O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou, na sexta-feira 17, que pediu ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a libertação dos responsáveis pelo sequestro do empresário Abílio Díniz.
O caso relatado pelo petista teria ocorrido em 1998, quase dez anos depois de Diniz ter sido alvo dos criminosos, em 1989. Entre os sequestradores, estavam argentinos, chilenos, canadenses e um brasileiro.
“Havia dez brasileiros presos”, disse Lula, em evento de pré-campanha realizado em Maceió (AL). “Foram presos em 1989, naquele sequestro do Abílio Diniz. Esses jovens ficaram presos por dez anos. E houve um momento em que fui conversar com Fernando Henrique, porque eles [os criminosos] estavam em greve de fome. Eles iriam entrar em greve seca, em que você fica sem comer nem beber. Aí, a morte seria certa.”
Em razão da greve, o petista intercedeu pelos sequestradores. “Então, fui procurar o ministro da Justiça, Renan Calheiros [MDB]. Ele disse: ‘Lula, vai conversar com Fernando Henrique, porque tenho toda a disposição para soltar o pessoal’. Falei para o FHC: ‘Fernando, você tem a chance de passar para a História como um democrata – ou como um presidente que permitiu que dez jovens, que cometeram um erro, morram na cadeia. Isso não apagará nunca.”
Para libertar os criminosos, FHC pediu a Lula que os convencesse a acabar com a greve. “Fui até a cadeia, em 31 de dezembro, para conversar com os meninos. Falei: ‘Olha, vocês vão ter de dar a palavra para mim. Terão de garantir que vão acabar com a greve de fome. E vocês serão soltos’. Eles respeitaram a proposta e pararam a greve de fome. Não sei onde eles estão agora”, disse o petista.
Apesar de Lula se referir aos sequestradores como “jovens” e “meninos”, todos eram maiores de idade. David Robert Spencer e Christine Gwen Lamont, ambos canadenses, tinham 38 e 41 anos, respectivamente. Os irmãos argentinos Humberto Paz e Horácio Paz, responsáveis pelo planejamento do sequestro, tinham 34 e 39 anos. Ulisses Acevedo, com 33 anos; Maria Marchi Badilla, com 43; Pedro Lembach e Héctor Collante, ambos com 35; e Sergio Urtubia, com 34 anos, fecham a lista dos chilenos sequestradores. Raimundo Roselio Freire, o único brasileiro da lista, tinha 24 anos de idade.
No início de 1999, os estrangeiros que ainda estavam presos foram extraditados. O brasileiro recebeu indulto.
Mais uma crônica ácida do crítico musical José Teles que merece ser reproduzida aqui no JBF pelo seu conteúdo atualíssimo: a eleição de atores músicos e até presidentes da república, sem ter sequer publicado um Manuel de Instrução da Guerrilha, como o fez o guerrilheiro de Wagner Moura.
Com poucos se lembrando de como a ABL, por várias vezes, foi servil às ditaduras, com generais e políticos, nulidades literárias, assumindo cadeiras naquela casa. O melhor exemplo foi a entrada do ditador Getúlio Vargas na imortalidade em 1941. Transcrevo um texto da coluna Movimento Literário da revista Carioca (do grupo A Noite, de Irineu Marinho), de uma subserviência que dispensa comentários:
“Para ocupar a cadeira de Alcântara Machado na Academia Brasileira de Letras, o presidente Getúlio Vargas foi eleito por 33 votos, sem nenhuma cédula discrepante. Existe um voto em branco, vindo do estrangeiro e que, nem por isto, quebrou a expressiva unanimidade com que o nome do ilustre brasileiro foi sagrado para a mais alta corporação cultural do país.
Após o pleito, A Noite colheu diversas impressões de acadêmicos, todos satisfeitos com a entrada do Chefe da Nação para a academia. Eis algumas das impressões:
Cassiano Ricardo – Considero o dia de hoje um dia de festa para a inteligência e para a cultura brasileiras.
Ministro Oliveira Viana – Acho que a escolha da academia está acima de qualquer crítica. O presidente já era, por si mesmo, pelo seu feitio, pela sua finura, sua inteligência, e espírito agudo, um acadêmico. A academia só pode se honrar em incorporar ao seu grêmio uma figura de relevo, não digo nacional, mas mundial.
Ribeiro Couto – A eleição do presidente Getúlio Vargas marca para nossa instituição um grande dia. O espontâneo e caloroso ambiente de entusiasmo, que notamos hoje aqui, traduz não só o alto apreço da academia por essa iminente figura de intelectual, mas o apreço dos intelectuais do Brasil inteiro, que nós representamos.
A obra de Getúlio Vargas assemelha-se a da maioria dos militares ou políticos que entraram para a ABL: compilação de discursos, textos para justificar sua ideologia e, claro, o livro do discurso pronunciado na solenidade de posse na academia.
Nesses tempos servis literais, a exceção é encontrada no imortal José Paulo Cavalcanti Filho, colunista do JBF, que imortalizou Pessoa com a obra-prima, Fernando Pessoa – Uma Quase Autobiografia.
