DEU NO X

DEU NO JORNAL

UMA IMPRENSA CRIMINOSA E SEM LIMITES

Paulo Eneas

O blog O Antagonista, uma espécie de guerrilha política esquerdista do submundo do jornalismo de esgoto, fez apologia ao assassinato do Presidente da República em uma matéria publicada em seu site nesta sexta-feira (09/07).

Usando de um cinismo dissimulado à guisa de ironia, para fins de blindagem legal, o blog do jornalismo de esgoto afirmou que o Haiti é um país mais desenvolvido que o Brasil pelo seu nível de engajamento político. Este engajamento a que O Antagonista se refere foi o assassinato do presidente daquele país caribenho ocorrido esta semana.

Em seguida, a matéria afirma que teremos que esperar até as urnas eletrônicas no ano que vem para cancelar o CPF do presidente. Como é sabido, a expressão “cancelar o CPF” significa matar alguém, e normalmente é usada em referência a criminosos mortos em enfrentamento com as polícias.

A mensagem em editorial dissimulado do blog do jornalismo de esgoto foi clara: como o Brasil é “menos desenvolvido” em termos de engajamento político do que o Haiti, não tivemos aqui até agora o cancelamento do CPF do presidente (ou seja, seu assassinato), como os haitianos fizeram esta semana, restando então ao país esperar até o ano que vem.

O Antagonista fez uma clara apologia ao assassinato do Presidente da República e precisa responder na forma da lei por este crime.

DEU NO JORNAL

DISCRIMINAÇÃO

A CPI da Pandemia já expediu 1.859 pedidos de informação, entre quebra de sigilos, solicitação de documentos, esclarecimentos e informações de empresas de tecnologia, jornais, órgãos públicos etc.

* * *

Dentre os quase 2.000 pedidos de informação, esses vagabundos não mandaram nenhumzinho sequer aqui pro JBF.

Não entendi a razão desta discriminação.

Se é um medida babaca, pra se amostrar, pra torrar dinheiro do contribuinte e pra perder tempo, esta gazeta escrota não poderia ficar de fora.

Me senti desprestigiado.

DEU NO X

RODRIGO CONSTANTINO

CORRELAÇÃO E CAUSALIDADE

Uma falácia lógica muito comum é assumir que dois eventos que ocorrem em sequência cronológica estão necessariamente interligados por meio de uma relação de causa e efeito. O galo canta antes do nascer do sol, mas este não nasce porque o galo cantou. Infelizmente, a arte de manipular dados vem ganhando cada vez mais terreno, com efeitos nefastos para a sociedade. A estatística não pode ser a “refinada técnica de torturar os números até que eles confessem”.

“Uma das primeiras coisas ensinadas na introdução à estatística é que correlação não é causalidade. É também uma das primeiras coisas esquecidas e um dos fatos mais amplamente ignorados na pesquisa de políticas públicas”, lamentou Thomas Sowell certa vez. Lembrei desse alerta ao ler o editorial do Estadão da última quinta-feira tentando explicar a queda de mortes com covid no Brasil, atribuída automaticamente à vacinação maior.

Diz o jornal: “Nesta semana, o Brasil registrou queda recorde na média de casos diários de covid-19. Na terça-feira passada, foi notificada uma média de 48.954 casos da doença, o que representa uma redução de 37% em relação ao registro feito nos 14 dias anteriores. A notícia é alentadora, pois, além de se tratar de uma queda recorde, coroa uma sequência de reduções nos registros que apontam para uma queda consistente do número de casos da doença no país”.

Até aí, apenas o fato. Mas eis que surge de forma categórica a explicação, a suposta análise: “A queda consistente do número de casos e a desaceleração da transmissão viral estão diretamente relacionadas com o avanço da vacinação da população”. Como pode o jornal afirmar isso? Qual a ciência por trás disso? A resposta sincera: nenhuma.

Os dados são jogados como prova: “Hoje, cerca de 78,5 milhões de brasileiros (37,06% da população) já tomaram a primeira dose da vacina. Destes, 27,8 milhões (13,13%) já estão totalmente imunizados, vale dizer, já tomaram as duas doses ou a dose única, caso da vacina Janssen”. Mas jornalismo sério e ciência honesta se fazem com perguntas incômodas. Como o jornal explicaria, então, o surto de casos e mortes em países como Uruguai e Chile, que tinham na ocasião uma taxa de vacinação bem maior do que essa?

