ALEXANDRE GARCIA

A LEI MAGNITSKY RACHOU O SUPREMO

stf lei magnitsky

Ministros do STF não saíram em defesa de Alexandre de Moraes de forma unânime após aplicação da Lei Magnitsky

Informações que me chegam do Supremo mostram que já não existe mais aquele espírito de corpo que permitia a Alexandre de Moraes fazer tudo com o apoio de todos. Os ministros já estão sentindo a proximidade da Lei Magnitsky e ficando incomodados; alguns estão preocupados e outros, como Luís Roberto Barroso, preocupadíssimos, segundo o que me contam de lá. Tanto que se nota essa mudança nos pronunciamentos do presidente do Supremo; ele, que desafiava, agora adotou marcha lenta.

Fala-se também que, na dosagem da Magnitsky, a próxima pessoa atingida seria a mulher de Moraes; ela tem escritório de advocacia e grandes interesses internacionais, clientes estrangeiros, e isso certamente afetaria seu trabalho. Se isso ocorrer, Barroso ficaria mais preocupado ainda, porque a filha advogada está tocando o escritório que estava em nome da mãe. Imagino que Gilmar Mendes também deva estar preocupado com os seus interesses em Portugal. Talvez até já tenha vindo mais alguma medida de Washington entre o momento em que fiz a gravação e o momento em que você esteja lendo ou ouvindo esta coluna.

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Tarifas já estão valendo, mas Lula não faz nada

E Lula continua apenas falando. Diz que não aceita, não aceita, não aceita, mas não fez e não faz nada. Não tentou negociar, pelo contrário: só provocou e irritou ainda mais o governo norte-americano em todas as suas manifestações. Agora, em entrevista para a Reuters, voltou a falar de soberania, disse que ninguém vai se meter com o Brasil. Mas, há dois dias, ele mesmo afirmou que telefonaria para Trump para convidá-lo para a COP-30 – que, pelo jeito, está se encaminhando para o fracasso; agora, a Áustria anunciou que não vem, porque está muito caro.

Mas Lula não ligou, nem para fazer o tal convite, e agora diz em entrevista que “não vai se humilhar”. Ele não quer negociar, ele só quer ter uma desculpa, dizer que é oprimido pelos norte-americanos – igual a Cuba, por todas essas décadas, para justificar a incompetência do regime socialista, antiocidental, antiamericano. Socialismo só existe com o dinheiro dos impostos de todos; quando esse dinheiro acabar, não tem mais socialismo, como dizia Margaret Thatcher. Lula quer uma justificativa para as contas públicas desarvoradas e para a marcha em direção à China.

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Investigação da fraude na Previdência caminha para não dar em nada

Dias Toffoli está pedindo à Polícia Federal o número de todos os inquéritos que estão tratando daquele roubo cruel, covarde, monstruoso de bilhões de reais – falam em R$ 6 bilhões – dos idosos da Previdência. Ele quer ver tudo. A consequência é que as investigações devem parar, porque não sabem o que está acontecendo, e depois podem até ser anuladas, porque dizem que há uma investigação sigilosa sobre o mesmo assunto no gabinete dele. É tudo muito estranho, tão estranho que o escândalo está sendo abafado. Algo tão grande, tão cruel, uma vigarice tão imensa, que usou dados do Dataprev – ou seja, o governo federal tem responsabilidade nisso; pode não ter sido o autor, mas permitiu por incompetência.

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17 anos de prisão por sentar na cadeira de Moraes e gravar vídeo

Um réu do 8 de janeiro que ficou sentado na cadeira de Moraes e gravou um vídeo acabou de ser condenado. Fábio Alexandre de Oliveira pegou 17 anos, como se fosse um homicida cruel, apenas por sentar-se na cadeira de Moraes e gravar um vídeo. Não adiantou a defesa alegar que não há prova de que ele tenha quebrado alguma coisa. Ele só passou alguns minutos na cadeira de Moraes; imaginem se ele tivesse se sentado por um dia, ou por um mês, ou por anos naquela cadeira?

DEU NO JORNAL

CONVERSA

Em sua constrangedora entrevista à Reuters, Lula recorreu à conversa fiada de que Haddad e Mauro Vieira estariam “tentando negociar”.

Não há ainda qualquer interlocução do seu governo com o governo Trump

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“Conversa fiada” é um eufemismo para “mentira escancarada”.

E mentira escancarada faz parte da rotina governamenteira dele.

Como é do conhecimento de todos que usam o raciocínio e a razão.

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

DEU NO JORNAL

AMBULANTES

Ambulantes faturam no centro de Brasília com a venda de camisetas com as estampas “Fora Xandão” e “Impeachment Já”, durante o protesto e buzinaço da noite de terça-feira (5).

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Ótimo.

Humildes trabalhadores ganhando à vida por conta de uma causa nobre e patriótica.

Que faturem muito!!!