A obra-prima que fez jus à memória do poeta de Tabacaria
Este colunista entrevistando o Ministro da Agricultura, Romero Cabral da Costa
Jânio da Silva Quadros foi eleito Presidente do Brasil em 3 de outubro de 1960 e tomou posse em janeiro de 1961. Nos primeiros dias, após sair-se vencedor, começaram a surgir as confabulações. Corria o boato de que o usineiro Marcelo Cabral da Costa seria o Ministro da Agricultura.
Diante disso, novo ainda no quadro de repórter do Diário de Pernambuco, procurei me adiantar conseguindo uma entrevista com ele, pessoa que conhecia de perto, a fim de que meu jornal desse o “furo”.
Todavia, tive que assumir o compromisso de que somente publicaríamos a matéria quando ele nos telefonasse.
Mas, em confiança, concedeu a entrevista e produzi a reportagem uma semana antes, enfocando o tema da algaroba, a planta milagrosa que dotaria o Nordeste de certa amplitude por vários motivos.
Acertei, então, com Antônio Camelo da Costa, editor-chefe do jornal, que minha reportagem somente seria publicada juntamente com a confirmação da notícia de nomeação do engenheiro-agrônomo, o que de fato aconteceu.
Nessa época as notícias expedidas pelas empresas especializadas – Associated Press, France Press e a Meridional – nos chegavam através e um aparelho chamado teletipo, que começavam a funcionar a partir de altas horas da noite. Parecia um fantasma. E dessa forma a notícia nos chegou antes do telefonema, o que aconteceu no dia seguinte.
Decorridos mais de 50 anos, vale a pena dar conhecimento aos leitores atuais sobre minha matéria, que fez parte de um “furo” de certa magnitude, porque a manchete da nomeação foi publicada já com a entrevista do ministro, em primeira mão.
PERNAMBUCANO ROMERO COSTA É O NOVO MINISTRO DA AGRICULTURA.
O engenheiro-agrônomo Romero Cabral da Costa, Diretor-presidente da Usina Pumaty S.A., novo Ministro da Agricultura, nos confirmou que uma das primeiras ações de sua pasta será iniciar um vasto plano de Redenção do Nordeste através do plantio de algaroba, sobremodo às margens das rodovias.
Entusiasta dessa solução, despertada pelos trabalhos de Pimentel Gomes e Guilherme de Azevedo, conhecidos agrônomos norte-rio-grandenses, está certo de que durante os cinco anos do Governo Jânio Quadros a situação de penúria em que vivemos, será outra.
A “Propolis Julisflora” – nome científico da planta – teve sua origem nas margens do Mediterrâneo, cuja excelência está não só nas qualidades alimentares, pois oferece 13% de proteínas, 45% de hidrato de carbono, mas sobretudo por sua alta capacidade de adaptação ao solo nordestino.
Tem como característica resistir aos mais hostis solos como ao mais árido clima e vegetando facilmente dentre os ricos aluviões aos tabuleiros pedregosos do sertão às dunas litorâneas.
São seus frutos a parte principal utilizada na alimentação de diversas espécies domésticas – bovinos, equinos, suínos, ovinos e caprinos – e sua folhagem é bem aproveitada.
O grande valor como forrageira está no fato de permanecer sempre verde e em produção, mesmo nos meses mais secos do ano. É, antes de tudo, a árvore eleita para as regiões que sofrem os rigores de estios prolongados.
Completando nossa entrevista, respondeu-nos Romero Cabral da Costa:
“É nosso intento, através da implantação nas zonas do agreste e do sertão nordestino uma leguminosa e forrageira que pelos seus altos teores de proteína e hidrato de carbono, contenha em seus frutos uma solução em termos de mantença da população bovina.
Essa planta que resiste com dificuldades nessas áreas desertas possibilitará o reflorestamento e finalmente por sua condição de propriedades melíferas.”
O tempo reduzido em que foi Ministro da Agricultura – apenas cinco meses – Romero conseguiu iniciar seu ‘Plano da Algaroba”, plantando várias espécies ao longo das margens da principal rodovia de Pernambuco – a BR 232 – onde a paisagem ficou mais alegre e menos agreste.
Na madrugada em que o teletipo confirmou a nomeação do ministro pernambucano, a notícia deu título à nossa matéria e hoje recordo com grande satisfação que dei um “furo” com a notícia seguida da entrevista com o ministro. Um “furo” de verdade.
“Para combater a pobreza menstrual, as cidades (americanas) lançam programas que oferecem produtos gratuitos para menstruação”
O assunto é sério e vira-e-mexe é tema de acalorados debates nos diversos quintais jornalísticos, desde a imprensa responsável, passando pela ‘izentonna’ até a vil ‘lacradora’ da “banânia mia”.
O assunto é sério coisa e tal mas, quando colocam o ‘Pinto’ no meio da discussão, o negócio começa enrijecer…
Segue abaixo um trecho da reportagem:
“…Brooke Pinto, uma vereadora de Washington, DC, Ward 2, apresentou uma legislação que ela espera que seja votada neste outono para exigir produtos de período gratuito na capital do país, incluindo todos os prédios do governo distrital, abrigos e instalações de atendimento aos congregados. Esses produtos estariam disponíveis em todos os banheiros femininos e de gênero neutro. Se um banheiro de gênero neutro não estiver disponível, a proposta exigiria sinalização que direcione as pessoas menstruadas para pelo menos um banheiro masculino abastecido com produtos menstruais.”
Aí lascou tudo!!! Tirem suas conclusões.
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