DEU NO JORNAL

5 RAZÕES PARA DIZER “A NOSSA CAMISA JAMAIS SERÁ VERMELHA”

Deltan Dallagnol

cbf camisa vermelha

Imagem criada com IA exemplifica como nova camisa da seleção brasileira na cor vermelha poderá ser

“A camisa azul vai deixar de existir, e vai ter uma camisa vermelha! O que isso tem a ver com a história? Isso é uma ofensa sem tamanho à história do futebol brasileiro. Eu estou muitíssimo na bronca (…) Romário, tu não é senador? Faz um projeto de lei para proibir este crime contra a história da seleção brasileira!”, disse um indignado Galvão Bueno em seu programa esportivo, ao reagir à notícia, divulgada por um portal inglês, de que a segunda camisa da seleção brasileira para a Copa de 2026 não será mais a tradicional azul, mas sim vermelha – da cor do PT.

Mas há um porém: a camisa da seleção só será vermelha no ano que vem se nós, brasileiros, permitirmos. Considero impossível que a CBF mantenha essa decisão se um número suficiente de brasileiros se indignar nas redes sociais e na imprensa. A opinião e a pressão públicas são o melhor instrumento de controle social que temos para impedir esse verdadeiro crime contra a história da nossa seleção, como bem disse Galvão. Por isso, listo a seguir as 5 razões para a camisa da seleção NÃO ser vermelha – e a última a meu ver é decisiva.

1 – Não há vermelho na bandeira do Brasil

A primeira razão é a mais óbvia: não faz sentido uma camisa vermelha da seleção, pois o vermelho não está presente em nossa bandeira nacional e não possui nenhum significado histórico, social ou afetivo relevante que justifique sua escolha para algo tão simbólico quanto o uniforme da seleção. O povo brasileiro simplesmente não tem identificação com essa cor nesse contexto. Não é uma cor presente nos símbolos da união do nosso povo.

Vi algumas pessoas de esquerda afirmando, nas redes sociais, que o vermelho seria adequado porque é a cor da resina do pau-brasil, árvore que deu nome ao nosso país. Essa justificativa, no entanto, é fraca por vários motivos: primeiro, não representa nossos costumes, tradições e imaginário compartilhado. Além disso, essa não é uma informação amplamente conhecida pelos brasileiros — tampouco por estrangeiros — e só causaria confusão. Por fim, soa contraditório que a esquerda deseje, de repente, glorificar o passado colonial do Brasil dessa forma, já que a extração do pau-brasil foi justamente a primeira atividade econômica exploratória dos portugueses aqui.

2 – A camisa azul da seleção tem um significado especial

A razão de a segunda camisa da seleção ser azul não se limita ao fato de ser uma cor predominante da nossa bandeira: a cor carrega um significado simbólico, histórico, religioso e tradicional. Até 1958, o Brasil utilizava apenas a camisa amarela. Porém, ao chegar à final da Copa do Mundo daquele ano, contra a Suécia – que também usava amarelo – surgiu um impasse: a seleção não possuía uniforme reserva. A solução foi produzir camisas azuis, que a equipe associou ao manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

Com essa camisa, o Brasil venceu a Suécia e conquistou seu primeiro título mundial, ao qual se seguiram outros quatro. Desde então, a camisa azul ficou conhecida como “manto sagrado”, em homenagem à santa. Assim, a segunda camisa é azul, portanto, por muito mais do que uma questão estética ou heráldica: ela representa fé, tradição e vitória. Substituí-la por uma camisa vermelha, sem história ou simbolismo equivalente, é desrespeitar o legado da seleção brasileira.

3 – A camisa vermelha viola o estatuto da CBF

O estatuto da CBF, no inciso III do artigo 13, é claro: os uniformes da seleção devem obrigatoriamente seguir as cores da bandeira da CBF – as mesmas da bandeira nacional: verde, amarelo, branco e azul. A única exceção prevista são uniformes comemorativos, o que não se aplica ao uniforme oficial da Copa de 2026. Portanto, para implementar a camisa vermelha, a CBF precisaria alterar seu próprio estatuto, o que demonstraria o caráter casuístico e oportunista da decisão – “coincidentemente” a cor do PT, em ano eleitoral, o que nos leva ao próximo tópico.

4 – A camisa vermelha acirra tensões sociais em ano eleitoral

Não parece mera coincidência que a decisão de lançar uma camisa vermelha ocorra justamente em 2026, ano de eleições presidenciais, com Lula já se colocando como candidato. A impressão é de que a CBF tenta agradar ou favorecer um segmento político específico – o PT, Lula, a esquerda em geral – que aprovou entusiasticamente a ideia.

