PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Que importa que foguetes cruzem marte
E bombas de hidrogênio acabem tudo,
Se aos meus dedos, teus dedos de veludo
Ensinam que o amor é também arte?

Não desejo mais nada além de amar-te
E em êxtase viver, absorto e mudo,
Sorvendo da ternura o conteúdo
Que antes te buscava em toda parte!

Esses dedos que afago entre meus dedos,
Que acaricio a desvendar segredos
De amor nestes momentos que nos prendem,

Têm qualquer coisa que escraviza e doma,
Porque teus dedos falam num idioma
Que só mesmo meus dedos compreendem!

Orlando Tejo, Campina Grande-PB (1935-2018)

3 pensou em “SONETO DOS DEDOS QUE FALAM – Orlando Tejo

  1. Lindo poema.

    Os versos mostram um amor maduro, sincero, verdadeiro, simples e sem exageros semânticos.

    Não é preciso mais do que isso para dizer; “eu te amo”.

  2. O poeta Orlando Tejo, era um gênio. Lembro dele em Palmares, com o escritor Luiz Berto Filho, dando uma entrevista na Rádio Cultura de Palmares. Foi um dia memorável.

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