O viés de confirmação é a grande armadilha aqui: quem quer “provar” algo previamente concebido acaba buscando os dados que fortaleçam essa crença, deixando de lado aqueles que a prejudicam. O Texas retirou todas as restrições, inclusive uso de máscara e distanciamento social, quando tinha vacinado menos de 15% de sua população. O doutor Fauci e o presidente Joe Biden alertaram para o risco, condenando a medida do governador republicano. O resultado? Um sucesso! A narrativa em seguida atribuiu o bom resultado à vacina, não obstante.

Isso é ideologia, não ciência. Quando citam o Reino Unido como exemplo favorável do lockdown, ignoram que os resultados britânicos foram ruins ainda com o lockdown, ignoram que na Suécia houve um resultado similar sem lockdown, e ignoram que em outros países, como a Argentina, com rigoroso lockdown, os números foram terríveis. Mas nada disso importa: quem quer afirmar que o lockdown foi um sucesso vai ignorar todas as evidências contrárias, além de jamais analisar honestamente o custo de oportunidade, ou seja, os efeitos indiretos da medida drástica, como o desastre econômico, por exemplo.

O mesmo vale para o tratamento imediato. Nunca houve uma politização tão abjeta da medicina. Jornalistas repetem que os remédios tiveram sua ineficácia comprovada cientificamente, o que é uma declaração absurda do ponto de vista da ciência. Para tanto, eles ignoram vários estudos favoráveis, e confundem a ausência de uma comprovação definitiva com o teste padrão ouro com uma prova de ineficiência. Isso é politicagem, não ciência.

Alguns ainda mencionam “estudos” repletos de inconsistências ou picaretagens, como aquele fatídico estudo em Manaus com a cloroquina, que resultou na morte de mais de 20 pessoas. A Gazeta do Povo fez uma reportagem investigativa mostrando o drama das famílias, que denunciam a superdosagem criminosa do experimento, mas a repercussão foi tímida na imprensa. Vale lembrar que a repercussão do “estudo” em si foi enorme, alcançou o mundo todo, e a mídia o tratou como prova da ineficácia do remédio “bolsonarista”.

A pior coisa nessa pandemia, depois das mortes, claro, foi a politização exacerbada da ciência. O uso que muitos ignorantes têm feito do nome da ciência em vão, para seus fins políticos, é assustador. Especialmente quando vem de jornalistas, que deveriam se manter mais céticos e humildes. E são exatamente esses que têm bancado os maiores especialistas do planeta, tentando ensinar o papa a rezar a missa.

Poderiam aprender com sir Karl Popper, que sabia alguma coisa sobre método científico: “Não importa quantos cisnes brancos você veja ao longo da vida. Isso nunca lhe dará certeza de que cisnes negros não existem”. Foi o poeta Yeats que capturou a essência do problema: “Os melhores carecem de toda convicção, enquanto os piores estão cheios de intensidade apaixonada”. Bertrand Russell foi na mesma linha: “O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e os idiotas estão cheios de certezas”.

A verdadeira ciência é feita com humildade, cautela, perguntas incômodas e a constante tentativa de refutar a tese principal, justamente para verificar sua robustez. Temos visto o oposto disso: ignorantes afirmando verdades absolutas, desprezando dados contrários, impedindo perguntas complexas e fazendo de tudo para confirmar suas narrativas prévias. Quem quer creditar a vacina pela queda de óbitos, por exemplo, vai apontar para o aumento na vacinação concomitantemente à redução de mortes, e ponto-final.

Quem respeita a ciência, porém, vai além, com as questões ainda sem resposta. Correlação não é causalidade. A curva de óbitos per capita é similar em muitos países com taxas bem distintas de vacinação, eis o fato incômodo para certas narrativas. Políticos e jornalistas com uma agenda preferem ignorar o fato. Mas ele persiste. Se o mérito é da vacina, como se explicam o Chile e o Uruguai? E como se explica o Texas? Talvez as tais variantes expliquem parte dos resultados? Talvez a própria qualidade das vacinas?

Quando se observa a coisa por um prisma mais complexo, fica claro que a humildade é necessária, e que as afirmações categóricas em nome da ciência não passam de tremendo embuste.

