Esta semana tem feito muito calor, mas muito calor aqui na gloriosa Campo Grande. Em média, a cidade está registrando 35 graus Celsius todos os dias, com pico de 36 a 37 graus, o que para os Ñambiquaras da cidade é muito alta, já que a média anual aqui é de 27 graus Celsius. Mas, mais do que o calor daqui, mais do que os ataques terroristas do Grupo Hamas a Israel desde o último fim de semana, provocando uma carnificina e brutalidade sem paralelos, com monstros morais degolando bebês, o que mais queima, na fogueira anticivilizatória caeté, da grande Taba Nacional é o malabarismo linguístico feito pelas autoridades públicas e pelos jornalistas, de todos os espectros ideológicos da Bananolândia.
Tenho acompanhado alguns noticiários nacionais para assuntar em que pé está a reação legítima de um Estado soberano, com leis civilizadas, respondendo, com todo o seu direito, à lutar e por fim ao terrorismo que o assola e que, se não for extinto, nunca aquela região terá uma oportunidade para uma convivência pacífica e civilizada. E, aqui, vai, inclusive, uma conclusão extemporânea minha: o caminho para a paz na Palestina será construído apenas com a extinção de grupos terroristas como o Hamas e o Hezbollah. Se isso não acontecer, os conflitos serão ad aeternum, para ambos os lados.
Porém, naquela situação externa, sou mais um opiniático, do que um especialista, mas as movimentações aqui na Botocúndia, com o governo em uma corda bamba suspensa a 500 metros de altura, a situação seria risível, se não fosse trágica, com efeitos duradouros nas próximas gerações e que colocará sobre todos nós o estigma da infâmia e o tratamento como cidadãos planetários indignos de qualquer coisa que se chama civilização, ordem, ou moralidade. De fato, como nossos representantes e chefes de governo estão se posicionando, aponta para um caminho que nos leva direto à barbárie, à anticivilização. Mesmo eu, caeté que sou, que gosto de me aquentar no fogo onde cozinho as partes suculentas do honorável bispo Dom Pero Fernandes Sardinha, já percebi que, até mesmo para um selvagem, o direcionamento para qual o governo federal está nos levando, nos coloca vários quilômetros abaixo do mais bárbaro e cruel povo que já existiu neste planeta e nos cobre de infâmia à vista do mundo civilizado.
Como tenho observado o malabarismo oficial do governo de esquerda em não condenar e nem chamar os terroristas do Hamas pelo nome – terroristas -, fiquei-se-me a pensar no motivo que leva a isso. A conclusão mais óbvia, e, possivelmente a mais rasteira é que há uma identificação de método e de objetivo entre essa esquerda e o terrorismo. PT, PcdoB, PSOL, PCO e qualquer outra coisa que valha se posicionam ao lado do Hamas e não os classificam como terroristas porque há uma identidade que os liga. As ações levadas a cabo por este ajuntamento de sádicos é o mesmo motus – caeté também sabe latim – que impulsiona a esquerda. Dessa constatação surge um corolário: a esquerda comemora as ações do Hamas como uma catarse que supre o desejo de não poder fazer aquilo o outro fez.
Em tese, pode-se resumir da seguinte forma: a não condenação dos atos sádicos do Hamas, a negativa em classificar aqueles atos bárbaros como atos terroristas é porque aquele grupo faz exatamente o que a esquerda ainda não pode fazer, veja, frisem bem esse “ainda”, no ocidente. Tire-se-lhe qualquer freio legal e eles farão exatamente como o Hamas fez em Israel. E, não sou eu quem o afirma. A história afirma e comprova isso. Na extinta União Soviética, em Cuba, na Nicarágua, na Venezuela, no Camboja, na China, no Vietnã, em Angola, em Moçambique. Todos esses países que foram dominados pela esquerda fizeram, ou fazem o mesmo que o Hamas fez, apenas utilizam métodos diferentes, mas o fim é o mesmo: provocar o terror e amedrontar a população para que seus desejos sádicos sejam absolutos.
A esquerda brasileira, principalmente, vive em um mundo maniqueísta. Há sempre o nosso lado e o outro lado. Não passa pela cabeça deles a pluralidade de pensamentos, de ideias, de pessoas, de modo de ser. Quando adotam pautas como a do negro, a do pobre, a do LGBT, a do índio, são apenas pautas utilitárias com o objetivo de tomar o poder e nele permanecer. Não há identidade nenhuma com essas pautas, ou mesmo com as reivindicações legítimas dessas pautas. A estratégia é encampar a pauta, depois que chegou ao poder, abandoná-las e implantar uma suposta igualdade com base no terror.
A negativa em chamar as coisas pelos seus devidos nomes é um anátema. Jamais a esquerda brasileira vai chamar o Hamas e o Hezbollah por aquilo que eles são, haja vista o modo de agir, os objetivos e o ponto de chegada ser o mesmo: espalhar o terror, matar quem a eles se opõe e tomar o poder à força e permanecer nele para sempre. Essa identidade os une e os liga. Não conseguem ultrapassar essa visão maniqueísta de mundo não é porque não podem. Não querem, já que, uma vez reconhecida essa fronteira, acaba seu sentido de existir no mundo. Reconhecer a humanidade do outro implica em ver o outro como uma imagem da divindade e que tem semelhanças ao meu “eu”. Daí a necessidade da despersonalização, da desumanização, da linguagem neutra usada para o outro. Na despersonalização do outro, abre-se o caminho para exterminá-lo sem que haja qualquer reprovação moral, ou civilizatória deles.
Na outra ponta, o que se observa é o jornalismo bananeiro, excluindo-se a militância da esquerda nas redações de jornais, rádios e televisões, os ditos jornalistas independentes, quando de suas falas, chegam à mesma conclusão que estou expondo aqui. Só falta a eles dar aquele passo decisivo, final e expor esse concerto de ideologias e modo de agir entre a esquerda brasileira e os grupos terroristas do Hamas e do Hezbollah, entretanto, essa coragem, essa centelha civilizatória que deveria detonar a bomba da verdade, falha no momento mais crítico deles. Assim, buscam uma explicação que, aqui em Campo Grande, nós chamamos de “meia-boca”, ou seja, uma explicação que nem revela a verdade e nem esconde a mentira.
Como disse, venho acompanhando os noticiários desse ataque terrorista e vendo como muitos que se dizem “especialistas”, tendem a encontrar um meio termo que justifique a barbárie e responsabilize a vítima. E aqui, deixo um alerta: justificar um ato terrorista, ou qualquer ato anticivilizatório é apoiá-lo. E, vemos isso cotidianamente nos noticiários, nas notas mambembes e desiquilibradas das nossas autoridades, e até mesmo naquele ajuntamento de inutilidades chamado Organização das Nações Unidas. Vendo a entrevista do senhor Antonio Guterres, o dito secretário geral da ONU, chegaria a ser risível, se não fosse trágico, a sua discurseira tentando justificar ataques terroristas, colocando a culpa no agredido e pedindo ao agredido moderação. Aquele senhor teve uma postura asquerosa discursando sobre cadáveres de quarentas bebês degolados por sádicos, enquanto a matança de inocentes continua.
Então, meu caro caeté, tupi, guarani, xingu, cinta-larga, e outras etnias de Pindorama, pense bem. Avalie o que está ocorrendo aqui, fugindo do pensamento maniqueísta. Não é dar razão a este, ou aquele, mas sim locubrar (para você Violante), à luz do processo civilizatório como Pindorama está e como estará amanhã com todo o seu povo apontado como infame perante a taba global em que vivemos.