DEU NO JORNAL

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ATOS DO HAMAS NÃO SÃO DE “RESISTÊNCIA”, MAS DE TERRORISMO

Deltan Dallagnol

Beersheba (Israel), 08/10/2023.- Israeli soldiers and medical personnel rush a stretcher with a victim to a waiting helicopter of the Israeli forces as they transfer patients to the Hadassah Ein Kerem Hospital in Jerusalem from the Soroka Medical Center in the southern city of Beersheba, Israel, 08 October 2023. Numerous wounded Israeli soldiers and civilians who were evacuated from the Hamas rocket attack sites were airlifted to the hospital by airlifts of the Israeli military and the Magen David Adom Israeli emergency service. Surprise attacks on Israel on 07 October claimed by the Islamist movement Hamas killed more than 670 Israelis and left over 2,100 injured in the attacks, the Israeli army said 08 October. (Jerusalén) EFE/EPA/ABIR SULTAN

Israelense ferido é levado por soldados e paramédicos até um helicóptero, após ataques do Hamas contra a cidade de Beersheba

No último sábado (07), o mundo ficou horrorizado com o que já é considerado o maior ataque terrorista da história após o 11 de setembro: a invasão por ar, terra e água de Israel pelo grupo terrorista islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Às 6:30 da manhã do sábado, dia sagrado para a fé hebraica, em que os judeus não trabalham, o Hamas deu início a um massacre que já contabiliza mais de 1900 mortos, sendo mil israelenses e 900 palestinos, mais de 8 mil feridos, centenas de reféns presos na Faixa de Gaza e consequências imprevisíveis para a geopolítica global.

Nas redes sociais e na imprensa, não é difícil achar representantes da esquerda chamando a invasão criminosa do Hamas de “movimento de resistência” a uma suposta “colonização opressora” do Estado de Israel contra o povo palestino. Os adeptos dessa teoria sempre se esquecem de mencionar que a invasão não foi feita por grupos oprimidos de palestinos, mas sim por uma organização terrorista fortemente armada, treinada e financiada pelo Irã, uma ditadura islâmica conhecida pelo apoio ao terror e que defende, assim como o Hamas, a extinção completa do Estado de Israel.

Desde a segunda metade do século XX que conflitos armados e guerras entre Estados são regulados pelo Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA), um ramo específico do Direito Internacional Público que também é conhecido como Direito Internacional Humanitário (DIH) e Direito Internacional de Guerra. Ou seja: até mesmo a guerra, uma circunstância altamente volúvel e imprevisível, não é terra de ninguém, e deve ser feita a partir de parâmetros aceitos de forma quase unânime pela comunidade internacional, sob pena de graves sanções.

A Carta-Geral da ONU, assinada em 1945 em São Francisco após a Segunda Guerra Mundial e adotada por todos os 193 países que compõem a comunidade das Nações Unidas, prevê, em seu artigo 2º, §4º, que “todos os membros deverão evitar, em suas relações internacionais, a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado, ou de qualquer outra forma incompatível com os propósitos das Nações Unidas”. Essa é uma proibição geral, formal e extensiva para que os países-membros entrem em guerras.

A mesma Carta, em seus artigos 42 e 51, prevê apenas duas exceções a essa proibição: a guerra em legítima defesa e a guerra após autorização do Conselho de Segurança da ONU. A invasão do Hamas não se encaixa em nenhuma das duas exceções, já que Israel não estava em guerra com a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e nem o Hamas obteve autorização do Conselho de Segurança da ONU para o ataque, que, aliás, é considerado um atentado terrorista e não um ato militar formal de guerra, por inúmeras razões.

A agressão injustificada não é a única violação à lei internacional praticada pelo Hamas. Além de regular o direito de entrar em guerra, o Direito Internacional prevê, por meio de seus tratados, acordos, resoluções e costumes, limites para os meios e métodos empregados em uma guerra, o chamado “Jus in Bello”. E é aí que se faz a distinção entre atos militares de guerra e o terrorismo do Hamas, já que o Jus in Bello, ou direito humanitário, foi criado justamente para amenizar o sofrimento causado pela guerra à população civil, aos inocentes e àqueles que não estão em situação de combate. Há alguns princípios básicos que não são respeitados pelo Hamas, que não respeita as regras gerais de guerra.

O primeiro princípio é o da distinção entre combatentes e não combatentes, que visa evitar baixas, mortes e lesões à população civil e foi absolutamente rasgado pelo Hamas, que durante sua invasão por terra invadiu comunidades judaicas e assassinou famílias inteiras. O Hamas matou homens, mulheres, crianças e idosos. Crianças e mulheres foram estupradas e levadas como reféns, e em várias comunidades os terroristas foram de porta em porta para assassinar famílias israelenses, tocando fogo nas casas em que não conseguiram entrar.

