PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

A UM INGRATO – D. Pedro de Alcântara

Não maldigo o rigor de minha sorte,
Por mais feroz que fosse e sem piedade,
Arrancando-me o trono e a majestade
Quando a dois passos só estou da morte

Do jugo das paixões minha alma forte
Conhece bem a estulta variedade,
Que hoje nos da contínua felicidade
E amanhã nem um bem que nos conforte.

Mas a dor que excrucia e que maltrata,
A dor cruel que o ânimo deplora,
Que fere o coração e quase o mata,

É ver na mão cuspir, à extrema hora,
A mesma boca, aduladora e ingrata,
Que tantos beijos nela deu outrora.

Colaboração de Pedro Malta

DEU NO JORNAL

DEU NO JORNAL

ACABOU-SE A DÚVIDA

Após o presidente Jair Bolsonaro anunciar o nome de Augusto Aras como substituto de Raquel Dodge para assumir a Procuradoria-Geral da República, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) demonstrou insatisfação na escolha..

Freixo usou o Twitter para tecer comentários inflamados contra o presidente, a agenda governo e principal contra Aras.

“Ao indicar Augusto Aras, Bolsonaro desprezou uma experiência democrática de 16 anos.”

E finalizou dizendo que a PGR está comprometida, visto que, segundo ele, Aras estaria alinhado integralmente aos interesses do governo.

“Optou por candidato abertamente submisso à sua agenda fanática e comprometeu a independência do órgão.”

* * *

Confesso que até ontem eu não sabia quem era esse tal de Aras.

E não tinha opinião se sua escolha pra PGR havia sido boa ou ruim.

Fiquei um tempo matutando…

Pronto: agora minha dúvida acabou-se!

Um xiita radical, descerebrado como todo autêntico zisquerdóide, disse que o indicado por Bolsonaro é ruim, é péssimo.

Logo, consequentemente, o cabra deve ser bom.

Sem qualquer sombra de dúvidas.

Agradeço ao tabacudo Marcelo Freixo ter me tirado deste dilema.

DEU NO JORNAL

ENFIARAM UM FUNDÃO NO FUNDO DO CONTRIBUINTE

A lei do Fundo Partidário, aprovada na Câmara, já batizada de “Fundão Sem Vergonha”, é uma das mais ousadas investidas da classe política contra o Tesouro Nacional.

A partir de agora, o cidadão roubado pelo político terá de pagar os advogados dele, o corrupto processado.

Terá de pagar também as multas da Justiça a candidatos que cometam delitos eleitorais.

Além disso, partidos agora poderão comprar, com dinheiro do Fundão Sem Vergonha, carrões, aviões e sedes suntuosas.

Criada a pretexto de financiar obras nas bases eleitorais, a emenda parlamentar pode ser usada para bancar a campanha dos políticos.

* * *

Na chamada “classe política“, como está escrito no primeiro parágrafo desta notícia aí de cima, teve um trio de corruptos que aplaudiu delirantemente a aprovação desta nova lei.

A partir de agora, os ladrões Lula, Eduardo Cunha e Sérgio Cabral, terão advogados pagos pelas vítimas dos roubos que eles praticaram.

Não custa nada ressaltar que as incelenças que aprovaram esta lei foram eleitas com os votos dos contribuintes, dos pagadores de impostos.

Com os votos do que irão custear os advogados e as patifarias dos bandidos.

Isso é Brasil!!!!

Meu Brasil brasileiro!!!

MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

UMA HISTÓRIA RESUMIDÍSSIMA DO CAPITALISMO

Nos tempos do império romano, mais de dois mil anos atrás, já havia capitalismo e livre mercado. O capitalismo, na forma de indústria, mineração, agricultura, pecuária, os famosos “meios de produção” ou “bens de capital”, além de uma enorme rede comercial terrestre e marítima. O livre mercado, embora não absoluto, também existia: uma boa parcela da economia vinha de empreendimentos privados, especialmente no comércio. Todas as regiões em torno do Mediterrâneo (o que hoje são Espanha, França, Itália, Croácia, Albânia, Grécia, Turquia, Síria, Líbano, Israel, Egito, Líbia, Argélia e Marrocos) compravam e vendiam de tudo: alimentos, tecidos, utensílios domésticos, materiais de construção, jóias, espadas, vasos, estátuas, vinho, azeite de oliva e muitos etc.

