Eu posso dizer que há anos A vacina salva vidas. Eu que sou das precavidas Pra não sofrer desenganos, E evitar maiores danos, Também vou me vacinar. Tô vendo a hora chegar! Mas a dúvida é profunda: Não sei se tomo na bunda Ou no braço vou tomar.
Bastinha Job:
Chinesa não tomo não nem na bunda, nem no braço coronavac… fracasso, China não é salvação buscarei outra opção A Oxford aceitar se a Moderna chegar, a picada vai ser funda: Não sei se tomo na bunda Ou no braço vou tomar.
Creusa Meira:
Na fila eu amanheço Pego a preferencial Passo longe de hospital UTI eu não mereço Quero logo o endereço Quando o dia D chegar Se na hora H falhar A primeira e a segunda Não sei se tomo na bunda Ou no braço vou tomar.
Chica Emídio:
Pode ser no mei da testa, Na barriga, ou no bumbum Não vou excluir nenhum Eu quero é fazer a festa Se assim for o que resta Só não quero é me isolar Chega de trancafiar Igual Dalinha Catunda: Não sei se tomo na bunda Ou no braço vou tomar.
Vânia Freitas:
Gente estou assustada Com tanta gente falando Da bruta vacina entrando Tô ficando aperreada Bunda e braço na jogada O braço dá pra pensar Bunda não vou cutucar A coisa é muito profunda Não sei se tomo na bunda Ou no braço vou tomar.
Lindicassia Nascimento:
Já que não tem outro jeito Eu vou ter que aceitar Dessa vez não vou chorar Vou deixar entrar direito Quero sentir o efeito Levemente sem gritar Sei que vou me emocionar Não vou ficar moribunda Não sei se tomo na bunda Ou no braço vou tomar.
Sueli Diniz:
O vírus veio com tudo A vacina é necessária A vida tá temerária Pra isso teve o estudo Tem que ser muito peitudo Tem que gostar de arriscar Pra nela não apostar D’onde a vida se oriunda Não sei se tomo na bunda Ou no braço vou tomar.
Djenane Emídio
Como logo se anuncia Tenho cá os meus receios Se já encontraram os meios Da cura da pandemia… Peço a Deus que é meu Guia Pra que eu possa confiar E venha assim declamar: Vacina, em mim se difunda! Não sei se tomo na bunda Ou no braço vou tomar.
Este ministro está completamente pirado e não entende nada de economia.
Deve ser formado em Psicologia ou em Direito.
Isto é prejuízo grande para os cofres públicos, seu cabra leso!
Tem que fazer igual ao João Doria em São Paulo: cortar em 12% repasses pras Santas Casas, elevar impostos de cesta básica, aumentar ICMS de veículos e acabar com a gratuidade de transporte para os idosos.
Como bem diz Ceguinho Teimoso, este atual presidente e sua equipe tem feito tudo errado, metem os pés pelas mãos e, ainda por cima, só falam porcaria.
Estamos vivendo um governo fascista, genocida, reacionário e retrógrado.
Vejam, por exemplo, o desabafo deste jovem brasileiro:
Manoel Dias de Abreu nasceu em São Paulo, SP, em 4/1/1891. Médico, cientista, poeta e inventor da “abreugrafia”, pequenas radiografias que permitem o diagnóstico precoce da tuberculose pulmonar. Em outros países o exame recebeu nomes como: “schermografia” (Itália), fotofluorografia (França), roentgenfotografia (Alemanha) e microrradiografia (Portugal). No período 1951-1953 recebeu 6 indicações para o Prêmio Nobel de Medicina.
Formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1914, com a apresentação do trabalho “Natureza pobre”, referente à influência do clima tropical sobre a civilização. No mesmo ano, junto com a família, viajou para Lisboa e tem inicio a I Guerra Mundial. Não podendo voltar ao Brasil, mudou-se para Paris, onde passa a morar por 8 anos. Lá manteve contatos com escritores e cientistas, como Baudelaire, Antero de Quental, Nietzche e Darwin, quando decide aprofundar os estudos na medicina. O primeiro emprego se deu no Nouvel Hôpital de la Pitiê, encarregado de fotografar peças cirúrgicas. Dedicado e engenhoso, descobriu um dispositivo especial para obter fotografias da mucosa gástrica. Em 1916 foi trabalhar no Hôtel-Dieu, a Santa Casa francesa, e foi despertado para o estudo da recente especialidade criada pelo físico Wilhelm Conrad Roentgen, em 1895, a Radiologia.
