DEU NO X

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A PALAVRA DO EDITOR

UMA LEITORA MUITO ESPECIAL

Tony Antunes é um conterrâneo de Palmares, um amigo muito querido deste Editor, professor universitário que exerce seu ofício na Faculdade da Mata Sul, entidade da nossa terra.

Além de ser um poeta talentoso e um ativo agitador cultural naquela amada margem do Rio Una.

Pois ontem ele me mandou um vídeo pelo zap.

Este que faço questão de mostrar pra vocês e que está a seguir.

Vejam:

Francamente, fiquei ancho que só a peste com as considerações feitas sobre os meus livros.

E qual escritor não ficaria? Me digam.

O casal que lá aparece é José Duran e Socorro Duran.

Ambos são professores, escritores e poetas.

Ele é espanhol, diácono da igreja católica, que chegou no Brasil há algumas décadas para exercer suas atividades na diocese local.

E que casou-se com Socorro, uma palmarense muito dedicada à cultura da nossa terra.

Pois é.

Não resisti e resolvi me amostrar pra vocês.

Tô babando até agora!

E, já que o assunto é a minha modesta obra, vou aproveitar pra fazer um comercial.

Todos os meus títulos podem ser adquiridos através da página da Editora Bagaço.

Basta clicar aqui para acessar.

Os volumes serão entregues pelos correios.

Um excelente final de semana pra toda a comunidade fubânica!!!

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LUIZ CARLOS – RIO DE JANEIRO-RJ

Bom dia, Berto.

Uma força grande dessa pequena gigante nos versos, nas prosas e nas suas declamações.

Essa menininha, Larissa Dantas, já uma artista de mão cheia.

Mais uma nordestina abençoada e talentosa com um futuro brilhante pela frente.

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

GRANDES MOTES, GRANDES GLOSAS E UM FOLHETO DE ABC

Moacir Laurentino e Sebastião da Silva glosando o mote:

A poeira da estrada
Apagou o nome dela.

Sebastião da Silva

Eu passeei com meu bem
Pelo cantinho da sorte,
Já cruzei de Sul a Norte,
De Leste a Oeste também
E o destino ingrato vem
Nos deixa dores, sequela,
E hoje da minha bela
Tenho lembrança e mais nada.
A poeira da estrada
Apagou o nome dela.

Moacir Laurentino

O antigo casarão
Do meu amor verdadeiro,
Que eu abracei no terreiro,
Lhe dei aperto de mão,
Hoje só tem solidão,
A tristeza e a sequela,
Está velhinha a cancela,
Pendida e escancarada.
A poeira da estrada
Apagou o nome dela.

Sebastião da Silva

Naquele belo recanto,
Que foi nossa moradia,
Onde havia Cantoria,
Muita festa em todo canto,
Houve novena de santo,
No altar e na capela,
Só tem o santo e a vela,
Onde a missa era rezada.
A poeira da estrada
Apagou o nome dela.

Moacir Laurentino

A mulher que me amou,
Que me queimou como brasa,
Eu fui visitar a casa
E tudo se divisou,
A saudade ela deixou,
A sua saia amarela,
O resto de uma chinela
E uma blusa remendada.
A poeira da estrada
Apagou o nome dela.

Sebastião da Silva

Naquela nossa casinha,
Que tinha na encruzilhada,
Bem na beira da estrada,
A casa era dela e minha,
Lá o nome dela tinha,
Desenhado na janela,
Mas hoje não estou com ela
E a casa já está fechada.
A poeira da estrada
Apagou o nome dela.

* * *

Geraldo Amâncio glosando o mote:

Pra que tanto tesouro acumulado
Se ninguém leva nada no caixão.

Não adianta um pecador enganar
E nessa vida viver da fase crítica
Entre luta, entre roubo, entre política
Pra depois nesse mundo ele enricar
Que se a gente também for comparar
Desde um rico para um pobre cristão
Para Deus vale mais quem pede um pão
Do que um presidente ou deputado
Pra que tanto tesouro acumulado
Se ninguém leva nada no caixão.