Também não se pode descartar que a CBF esteja explorando a polarização política com fins comerciais. A esquerda, desde 2015, evita a camisa verde-amarela, que se tornou símbolo da direita e do bolsonarismo. Assim, ao adotar o vermelho, a CBF tenta vender camisas para os dois lados do espectro político.

O problema é que isso intensifica divisões políticas e sociais num momento delicado, podendo gerar conflitos entre brasileiros, justamente num evento que deveria promover união nacional. Sob qualquer perspectiva, é uma péssima escolha.

5 – A camisa vermelha fere o princípio da impessoalidade

Embora a CBF seja uma entidade privada, a Lei Pelé (Lei 9.615/98) reconhece seu papel de interesse público na organização do esporte nacional. Isso exige, no mínimo, respeito ao princípio da impessoalidade, previsto no artigo 37 da Constituição, que proíbe favorecimentos ou promoção pessoal ou privada, ainda que de partidos políticos, em instituições que desempenham funções públicas.

A camisa vermelha foi amplamente associada por brasileiros ao PT, a Lula e à esquerda — e não à identidade nacional ou aos símbolos do país. No Brasil de Lula em lua de mel com o STF, parece conveniente aos detentores do poder que a camisa da seleção adote o mesmo tom de vermelho dos bonés do MST, da bandeira da União Soviética ou da China comunista. A subversão de nossos símbolos nacionais, como a bandeira e a camisa da seleção, já é o próximo passo da guerra cultural.

Talvez seja isso que pensa Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, ex-filiado ao Partido Comunista, alguém de esquerda e que ocupa o cargo com apoio de Gilmar Mendes – ministro do STF, sócio do Instituto de Direito Público que tem parceria com a CBF em negócios milionários e que já é apontado por muitos como o verdadeiro comandante da entidade.

É errado usar uma organização de interesse público, que representa o Brasil, para promover um partido político, seus ideais ou suas cores. Mas cabe a nós, brasileiros que amamos este país, dizer não. Reafirmar em alto e bom som aquela frase entoada nas manifestações contra a corrupção, a favor da Lava Jato e pelo impeachment de Dilma em 2015 e 2016: “A nossa bandeira jamais será vermelha!”

DEU NO JORNAL

J.R. GUZZO

PARA O STF, O ÚNICO LADRÃO DO GOVERNO LULA FOI COLLOR

Fernando Collor

Ministro do STF determinou que presídio da capital alagoana deve ter condições para tratar da saúde do ex-presidente

Você pode não acreditar, mas é verdade, ou pelo menos a verdade oficial: não existe corrupção no Brasil. Existe em outros países, até de primeiríssimo mundo, mas aqui não. A demonstração cabal disso é que, por decisão pétrea do STF, já consolidada em jurisprudência, não há no momento nenhum preso por corrupção no sistema penitenciário nacional. Se não há ninguém preso por corrupção, é porque a Justiça não encontrou ninguém que tenha cometido crimes de corrupção, e se a Justiça falou está falado, não é mesmo? Decisão judicial não se discute – se cumpre. Se o STF diz que ninguém é corrupto, porque absolve todos, então não existe corrupção. Vai encarar?

Não é 100% assim, porque anomalias podem aparecer nos melhores processos – mas esse tantinho que falta só torna ainda mais lamentável a comédia toda. Há o enigmático caso de um ex-magnata da Petrobras lulo-dilmista, o único sobrevivente do Petrolão (a rataria-raiz está de volta aos cabides do governo Lula) e outra relíquia da Lava Jato, ninguém menos que o ex-presidente Fernando Collor. Isso só confirma o sanatório geral que o STF criou em torno da corrupção nacional. Quer dizer que, tirando o mistério do condenado solitário na Petrobras, o único corrupto do Brasil é Collor? “Tenha dó”, poderia dizer o ministro Alexandre de Moraes.

Lula está solto; aliás o homem é o presidente deste raio de país. Sergio Cabral, condenado a 400 anos, e José Dirceu, estão soltos. Os empresários Marcelo Odebrecht e Joesley Baptista estão soltos. Confessaram os crimes e devolveram dinheiro roubado, mas não adiantou – ambos estão tão soltos como você, e ainda mais ricos do que eram antes de ir para a cadeia. Até o ex-ministro Antônio Palocci, com a sua delação toda, está solto.

O STF, aí, nos levou a uma situação de opereta. Veja só que coisa mais prodigiosa: Collor, segundo afirma a sentença, não foi preso por crimes cometidos no seu próprio governo, que no julgamento do tribunal supremo, teve índices OMO de brancura. Foi preso, isto sim, quando se bandeou depois para o lado de Lula, de quem recebeu umas fatias do pernilzão federal como pagamento pelos serviços prestados. Seu enrosco, portanto, é por delitos que cometeu na era lula-dilmista, e que foram punidos pela Laja Jato. Como fica então?