CARLITO LIMA - HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

DJANIRA, UMA BONITA MULHER

Djanira, moça bonita, 18 anos, por onde passava chamava a atenção. Estudava num colégio do Estado e morava perto da Praça Rayol. Seu primo Luiz, todo domingo, pegava o bonde no Centro para visitar os tios, desfrutar da bela praia da Avenida da Paz, comer a feijoada domingueira e conversar com sua paixão, a prima Djanira. Sua timidez nunca o deixou declarar aquele amor, porém todos sabiam daquela paixão escancarada. Ao chegar à casa dos tios cumprimentava-os formalmente, entregava um mimo à prima que displicentemente colocava o agrado em seu quarto, muitas vezes no lixo, sem que ele visse. Djanira nunca acompanhava o primo à praia, preferia seu grupo de amigos entre os quais havia Bernardo, tenente da Aeronáutica que servia na Base Aérea do Recife e gostava dos fins de semana em Maceió.

Tenente Bernardo e Djanira iniciaram um namoro. Os dois se apaixonaram. No cinema, na praia, nos clubes, era um agarrado escandaloso para época. Bernardo tinha uma moto, a namorada amava abraçá-lo na garupa e disparar em velocidade. Djanira ficou mal falada, ainda não havia acontecido a revolução sexual no mundo, as moças tinham de guardar a virgindade para o casamento. Numa bela tarde, Bernardo levou a namorada para as bandas da deserta praia da Jatiúca, foram tantos os abraços e beijos, que naquela tarde acabou-se a virgindade de Djanira. O tenente Bernardo foi transferido para a Base Aérea de Manaus. Os namorados se escreviam constantemente, o tempo foi passando, a troca de cartas foi esfriando. Depois de quase um ano, Djanira recebeu uma carta em que Bernardo a liberava do namoro, não queria mentir, ele estava com uma namorada em Manaus. Djanira chorou muito para esquecer Bernardo.

Quando Luiz soube do término do namoro, tomou coragem, depois de algumas talagadas de cachaça na casa do tio declarou-se à prima prometendo ser um marido exemplar, tinha sido efetivado na Assembleia Legislativa e um futuro promissor como assessor de deputado. Djanira não quis, achava o primo um babaca.

Djanira começou a namorar um fazendeiro de Anadia. Paulo trabalhava com o pai na fazenda, gostava da boemia de Maceió, chegado às mulheres, apaixonou-se pela beleza e sensualidade de Djanira. Ele bem que tentou avançar com as mãos no corpo da namorada, mas ela falava a seu ouvido, “só depois de casar”. Os pais da moça não gostavam do namorado da filha, quase sempre embriagado. Com seis meses de namoro eles noivaram. Djanira não morria de amores, mas queria casar. O grande problema da virgindade perdida, ela resolveu perto do casamento em uma viagem ao Recife com um cirurgião plástico. O médico deixou alguns pontos, quando houve a penetração sangrou o lençol branco e limpo do Hotel Beiriz. Foram morar numa pequena casa no bairro do Farol, Djanira não gostou da vida de casada. Quase toda noite Paulão chegava embriagado. Certa noite durante uma discussão, o marido deu-lhe um tapa; as surras ficaram frequentes. Djanira calava-se, estava infeliz.

Perto do natal ela teve uma surpresa, avistou o tenente Bernardo descendo à praia, foi um abraço forte. A partir daquele encontro, toda tarde, de moto e capacete, dirigiam-se a um motel. Tardes inesquecíveis de amor.

Acontece que Luiz, o primo apaixonado, descobriu a traição de Djanira, enviou uma carta anônima escrita à máquina. Ao ler a carta Paulão ficou louco queria matá-la, porém teve que se controlar, preferiu pegar a esposa em flagrante. Fim de tarde quando a moto saía do motel, Paulão avançou com um revólver na mão. Bernardo parou a moto, assustado, Djanira desceu. Bernardo aproveitou o momento disparou com a moto. Paulão mandou Djanira entrar no carro. Durante o percurso ele olhava a esposa chorando e cuspia em sua cara. Em casa só repetia uma palavra, puta, puta. Deu-lhe fortes tapas, amarrou-a com uma corda, retornaram ao carro. Djanira chorando só pensava na morte. Ao chegar no bairro boêmio de Jaraguá, Paulão parou o carro embaixo de uma boate, chamou Ana, a proprietária, sua conhecida cafetina, entregou-lhe Djanira amarrada.

– Trouxe mais uma para seu puteiro. Ligou o carro partiu em disparada para sua fazenda.

Foi assim que Djanira tornou-se a prostituta mais bonita e mais procurada na Zona de Jaraguá. Dizem, que anos depois, ainda bonita, abriu uma casa de mulheres em Boa Viagem, a mais famosa do Recife. Os fregueses chamavam de a Rainha Djanira.