* * *

Bob Motta glosando o mote:

Quer ver cachaça o que faz?
Não beba e preste atenção…

Chama cachorro de cacho,
chama mestre de aprendiz,
militar de militriz,
e nunca sossega o facho.
Bêbado de cima abaixo,
anda nu na multidão,
caga em cima do balcão,
não deixa ninguém em paz,
Quer ver cachaça o que faz?
Não beba e preste atenção…

* * *

Rafael Neto glosando o mote:

Me afoguei na maré da sedução
Quando o barco do amor perdeu o rumo.

Já cruzei muitos mares caudalosos,
Porém nesse eu quase perco a vida.
Nesse barco a passagem é só de ida
Nos prazeres dos mares ondulosos,
Meus desejos carnais são poderosos
Pra tirar minha vida do seu prumo,
E pra viver ou morrer eu mesmo assumo,
Que o culpado de tudo é a paixão.
Me afoguei na maré da sedução
Quando o barco do amor perdeu o rumo.

* * *

ABC PARA LEMBRAR RAULZITO E GONZAGÃO – Rouxinol do Rinaré

Amigos que apreciam
Meus cordéis, peço atenção
Pois vou falar de dois mitos
Saudosos dessa nação
No ABC pra lembrar
Raulzito e Gonzagão.

Baião é ritmo dançante
Do nordeste brasileiro
Se originou da toada
Do popular violeiro
E imortalizou Luiz
Nosso maior sanfoneiro.

Cantando, Luiz Gonzaga,
Resgatou nosso nordeste
Tocou baião, polca e xote,
Com o baião passou no teste
Engrandeceu nosso chão
Como um bom “cabra da peste”.

Declarou Luiz Gonzaga:
– Após a minha partida
Eu quero enfim ser lembrado
Como quem cantou a lida
Do sertanejo e amou
Toda essa gente sofrida.

Eu quero que não esqueçam
Que cantei sempre o sertão
Os padres, os cangaceiros,
O covarde, o valentão,
As secas, os animais,
E as aves de arribação…

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DEU NO JORNAL

UMA GRAVE OFENSA

As 60 pessoas mortas no atentado de Cabul, incluindo 12 americanos, vão para a conta e para a consciência de Joe Biden.

Ontem, em um discurso fraco, com apelos demagógicos, ele chegou a dizer que os militares americanos estão sob “proteção” dos talibãs.

É um idiota.

* * *

Este número já subiu.

Não são apenas 60 pessoas.

Hoje pela manhã estava chegando próximo de 100.

Agora, aqui entre nós, é uma ofensa aos idiotas chamar Biden de “idiota”.

Os idiotas devem ter ficado putos.

É melhor chamá-lo de zisquerdista.

E dizer que ele é muito apreciado e querido pelos tabacudos vermêios daqui do Brasil.

Onde danado será que anda o galegão Trump, miseravelmente derrotado nas eleições fraudadas pelas urnas A La Barroso dos Zistados Zunidos?

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

JK, ACIDENTE OU ASSASSINATO?

OS JORNAIS continuam a especular sobre o que realmente aconteceu. Começo por dizer que, em menos de um mês, faleceram os ex-presidentes Juscelino Kubitschek (22/8/1976, domingo passado mais um aniversário dessa data) e João Goulart (6/9/1976, em Mercedes, Argentina). Pouco depois, Carlos Lacerda (21/5/1977, no Rio). Os 3 principais líderes políticos de oposição à Ditadura. E a ideia de que tenham sido assassinados por agentes do Governo Militar se alastrou, no imaginário coletivo. Mas o que aconteceu de fato?, eis a questão.

Com relação a Lacerda, sua família sempre acreditou que a morte se deu por problemas de saúde. Um câncer que o roeu, sem piedade, por anos. E nunca teve interesse em maiores investigações. Para ela, ninguém perderia tempo com um quase cadáver. O caso de Jango ainda está sob exame – com fragmentos de seus ossos, hoje, em laboratórios especializados de Portugal e Espanha. Para identificar a presença (ou não) de cianureto. Confirmando (ou não) a tese de que teria sido envenenado. Sem muitas esperanças de que algo seja encontrado. O terceiro é JK. No momento de sua morte, para o povo brasileiro, a mais nítida esperança de voltar à democracia numa eleição direta.