Como de costume, havia um governo que cobrava impostos e bancava obras de infra-estrutura, como estradas, aquedutos e prédios públicos. Infelizmente, quando políticos se acostumam a gastar o dinheiro dos outros nos tempos bons, eles não aceitam poupar quando chegam os tempos ruins. Quando o dinheiro fácil das conquistas diminuiu, o império entrou em declínio, com todos os incredientes que nós conhecemos: corrupção, governos incompetentes, inflação, populismo. Na capital Roma o governo distribuía comida de graça e as arenas (como o famoso Coliseu) funcionavam 24 horas por dia para dar distração ao povo. Era a política conhecida como “pão e circo” (em latim, “panis et circensis”). Claro que não adiantou.

Com a decadência do império, o comércio praticamente acabou. A Europa se transformou em um amontoado de minúsculos territórios, cada um controlado por um conde, duque, barão ou similar, com o povo submetido ao regime de servidão (um escravo pertence a uma pessoa, um servo pertence a um lugar). A única interação entre estes condados ou ducados era através das constantes guerras. De vez em quando, dois territórios se uniam quando os filhos dos senhores de um e de outro se casavam.

Demorou quase um milênio para o comércio voltar a níveis comparáveis aos bons tempos do império romano. Foi a época das feiras, que recebiam visitantes de vários lugares, e das cidades livres, ou burgos, onde as pessoas eram livres para trabalhar sem deveres de obediência a um senhor. Os moradores dos burgos, os burgueses, impulsionaram a indústria, o comércio e as profissões liberais: médicos, engenheiros, arquitetos, artesãos, artistas, e até banqueiros.

Trabalho traz riqueza, e o aumento da riqueza desperta a cobiça. Os reis, que por séculos foram apenas figuras decorativas, começaram a esforçar-se para ampliar seu poder. A conta era simples: quem tem mais exércitos tem mais poder, quem tem mais poder cobra mais impostos, quem cobra mais impostos tem mais dinheiro, e quem tem mais dinheiro tem mais exércitos. Aplicando este raciocínio circular os reis formaram seus estados.

Os reis dos lugares com menos recursos naturais perceberam que dependiam da iniciativa privada para gerar riquezas. Alguns países de hoje como Holanda, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Suíça e até mesmo Inglaterra, foram criados a partir de algum grau de liberdade econômica que fomentou a indústria e o comércio.

Do lado oposto, Espanha e Portugal adotaram o colonialismo: com a descoberta das rotas de navegação e a conquista das Américas, o estado se tornou o dono da economia. O comércio com as Indias era monopólio estatal; o ouro e prata da América, também. A livre iniciativa era fortemente reprimida. A única forma correta de enriquecer era sendo parte do governo e recebendo um privilégio do rei. A indústria era desestimulada: era melhor vender as matérias-primas para outros países e comprar os produtos manufaturados. Afinal, indústrias podem crescer e se tornar poderosas, e tudo que o governo não queria era concorrência pelo poder. Pelo mesmo motivo, a educação era vista como inútil e até mesmo perigosa; um povo que pensa é uma ameaça para o governo e seus amigos.

O governo cobrava impostos mas não oferecia muito em troca. Idéias como saúde de graça ou educação de graça seriam consideradas absurdas para a época. Para manter o povo sob controle, o governo se associou à igreja, que ensinava ao povo que obedecer ao rei era um mandamento divino que seria recompensado com um lugar no paraíso. Para os que não acreditassem, havia a Inquisição.

A Inquisição se ocupava basicamente de duas tarefas: perseguir e prender os adversários do governo, sob pretextos religiosos, e tomar dinheiro dos que se atreviam a enriquecer por conta própria, e não graças ao estado. Para esta segunda tarefa, aceitava delações anônimas recompensadas com dinheiro ou cargos na própria Inquisição, que entre outras vantagens concedia foro privilegiado a seus integrantes: se algum funcionário (ou parente) da Inquisição fosse acusado de um crime, não seria julgado pela justiça comum, mas pela própria Inquisição. (será que meus leitores estão notando semelhanças com os tempos de hoje?)

Com o passar dos anos, as diferenças entre os dois tipos de países se tornaram óbvias: de um lado, sociedades que acreditam no trabalho e na liberdade, valorizam o conhecimento e admiram quem consegue sucesso. De outro lado, sociedades que desprezam o trabalho e tem como meta de vida um cargo no governo; temem a liberdade e pedem que o governo as controle; desdenham da cultura e da educação, e vêem diplomas como um “favor do rei” que dá ao dono direitos que os outros não tem. Sociedades que cultivam (como a Inquisição ensinou) a inveja e a traição como modo de vida e admiram quem consegue “se dar bem”, não importa o método usado. Sociedades onde é regra desdenhar dos mais pobres e bajular os poderosos, onde todos tem como meta agarrar-se aos seus direitos e safar-se de seus deveres. Sociedades onde obedecer ao governo continua sendo um mandamento divino, agora ensinado nos colégios e universidades, não só nas igrejas.