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

DEU NO JORNAL

“VAZA TOGA” EXPÕE O “SISTEMA CHINÊS”

Editorial Gazeta do Povo

A ordem de prisão domiciliar expedida por Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro, na segunda-feira, acabou ofuscando aquele que deveria ser o grande fato em Brasília, comentado extensivamente por todos os veículos de comunicação, tamanha a sua gravidade. Falamos de uma nova leva de mensagens trocadas por assessores de Moraes, obtidas pelos jornalistas Eli Vieira e David Ágape e divulgadas pelo também jornalista Michael Shellenberger. Se na primeira rodada da “Vaza Toga” ficou evidente a existência de uma atuação “fora do rito” (um eufemismo para o que ficaria melhor chamar de conluio) em que estruturas do TSE eram usadas para ajudar a fundamentar decisões de Moraes em inquéritos no STF, as novas mensagens mostram que a “Justiça paralela” foi muito mais longe.

Funcionários das duas cortes – incluindo juízes auxiliares de Moraes – foram recrutados para montar uma espécie de unidade informal de inteligência que funcionava por meio de um grupo de WhatsApp. O objetivo era vasculhar a presença on-line dos brasileiros detidos nos acampamentos em frente a quartéis do Exército após os atos de 8 de janeiro de 2023, de forma que seu destino era decidido com base nessas publicações. As mensagens indicam que Moraes teria até mesmo autorizado militantes políticos, universidades e agências de checagem a se infiltrar em grupos privados de troca de mensagens, usando seu e-mail pessoal para não deixar rastros institucionais. A administração desta força-tarefa informal estaria a cargo de Cristina Yukiko Kusahara, chefe de gabinete de Moraes no STF.

Uma das principais tarefas deste grupo era a elaboração de “certidões”, que podiam ser positivas ou negativas, dependendo do tipo de publicações feitas pelas pessoas investigadas ou detidas. Qualquer crítica que tivesse sido feita ao STF, ao PT ou ao presidente Lula bastaria para uma “certidão positiva”, que por sua vez transformaria a vida do detido em um inferno. Os exemplos dados são escabrosos. Um artesão ganhou uma “certidão positiva” por publicar uma imagem com os dizeres “fazer cumprir a Constituição não é golpe”. Um caminhoneiro foi classificado da mesma forma por chamar de “vendidos” os ministros do STF e questionar “como esse cara [Lula] conseguiu 60 milhões de votos?”. Um ambulante apenas publicou críticas a Lula e ao PT. Em outro episódio, Cristina Kusahara dizia aos colegas que, apesar de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter pedido a soltura de um grupo de detidos do 8 de janeiro, Moraes não queria atender o pedido “sem antes a gente ver nas redes se tem alguma coisa”.

Tudo isso, a julgar pelos conteúdos divulgados, era feito de forma totalmente oculta: nem a PGR, nem os advogados de defesa dos réus do 8 de janeiro tinham acesso a tais “certidões” – se é que sabiam de sua existência até agora. A apuração de Vieira e Ágape indica que os membros da “Justiça paralela” de Moraes usaram dados da Receita, do cadastro nacional de portadores de habilitação e até do banco de dados biométrico do TSE, violando a Lei Geral de Proteção de Dados. Tudo circulava à margem dos procedimentos processuais legais e da chamada “cadeia de custódia”, que garante a integridade das evidências colhidas em uma investigação criminal.

Em resumo, se Gilmar Mendes disse em junho que “nós todos somos admiradores do regime chinês”, Alexandre de Moraes o colocou em prática: uma simples crítica passou a fazer a diferença entre a liberdade e a Papuda ou a Colmeia. As novas mensagens revelam a existência de um sistema de “fichamento ideológico” no qual pouco importam eventuais crimes reais cometidos pelas pessoas; são suas opiniões que, no fim das contas, determinam o destino de quem foi preso na Praça dos Três Poderes ou no dia seguinte, diante dos quartéis – ainda que vários desses detidos não tivessem estado nos atos de vandalismo da véspera. Não há outro nome para isso, a não ser totalitarismo.

Já não faltavam motivos para que Hugo Motta finalmente colocasse em funcionamento a CPI do Abuso de Autoridade na Câmara dos Deputados; as novas mensagens apenas reforçam a sua urgência. A CPI é, hoje, a única instância que tem o poder de lançar luz sobre o sistema repressivo montado por Moraes, ouvindo todos os envolvidos – especialmente o ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro. E o único obstáculo para que isso ocorra é a covardia, especialmente da imprensa e de formadores de opinião que se recusam a dar ao assunto a repercussão que ele merece, e de Hugo Motta, que até agora não autorizou a abertura da CPI, embora ela cumpra todos os requisitos constitucionais. Felizmente, este é obstáculo superável; basta que os envolvidos consultem suas consciências e se perguntem se querem mesmo passar para a história como lacaios de autocratas, ou se querem deixar um legado positivo para o Brasil.

PENINHA - DICA MUSICAL