A Comissão Nacional da Verdade examinou, com extremo cuidado, todas as implicações do caso. E apresentou Laudo, em 22/4/2014, com 139 páginas. Firmado por 5 renomados peritos que trabalharam, nele, desde 2012. Examinando 23 perícias e afins, já antes realizadas. Mais 298 negativos de fotos referentes a imagens do caso. E fazendo novos exames. Acompanhei esse caso, atentamente, por uma razão íntima. A de ser ele padrinho, de Maria Lectícia e meu. E o fato de muito gostar dele, como pessoa. Segue-se uma tentativa de resumir esse Laudo em linguagem mais facilmente compreensível pelo grande público.

1. RODOVIA PRES. DUTRA, quilômetro 165. Era domingo e JK voltava, para casa, mais tarde que gostaria. No começo da noite. Já quase escuro. As colisões ocorreram numa reta próxima de Resende (Rio). Com o Opala de JK e o Ônibus da Viação Cometa (com quem se chocaria, inicialmente) indo na direção São Paulo/Rio de Janeiro. Enquanto na outra pista, em direção contrária, Rio de Janeiro/São Paulo, vinha um caminhão SCANIA carregado com 30 toneladas de gesso. Foi ele o responsável pelas mortes de JK e seu motorista Geraldo Ribeiro. Era plana, gramada e sem guard-rails, a separação entre as duas pistas. E também planos os acostamentos e as áreas adjacentes (mais de um quilômetro), em ambos os lados. Certo que, fosse mesmo um atentado, e certamente o local escolhido seria outro. Provavelmente uma curva, junto a precipício. Em que o carro, fora de seu trajeto regular na estrada, ofereceria um concreto risco de morte.

2. ABALROAMENTO. Para quem planeja um atentado, último veículo do mundo que se utilizaria para provocá-lo seria um ônibus. Lento. E cheio de passageiros (40), testemunhas da tragédia. Bem mais eficiente seria um carro sem placa. De vidros escuros. E rápido. Valendo lembrar que o ônibus estava em velocidade menor que a do Opala. E na sua trajetória normal. A batida entre esse ônibus e o Opala, em que estava JK, se deu com seu veículo invadindo a faixa da esquerda, por onde trafegava o ônibus. Talvez, um cochilo do motorista. No chão ficaram marcas dos pneus, como prova. Sem registro de nenhuma outra. Basta ver as fotos. E a versão de que o carro de JK teria sido tocado por outro veículo não se sustenta. Dado que únicas marcas de abalroamento, no Opala, são rigorosamente coincidentes com as que ficaram no ônibus.

3. TRAJETÓRIA DEPOIS DO ALBARROAMENTO COM O ÔNIBUS. O Opala, dirigido pelo motorista Geraldo Ribeiro, se desgovernou com esse primeiro abalroamento. Ultrapassou o canteiro central. E se dirigia para o acostamento da pista contrária. Dali, numa situação normal, seguiria, em frente pelo acostamento. E, caso continuasse nessa trajetória, entraria em uma área plana e de mato baixo. Que causaria danos de pouca monta, para o veículo. Alguma pedra que arranhasse a lataria ou um pneu furado, no máximo.

Segundo o Laudo, entre o abalroamento e o choque com a carreta Scania, se passaram 2 segundos. Ou cerca de 45 metros. Os peritos sabem que o tempo médio de reação humana, em casos de acidente, é cerca de 1,5 segundos. E o que ocorreu?, então. Provavelmente deu-se que o motorista do Opala, passado o breve instante de torpor com o abalroamento no ônibus, terá reagido virando à direita. Para impedir que o veículo fosse além do acostamento. Como se quisesse evitar danos (caso seguisse em frente) ao veículo. E no desejo de retomar sua viagem, normalmente. Passaria à esquerda do caminhão, pelo acostamento, e voltaria depois à pista. Era o que desejava. Só que por azar, muito azar, não conseguiu realizar essa operação. Chocando-se, a parte frontal direita de seu Opala, com a parte frontal direita da carreta Scania, que vinha em sentido contrário, sendo então arrastado por 30 metros. Com um pouco de sorte não se tocariam, os dois veículos. Como dizia Saint-Exupéry (Citadella), “A ocasião que falta é aquela que conta”.

