PENINHA - DICA MUSICAL

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO JORNAL

A FALTA QUE ELE FAZ

Muitos ex-aliados, que são candidatos, já sentem nas pesquisas a falta que um Bolsonaro faz.

* * *

E como sentem falta…

Os traíras estão se lascando nesta campanha.

Pra consolar os chorões, aqui vai Miltinho Rodrigues interpretando a lacrimosa composição “A Falta que Você me Faz”.

DEU NO X

A PALAVRA DO EDITOR

CONSELHOS NO TRÂNSITO

Dirija embriagado de prudência
Em relação aos carros a sua frente
Dê aos pedestres a preferência
Antes de desistir, ao menos tente
 
Sinalize todas as suas manobras
Mude essa realidade nua e crua
Motivos você tem e ainda sobra
Pra salvar vidas, inclusive a sua
 
Esqueça o telefone celular
Utilize o cinto de segurança
E dê uma banana para o azar
 
Assegure a sua volta com sucesso
Faça com a vida uma aliança
Boa viagem e breve regresso. 

A PALAVRA DO EDITOR

CARLITO LIMA - HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

O SENHOR DAS LAGOAS

Eu era menino, de calça curta, aurora de minha vida, meu pai gostava de passeios com a família. Fazíamos piquenique no Gogó da Ema, em Fernão Velho na casa do primo Pedrinho. Muitas vezes embarcávamos numa canoa ou na lancha do horário, partindo do Porto das Lanchas no Trapiche, navegando pelas lagoas até Coqueiro Seco ou Bica da Pedra.

A canoa enorme feita de tronco de árvore cabia toda família. A criançada sentada no fundo, os mais velhos nos bancos de tábuas na proa, na popa e perto do mastro. Todos a bordo iniciava a navegação rumo ao povoado de Coqueiro Seco, onde amigos do meu pai nos esperavam com um delicioso almoço.

O canoeiro dava a direção, puxando e molhando a vela conforme a intensidade do vento. Vela enorme colorida em vários matizes marrons, como se fossem manchas. Eu ficava extasiado, embevecido com a beleza da imensidão da lagoa cheia de ilhas, coqueirais e entrecortadas por canais naturais. Deliciava-me mergulhando a mão acariciada pela água corrente do navegar. Água límpida e raiada pelo sol da bonita manhã.

Tio Béu era o mais animado dos adultos, gostava de contar casos e piadas durante o percurso. Ele cantava emboladas e nós acompanhávamos.

“Coqueiro Seco do outro lado da lagoa… Se atravessa de canoa… fazer feira no Pilar…” Vinha o coro da meninada: “Espingarda, pá, pá, pá, pá, faca de ponta, tá, tá, tá”… Tio Béu continuava: “Eu dei um beijo no sovaco da veia, minha boca encheu de peia, quase morro de lançar…” Uma alegria.

A chegada da canoa era uma festa, não havia ancoradouro, era preciso ajudar as mulheres e crianças desembarcarem. Passávamos o dia naquele pequeno povoado, correndo, jogando bola na “ribeira”, mergulhando nas águas limpas da lagoa. Depois do suntuoso almoço, a meninada voltava para o banho de lagoa, onde nadava e brincava de caldo e pescaria. Na volta, a meninada ficava desconfortável no fundo da canoa amontoada de manga, melancia, banana, fruta-pão, jaca e outras frutas. Às vezes, a travessia da lagoa tinha outro destino: o sítio de um primo, Pedro Lima, onde existe uma fonte de água provinda de uma fenda de uma enorme pedra. Um banho maravilhoso que deram o nome apropriado de Bica da Pedra.

Meu pai tinha um amigo que gostava de conversar à noite em minha casa. Era um homem alto, com olhar inquieto e bondoso. Seus assuntos invariavelmente passavam pelas lagoas, preocupação, luta constante de sua vida e o CSA. Pela primeira vez ouvi alguém se referir à preservação da natureza. Paulo Pedrosa, na prática, foi o primeiro ambientalista das Alagoas. Essas são algumas reminiscências da minha infância, ligadas às grandes e belas lagoas.

O tempo passou, fiz caminhos e andanças pelo Brasil afora; voltei para Alagoas, mas só tive consciência dos grandes problemas das lagoas a partir dos anos 80, quando as questões ambientais tornaram-se importante.

Nesses últimos anos houve um desastre criminoso nas lagoas. Usinas de açúcar jogaram tibornas e águas de lavagem de cana. As cidades, sem sistema de esgotamento sanitário, ainda hoje despejam dejetos in natura e lixos nas águas das nossas sagradas lagoas. Autodestruição, um crime inominável. Em todo esse tempo, só uma voz havia esbravejado, esperneado, gritado e ecoou sem que ninguém ouvisse ou se preocupasse pelo crime que o homem ambicioso cometia. Essa voz solitária era de Paulo Pedrosa. Um senhor com visão que dedicou seus 96 anos à sua grande paixão: as bonitas e inigualáveis lagoas das Alagoas.

Paulo Pedrosa também foi um vitorioso industrial, montou uma fábrica de mosaico no bairro de Jaraguá. Ainda nos legou duas grandes figuras da arte e cultura alagoana: sua filha Tânia Maya Pedrosa Moreira, pintora naif e maior colecionadora de arte popular do Brasil e seu filho, coronel José Fernando Maya Pedrosa, historiador, militar de brilhante carreira no Exército Brasileiro. O saudoso Paulo Pedrosa, homem dedicado à causa das lagoas merece uma homenagem. Sua impertinência, sua dedicação e seu amor foi importante na preservação das lagoas. Devemos essa homenagem, nunca feita, ao ambientalista Paulo Pedrosa, “O Senhor das Lagoas”.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

CONVERSAS DE MEIO MINUTO (3)

Continuo com histórias de livro que estou escrevendo (mesmo título da coluna). Na renovada esperança de que o amigo leitor aprecie. Aqui vão mais algumas.

* * *

CARLOS ALBERTO SARDENBERG, jornalista. Chegou no cemitério sem saber qual o velório certo. Então perguntou, no primeiro:

– Quem é o morto?

E o cidadão, apontando para um caixão,

– É aquele ali dentro.

* * *

DIVANE CARVALHO, jornalista. Manhã de domingo, seu aniversário, ligo bem cedo:

– Parabéns, querida. Desejo que tenha um dia esplendoroso.

– Acho meio difícil, Zé Paulo. Que estou no Necrotério. Esperando o corpo de meu marido para enterrar, ainda hoje.

* * *

JOSÉ ROBERTO, irmão. Morreu Quino, esta semana. O gênio argentino das caricaturas. E ele me escreveu:

– Eu queria ser Quino. Pelo menos por 5 minutos.

– É o contrário, Zeca. Hoje, é ele quem queria ser você. E não só por 5 minutos. Mas pelo resto de sua vida.

* * *

Dom JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA, Cardeal. Dia seguinte à sua posse, no Vaticano, ofereceu almoço. Preparei discurso que começava dizendo:

– O treinador do Flamengo, Jorge de Jesus, é português. E no Brasil, hoje, Jesus é Deus. Os amigos de Tolentino são bem mais modestos. Não querem vê-lo como Jesus. Nem, muito menos, Deus. Para nós, basta que um dia ele seja Papa.

* * *

MANÉ TATU, pintor. Filho do grande Zé Cláudio.

– Pai está preocupado por não ter reconhecido um amigo que o visitou. Como é mesmo aquela regra sua?

– Sobre o roteiro de nossas vidas? É assim:

1. No começo, ninguém lhe conhece e você não conhece ninguém.

2. Depois, você conhece todo mundo e ninguém lhe conhece.

3. Você conhece todo mundo e todo mundo lhe conhece.

4. Todo mundo lhe conhece e você já começa a não saber quem são os outros (você é filho de quem?).

5. No fim, você não conhece mais ninguém e todo mundo já se esqueceu de você.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LUIZ CARLOS – RIO DE JANEIRO-RJ

Nobilíssimo Editor Berto

Como a política brasileira enfrentou uma mudança radical e severa nesses últimos quatro anos…

Solicito publicar na Gazeta Escrota algumas propagandas eleitorais do ano de 2016, que nos orientaram na votação dos melhores candidatos.

Desejo à todos uma excelente eleição em novembro próximo. Com muita consciência no cumprimento do nosso dever cívico.

Com toda segurança contra covid-19. De acordo com as garantias prometidas pelo “tribunal eleitor mal” e do “dr. dadivoso varre cela”.

Além das invioláveis, indubitáveis e sacrossantas urnas “ching ling”.

Agradeço pela atenção.