DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO JORNAL

A HUMILDADE QUE A IMPRENSA PERDEU

Luís Ernesto Lacombe

Não, ninguém precisa ser formado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, para ser jornalista. Não apenas pela lei… É preciso ter alma de jornalista. E, fundamentalmente, isso passa pela humildade, pela manutenção da vaidade num nível aceitável. A vaidade, como falava o professor Olavo de Carvalho, é um erro de inteligência. Uma pessoa inteligente é, necessariamente, uma pessoa humilde. Quem não é humilde vai sempre distorcer a realidade, já que ignora as referências corretas, já que enxerga tudo como imagina, como deseja, já que adota “verdades próprias”… E nada disso se encaixa com jornalismo.

Os produtores, por exemplo, costumam trabalhar no anonimato. No máximo, são um nome nos créditos. Eles são os profissionais do jornalismo que melhor entendem que é preciso abrir mão da vaidade. E isso deveria ser claro para todos os jornalistas, mesmo os de televisão, aqueles que aparecem no vídeo em programas e telejornais de grande audiência. Todos deveriam entender que a estrela é a notícia, que o principal são as informações. Mais do que tudo, é difícil entender as “estrelas” que a televisão cria, num veículo em que se impõe o trabalho em equipe. Não há em nenhuma outra área profissional uma rede de interdependências tão grande quanto a que se encontra no telejornalismo. Em televisão não existe “meu” nem “seu”, existe “nosso”.

Mesmo em veículos em que o jornalista tem mais autonomia, ele não deve se sentir acima do bem e do mal. Ele não é o todo-poderoso, ele não existe para tornar o mundo melhor, isso é, no máximo, a consequência natural de um trabalho bem feito, não a meta. A ambição de um jornalista deve ser encontrar as melhores histórias reais e em movimento e contá-las da melhor forma possível. Com objetividade, com clareza, da forma mais coloquial e atraente, mas sem abrir mão de um estilo pessoal. O que não deve ser esquecido é que um jornalista é um jornalista, não um ator. Ele trabalha com a realidade, está sempre em busca do que há de interessante nessa realidade. O jornalista é um “contador de histórias”, e não deve ser um personagem delas… A não ser em pautas específicas, quando o jornalismo se aproxima mais do entretenimento, o que tem sido feito de forma exagerada há algum tempo na cobertura esportiva e nas pautas de comportamento.

Desconfie sempre do “jornalista vidente”: “eu avisei”, “eu previ”, “não quiseram me ouvir”… Esse, muitas vezes, abandona o básico do básico: a desconfiança, a curiosidade, as perguntas. Trabalha a partir de intuições que podem não ser testadas, rebatidas, até finalmente se confirmarem, ou não se confirmarem. Apenas esbarra nos fatos, e buscar a verdade quase nunca lhe interessa muito, se ela pode estar ali, amarrotada, no bolso da sua calça, do seu paletó…

Não dá para ser um revolucionário, um militante, um ator político em tempo integral e um jornalista esporádico. Não dá para buscar interesses próprios ou de um grupo específico. Não dá para aceitar que o jornalismo seja invertido, pervertido, subvertido. É preciso encontrar nas novas gerações resquícios dos grandes jornalistas que o Brasil já teve e incentivar um renascimento. É dever de todos – dos profissionais da área, dos leitores, dos ouvintes e espectadores. É nossa obrigação recusar e combater aqueles que se opõem ao mundo real, às experiências já vividas, que se entregam a ilusões, a mentiras, a utopias, aqueles que aceitam se enganar e enganar os outros… E a humildade será sempre o princípio de tudo.

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JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Gilda Abreu

Gilda de Abreu nasceu em Paris, França, em 23/9/1904. Cineasta, radialista, escritora, atriz e cantora. Ganhou medalha de ouro com o canto lírico, mas o que queria fazer mesmo era teatro, algo proibitivo para uma família burguesa da época. Porém, dedicou-se ao cinema, realizou 6 filmes incluindo O Ébrio em 1946, campeão de bilheteria, e atuou como atriz em algumas peças e operetas, como roteirista e na literatura como escritora.

Filha da cantora lírica Nícia Silva de Abreu e do médico e diplomata João de Abreu, esteve no Brasil aos 4 anos e aos 10 passou a viver no Rio de Janeiro. Teve os primeiros estudos em Paris e foi educada em colégios da elite carioca. Em 1922, aos 18 anos, ingressou no Instituto Nacional de Música e formou-se em 1927 em canto lírico. Em 1933 estreou a primeira opereta, A Canção Brasileira, e escreveu um ato “A princesa maltrapilha”, acrescido a opereta.

Neste ano casou-se com o cantor Vicente Celestino, com quem contracenou A Canção Brasileira, e não tiveram filhos. Pouco depois estreou no cinema com o filme Bonequinha de seda, em 1936, dirigido por Oduvaldo Vianna. Um filme visto como ponto de retomada dos filmes de qualidades feitos no Brasil. Foi visto por mais de 200 mil pessoas e exibido nos países do cone sul e em Portugal. Na década de 1940, com o sucesso das radionovelas, passou a escrevê-las para a Rádio Nacional (“Mestiça”, “Aleluia”, “A Cigana”, “Pinguinho de gente”), e Radio Tamoio (“Alma de palhaço”). Em 1945 começou a trabalhar no filme, do qual foi diretora, “O Ébrio” com Vicente Celestino, um dos filmes mais visto da história do cinema brasileiro. Foi a terceira mulher a dirigir um filme no Brasil.

Hernani Heffner, da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, testemunhou a emoção do público na faixa dos 60 e 70 anos. “Quando você vê o filme numa sala grande e todo mundo começa a soluçar, é um acontecimento… De fato, O Ébrio calou fundo no coração das pessoas.” No entanto, a autora do filme ficou pouco conhecida, ofuscada pela fama de Vicente Celestino, que além de protagonista do filme era compositor e intérprete da canção que inspirou o roteiro. Pouco depois, junto com o marido, abriu a “Companhia Vicente Celestino e Gilda Abreu” e passou a dedicar-se mais a carreira de autora teatral.

Em 1944 escreveu a peça “Olhos de Veludo”, em parceria com Luiz Iglesias e retornou ao cinema, em 1951, dirigindo o filme “Coração Materno”, outro filme extraído de uma música de Vicente Celestino. O filme não foi tão bem sucedido como “O Ébrio” e ela passou a se envolver com a escrita de poemas, radionovelas e roteiros. Durante longo tempo foi empresária do marido e não há dúvida que o sucesso popular alcançado pelo tenor foi decorrente de sua potente voz. No entanto, atribui-se a ela um papel fundamental na carreira artística do marido, agenciando contratos e apresentações.

Em 1968 Vicente Celestino faleceu de um infarto fulminante e em 1977 ela filmou “Coração de Amor”, um curta metragem em homenagem ao falecido marido. Em seguida casou-se com o prof. José Spinto e fundou o Centro Cultural Artístico Nícia Silva, em homenagem a sua mãe. Em maio de 1979, aos 75 anos, foi internada numa clínica e veio a falecer, vitimada por uma trombose cerebral, em 4/7/1979. Além da produção literária, Gilda atuou como atriz em dois filmes e como diretora em seis filmes numa época bem mais patriarcal do que hoje, onde poucos acreditavam que uma mulher pudesse dirigir uma equipe cinematográfica.

Numa entrevista à imprensa, contou ter usado calças compridas, algo pouco comum para mulheres da época, na tentativa de ser respeitada pelos técnicos. Pouco antes de falecer, publicou o livro Minha vida com Vicente Celestino, uma biografia focada mais na vida do marido. Num momento de saúde frágil, sentiu que “ainda era necessário viver” para cumprir a promessa que fizera no altar: “Elevar Vicente ao lugar que merecia ocupar”. No lugar de uma biografia sua, temos uma dissertação de mestrado de Lucilene Pizoquero: “Cinema e gênero: a trajetória de Gilda de Abreu (1904-1979)”, defendida na UNICAMP-Universidade Estadual de Campinas.

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CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

XICO BIZERRA – JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE

A EMPETUR, Empresa de Turismo de Pernambuco, é minha devedora, desde Junho deste ano, referente a liberação de música – DIREITO AUTORAL, para uso no Cais do Sertão.

Uma mincharia, mas uma vergonha.

Contrato assinado previa o crédito 20 dias após sua assinatura, ocorrida em 14.05.25.

Até hoje, nada!

Merecia SPC / Serasa / Ação Judicial.

Se eu tivesse um hospital em Garanhuns, já teria recebido.

R. Excelente cacetada, meu talentoso amigo e colunista fubânico.

Ser caloteado por um órgão do governo estadual é um absurdo.

Cobre mesmo!!!

É seu direito.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO