E, cumprindo a rotina semanal, Chupicleide está excitadíssima, se rindo-se pelos cantos.
Conforme ela mesmo declarou, está com “coceira na bacurinha”.
Ô sujeitinha escrota!
Já fez um vale de adiantamento de salário e informou que vai encher o rabo hoje de noite no Bar dos Três Cacetes, localizado no bairro do Totó, aqui no Recife.
Isso graças à força dada pelos leitores desta gazeta escrota.
E pra alegrar a nossa sexta-feira, vamos ouvir um gostoso forró com o saudoso Genival Lacerda.
A composição Currupio, da autoria de José Marcolino
Meu querido e saudoso amigo Orlando Tejo, que encantou-se em julho de 2018, era um sujeito de uma genialidade e de um talento fantásticos.
Ele compôs uma música intitulada Indo e Voltando, um samba em homenagem a Noel Rosa.
Isto mesmo: um ícone da cultura nordestina fazendo samba para uma lenda da cultura carioca.
A particularidade genial da letra desta composição é a seguinte: você lê cada verso de cima pra baixo, e em seguida, de baixo pra cima, linha por linha, que faz sentido do mesmo jeito.
A letra está transcrita a seguir pra que vocês comprovem isto:
INDO E VOLTANDO – De Orlando Tejo
Se eu quiser fazer um samba É só evocar Noel Batendo papo de bamba Com o luar de Vila Isabel A melodia descamba No peito do menestrel
Como se sambista fosse As rimas encho de som A cadência a viola trouxe Não precisa de outro tom Só quero uma flauta doce Para o samba sair bom
O samba é pombo-correio Quando as suas asas solta Transmitindo no passeio A mensagem sem revolta Se ele volta é porque veio Se ele veio é porque volta
Se o samba é indo e voltando E a gente faz batucada O coração vai marcando A rima cadenciada E até surdo sai sambando Se a luz faz emboscada
O vídeo a seguir, gravado nos anos 80, foi feito durante um encontro de amigos, uma farra na churrasqueira da minha casa, quando eu morava em Brasília.
Neste vídeo o próprio Orlando Tejo aparece cantando um verso desta sua música.
Vou repetir um texto que já foi publicado aqui no JBF.
Pra matar as saudades e alegrar nosso dia.
Um excelente carnaval para toda a comunidade fubânica!!!
* * *
Hoje, domingo de carnaval, se alembrei-se-me dos tempos em que botava na rua O Bloco da Besta Fubana.
Uma respeitável e impoluta instituição carnavalesca, fundada em 2004, que juntava gente que só a porra e desfilava na Praça da Casa Forte, sob a proteção do nosso magnífico estandarte.
Um imponente estandarte, no qual a Besta Fubana aparecia com a sua magnífica parajaraca, pronta pra enrabar qualquer cabra safado.
Uma animação contagiante, uma turma animada, vibradora e cheia de vida, frevando e fazendo o passo ao som de uma orquestra.
A concentração antes do desfile era feita num dos pontos mais folclóricos e lendários do Recife, o Bar Largura.
Eu participava do respeitável evento devidamente paramentado de Pai Babachola, o maior catimbozeiro dessa beirada de Atlântico.
Incorporado na pele de Pai Babachola, cansei de tirar o Cão, o Tinhoso, o Cramulhão, o Capeta que baixava no couro de foliãs fogosas e com exuberantes pés-de-rabo.
Chega fazia fila pra receber meus santos passes!
O proprietário do estabelecimento, meu amigo Wilson, é um personagem que entrou pra história da cidade.
Na virada de 1999 para 2000, ele acrescentou à placa do Bar a inscrição “Desde o Século XX”, conforme vocês podem ver na foto abaixo, onde ele aparece:
O nome do bar, “Largura” é uma fina ironia com o apertadíssimo espaço do ambiente.
No corredor de entrada, não cabem duas pessoas nem se espremendo!
Como estou em abstinência compulsória, por ordem do Dr. Sérgio, meu cardiologista, já tem muitos anos que não vou ao Largura tomar uma lapada de aguardente.
Sempre que passo por lá, como aconteceu hoje de manhã, chega me bate uma assuspiração na caixa dos peitos de tanta saudade.
Neste domingo de carnaval, um dia depois do gigantesco desfile do Galo da Madrugada, fecho a postagem com uma composição magnífica do Maestro Levino Ferreira, intitulada Última Dia.
O frevo preferido de Aline, que fez a montagem do vídeo abaixo.