ROQUE NUNES – AI, QUE PREGUIÇA!

LONGA VIDA A LULA!

De repente, algum desavisado pode ler esse título e pensar que eu pirei na batatinha a respeito do maior embuste da história política recente do Brasil. Mas não. É fato. Sinceramente eu desejo longa vida ao Lula. Não por ele, obviamente, mas eu detesto a ideia de hegemonia política sob qualquer quadrante. Eu não tenho essa tara unicista, nem mesmo que isso leve ao paraíso na Terra. Minha toada é outra e minha viola é afinada Dó Maior.

Este tema vem me incomodando há uns dias e resolvi colocar no papel, a fim de analisar, sob a perspectiva histórica, a dinâmica da esquerda no Brasil, desde o começo do século XX, ou melhor, desde o fim da República do Café com Leite. É fato que o espectro político brasileiro nunca se firmou sobre ideias ou mesmo ideologias políticas que pensassem o país no longo prazo. O maior prazo que a dinâmica política nacional dá para suas ideias é quatro anos, e olhe lá!

Sob essa óptica, tanto a direita, quanto à esquerda sempre se firmaram sobre personalidade: o adhemarismo, o lacerdismo são exemplos desse personalismo. Assim como o carlismo na Bahia. O getulismo não cabe nessa perspectiva por que Vargas foi um camaleão político que ora pendia para a direita e para esquerda, a depender das vantagens que isso adviria. Lula se situa no mesmo patamar, mas à diferença de Vargas que acreditava nesse tipo de construção, Lula não acredita.

A percepção da realidade brasileira, é que, nem direita e nem esquerda, se fiam a um programa, ou um projeto de nação de longo prazo. Um projeto de busca pensar o que o Brasil quer ser daqui a cem anos e o que o resto da América do Sul deve ser para o Brasil nesse mesmo período. Nada disso! Nós vivemos “deitado eternamente” vendo apenas o presente! O hoje! O agora. E o futuro que se dane!

Vendo as escaramuças entre o Partido Democrata e o Partido Republicano dos Zistados Zunidos, pode-se perceber que, apesar das diferenças, eles ainda possuem um programa de longo prazo. Apesar dos Democratas de hoje em nada lembrarem o partido de John F. Kennedy, ou mesmo de Lyndon B. Johnson, eles vão levando a vida. Donald Trump quis recuperar o idealismo do Partido Republicano de Ronald Reagan, mas deu com os burros n’água. Mesmo lá, parece que nivelar pelo gosto mediano e pela mediocridade da massa, é uma tendência a ser levada a sério.

Mas, voltando para Pindorama, uma situação que me deixa incomodado é ver como a esquerda anda, inexoravelmente, rumo à extinção. E não digo apenas o Partido (Deus que me perdoe!) dos Trabalhadores (PT), mas também o PDT, o PSOL, o PCO, o PCdoB, o PSTU e congêneres. Calma! Eu já explico o motivo de eu antever essa extinção com data programada para acontecer. Mas antes quero deixar claro. Apesar de não ser simpatizante com as ideias esquerdistas, menos simpatia tenho por posições hegemônicas e unilaterais. Elas são o caminho mais rápido para o cabresto e a cangalha.

A direita, apesar do personalismo, não ficou dependente, como um viciado, em seus líderes. Não seguiu esse líder até a lápide no campo santo e deitou-se na campa esperando o fim inexorável. Quem hoje se lembra da força do adhemarismo, ou mesmo do lacerdismo? Na minha cidade natal, Corumbá, a cidade branca, houve um político populista que levantava multidões. Cecílio de Jesus Gaeta chamava seus eleitores de “Meu roseiral querido”. E quando ele bradava, milhares o seguiam. Hoje, as novas gerações nem conhecem quem é Gaeta e o que ele representou no cenário político municipal e estadual.