No exame de um caso de tuberculose, realizado junto com seu chefe, Dr. Gilbert, nada foi encontrado de anormal, nenhuma afecção pulmonar ou pleural, conforme as normas de propedêutica clínica, através da percussão e da auscultação. O chefe pediu-lhe para levar o paciente ao laboratório de Radiologia para um exame do tórax, cuja chapa confirmaria o exame clínico. Feita a chapa, o médico ficou surpreso ao constatar uma tuberculose avançada. Conforme Dr. Adauto Barbosa Lima, ex-diretor da Faculdade de Medicina da USP, “aquela contradição entre o achado clínico e o achado radiológico era resultante dos experimentos e conhecimentos médicos na ocasião… A radiologia ensaiava seus primeiros passos”. Em seguida, o Dr. Gilbert confiou-lhe a chefia do Laboratório Central de Radiologia do Hôtel-Dieu, dando inicio a próspera carreira do cientista brasileiro.
Em 1918 foi trabalhar no Hospital Laennec, como assistente do prof. Maingot. Aí aperfeiçoou-se na radiologia pulmonar e desenvolveu a “densimetria”, mensuração de diferentes densidades. Visualizou na fotografia do “écran” fluorescente um meio de fazer o exame do tórax – em massa e a baixo custo – a fim de detectar a tuberculose pulmonar precoce. Tais conhecimentos levaram-no a publicar o livro Radiodiagnostic dans la tuberculose pleuro-pulmonaire, (Editora Masson, Paris), em 1921, obra pioneira sobre a interpretação radiológica das lesões pulmonares. No ano seguinte, retornou ao Brasil e passou a chefiar o Departamento de Raios X da Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose, no Rio de Janeiro. Encontrou a cidade assolada por uma epidemia de tuberculose e ficou impressionado: “Havia óbitos, não havia doentes, os quais ocultavam seu diagnóstico na espessa massa da população; os poucos doentes que havia, procuravam o dispensário na fase final da doença, quando o tratamento, o isolamento e as várias medidas profiláticas já eram inúteis”.
Por esta época, intensificou as pesquisas de radiografias do tórax, mas os resultados são pífios. Apenas em 1935, com o aprimoramento dos aparelhos radiográficos, retomou as experiências no antigo Hospital Alemão do Rio de Janeiro. Nesse período concebeu um método rápido e barato de tomar pequenas chapas radiográficas dos pulmões para maior facilidade de diagnóstico, tratamento e profilaxia da tuberculose e do câncer de pulmão. Deu-se a invenção da “abreugrafia”, nome dado em sua homenagem e reconhecido em 1936 pela Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, seguido de sua adoção em nível mundial.
No mesmo ano foi convidado pelo prefeito do Rio, o médico Pedro Ernesto, a assumir a chefia do Serviço de Radiologia do Hospital Jesus. Logo depois, foram instalados 3 serviços de recenseamento torácico em São Paulo, noutras cidades do Brasil, Am. do Sul, EUA e Europa. Em 1939 o termo “abreugrafia” foi referendado no I Congresso Nacional de Tuberculose, seguido da aprovação pela União Internacional contra a Tuberculose. Em 1958, o prefeito de São Paulo, Ademar de Barros, determinou que as repartições públicas deveriam adotar o nome e instituiu o dia 4 de janeiro, dia do nascimento do cientista, como o “Dia da Abreugrafia”. Estava apenas imitando o gesto do presidente Juscelino Kubitschek em âmbito nacional.
Em 1957 foi criada a Sociedade Brasileira de Abreugrafia, seguida pela publicação da Revista Brasileira d Abreugrafia. Tal método de diagnóstico de massas de baixo custo e fácil execução popularizou-se rapidamente. Foram criados equipamentos móveis, percorrendo fábricas, escolas e locais mais inacessíveis, fazendo exames e produzindo diagnósticos precoces. Com a diminuição dos casos e custos com outros equipamentos, a abreugrafia foi abandonada. O que não podemos é abandonar a memória de seu inventor, atualmente no limbo da história. Hoje, quando o diagnóstico médico por imagem está no centro das atenções, precisamos lembrar que o Brasil já deu significativa contribuição nesta área.
Manoel de Abreu foi um humanista que abriu mão da patente que lhe renderia bons lucros. Seu desejo era que o aparelho estivesse disponível à todos: “Eu vejo no horizonte a única porta aberta para o futuro, a da ciência (…) A ciência é de algum modo a única forma de ternura (…) As grandes descobertas da medicina foram realizadas por seres sonhadores, sublimes, inspirados pelo amor”.
A importância de seu invento rendeu-lhe algumas homenagens, além das indicações para o Prêmio Nobel: Cavaleiro da Legião de Honra da França; Medalha de Ouro e Médico do Ano em 1950, do Colégio Americano de Médicos do Tórax, entre outras. Sua contribuição à medicina conta com relevantes obras publicadas: Idéias gerais sobre o radiodiagnóstico na tuberculose; Estudos sobre o pulmão e o mediastino; Nova radiologia vascular e Radiologia do coração. Foi também poeta e publicou os livros Substâncias, ilustrado por Di Cavalcanti; Meditações, ilustrado por Portinari e Poemas sem realidade, que ele mesmo ilustrou. Faleceu em 30/1/1962, por ironia do destino, de câncer no pulmão, talvez causado pelo cigarro, hábito mantido desde longa data. Seu legado ficou registrado na biografia escrita por Itazil Benicio dos Santos: Vida e obra de Manoel de Abreu, o criador da abreugrafia, publicada por Irmãos Pongetti Editores, em 1963. Em 2012, no cinquentenário de sua morte, foi lançada, pela SPR-Sociedade Paulista de Radiologia, nova biografia: O Mestre das Sombras – Um Raio X Histórico de Manoel de Abreu, do jornalista e historiador Oldair de Oliveira.
