ALEXANDRE GARCIA

ATO PRÓ-LULA E BOULOS TEVE R$ 250 MIL DA LEI ROUANET E APOIO DA PETROBRAS

Lula pediu votos para Guilherme Boulos (Psol) no evento de 1º de maio

O presidente Lula pediu votos para Guilherme Boulos (PSOL) no evento de 1º de maio

Vocês sabem quem está pagando o “showmício” de 1º de maio, lá na frente do estádio do Corinthians, com a presença do presidente da República? Pois é, o show com a participação de três rappers, três pagodeiros, dois apresentadores e produção de Veredas Gestão Cultural teve captação de R$ 250 mil da Lei Rouanet por uma faculdade privada de Medicina de Campinas (SP). E mais: ainda recebeu patrocínio da Petrobras e do Serviço Social da Indústria (Sesi). E o Sesi explica que era para apoiar a luta e organização de trabalhadores e trabalhadoras. Bem “Paulo Freire”, né? Meu Deus.

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Partidos vão à Justiça contra Lula a Boulos

Só que agora todos os partidos políticos que têm interesse nas eleições municipais de São Paulo (SP) estão movendo ação contra Lula (PT) e contra o pré-candidato à prefeitura, Guilherme Boulos (PSOL), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por quê? Porque usaram verba pública e fizeram propaganda fora do tempo. A lei eleitoral fala em campanha eleitoral a partir de 15 de agosto. Só que o presidente Lula fez rasgados elogios a Boulos e pediu expressamente votos. Estão aqui as palavras dele: “Ninguém derrotará esse moço se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. Quem votou em Lula, cada pessoa que votou em Lula em 89, 94, 98, 2006, 2010, 2018 [se enganou de anos], 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo.” Uau! O que será que vai dizer agora a Justiça Eleitoral?

Porque eu estou vendo aqui que está todo mundo movendo ação: o MDB, o União Brasil, o Novo, o Partido Progressista (PP), além de uma ação anterior do PSDB contra o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que usou uma rede nacional para fazer propaganda de Lula. O PSDB alega que o artigo 37 da Constituição diz que o serviço público tem que ter impessoalidade. Então, está um rolo danado. E tudo isso com consequência na eleição mais importante desse ano, que é a eleição para prefeito de São Paulo (SP).

E depois dessa, fica a grande curiosidade para saber qual vai ser a posição da Justiça Eleitoral, que foi tão rigorosa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que ele fez propaganda eleitoral naquele 7 de setembro de 2022. Bolsonaro nenhuma vez pediu voto para se reeleger. Agora Lula está pedindo voto para Boulos e com financiamento da Petrobras, da Lei Rouanet e do Sesi. É uma questão bem grave.

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Frente ampla contra esquerda nas eleições em SP

Uma frente ampla está se formando em São Paulo, juntando nomes como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos); o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab; e o ex-presidente Michel Temer (MDB). Olha só a quantidade de partidos políticos: PSD, Republicanos, MDB, União Brasil, Avante, Solidariedade, Podemos e PL. Foi por isso que Bolsonaro retirou apoio a Ricardo Salles. Porque viu que a saída era essa, era juntar todo mundo para evitar a eleição de Boulos. O instituto Paraná Pesquisa já está mostrando que Boulos não está mais liderando, e sim o Ricardo Nunes (MDB).

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RS vive estado de calamidade pública por conta das cheias

A situação do Rio Grande do Sul está muito, muito ruim. Dizem que nunca houve uma enchente como essa. E o perigo agora é na capital, Porto Alegre. Perigo em toda parte. Uma cheia nunca vista no Rio Jacuí e seus afluentes, principalmente no Taquari, mas também ali na região de Porto Alegre, no Rio do Sinos, no Rio Caí. E essa água toda vai cair na capital do estado, que tem proteção, tem dique, tem comporta. Mas se a água subir além das previsões, como está se imaginando, vai ser uma tragédia como nunca se viu.

COMENTÁRIO DO LEITOR

TRABALHA DE VERDADE

Comentário sobre a postagem FLOPOU E TEVE CRIME ELEITORAL

Maurício Assuero:

Prezado Constantino,

sinto muito pelo seu infeliz comentário de que o “PT atrai “intelectuais” e servidores públicos, mas raramente trabalhadores de verdade”

Eu sou funcionário público e trabalho de verdade.

Ensino em duas pós graduações, tenho três disciplinas de graduação, tenho 9 orientandos de mestrado, dois de doutorado e dois de graduação.

Além disso, faço atendimentos aos meus alunos de três turmas de mestrado e outras atividades ligadas à execução dos projetos de ensino.

É importante destacar que, como eu, há muitos que trabalham muito.

Na próxima segunda, tenho 4 horas de aula numa pós, uma banca de mestrado à tarde e aula numa especialização à noite.

Então, peço que tenha cuidado com as palavras, porque isso acaba tirando o brilho do seu comentário.

DEU NO JORNAL

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

DUAS DUPLAS EM CANTORIA

Poetas cantadores Zé Luiz e Zé Ferreira num Mourão de Pé Quebrado

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Poetas cantadores Zé Ferreira e Januário cantando um Oito a Quadrão.

Tema:

Vamos ver quem sabe mais?

DEU NO X

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

DEU NO JORNAL

O MINISTRO ENCRENCADO E O PRESIDENTE TOLERANTE

Editorial Gazeta do Povo

Juscelino Filho

O presidente Lula (PT) com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho

Acreditar naquilo que os políticos prometem, seja nos palanques eleitorais ou durante o exercício de mandato, frequentemente se torna motivo para decepções e arrependimentos. Foi o que aconteceu com quem apostou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falava sério quando, em janeiro de 2023, poucos dias após assumir o governo, disse que quem fizesse “algo errado” dentro da administração petista seria “convidado a deixar o governo”.

A fala, nascida num contexto em que o recém-empossado presidente era acusado de não falar sobre corrupção – um fantasma que sempre assombrou as administrações lulopetistas –, era dirigida aos ministros que participavam da primeira reunião oficial do governo. A ideia era convencer a opinião pública de que a administração Lula teria o cuidado básico de afastar ministros e outros subordinados tão logo surgissem indícios de malfeitos. Acreditou quem quis.

Lula parece ter uma ampla tolerância – para não dizer outra coisa – com ministros dados a se meterem em confusões, como o atual ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do União Brasil, partido com a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados e a quarta maior no Senado. Manter o ministro talvez seja a contrapartida necessária para que Lula possa contar com o apoio de pelo menos parte da bancada do União no Congresso Nacional. Um alto preço a se pagar, levando-se em conta o grau das acusações de malfeitos que pesam sobre o atual ministro.

Juscelino Filho é o mesmo que no ano passado recebeu diárias pagas com dinheiro público e voou em jato da Força Aérea Brasileira para cuidar de seu hobby, a criação de cavalos da raça Quarto de Milha. Na época, o ministro devolveu o dinheiro das diárias e acabou “perdoado” por Lula. As coisas se complicaram muito desde então, com o ministro se enrolando cada vez mais em suspeitas de malfeitos, mas Lula parece irredutível e nem um pouco disposto a mandar Juscelino para casa.

Atualmente, o ministro é alvo de um inquérito da Polícia Federal que apura o uso irregular de emendas do orçamento para obras no Maranhão em 2022. Ele deve depor na próxima semana para tentar explicar o envio de R$ 7,5 milhões em emendas para obras de pavimentação no município de Vitorino Freire (MA), administrado por Luanna Rezende, irmã do ministro. A maior parte do dinheiro foi destinada para a execução de obras de pavimentação de uma estrada vicinal que passa por pelo menos oito propriedades da família de Juscelino na região.

Um relatório parcial da Controladoria-Geral da União (CGU), divulgado inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo, mostra que, do total de 23,1 km da estrada pavimentada, 18,6 km, ou seja, 80%, beneficiariam as propriedades de Juscelino. “Os restantes 4,5 km beneficiariam cinco povoações locais, e ainda de forma isolada, sem integração com a rodovia estadual nem com a sede do município”, diz o documento da CGU. A CGU ainda ressaltou que os recursos seriam melhor utilizados se fossem usados para a pavimentação de outras áreas da cidade – com muito mais moradores do que a área das fazendas do ministro. Para piorar ainda mais, há suspeita de que a licitação que definiu a empresa responsável pelas obras foi irregular.

O serviço foi executado pela empreiteira Construservice, chefiada por um laranja, mas cujo verdadeiro dono é Eduardo José Barros Costa, amigo antigo de Juscelino Filho. Há a suspeita de que outra empreiteira, a Arco, que também foi paga com dinheiro de emendas destinadas por Juscelino, e fez obras de reparos em estradas de Vitorino Freire, tenha o próprio ministro como dono oculto. O ministro, obviamente, nega qualquer irregularidade e defende que sua conduta durante o mandato de deputado foi “pautada pela ética e responsabilidade social” e que a execução e fiscalização das obras não cabiam a ele.