Este segundo tipo de sociedade inevitavelmente (mesmo que esteja sobre uma enorme reserva de petróleo, como nossa vizinha Venezuela) empobrece, porque as coisas necessárias não são feitas ou são mal-feitas; porque poucos se dedicam a criar riqueza e muitos se dedicam a tomá-la dos outros; e porque a burrice acaba por virar uma sina, quando as crianças que foram educadas para odiar os empresários, amar o governo e temer a liberdade tornam-se professores e dominam o ambiente escolar e acadêmico, que se transforma em mais uma repartição pública unida aos ideais do estado enorme.

Infelizmente, a economia não tem remédios para a degradação moral. Modificar o espírito e a cultura de um povo é algo que, raramente e com muita sorte, pode ser conseguido por bons líderes. Na maioria das vezes, as mudanças só vêm após muito sofrimento.

COMENTÁRIO DO LEITOR

LIXO ORGÂNICO MIDIÁTICO

Comentário sobre a postagem AMIGO DO AMIGO DO PAI DO CORRUPTO

Vilma:

Ainda tô pagando por 2 anos de assinatura e vai com a capa de plástico e tudo pra reciclagem !

Nem abro!

Pra “catinga” não impregnar a casa toda!

Mas o pessoal da reciclagem tá reclamando que BOSTA é lixo orgânico!

* * *

VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

A PROTETORA

Cândida sempre foi muito estudiosa. Formou-se em duas faculdades: De Psicologia e de Letras. Optou por ser professora, obtendo aprovação em concurso público federal.

Sua marca registrada sempre foi a personalidade forte, que chegava a ser confundida com fanatismo. Desde criança, tinha opinião própria, até nas escolhas de suas roupas, o que não acontecia com suas duas irmãs. Ainda adolescente, tinha fanatismo por partido político, candidatos, time de futebol, cantores, artistas de cinema, fora os heróis de revistas em quadrinho.

Apesar de ser tratável, Cândida sempre saía do sério, quando alguém ousava se posicionar contra os seus fanatismos. Quem assim o fizesse, imediatamente recebia sua reprovação, o que, às vezes, resultava em intrigas passageiras.

Desde criança, Cândida deixou de comer galinha, pois, certo dia, sem querer, viu a cozinheira da sua casa matando uma, para preparar o almoço. Ficou em pânico e revoltada. As poucas galinhas de sua mãe, que restaram no galinheiro, morreram de velhas e de morte natural, a pedido dela. Afeiçoou-se às galinhas e pôs nomes em cada uma delas, inclusive uma se chamava Marta Rocha, o no nome de uma Miss Brasil.

Certa vez, Cândida, já adulta, viu um gatinho ser atropelado perto da sua casa. Penalizada, levou-o para uma clínica veterinária e pagou as despesas do tratamento, até que ficasse curado. O gato teve alta e Cândida passou a criá-lo. Alguém soube disso e a casa se transformou num depositário de gatos enjeitados. As pessoas abandonavam os gatos no jardim da sua casa e Cândida se afeiçoava a eles, transformando-se numa verdadeira protetora. Se um adoecesse, Cândida chamava o veterinário, para atendimento a domicílio. Gastava uma boa parte do seu salário com remédios e às vezes internamentos em clínicas veterinárias.

Numa visita ao Cemitério, perto do túmulo de um ente querido, Cândida viu um gato com uma ferida no pescoço. Por telefone, chamou um médico veterinário até lá. O homem examinou o gato e receitou os remédios necessários. Mas, no Cemitério “moravam” outros gatos, doentes e famintos. Cândida não os levou para a sua casa, mas assumiu, consigo mesmo, o compromisso de patrocinar o tratamento de suas enfermidades e levar sempre ração para eles, sob os cuidados do Administrador. Decorridos alguns anos, Cândida ainda mantém o mesmo hábito, sozinha, e por conta própria. Solteira por opção, sua vida é dividida entre sua residência, o trabalho profissional, e as visitas ao Cemitério, onde seus pais estão sepultados, e onde se encontra um enorme número de gatos, esperando a visita de sua protetora.

Mesmo já contando tempo de serviço suficiente para se aposentar, Cândida, que detesta a palavra “aposentadoria”, optou por continuar trabalhando, até que seja alcançada pela compulsória. É uma grande mulher, digna de admiração.

PENINHA - DICA MUSICAL