administra dá certo.

Nada, nada, nada.

Seja a Petrobras, seja o Brasil.