Que todo mundo é inocente até que se prove o contrário, é um princípio básico do Direito – e que deve ser aplicado em todas as situações, inclusive dentro da administração pública. Mas diante de tal grau de confusões e suspeitas envolvendo o ministro Juscelino Filho, chanceladas até por um órgão do próprio governo, como a CGU, o mínimo a se fazer seria afastá-lo do cargo durante as investigações. Mas isso não está no radar de Lula, cujo grau de tolerância com malfeitos de sua equipe parece ilimitado. O presidente lulopetista, que nenhum apego tem às próprias palavras, e nem se importa em ver seus ministros envoltos em suspeitas de corrupção, não vai mandar Juscelino para casa.

DEU NO X

CATÁSTROFE

J.R. GUZZO

FIASCO DO DIA DO TRABALHO MOSTRA QUE O POVO CANSOU DE LEVAR LULA A SÉRIO

O presidente Lula (PT) participou do ato pelo Dia do Trabalhador, em São Paulo.

O presidente Lula (PT) participou do ato pelo Dia do Trabalhador, em São Paulo

É princípio firmado pela ciência e pelo bom senso que você não pode esperar resultados diferentes se pratica sempre a mesma experiência. O presidente Lula está oferecendo um “plus a mais” para contribuir com esse ensinamento: o sujeito pode até mudar as experiências, mas vai obter sempre o mesmo zero se continua sendo a pessoa que é. Lula não consegue, e provavelmente não quer, comportar-se de uma maneira diferente daquela que exibe todos os dias para o público.

Basicamente, para resumir a ópera, ele não governa. Fica traficando verba com deputado do centrão. Viaja para destinos e agendas inúteis. Tornou-se um manequim ambulante para a exibição de óculos, roupas e acessórios escolhidos pela mulher. Em quase um ano e meio na Presidência, não conseguiu entregar uma única solução, ou mesmo sugestão coerente, para qualquer dificuldade concreta da população. Só fala bobagem, aqui e quando viaja. Não pode, desse jeito, ser levado a sério pelo cidadão comum – e muito menos contar com a sua presença quando tenta aparecer em praça pública.

Sua última tentativa, no feriado do dia 1º de maio em São Paulo, foi mais uma humilhação. É a data sagrada para os operários de todo o mundo, de quem o comandante supremo do PT se considera o único líder genuíno – o dia das massas, da discurseira contra o “neoliberalismo” e da defesa dos “pobres”. Foi, mais uma vez, um dia de fiasco para Lula e para os seus estrategistas de “imagem”.

Chamaram o povo para dar apoio ao presidente – e o povo não apareceu, como estava na cara que não iria mesmo aparecer. Há dezessete anos, desde 2007, Lula não se apresenta diante do povo – do povo de verdade, e não dos autômatos que vão para auditórios fechados, de boné vermelho, com a ordem de bater palmas para ele. Foi tentar agora, sabe-se lá por quê. O resultado, obviamente, foi uma maciça ausência de público. Como poderia ser diferente, se Lula é o mesmo, ou pior, que o de 2007, quando levou sua última grande vaia?

É um fracasso contratado, mesmo com todo o apoio da máquina oficial – e, pior ainda que isso, a superação de mais um patamar em matéria de ridículo puro e simples. Logo depois de o ex-presidente Bolsonaro comandar uma manifestação nos três quilômetros abertos da Avenida Paulista, e outra no meio da praia de Copacabana, Lula convocou o seu comício de 1º de maio para o estacionamento do estádio do Corinthians, a 20 quilômetros de distância e a 50 minutos de viagem da Paulista. Parece uma piada, mas foi exatamente isso que fizeram – e, para completar a obra, não conseguiram encher nem o estacionamento. Houve a CUT, os ônibus da CUT, as camisetas da CUT, o presidente e o exército de puxa-sacos que se amontoa no palanque das autoridades. Mas povo, que é bom, não havia.

Não deveriam nem ter tentado fazer o que fizeram – e se fizerem de novo o desastre será o mesmo. A última coisa que passa pela cabeça de Lula é mudar a própria conduta e, muito menos ainda, achar que haja alguma relação entre o que ele faz no governo e o fracasso das concentrações de rua em seu favor – não existe, para o presidente, a possibilidade de errar em nada, nunca

A culpa é sempre dos outros. Em geral, é da “articulação da direita” e da estupidez do próprio povo, que não tem capacidade para perceber o quanto Lula ajuda “os pobres”, comanda o “Sul Global” e outras fumaças. Desta vez, ele acusou a própria CUT. Segundo disse ao passar recibo da derrota, a culpa foi dos altos comissários do aparelho sindical, que “não souberam” convocar o povo como deveriam. Não explicou à CUT o que teria de ser feito, pois não tem a mais remota ideia do que está falando – mas como sempre, ninguém deu um pio. Lula está convencido de que não tem nada a ver, nem ele e nem o seu governo, com a ausência do público no estacionamento do Corinthians. O povo não apareceu por causa da CUT.

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