DEU NO X

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

UM CORDEL SOBRE VIOLÊNCIA

PELEJA DE DOIS POETAS FALANDO DE VIOLÊNCIA – Pedro Paulo Paulino

No sítio Bandeira Branca
Numa noite de viola,
Dois famosos repentistas
Puxaram pela cachola,
Pra falar da violência
Que o nosso Brasil assola.

Mangabeira e Curió,
Cada qual o mais batuta,
Para cantar qualquer coisa
Essa dupla não reluta,
Mais ou menos como segue
Foi começada a disputa.

* * *

Mangabeira

Há quem diga que museu
É que vive do passado.
Mas neste mundo moderno,
Cada vez mais avançado,
Vejo o homem mais confuso,
Como um velho parafuso
Por si próprio desgastado.

Curió

Com a ciência a seu lado
E a tecnologia,
Descobertas importantes
A gente vê todo dia,
Mas o homem não supera
Dentro dele a besta-fera
Do crime e da covardia.

Mangabeira

Com tanta sabedoria,
Com toda a sua potência,
O homem não se supera
Nessa brutal violência
Que de maneira infeliz
Domina todo o país,
Com a total resistência.

Curió

O crime e sua influência
Em nossa sociedade
É matéria tão comum
Que virou banalidade.
Perante a situação,
Hoje em dia o cidadão
É quem vive atrás da grade.

Mangabeira

Não se tem mais liberdade,
O povo vive acuado,
Para proteger a casa
De ferro eu vivo cercado;
Do portão para a janela
Nossa casa virou cela,
E o bandido solto ao lado.

Curió

Hoje, o crime organizado
Toma conta do Brasil,
A polícia não se entende,
Militar com a civil:
Enquanto a revolta assola
A política usa pistola,
O ladrão usa fuzil.

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DEU NO X

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ALEXANDRE GARCIA

LULA MANDA AGU PEDIR AO STF PARA QUE PREFEITURAS E EMPRESAS PAGUEM MAIS IMPOSTO

Lula manda AGU pedir ao STF para que prefeituras e empresas paguem mais imposto

A Advocacia Geral da União (AGU), ou seja, o advogado de Lula, está entrando no Supremo para ver se cobra mais dos municípios. O pedido é assinado pelo próprio Lula, pelo próprio presidente da República. É sobre aquela desoneração da folha de pagamento das prefeituras. Sim, você entendeu bem, o governo quer onerar a folha de pagamento das prefeituras. E também vai afetar outros 17 setores da economia, os setores que mais empregam.

Eu sei que as pessoas sabem muito bem que aqui no Brasil até para dar emprego a gente precisa pagar imposto. É incrível, né? Por isso que o Paraguai está atraindo empresas brasileiras. E para onde é que vai o imposto, o dinheiro dos nossos impostos? Bom, o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Ricardo Barreto, segundo o site Migalhas, deu uma entrevista avisando que está em implantação, em Recife, a calçada da Fama, Hollywood Boulevard. Lá na Calçada da Fama, na Hollywood de verdade, os turistas vão para ver as mãos dos artistas preferidos, gravadas ali ainda no cimento úmido da calçada. Ele diz que vai fazer isso para os presidentes do Tribunal de Justiça deixarem a mão ali marcadas, que ainda tem 17 que já passaram pela presidência que vão botar a mão ali, que aquilo vai ser uma atração turística e jurídica. Tributária também. Porque refez os jardins e o prédio do tribunal vai ficar muito bonito. Está tudo muito bonito. Vanitas vanitatem.

* * *

Dengue

E que escândalo essa história de já ter praticamente 4 milhões de casos de dengue no Brasil, havendo vacina. Vacina que já tem 6 anos de aplicação no mundo. Segundo o deputado Osmar Terra, que já foi secretário de saúde mais de uma vez. Há um ano já está confirmada pela Anvisa a vacina, só que não se planejaram. Não há quantidade suficiente, estão dando só para uma faixa etária, parece que é de 10 a 14 anos. Agora, na rede privada tem. Quem puder pagar vai lá e compra a vacina. Quase 4 milhões de casos. O número de mortes, entre os casos confirmados e investigados, está em 4 mil. E o gravíssimo é que no ano passado houve 1 milhão 650 mil casos e ninguém deu bola. Isso não serviu para avisar que tinha que haver um planejamento para esse ano. Já dobrou esse número. Mais do que dobrou. É escandaloso.

* * *

Reforma tributária

E sobre a proposta de reforma tributária, parece irônico, não é? Supostamente é para simplificar a tributação, só que tem 499 artigos. O código penal inteiro tem 361. A proposta do governo tem 310 páginas. Vocês já imaginaram um livro de 310 páginas? Essa é a proposta, do tamanho de um livro de 310 páginas. E era para simplificar. E tem um nome que não é nada simples também: projeto de lei geral do IBS, da CBS e do Imposto Seletivo. E o que me assusta é que tem gente que deu uma olhada geral e diz que está tirando ainda mais autonomia de estados e municípios.

Se é uma república federativa este país, se não é uma república unitária, os municípios deveriam ter mais poder legislativo, porque estão mais próximos dos problemas do povo, digo, os vereadores e prefeitos, e cada município poderia resolver o problema a sua maneira. Isso é uma república federativa, mas estão centralizando cada vez mais o dinheiro para o prefeito ficar dependente de quem está no poder central e o governador também.

DEU NO JORNAL

QUEIMANDO O FILME

Se fosse ministra de Bolsonaro, Marina Silva não escaparia do inquérito das “fake News”.

Bem ao estilo de Lula (PT), que usa números falsos para impactar plateias, mesmo com danos à imagem do Brasil, a ministra do Meio Ambiente disse ao lado de Fernando Haddad (Fazenda), no Fórum Econômico de Davos, em janeiro de 2023, que haveria “120 milhões passando fome” no Brasil.

A mentira foi desmascarada nesta quarta (25) pelo Pnad, estudo do IBGE divulgado quinze meses depois.

A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, aponta 7,4 milhões de famílias sob insegurança alimentar moderada ou grave.

Considerando a média familiar de quatro membros, estão em situação de pobreza, incluindo os totalmente miseráveis, 29,6 milhões de pessoas.

A fake news rendeu até convite ignorado por Marina Silva para depor na Câmara. Não deu as caras. E a mentira não foi retirada.

Queimar o filme do Brasil no exterior é método no governo Lula.

O petista Jorge Viana, diretor da Apex, em viagem à China, atacou o agronegócio.

* * *

Essa nota diz que Marina agiu “bem ao estilo de Lula”.

Por que?

Porque mentiu.

E isto dito, tá dito tudo.

A nossa ET está no governo certo.

Encerro a postagem com uma frase da nota:

“Queimar o filme do Brasil no exterior é método no governo Lula.”

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

COMENTÁRIO DO LEITOR

FIGURAS DESPREZÍVEIS

Comentário sobre a postagem ELA É APAIXONADA POR CACHORRO

Mauro Pereira:

Caríssimo Berto, boa noite.

Perdoe meu sumiço repentino, mas padeci de um problema de saúde um tanto complicado que me afastou dos teclados e do bom combate contra a esquerda do fim do mundo por um bom tempo.

Graças ao bom Deus, consegui me recuperar e estou retornando à ativa, aos poucos.

Longe de mim querer ser o dono da verdade, mas, pelo menos no meu conceito, hoje no Brasil as três figuras públicas mais desprezíveis são os senhores luiz inácio lula da silva, geraldo alckmin e reinaldo azevedo, respectivamente.

Correndo por fora, mas com remotas chances de ultrapassagem, ou sequer de aproximação, concorrem as senhoras daniela lima, andreia sadi e vera magalhães.

A lista é bem maior; então, para não esticar muito o texto, fico somente com esses três nomes.

Talvez perguntem por janja.

Essa senhora ainda não ascendeu à posição de desprezível. Continua patinando na categoria de inútil.

Obviamente, essa conclusão é pessoal. Tem gente que pensa exatamente o contrário.

Ainda bem.

Assim se consolida a democracia. Sem mentiras, sem segredos, sem intolerância.

Onde a única perseguição exercida é a da busca incessante das garantias individuais, da inviolabilidade da liberdade de consciência, de crença e de expressão.

Sigilo?

Somente o que envolve a segurança nacional.

Fora disso, é apenas maracutaia sem vergonha.

Sem-vergonhas!

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

ÁGUA DE BEBER

Nasci e me criei em Nova-Cruz, região agreste do rio Grande do Norte, fronteira com a Paraíba.

Uma terra seca e quente, e a cidade não tinha energia elétrica nem água encanada, o que só aconteceu no começo da década de 60.

A água que se usava era salobra e tirada de cacimbões. No sábado pela manhã, chegava o trem com água do Piquiri, água doce, para se beber e cozinhar.