Todas as quintas-feiras muito me divirto assistindo um evento internético coordenado pelos notáveis escrotólogos Maurício Assuero e Luiz Berto, onde a cultura popular é explicitada sem mas-mas-mas por personalidades especializadas, belas mulheres de QI arretados e homens idem, advindos de todas as regiões brasileiras. Que declamam, contam estórias, relatam acontecidos molecais, enaltecem o seu derredor regional e ainda divulgam fatos pitorescos inesquecíveis dos nossos ontens brasileiros não oficiais, que jamais deveriam ser relegados.
Rendo minhas homenagens aos construtores da cultura popular brasileira. Ela ainda não bateu pino graças aos esforços de muitos abnegados, que efetivam suas mostras tirando dos magérrimos próprios bolsos o necessário para divulgação dos seus estudos, feitos e fatos.
Nesse resistente universo, o lugar do folclorista pernambucano Mário Souto Maior, já na eternidade, está no primeiríssimo escalão. Os seus livros Nomes Próprios Pouco Comuns, Dicionário do Palavrão e Dicionário Folclórico da Cachaça, subsidiam centenas de estudiosos, que necessitam de trilhas seguras e honestas, distanciadas dos embusteiros macunaímicos e vivaldinos.
Integrando a trilogia acima, o Souto Maior, certa feira, fez entrega à sociedade, de um guia pra lá de arretado de ótimo: Geografia Popular do Pau Através da Língua Portuguesa. Trezentas e cinquenta expressões analisadas, sem resvalar para o chulo e o grotesco. Sem obscenizar seu meticuloso ensaio, ele demonstra como o pau contribuiu para as manifestações do nosso brasileiríssimo dia-a-dia, ainda não de todo tragado pelos importados modismos primeiromundistas colonizadores.
Imaginei logo uma pessoa distanciada das raizes da nossa gente entender o significado da frase “no largo da feira de Casa Amarela encontrei o Dr. Fulano a-meio-pau, caindo pelas tabelas”. Ou outra, querelosa com os atuais anos de bunda esfregada nos bancos da póspósgraduação, ao não entender o pensar de um companheiro de universidade: “o deputado fulano de tal está sujo-que-nem-pau-de-galinheiro na CPI do orçamento”.
Outro dia, uma faxineira declarava para uma madame perua que era pau-pra-toda-obra, indo logo por-cima-de-paus-e-pedras quando algum afoito desejava por-os-pauzinhos-ao-sol. E o marido da soçaite quase cai em desespero, ao ouvir da auxiliar, alto e bom som, que estava de olho grande num pauzão e que por conta disso já estava ajeitando o pauzinho-do-matrimônio. E que o casório aconteceria rapidamente, pois gostava mesmo era de pau-na-égua. Pedia apenas ao dono da casa, autoridade de primeira entrância, que fosse na sua vara bulir-com-os-pauzinhos, pois, mais que ninguém, o patrão era habituado a conhecer-o-pau-pela-raiz .
Para não fazer-casa-com-pau-bichado, li muitas vezes, de cabo a rabo, o imperdível livro do Mário Souto Maior. Também não desejando ser pau-de-amarrar-égua, nem tolerando os que adoram viver-à-sombra-do-pau, fiz questão de ganhar-os-paus para me deliciar com a leitura da pesquisa do Mário, meu ex-companheiro da Fundação Joaquim Nabuco, pai do Jan, esse arretado da informática, consultor de tudo que é gente, inclusive burra que nem eu, um metido, vez por outra, a descobrir-o-mel-de-pau na minha área de trabalho.
Tomei ciência que souto, em Portugal, é bosque espesso. E o Mário Souto Maior, folclorista popular de primeira linha, nunca desejou mudar-de-pau-pra-cacete, ficando sempre no bosque dele, convencido que nem-todo-pau-dá-esteio.
Não desejando deitar-os-pauzinhos-fora, este texto é uma demonstração de querer bem a um intelectual que jamais quis ser um dois-de-paus, em tempo algum desejando disputar-pau-a-pau com quem quer que fosse.
Um autêntico sábio nordestino, o Mário Souto Maior. Agrestino, jamais negou que se um-dia-é-do-pau-o-outro-é-do-machado. Ele certamente faria um sucesso arretado todas as quintas-feiras no Bordel do Berto gerenciado pelo Assuero.
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