BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

DALINHA CATUNDA - EU ACHO É POUCO!

SEBASTIÃO DIAS

Sorriso largo, garboso
Era Sebastião Dias
Nas rodas de cantorias
Era vate grandioso
Repentista valioso
Que hoje se faz ausente
Sua viola plangente
Não entende o abandono
Chora a morte do seu dono
Que nos deixou de repente.

RLIPPI CARTOONS

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DEU NO X

XICO COM X, BIZERRA COM I

UM BESTA E UM SABIDO

Golpes, sempre existiram. O mais antigo que lembro é o do cartão premiado da loteria. Consistia na abordagem de um transeunte, bilhete lotérico premiado na mão e que, por algum motivo, o contemplado estava sem tempo de ir receber o prêmio, repassando o papelzinho supostamente premiado por apenas 10% do valor a receber. Incrível como tantos caíam em armadilha tão bizarra. Minha vó dizia que todo santo dia saem de suas casas um sujeito besta e um outro, este, sabido. Quando do encontro dos dois, consuma-se o ardil.

TECNOLOGIA A SERVIÇO DO MAL

Com o advento da tecnologia os golpes se aprimoraram e já nem é necessário que o besta saia de casa para ser vítima de uma ‘sabedoria’. Comigo aconteceu. Num belo sábado de sol recebo um ZAP, número desconhecido. Dizia tratar-se de meu filho que, por descuido, deixara cair seu celular no vaso sanitário. Pedia repassasse ao número PIX por ele indicado o valor para aquisição de um novo aparelho que, após configurado e tendo instalado o app do seu Banco, faria retornar à minha conta o valor solicitado. Ainda tentei ligar para ele mas, urubu azarado é cagado pelo que mais alto voa, ele estava na praia com o telefone no carro. Não atendeu, claro. Azar o meu. Acreditei.

BESTA ALÉM DA CONTA

Com a experiência de mais de 20 anos de Banco Central, trabalhando na Fiscalização, não me perdoo, até hoje, por ter sido ‘caído’ em golpe tão primário. E o pior (esse detalhe, de tão burlesco, sempre escondo, mas agora o revelo aqui para prevenção dos leitores): o sabido da história pediu um PIX de $2.930. O besta, de boa fé, preferiu arredondar o valor e presentear o sabido com $3.000. Não contem o detalhe para ninguém. O fato ocorrido, podem contar a todos, como contribuição para evitar que outros incautos sejam vítimas de tal situação e se transformem no besta do dia, como eu. Minha vó tinha razão …

* * *

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ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

FRASES DE MANOEL DE BARROS, O POETA QUE REVOLUCIONOU A LINGUAGEM

“Sou hoje um caçador de achadouros da infância. Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos.”

“No fim da tarde, nossa mãe aparecia no fundo do quintal: meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro.”

“Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.”

“Gorjeio é mais bonito do que canto porque nele se inclui a sedução. É quando a pássara está enamorada que ele gorjeia.”

“Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma e que você não pode vender no mercado como, por exemplo, o coração verde dos pássaros, serve para poesia.”

“Poderoso não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre
as insignificâncias (do mundo e as nossas)
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado e chorei.”

“Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir.”

“Pois minha imaginação não tem estrada. E eu não gosto mesmo de estrada. Gosto do desvio e do desver.”

“Senhor, ajudai-nos a construir a nossa casa
Com janelas de aurora e árvores no quintal-
Árvores que na primavera fiquem cobertas de flores
E ao crepúsculo fiquem cinzentas
como a roupa dos pescadores.”

“Sou muito egoísta e narcisista. Meu mundo sou eu em carne e letras. Sou o que produzo e o que não consigo produzir. Sofro um pouco nessa parte de não poder produzirr.”

“Meditei sobre as borboletas. (…) Vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras, sem magoar as próprias asas.”

“Cristo foi um dos grandes poetas do mundo – tanto que já passaram 20 séculos por cima de suas palavras e elas são vivas e reviçadas todos os dias.”

“Agora eu penso uma garça branca de brejo ser mais linda que uma nave espacial. Peço desculpas por cometer essa verdade.”

“Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação.”

“Sei que meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.”

“Poesia é um lugar onde a gente ainda pode fazer com que um absurdo seja sensatez.”

“Me exibo através de ficar sob as cinzas. Sou sempre uma pose falsa tirada no escuro. Me exibo de costas. Eu faço o nada aparecer.”

“Eu sou minha imaginação e meu lápis. Quando o lápis acerta um erro, ele percebe e grita por uma borracha. Visto que eu seja atrasado por não usar computador.”

“[É preciso] desinventar os objetos. O pente, por exemplo. É preciso dar ao pente funções de não pentear. Até que ele fique a disposição de ser uma begônia. Ou uma gravanha. Usar algumas palavras que ainda não tenham idioma.”

“Sei que fazer o inconvexo aclara as loucuras. Sou formado em desencontros. A sensatez me absurda. Os delírios verbais me terapeutam.”

“No descomeço era o verbo.
Só depois veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá, onde a criança diz:
Eu escuto a cor dos passarinhos.”

Toda a poesia e simplicidade de Manoel de Barros é tema de exposição em São  Paulo | Blog Leiturinha

Manoel Wenceslau Leite de Barros (1916 – 2014) foi um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à geração 45, porém formalmente ao pós-modernismo brasileiro, localizando-se mais próximo das vanguardas europeias do início do século, da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswaldo de Andrade. O poeta mato-grossense Manoel de Barros buscava conjugar em sua obra elementos regionais com aflições existenciais e um surrealismo bastante particular. Sua formação era cosmopolita. Graduado em Direito e familiarizado com a moderna poesia francesa, chegou a viver no Rio de Janeiro, mas acabou se recolhendo a uma fazenda no pantanal.

PENINHA - DICA MUSICAL

DEU NO X