O mesmo está ocorrendo com a esquerda. E toda a esquerda. A direita fragmentada no Brasil teve e tem vários ícones. A esquerda, infelizmente criou e amamentou um totem, um ente sagrado, um deus-sol (l’etat c’est moi!), um sistema planetário em que existe um único ente com vida, rodeado por planetas, cometas, asteroides, luas, anéis de gelo e meteoritos sem vida. Estéreis. Secos. Luiz Inácio Lula da Silva é um ente de razão para essa esquerda, mas também é uma fonte de vida, uma espécie de manancial em que a seiva da vida emana para todos os partidos que orbitam ao redor dele.

Até mesmo no PDT de Leonel Brizola. Morto o caudilho, assumiu o comando um balofo sem expressão, sem carisma, que só é lembrado nos boletins policiais. Esse balofo atou o partido à figura de Lula e não ao petismo. E essa figura foi matando o partido, assim como cipó mata-pau asfixia a árvore que lhe serve de esteio. Hoje o PDT é apenas um braço do lulismo. O que se convenciona chamar de petismo é só um cacoete, um movimento mecânico do lulismo que mobiliza toda aquela penca de gente feia que dói nos cornos, mas que não têm vida. São apenas zumbis, ou bonecos de mamulengo que só se mexem se Lula movimentar as mãos.

Lula cresceu e se tornou maior que o PT. Lula matou o PT lá na década de 1980, quando sufocou o partido e o impediu de criar outras lideranças. No jogo em que Lula está ele é o capitão da equipe, o zagueiro, o centroavante, os laterais, a zaga, o goleiro, o técnico, o massagista e o gandula da equipe. Isso, no longo prazo impediu que possíveis lideranças surgissem para substituir a velha guarda quando essa se aposentasse, ou “cantasse para subir”, quando chegasse a inexorável hora. E é essa hora inexorável que está chegando para Lula e ele ainda não se deu conta disso.

Alguém pode dizer que eu estou agourando o padre de missa negra de Garanhuns. Longe disso. Eu quero que Lula viva para ver as suas condenações se multiplicarem, desde que sejam feitas dentro da lei e com todas as garantias legais. Não sou do tipo “aos amigos tudo, menos a lei; aos inimigos nada, nem a lei”. Disse e repito. Sou um ultrahiperliberal em todos os sentidos. Mas deixo um alerta para todos os brasileiros: em breve veremos um processo de extinção em massa no mundo político. O desaparecimento de Lula levará à extinção da esquerda em Pindorama.

Não há, nestas plagas, partido político, ou mesmo liderança de esquerda com estofo para substituir Lula. E ele sabe disso. Ele levou a esquerda ao suicídio coletivo e à extinção programada. Ao não dar espaço para o surgimento de lideranças substitutas, Lula decretou-lhe a extinção. É ai que mora o perigo! Então, só podemos torcer e clamar: longa vida a Lula!

DEU NO JORNAL

MIJANDO NOS ARES

A nova polêmica da aviação chinesa chegou aos noticiários do mundo após uma matéria da Bloomberg, em que reporta que comissários de bordo foram instruídos a usar fraldas descartáveis ​​em vez de usar banheiros a bordo durante voos de alto risco para países com alta prevalência do novo coronavírus.

A medida faz parte das novas recomendações dos regulador da aviação civil da China.

Talvez o mais curioso seja a sugestão de que os comissários usem fraldas descartáveis ​​para evitar o uso do banheiro.

* * *

Os tarados e degenerados que estarão dentro do avião vão ficar excitados quando estiverem sendo atendidos por essas fofuras.

Imaginando que elas estão ali ao seu lado, mijando em pé.

E isto contrariando a tradição oriental de mijar e obrar de cócoras.

Agora, tem um detalhe:

A companhia aérea Emirates leva 17 horas e 35 minutos para percorrer os 13.821 km que separam a Cidade do Panamá e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Dependendo do volume de mijo nas fraldas, o fedor vai infestar a aeronave.

Vôte!

A PALAVRA DO EDITOR

DEU NO JORNAL

BABAQUICE MIDIÁTICA

* * *

Esta é uma das manchetes principais de hoje da página globoleira G1.

O jornalisteiro que redigiu essa expressão “se reinventaram” é baitola.

“Brasileiros que se reinventaram”…

É pra arrombar a tabaca de Xolinha!!!

Deve ser o mesmo jornalisteiro que inventou (ou seria reinventou???) aquele negócio de “distanciamento social”.