Minha mãe tinha na cozinha uma jarra com capacidade para 150 m3, onde a água de beber era colocada, coada num pano de saco de açúcar vazio, lavado e abainhado por ela na máquina de costura. Essa jarra era sempre coberta com esse pano e sobre ele havia uma tampa feita de madeira. Antes de ser colocada no filtro de barro, a água era fervida.

A água de beber era trazida do Rio Piquiri (Canguaretama), no “trem da água”, aos sábados, de manhã cedo. Os carregadores se aglomeravam na Estação Ferroviária, à espera do trem da água, o que lhes renderia alguns trocados.

Nessa ocasião, na Estação Ferroviária, ficava um aglomerado de carregadores de água, com galões feitos com duas latas vazias de querosene Jacaré, já lavadas e desinfetadas, e amarradas com correntes a um pedaço de madeira fornido, que eles carregavam nos ombros. Os carregadores de água davam inúmeras viagens, para abastecer as casas com “água doce, fria, gelada, do Piquiri”. Passavam o dia todo carregando água para os fregueses, mediante pagamento simbólico, pois aquela água e aquele serviço não tinham preço.

Repetindo, na nossa casa, a água de beber era colocada numa jarra de 150 litros cúbicos, coada num pano branco, feito de sacas de açúcar vazias, lavadas e desinfetadas por minha mãe, amarrado na boca da jarra. A água era fervida, antes de ser colocada em dois filtros de barro, para consumo.

Essa água era exclusivamente para se beber e cozinhar. Mas minha mãe enchia um balde com ela, para lavar as nossas cabeças, aos domingos, pois durante a semana o banho completo era com água salgada (salobra). Passávamos a semana tomando banho com água salgada, o que deixava nossos cabelos pegajosos.

No domingo, nossa mãe abria uma exceção, ao encher um baldo de água doce, para lavar nossas cabeças. Havia um grande caneco de alumínio emborcado sobre a tampa da jarra, exclusivamente para ser usado para tirar água doce da jarra.

A cidade era paupérrima, não havia médico nem posto de saúde, e o povo morria à míngua, como aconteceu com meu irmão Galdino, aos sete meses de idade. Era o fim do mundo!!!

Pois bem. Uma parenta de meu pai, idosa, que morava num sítio perto de Nova-Cruz, uma vez por outra era nossa hóspede. Surda igual a uma porta, chegava com uma trouxa de tecidos para costurar na máquina “Singer” da minha mãe e permanecia uma temporada conosco. Falava muito, mas ouvia pouquíssimo. Era uma pessoa agradável e muito querida.

O cuidado que a minha mãe tinha com a água de beber era grande. Somente ela tirava água dessa jarra, inclusive para ferver e colocar nos dois filtros.

Certa noite, já tarde, quando todos já haviam se recolhido para dormir, minha mãe acordou, com o barulho de água correndo dentro de casa.

Levantou-se descalça, para não acordar meu pai, e foi ver o que estava acontecendo.

Dona Lia, minha mãe, teve uma péssima surpresa, que lhe fez adoecer. Encontrou na cozinha, a lamparina acesa em cima da mesa, e a hóspede Lindoca nuazinha, de frente para a “jarra de ouro” de água de beber, calmamente, tomando banho, e tirando água da jarra com o penico que lhe servia durante a noite, para satisfazer às suas necessidades, uma vez que o banheiro ficava fora da casa.

Minha mãe, para suportar o mal-estar que sentiu com essa contrariedade, tomou 40 gotas de Coramina, remédio que não faltava na nossa casa.

A infratora Lindoca não percebeu a presença da minha mãe, por estar de frente para a jarrona d’água, e ser surda.

Minha mãe não acordou ninguém, e suportou essa contrariedade sozinha, sem ter com quem desabafar. Não chamou a atenção da hóspede, pois a água já estava contaminada. Não adiantava dar um escândalo, àquela hora da noite. E ainda mais, “não adianta chorar sobre o leite derramado”, diz o ditado.

Mal amanheceu o dia, com a chegada de Mendonça, o cortador de lenha para o fogão, minha mãe lhe ordenou que secasse a jarra imediatamente, e a tirasse de dentro de casa, levando-a bem pra longe da nossa casa. Desse-lhe o destino que quisesse.

Meu pai nunca soube disso, e minha mãe não teve coragem de repreender a hóspede. Ficou tudo por isso mesmo. Só que a guarda foi reforçada, sempre que Lindoca chegava à nossa casa para alguma temporada.