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CARLOS EDUARDO SANTOS - CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA

CANTA SE QUERES VIVER

O cantor Claudionor Germano, astro do carnaval do Recife

Em 1962, quando assistente da Gerência do Banco do Brasil, no Recife, apresentei um jovem cantor de Rádio, ao Dr. Pedro Lima, durante momento muito agradável, porque o primeiro diálogo foi meio hilário, em virtude do bom humor de ambos.

Ao introduzi-lo, além da apresentação comercial ao meu chefe, informei que se tratava de um famoso cantor do Rádio Jornal do Commercio.

Uma prosa se iniciou antes que as tratativas comerciais surgissem.

– Ah, então o senhor canta no Rádio Jornal? Sabia que sou acionista de sua empresa, exatamente da Tv Jornal?

– Que bom! Sim, sou cantor, mas aqui o assunto é comercial. Sou Claudionor Germano da Hora e aqui estou para dirimir dúvidas quanto a uma operação comercial que está em curso com uma das clientes do Banco do Brasil, a empresa Gessy-Lever, da qual sou Gerente.

E Dr. Pedro, inteligente, procurou derivar um pouco antes do cliente tratar do assunto. Perguntou se a atividade musical dava dinheiro, ao que o cantor respondeu com segurança quase filosófica:

– É uma profissão muito ilusória. A fama pode subir à cabeça, mas o sucesso é coisa temporária. Por isso tenho uma atividade paralela, sendo comerciário.

– O amigo é pernambucano?

– Sou, nasci na Avenida Caxangá, aqui no Recife, no Dia do Índio: 19 de abril.

– Quantos irmãos tem?

– Lá em casa somos cinco irmãos. Um deles é o escultor Abelardo da Hora.

– Ah, então quer dizer que são “Cinco Horas?…”

Diante do trocadilho, o cliente compreendeu que se tratava de um cidadão agradável e que desejava derivar um pouco a chatice do assunto comercial que o levara ao Banco, soltando conversa. Foi quando o cantor aproveitou para melhor se ambientar.

– Vale dizer ao senhor que tenho boas ligações com o seu Banco, porque com o funcionário José Barreto e um amigo comum, o Aldo Guedes, formamos o conjunto: “Trio Albano”, mas foi coisa de amador.

– O que, rapaz!… Então você está em casa!… Fale mais alguma coisa sobre você.

– Gravei uma das mais notáveis canções de Capiba: “Maria Betânia”, que aliás, foi a trilha sonora da peça “Senhora de Engenho”, de Hermógenes Viana, também, funcionário do Banco do Brasil e ilustre homem de letras.

– O que, meu amigo? Estou admirado!

E desse encontro tão agradável, comecei a imaginar: escrever a biografia de Claudionor. Fiz a pesquisa, muitas entrevistas com cantores, compositores e colecionadores e lancei anos depois, sob o título de “Canta se queres viver”, um livro que motivou um espetáculo realizado no Salão Nobre do Clube Internacional do Recife.

Fizemos um show com um monte de artistas, do qual participaram Onilda Figueiredo, Mêives Gama, Paulo Duarte, Fernando Castelão, Voleide Dantas, Nerise Paiva, Paulo Duarte, Antônio Laborda, Irmãs Acyoman, Mônica Maria, Inalva Pires, Marilene Silva, Flor de Maria, Gilberto Fernandes, Terezinha Mendes, Jakson do Pandeiro, Mimi Castilho, Neide Maria, Inaldo Vilarim, José Auriz, Capiba, Expedito Baracho, Creusa de Barros e alguns outros artistas, sem falar os intelectuais.

Claudionor Germano é um dos maiores intérpretes de Capiba e quando divulgamos aquele livro ele já havia gravado mais de 100 músicas desse compositor, segundo notas de Samuel Valente, um dos maiores colecionadores de música popular brasileira.

Nossa amizade continua representando a maior expressão de afetividade até os presentes dias, quando lhe faço visitas regulares e aproveitamos para rever os melhores tempos do Rádio pernambucano.

Nunca me esqueci de uma das suas frases filosóficas:

“Cante se quiser viver bem! Por isso que eu vivo a cantar!”* * *

Claudionor Germano e Orquestra Nelson Ferreira

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A Dor de Uma Saudade – Composição de Capiba e interpretação de Claudionor Germano

PENINHA - DICA MUSICAL

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