O STF está nos dizendo que o único ladrão do governo Lula foi Collor – e que todos os demais, mesmo aqueles que confessaram sua culpa, são inocentes? Mais ainda, os ministros estão nos dizendo que a Lava Jato foi o momento mais infame da história do Brasil, e que nenhuma sentença saída dali vale nada, mas que Collor é uma exceção? A Lava Jato, então, não vale para ninguém, mas vale para ele?

Depois os ministros se queixam de “falta de respeito” com eles. E como alguém poderia ser respeitado agindo dessa maneira? O STF, e a população percebe isso cada vez mais; não é apenas um tribunal totalitário que destruiu a lei, eliminou a segurança jurídica e impôs um regime de exceção ao Brasil. Além disso, transformou o país em uma variante do narcoestado. Temos aqui, e por tempo indefinido, o ladroestado.

DEU NO X

HÉLIO CRISANTO - UMA LUA, UM CAFÉ E UM BATENTE

ASSIM VIVE O MEU HERÓI

O meu herói não se esconde
Por detrás de um terno caro
Vive calejando as mãos
Com tamanho despreparo
Semeando o pão da vida
Sem direito e sem amparo

O meu herói vive triste
Distante da realeza
Onde a mosca da miséria
Sobrevoa a sua mesa
E o sol da desigualdade
Queima o lombo da pobreza

Esse herói tão invisível
Não está entre os políticos
Sofre pelos hospitais
Dando amor aos paralíticos
Arriscando a própria vida
Cuidando dos sifilíticos

Está na sala de aula
Cuidando da educação
Vive combatendo o crime
Correndo atrás de ladrão
Sendo guardião do povo
Auxiliando a nação

Meu herói vive na estrada
Transportando o alimento
Enfrentando até a morte
Tempestade, sol e vento
Longe dos familiares
Pra tirar o seu sustento

Meu herói acorda cedo
Segue firme pra labuta
Num busão abarrotado
De benesse não desfruta
Mesmo com tanto atropelo
Na desanima na luta

Ele não vive escondido
Nas mesas dos tribunais
Condenando os inocentes
Libertando marginais
Vive limpando as sarjetas
Sem ser visto nos jornais

COMENTÁRIO DO LEITOR

ROUBO

Comentário sobre a postagem O ESCÂNDALO DO INSS

Paredão de Barragem:

Que houve roubo, ninguém questiona, ninguém duvida.

Tirar R$ 80,00 por mês da conta de uma pessoa que recebe salário mínimo é uma puta de uma sacanagem.

Teve um leitor aqui que, salvo engano, fez um comentário dizendo que foi roubado também.

O problema é saber quem estava se beneficiando disso.

O dinheiro foi debitado da conta e entregue a associação que, juridicamente, são empresas sem fins lucrativos, portanto, não podem distribuir lucros, logo, todo resultado obtido por essas empresas deve ser reinvestido.

O negócio é olhar as despesas, a movimentação financeira, os eventuais ressarcimentos dos diretores.

É bom ressalvar que nem todos os diretores de associações são remunerados por ela.

Algumas vezes, o presidente, o vice, o conselheiro fiscal, mas os demais às vezes não são.

Seria bom que os estatutos sociais fossem devidamente analisados e também os balanços e a movimentação financeira.

Esses valores não transitaram em dinheiro, foram via conta corrente. Então, é fácil pegar.

DEU NO JORNAL

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

SONETO DOS DEDOS QUE FALAM – Orlando Tejo

Que importa que foguetes cruzem marte
E bombas de hidrogênio acabem tudo,
Se aos meus dedos, teus dedos de veludo
Ensinam que o amor é também arte?

Não desejo mais nada além de amar-te
E em êxtase viver, absorto e mudo,
Sorvendo da ternura o conteúdo
Que antes te buscava em toda parte!

Esses dedos que afago entre meus dedos,
Que acaricio a desvendar segredos
De amor nestes momentos que nos prendem,

Têm qualquer coisa que escraviza e doma,
Porque teus dedos falam num idioma
Que só mesmo meus dedos compreendem!

Orlando Tejo, Campina Grande-PB (1935-2018)

A PALAVRA DO EDITOR

NA ESCADA

Já tem alguns anos que lá na minha querida Palmares me fizeram uma homagem, colocando meu nome no batente da escada da Biblioteca Municipal, junto com os nomes de outros escritores da terra.

Me botaram lá em cima, puxando a fila!

Pois aconteceu que na semana passada, dois leitores, dois fãs, dois cabras arretados, tiraram uma foto dando destaque ao nome deste modesto escriba e postaram nas redes.

Um em cima, outro embaixo e eu no meio.

Levei um arrocho arretado dos meus jovens conterrâneos, mas me senti muito bem!!! 

DEU NO JORNAL