Putz!

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEDÉ VARELLA DE TAIPU – TAIPU-RN

Santa Luzia, cadê tu?

Não sou esses balai todo, sou meio disleriado”, mas sábado eu amanheci decidido a por em prática um plano religioso.

É assim: 12 de dezembro, pensei, é véspera do dia de Santa Luzia e, como eu ando com às vistas meia “rumbuda”, comecei o dia emendando pavios de velas e passei uns minutos frente ao fogaréu com meus joelhos alquebrados deitados sobre o cimento frio e antiderrapante da minha choupana, rezando e procurando uma maneira de engabelar a santa.

Na verdade, tudo isso deriva do fato dos meus óculos encontrarem-se em petição de miséria, me deixando sem condições de apreciar, também, a minha amada literatura de cordel e o corrimento desta gazeta fuleira.

E pedia: Santa Luzia, minha idolatrada santa, padroeira dos cegos e seus guias, olhe meus olhos, eles estão embasados, quase tapados, cataratados. Me ajude aí, na vaquinha pros meus para-brisa que eu lhe “agarântio” pavios acesos até o final do ano, me ampare que eu sustento o fogo na pira.

À noite, desencavei do baú uns trapos seminovos, naftalinizaos, meti o brasante com o fundo de metal brilhante no linho, me enfatiotei, caprichei no desinfetante suvacal, me excedi no istrato de litros comprados na feira, escovei a carapinha e parti no rumo da capela, e foi aí, em lá chegando, que a minha devoção foi pro beleléu.

Quando me aprocheguei da entrada do templo vi no andor uma imagem diferente, sem a bandeja cuns zóios dentro sem nada.

Destravei a língua enrolada pelo choque e perguntei ao distribuidor de Álcool 70: Zifio, cadê a estátua de Santa Luzia? Venho de longe em missão de promessa para assistir missa, comer hóstia, pagar dízimo e tudo.

E ele: meu senhor eu acho que o senhor se enganou, está correndo missa, sim, mas em homenagem a Nossa Senhora de Guadalupe.

“Voltei pra casa triste demais, o que a santa fez não se faz”.

Depois pensei: menos mau, pior que isso, quem sabe o que eu passei no Panamá deve estar dando gaitadas e dizendo ser eu um homem de sorte.

Moral da história: fiquei sem óculos e sem fé.

Dedé Varella, o Basileu do Manicômio.

DEU NO X

A PALAVRA DO EDITOR

O PRETO QUE QUERIA SER BRANCO

O preto entrou na tenda da cigana. Ele era de raça preta subsaariana, quase azulada, banto de cor e alma. Os olhos sanguíneos, vermelhos, denunciavam-lhe a descendência racial direta dos quilombolas.

Essa cigana era considerada uma mulher de poderes fenomenais e extraordinariamente assustadores dignos de Fausto. Tinham já feitos prodígios demoníacos, sentenças devastadoras, feitiços deslumbrantes. Conhecia o submundo da magia negra e era praticante dos mais recônditos e infernais segredos do Vodu e da Santeria. Diziam até que ela era uma bruxa fugida de Salém. E era bem possível que assim o fosse.

O preto azulado sentou-se resoluto diante da cigana, como o corvo de Poe adentrara em seus umbrais. A escuridão da tenda encobriu o banto, tornando-o ainda mais preto. Ele ansiava mesmo um feitiço poderoso a qualquer custo, desesperadamente. A cigana adivinhou logo o que o banto ansiava, mas perguntou-lhe, só por praxe. Coisa de ciganos e adivinhos. Perguntam, embora já saibam o querem aqueles que os procuram. Perguntam, só por perguntar.

– Quero ser branco. – disse o preto taxativo. Para ele não haveria nem mais nem menos. Tinha que ser branco a qualquer custo. Venderia sua alma ao mais vil dos demônios.

A cigana sorriu. Não era a primeira vez que alguém a procurava para tais fins. Naquela tenda a alma humana não passava de mísera moeda de troca para a satisfação dos mais esdrúxulos desejos. Os demônios escondidos nos cantos exultavam. A cigana segurou com força a mão do banto. Ele fechou os olhos, rangeu os dentes, salivou e com voz rouca, repetiu:

– Quero ser branco!