4. OUTRAS HIPÓTESES. A versão de que o Opala foi vítima de bomba, posta no veículo e disparada à distância, também não é crível. Por não haver qualquer resíduo de plástico ou pólvora, no chão da estrada ou no veículo. Como se daria, caso tivesse havido mesmo uma explosão. Igualmente, a versão de um tiro de precisão na cabeça do motorista de JK não se sustenta. Primeiro, porque o crânio de Geraldo Ribeiro, segundo se vê nas fotos da época (apresentadas no Laudo), não tinha qualquer lesão. Muito menos por furo de bala. Segundo porque, caso tivesse o motorista sido atingido por uma bala no crânio, e jamais poderia, logo após o abalroamento com o ônibus, ter alterado a trajetória do veículo em que estava, dobrando à direta. Como fez. Com lucidez. Ainda pensando em escapar ao acidente sem maiores consequências.

5. BALA. Num dos últimos exames, foi localizado instrumento de metal dentro do crânio do motorista de JK. Uma bala!, para muitos. Prova do assassinato! Esse objeto acabou encontrado em uma fenda larga, nesse crânio, medindo cerca de 10 centímetros. Com bordas claras – prova de ter sido fratura posterior, no tempo. Até porque todas as fotos, que constam das primeiras perícias, revelam um crânio intacto. E fraturas similares se dão depois do óbito, ao passar do tempo, com frequência. Dada a fragilidade dos ossos em decomposição. Já o metal do referido instrumento não era um composto de liga de chumbo, próprio dos projéteis de bala. Mas ferro doce. O mais simples e mais barato. Tendo, aquele objeto, diâmetro muitas vezes menor que o de um projétil de revólver 38 (dado se afastar pudesse vir a ser usado calibre menor, num atentado). Sem contar que, nesse caso, e seriam provavelmente projéteis 44 ou 45. Ou ainda maiores. As fotos desse objeto, comparadas com um projétil 38 (ou 44, ou 45), não permite dúvidas. Provando o Laudo se tratar, na verdade, apenas de um cravo – exatamente similar aos usados para pregar a seda, normalmente de segunda categoria, que fica por dentro da madeira dos caixões funerários. Rigorosamente igual aos cravos que prendiam aquela seda no caixão em que foi enterrado seu motorista.

6. RESUMO. Não há dúvida, pois, de que se tratou mesmo de um acidente automobilístico (quem tiver maior interesse no caso basta acessar, pela internet, o site da Comissão, com a íntegra do Laudo e seus anexos). Não assassinato, só acidente. Cabendo, ainda, uma última palavra. Para dizer que a história tem suas tramas. Seus designíos. E seus mistérios. Porque o Regime Militar certamente ficaria feliz em ver morto JK. Um risco a menos. Mas é como se o destino, esse “Deus sem nome” como queria Pessoa (carta a Henry More), tivesse agido antes. Essa é a verdade.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

TEÓFILO R. MARTINS – ARACAJU-SE

Mestre Berto:

Já cumpri a minha obrigação de devoto fubânico

Segue o comprovante de depósito do dízimo.

Informo que não é pra Chupicleide tomar cachaça.

Este é para comprar a ração de Polodoro.

Peço por favor que você coloque ele pra relinchar com o cacete que vai enfiar naquela gente.

Você sabe quem são.

Obrigado.

R. Meu caro leitor, seu generoso depósito já está na conta desta gazeta escrota.

Chupicleide fechou a cara com a sua recomendação, porque hoje, sexta-feira, é o dia em que ela costuma encher o rabo de aguardente.

Ô sujeita metida (êpa!) que só a porra!

Aproveito para agradecer também as doações dos leitores Eurico Schwind, Emanuel Sabino, José Claudino, R.M.C, Paulo Marques e Boaventura Bonfim.

O pagamento deste mês da empresa Bartolomeu Silva, responsável pela hospedagem e assistência técnica desta gazeta escrota, já está garantido.

Vai voltar tudo em dobro pra vocês na forma de saúde, paz, tranquilidade, harmonia e uma vida muito feliz!!!

E, atendendo ao vosso pedido, caro leitor, aqui vai o rincho do nosso mascote, o jegue Polodoro, com a pajaraca no ponto pra enfiar todinha no furico de um time de urubus que vem infernizando a vida deste país.

Rincha, Polodoro!!!

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS