DEU NO X

O FOGO TÁ ESPANTANDO ATÉ OS MALASSOMBROS

* * *

O incêndio é tão forte e as chamas são tão altas e intensas, que até as almas penadas estão acordando e fugindo do purgatório.

É cada assombração da porra!

Vôte!!!

“O fogo já pegou até no meu dedo. Num posso mais nem arrancar meleca da venta”

VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

A VILÃ

Maria Linhares, 69 anos, mulata, alta e um pouco gorda, era dona de uma vila de quartos de aluguel, no bairro da Ribeira, em Natal, década de 70 do século passado.

Muito moralista, com voz firme e forte, tinha suas regras. Alugava quartos somente a casais sem filhos. Às 22 horas, fechava o portão de ferro do “condomínio”, com um cadeado e ninguém mais entrava, salvo se arrodeasse e pulasse o muro.

De acordo com o seu regulamento, era proibido se tomar banho nos quartos, pois na vila só havia um pequeno banheiro coletivo, onde se levava água em um balde. Ali também havia um aparelho sanitário, feito de tijolos e coberto por uma tábua, onde circulavam baratas por dentro e por fora. Nos quartos, sempre apareciam escorpiões, prontos para atacar. Era um ambiente muito pobre e insalubre.

De pouca conversa, Maria Linhares vivia pensativa e triste, com os olhos fixos no nada, em que o destino a transformou. Quem a conhecesse nessa altura da vida, não poderia imaginar o passado criminoso que ela escondia.

Pois bem. Na mocidade, essa mulata bonita, descendente de angolanos, fora empregada doméstica e protagonista de amores e tragédias. Apaixonou-se por Daniel, o filho do seu patrão e os dois viveram uma aventura amorosa clandestina, que, somente para ela, foi um amor fatal. Meses depois, chegou-lhe aos ouvidos a notícia de que o rapaz estava noivo de uma jovem de nome Arlete, e o casamento já estava marcado.

Desesperada, a mulher passou a odiar a jovem Arlete e a paixão que sentia por Daniel tornou-se uma obsessão, mesmo o rapaz tendo posto um ponto final no caso.

Como cozinheira da casa dos pais de Daniel, Maria Linhares também foi encarregada de cuidar da casa nova, já mobiliada, onde ele e Arlete iriam morar depois de casados.

Arlete trabalhava numa loja do futuro sogro, na Rua Dr. Barata, no Bairro da Ribeira. Morava com os pais, irmãs e a tia Otília, jovem e solteira, sua amiga e confidente, no bairro da Cidade Alta. Levava uma vida tranquila e feliz, com o casamento já próximo.

Fingindo querer agradar, Maria Linhares sugeriu a Arlete que fosse até a casa nova, para ver a mobília comprada por Daniel e dar sua opinião sobre a arrumação.

Muito ingênua, a jovem prometeu que logo iria.até lá. Não imaginava que a empregada fosse apaixonada por seu noivo e já tivesse havido um caso entre eles.

A jovem, então, combinou com a tia Otília para, no sábado vindouro, na volta da praia, irem até à sua casa nova, para ver a mobília que Daniel havia comprado.

Na manhã do sábado, 24 de outubro de 1942, Arlete e a tia Otília, depois do banho de mar na Praia do Morcego, hoje Praia do meio, se dirigiram a pé à casa nova, na Av. Getúlio Vargas, esquina com a Rua Joaquim Fabrício, no alto do bairro de Petrópolis.

A empregada as esperava ansiosa, e expressou grande alegria ao vê-las. Arlete resolveu entrar no banheiro, para tomar um banho de água doce, e tirar do corpo o sal da água do mar.

Quando Arlete entrou no banheiro, imediatamente, Maria Linhares chamou Otília para ver a garagem. Lá, as aguardava um homem do tipo lombrosiano (tipo de pessoa com as características físicas definidas por Cesare Lombroso, como sendo as do criminoso nato) e aspecto apavorante. O homem agarrou Otília, enlaçando seu pescoço com um pano e apertando o laço, ajudado pela empregada, e sufocando a jovem, até matá-la por estrangulamento. Com a ajuda de Maria Linhares, o corpo de Otília foi, rapidamente, arrastado e jogado na vala que já estava cavada no fundo do quintal.

Depois de alguns minutos, Arlete saiu do banheiro e chamou pela tia. Maria Linhares respondeu, atraindo-a para a garagem e dizendo que ela e Otília estavam lá. E a jovem dirigiu-se à garagem. Logo à porta, o monstro avançou para ela, que deu um grito de pavor, ouvido pelos vizinhos. Mas, imediatamente, seu grito foi abafado com um pano enlaçado ao seu pescoço, que a sufocou. Novamente, com a ajuda de Maria Linhares, o laço foi apertado até matar Arlete estrangulada, como acontecera com a sua tia Otília.

O cúmplice de Maria Linhares, após o estrangulamento, despojou o cadáver de Arlete das joias que ela estava usando. Tirou-lhe os anéis, o relógio e, do pescoço, tirou um trancelim de ouro.

Era essa a sua paga, pela participação no crime de vingança, arquitetado por Maria Linhares, sua grande amiga.

Em seguida, os dois assassinos deram início à “cerimônia” do enterramento dos cadáveres. Ao pé do muro do quintal, já haviam cavado a areia frouxa do morro, e já estava feita a vala, que supunham ser a última morada das duas jovens, Otília e Arlete. Ao enterrarem o cadáver de Otília, deixaram, também, na cova, os óculos que ela usava.

Lançaram areia sobre os corpos, cobrindo-os completamente, e deixaram o quintal sem qualquer vestígio do enterramento.

A única testemunha desse duplo e bárbaro homicídio foi o cajueiro, de sombras amplas em todo o redor.

Os dois assassinos cuidaram de espalhar folhas do cajueiro sobre a cova. O caso estava consumado.

Depois de terminado o ritual macabro, o cúmplice se retirou, levando consigo as joias que embolsara. E Maria Linhares foi logo cuidar de lavar o chão da garagem e apagar as manchas de sangue que ficaram.

No dia seguinte, domingo, o cúmplice voltou a procurar Maria Linhares, para devolver as joias, pois, em todas estava gravado o nome de Arlete. Não poderiam ser vendidas. Em troca, ele exigiu da mulher um alto valor em dinheiro.

Tudo continuava em segredo, e os dois assassinos estavam certos de que, dentro de pouco tempo, o caso cairia no esquecimento. Achavam que a impunidade deles estaria garantida.

Mas o crime, cedo ou tarde, seria descoberto, pois os vizinhos da casa nova onde iriam morar Arlete e Daniel, viram a entrada das duas jovens, mas não viram a saída. Além disso, o grito de pavor de Arlete, ao ser atacada pelo monstro, foi ouvido por algumas pessoas.

Maria Linhares cumpriu a pena de 33 anos de reclusão, na Penitenciária de Natal. Confessou seus crimes, denunciou o cúmplice Felinto Saldanha, e inocentou Daniel, o noivo de Arlete.

Maria Linhares, no Rio Grande do Norte, foi a primeira condenada que cumpriu integralmente a pena que lhe foi aplicada pela Justiça.

Em Natal, naquela época, o nome “Maria Linhares” virou um dogma de maldade e perversidade satânica.

PENINHA - DICA MUSICAL

DEU NO X

ESGOTOU O ESTOQUE

Felipe Santa Cruz, o militante petralha que preside a OAB: “Já soltei tantos de ontem pra hoje, com medo das últimas denúncias, que esgotou totalmente o estoque de peidos. Não adianta nem botar força”

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JACOB FORTES – BRASÍLIA-DF

TRISTE PARTIDA

Sob os protestos da mãe, irrisória, porém cheia de valentia, por dias consecutivos visitei os fofinhos, acomodados em um berço garnisé, urdido com tanto esmero que mais parecia trabalho de crochê. Sentia prazer em contemplar aquelas figurinhas meigas, graciosas, indefesas, naquela imobilidade absoluta. Não entendiam a minha dialética, mas, pareciam gostar do tom ameigado da minha voz. Jamais os vi choramingar. Entre eles e a mãe havia uma simbiose indecifrável: ela vivia da vida deles; eles precisavam da vida dela.

No princípio eram apenas dois ovinhos, minúsculos, brancos, levemente rosados, do tamanho de um caroço de feijão, abrigados num ninho parecente a um dedal, oculto na folhagem do arbusto. Nesse ninho, imaculado, chocadeira incomparável, sucedeu-se o processo de incubação.

Certa feita, em visita de rotina, constatei, surpreso, que os ovinhos já se haviam eclodido; eis, agora, duas criaturinhas diminutas, da cor do azeviche, implumes, do tamanho de uma semente de jade. Pelo visto, a eclosão se deu sob a mais rigorosa reserva; não pude testemunhar. Com o transcorrer dos dias foram adquirindo plumagem de maior espessura, circunstância que delineava o raiar da liberdade.

Eles foram crescendo, crescendo, até que chegou a hora incontornável. Sob os incentivos da mãe, os meus calados ouvidores alçaram-se à imensidade, um de cada vez, em direção a um mundo desconhecido. Estático, apenas os olhei, com o coração confrangido! Ao desapareceram nas vastas redondezas tiraram de mim não apenas as razões dos meus cuidados, mas o regozijo dos meus olhos.! Restou uma doce melancolia. De um lado, a alegria pela merecida independência; de outro, a tristeza pela perda dos anjinhos que sabiam me escutar, embora não me compreendessem. Porém, ficou o gratificante consolo: pude conhecer uma poesia que passou em minha vida!

Um membro do campesinato Centro-Sul diria: adeus cuitelinhos. Outro regionalista diria, adeus colibris. Mas eu, no meu vernaculismo nordestino disse-lhes: adeus meus beija-flores, trapezistas do vento. Vão em paz, conforme os desígnios de Deus. Que não lhes faltem os néctares florais e os botões de rosa.

(…E o cuitelinho não gosta que o botão de rosa caia, ai, ai…).

DEU NO JORNAL

A AMANTE CUMPRE A ROTINA DE FALAR MERDA

Gleisi Hoffmann disse que o programa que o partido está lançando, com o slogan “Vamos juntos reconstruir o Brasil”, acolheu sugestões de outras siglas de oposição, como PDT, PSOL, Rede, PSB e PCdoB.

“O plano é a contribuição que o PT vai dar para o debate da esquerda e oposição ao Bolsonaro para essa reconstrução.”, declarou Gleisi.

* * *

Essa súcia petralha não tem um pingo sequer de senso de ridículo.

Podem acredittar: ela falou sério!!!

É pra arrombar a tabaca de Xolinha!!!!

A melhor contribuição do PT para o Brasil seria desistir da ideia de contribuir para a reconstrução do que a quadrilha de Lula destruiu.

Só isto. 

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE-PE

Excelentíssimo Editodos,

gostaria de que fosse divulgado nesta Gazeta Escrota que hoje, quinta feira, 10/Set, das 19h30 às 20h30., haverá mais uma reunião do JBF.

Uma sessão de fuxicos (ou será seção?), com o estimado colunista Goiano Horta falando sobre cultura popular.

Para participar basta clicar aqui e se divertir.

Abraços

R. Meu caro colunista Maurício Assuero, nunca é demais ressaltar que a plataforma onde se realiza a assembleia da turma fubânica, essa cujo link está na mensagem aí em cima, é uma criação sua.

Esta conquista nós devemos a você.

É como eu digo sempre: nessa gazeta escrota só tem gente talentosa e qualificada.

Pois nesta quinta-feira, a partir das 7 e meia da noite, estaremos reunidos para nos deleitarmos e muito aprendermos com a conferência do colunista Goiano Braga Horta, um intelectual que honra este jornaleco e que é doutor no assunto.

O debate estará aberto para todos os participantes, ao vivo e a cores.

Mais tarde a gente se encontra por lá!

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

AIRTON BELNUOVO – SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP

Boa noite amigo

Acho que este vídeo não foi publicado no JBF.

Se foi me desculpe pelo incomodo .

Abraços.

R. Não há incomoda de modo algum, meu caro.

Pelo contrário: aqui os leitores mandam e dão as ordens.

E vamos ao vídeo que você nos enviou:

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

NOEL BRANDÃO – GOIÂNIA-GO

SOBRE O GAROTINHO ENGRAXATE, O RELOJOEIRO E O PROCURADOR

O salário do procurador do Ministério Público do Trabalho Leomar Daroncho, que aparece na reportagem, explicando por que o relojoeiro foi enquadrado, pode ser consultado no portal da transparência daquele órgão.

Basta clicar aqui.

Segue cópia do contracheque dele referente a julho/2020:

A pergunta que fica é: será que uma pessoa que ganha esse salário, R$ 38.986,31 (mais de 37 salários mínimos!) consegue ter a mínima compreensão da vida de privação do garotinho engraxate e de seu pai?

E só para lembrar: o dinheiro que paga o salário desse procurador, e de todos os outros do Ministério Público do Trabalho, vem do bolso de toda a sociedade, inclusive do bolso do pai do garotinho engraxate.

Esse dinheiro poderia ser usado para criar e manter escolas públicas que funcionassem em tempo integral.

Assim, o pequeno engraxate poderia sair das ruas.

Mas não foi essa a opção do Estado brasileiro.