O segundo princípio é o da limitação, que prevê que os meios utilizados pelas partes em guerra devem ser limitados de forma a evitar danos supérfluos e o sofrimento desnecessário. O meio utilizado pelo Hamas, em todos os atentados, foi o puro terror, e o ataque indiscriminado e sanguinário à população civil israelense é prova disso. O Exército israelense confirmou, nesta terça (10), que os terroristas mataram mais de 40 bebês israelenses – alguns foram decapitados e outros mutilados. Não há qualquer objetivo militar alcançável com a morte indiscriminada de bebês que não o puro terror e a dizimação da população civil do Estado inimigo.

O terceiro princípio, da proporcionalidade, dispõe que a utilização dos meios e métodos de guerra deve ser proporcional à vantagem militar concreta e direta. Nenhum alvo, mesmo que militar, deve ser atacado se os prejuízos e sofrimento forem maiores que os ganhos militares que se espera da ação. O que se viu desde o sábado, no entanto, não foram ações do Hamas voltadas a atacar centros de comando militares de Israel ou centros de abastecimento estratégico de tecnologia ou armamentos, mas apenas o massacre puro e simples de civis inocentes, o que foge de qualquer razoabilidade ou proporcionalidade.

O quarto princípio é o da humanidade: ele proíbe que se provoque sofrimento às pessoas e destruição de propriedades, se tais atos não forem necessários para obrigar o inimigo a se render, sendo proibidos ataques exclusivamente contra civis. A Convenção de Genebra é expressa, aliás, em proibir o ataque contra civis e a tomada de reféns. No primeiro dia do ataque, pelo menos 260 jovens que participavam de uma rave no deserto foram caçados como animais em um safári pelos terroristas islâmicos. Entre eles estava um brasileiro, que sonhava ser um DJ internacional de sucesso e teve o fio de sua vida cortado abruptamente enquanto curtia sua juventude com seus amigos israelenses. Não há respeito algum à humanidade em nenhum dos atos do Hamas.

A cada dia que passa, novas imagens horríveis dos eventos em Israel chegam ao nosso conhecimento e relatos cada vez mais perturbadores das atrocidades do Hamas são divulgados na imprensa e nas redes sociais, seja por combatentes judeus em solo ou por civis que conseguiram sobreviver à barbárie. Não há dúvida, portanto, de que o que o Hamas faz não é “resistência contra a opressão” ou “ataque armado contra a colonização” por “palestinos militantes”. Não: o Hamas pratica o mais puro e maligno terrorismo, crimes de guerra e contra a humanidade que merecem o repúdio de todas as pessoas que professam o amor à vida e à dignidade humana como princípios maiores de caráter.

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PARELHA PERFEITA

O deputado Giovani Cherini (PL-RS) vê sentido no apoio recíproco Lula-Hamas na citação bíblica que abençoa os que fazem o bem e amaldiçoa quem faz o mal a Israel.

“O mal atrai o mal”, conclui o parlamentar.

* * *

De fato, estes dois malefícios se atraem mutuamente.

Lula e Hamas formam uma parelha perfeita.

Cada um destroi um país a seu modo.

Grupo terrorista Hamas declarou apoio a Lula e o parabenizou por vitória nas eleições; VEJA VÍDEO! - OANTAGONISMO

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DEMOROU POUCO

Não há nada como um dia após o outro, para os oportunistas da política.

Caso do presidente Lula (PT), que, por meio dos seus escrevedores de mensagens, finalmente citou o Hamas, sugerindo que liberte crianças e mulheres que sequestraram e mantém como reféns.

A iniciativa só aconteceu 5 dias após o massacre em que o Hamas matou 260 jovens, incluindo os brasileiros Ranani Glazer e Bruna Valeanu.

Por oportunista, Lula tenta reduzir críticas à sua atitude de “passar pano” no grupo terrorista.

O Hamas sequestra, tortura, estupra e mata, mas Lula optou por adotar o discurso dos radicais ignorantes que o cercam.

O Hamas usa crianças e mulheres palestinas como escudos humanos, mas Lula prefere a fake news de que seriam “reféns” de Israel.

* * *

O Ladrão Descondenado demorou pouco pra se manifestar.

Apenas 5 dias.

Pensei que ele só iria tocar neste assunto lá pelo Natal.

Mas as pajaracadas que levou no furico, pelo apoio que dá a terroristas assassinos de crianças, apressaram o nosso ex-tadista anão, eleito nas urnas eletrônicas bananeiras.

Bom, o fato é que eu ainda estou em dúvida…

Vou passar o feriado pensando: num sei se mando ele à merda ou pra casa do cacete.