A cigana sorriu. Sacou de uma faca e fez um pequeno corte em forma de cruz na mão do preto, deixando esvair uma quantidade considerável de sangue em uma tigela. O preto experimentou uma tontura passageira e adormeceu na cadeira. Acordou no dia seguinte disposto. Mais uma vez a cigana lhe sorriu.

– Pode ir. O senhor já está branco.

O banto saiu da tenda. O sol castigou-lhe a pele como se fosse um ferro em brasa. Olhou em volta e percebeu que todos assustados, olhavam para ele. Em vão tentou falar com alguém. Todos fugiam dele. Muitos viravam o rosto com repulsa. Assustado, o banto retornou para a tenda da cigana.

– Pode ir. O senhor já está branco. – repetiu a cigana, agora visivelmente hostil, empurrando-o para fora da tenda. O banto, apavorado, perguntou onde estava. A cigana maternalmente levou-o para fora da tenda.

– O senhor está em Dar es Salaam. Mas tenha cuidado. Aqui na Tanzânia, as pessoas odeiam os albinos.

PENINHA - DICA MUSICAL

DEU NO X

A PALAVRA DO EDITOR

BOULOS INOVOU

A sequência é conhecida: um esquerdista radical se fantasia de moderado, usa uma mensagem demagógica para atrair a elite culpada e ignorante, consegue chegar ao poder, e uma vez lá, faz de tudo para se perpetuar no poder, incluindo conchavos com os fisiológicos e abandonando as “minorias” que prometeu ajudar. No processo, por adotar um mapa de voo totalmente equivocado e falacioso, acaba destruindo a economia do país, produzindo rombos fiscais enormes, inflação e desemprego.

Não foi assim somente com Lula e Dilma; foi assim em todo experimento socialista! Guilherme Boulos, do PSOL, era o nome da vez. Disputava no segundo turno o comando da capital mais importante do Brasil, o que já é sintoma da gravidade da situação. Seguiu passo a passo o script. Amansou a fala, deixou de lado as invasões e os quebra-quebras que promovia como líder do MTST, seduziu (sem muito esforço) os jornalistas.

Contou com uma ajudinha dos institutos de pesquisa, que inflaram suas intenções de voto. Não obstante, o bom senso prevaleceu, o paulistano demonstrou algum juízo, e a despeito da revolta legítima com o prefeito tucano que disputava sua reeleição, não permitiu a chegadan de Boulos “caviar” ao comando de São Paulo. Menos mal.

Boulos não teve, então, como destruir de vez com as finanças da cidade mais rica do país. Mas ele inovou. Ele conseguiu quebrar a própria campanha! Isso mesmo: a demonstração de irresponsabilidade no trato com o dinheiro já veio logo no começo, e isso mesmo com o milionário fundo partidário e as doações de herdeiros entediados. O candidato do PSOL lançou uma campanha para arrecadar fundos para “cobrir os custos pendentes da campanha”. Tem otário para tudo nesse mundo…

Se o maior problema da extrema esquerda fosse sua completa falta de habilidade ao lidar com o dinheiro (dos outros), a coisa seria quase tolerável. Conseguimos trabalhar mais para sustentar parasitas. Mas o grande mal do socialismo é mesmo a total perda de liberdades. Boulos defende as ditaduras de Cuba e da Venezuela, e mesmo assim tinha veículo de comunicação o chamando de moderado e repetindo que o comunismo morreu.

Essa semana mesmo vimos que, depois de protestos, o regime cubano bloqueou redes sociais e colocou ativistas em prisão domiciliar. Já na China, outro país comandado por uma ditadura comunista, um repórter da Bloomberg foi preso e um magnata de Hong Kong foi enquadrado na lei de segurança nacional por defenderem liberdade de expressão e democracia.

Mas nossos “jornalistas” não querem criticar a China, nosso maior parceiro comercial, por “pragmatismo”. Essa gente demonstra ter pouquíssimo apreço pelas liberdades mais básicas…