Um dilema atroz…

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O FRATERNO AMIGO DO HAMAS

O governo Lula certamente não terá dificuldade de obter a libertação dos brasileiros sequestrados e mantidos como reféns pelo Hamas, em razão das relações fraternais com o grupo terrorista.

A simpatia é tão séria quanto antiga e foi reiterada por meio de nota no site oficial do Hamas, onde os terroristas se congratularam com o presidente brasileiro por sua vitória.

Publicada em 31 de outubro de 2022, a nota ainda pode ser lida e nela há referências à defesa que Lula sempre fez da “causa palestina”.

A existências de brasileiros entre os reféns estrangeiros sequestrados pelo Hamas foi divulgada pelo porta-voz do exército israelense.

O Exército também confirmou que há também norte-americanos, fazendo até o abobalhado Joe Biden “subir nas tamancas”. Já no Brasil…

A mídia oficialesca, que relativiza terroristas, alegou que o Itamaraty “não confirmou” os reféns, como se fosse fonte confiável no conflito.

Caso resolva acudir os reféns, o problema de Lula será encontrar interlocutores: covardes, os chefes do Hamas podem ter fugido de Gaza.

* * *

Arretada a expressão contida nessa nota aí de cima:

“Midia oficialesca”.

Já anotei aqui no meu caderninho.

Traduz ao pé da letra o jornalisteirismo lulo-esquerdóide que domina a maioria das redações de Banânia nos dias de hoje.

Aquelas redações entupidas de bosta e que estão a serviço do Descondenado banânico que apoia e é apoiado pelos terroristas do Hamas.

Site oficial do Hamas parabenizou Lula, como diz Moro. Veja. - Diário do Poder

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POR QUE A ESQUERDA MARXISTA APOIA A DITADURA DO HAMAS?

Marcel van Hattem

Lula

Governo Lula tem sido fortemente criticado por não classificar enfaticamente o grupo Hamas, autor de ataques contra Israel, como terrorista

Para condenar o terrorismo não existem meias-palavras. Ou se condenam estupros de mulheres, sequestros de idosos e degolas de bebês incondicionalmente, ou se está prestando serviço à barbárie. Como pretender ser possível negociar com alguém que não abre mão de eliminar seu interlocutor? Como tentar dialogar com quem o humilha? Como buscar a paz com aqueles para quem a única solução é a guerra? Como pregar amor se tudo o que o terrorismo faz é disseminar o ódio?

Os ataques bárbaros, covardes, inomináveis do Hamas a cidadãos israelenses iniciados no último sábado em Israel levantam novamente tais questionamentos. Infelizmente, porém, há quem os ignore e, através de meias-palavras ou com seu silêncio, muitos prestam tributo à vilania protagonizada por terroristas inescrupulosos contra cidadãos indefesos. O governo Lula, mais uma vez, torna-se exemplo internacional vergonhoso. Em suas duas únicas manifestações públicas sobre os ataques a Israel, Lula se recusa a chamar o Hamas de grupo terrorista.

Silvio Almeida, Ministro dos Direitos Humanos, esteve completamente sumido até a terça-feira (10). Quando apareceu, foi ainda mais leniente com o grupo terrorista do que seu chefe Lula: limitou-se a chamar a onda medieval de estupros e degolas de “atentados”. Os direitos humanos de israelenses, e mesmo de brasileiros mortos brutalmente, para Lula e seus ministros podem aguardar. Não são tão importantes, afinal, seus algozes do Hamas contam com a simpatia e até mesmo com o apoio declarado de grupos políticos de inspiração marxista que apoiam o PT e a esquerda no Brasil, a exemplo do MST.

A verdade é que o discurso de defesa dos direitos humanos feito pela esquerda marxista é sempre hipócrita. A ideologia da divisão social vive de narrativas entre opressores e oprimidos. Como ela não pode se aplicar simultaneamente a todos os aspectos da vida humana, seus defensores selecionam aquele aspecto que lhes interessa de acordo com a conveniência de suas estratégias políticas e de poder, ignorando completamente os demais.

A mesma esquerda que diz defender no Brasil o direito de gays e trans, faz de conta que não vê a total impossibilidade de alguém relacionar-se com outra pessoa do mesmo sexo em Gaza. É cadeia ou morte. Direitos de mulheres? Na Palestina do Hamas, os direitos das mulheres são tão ínfimos que, em caso de uma acusação de adultério, chegam a ser espancadas e até brutalmente assassinadas por seus maridos e familiares. Na invasão a Israel, estupros contra mulheres não tiveram uma única nota de repúdio dos grupos feministas de esquerda. Bebês decapitados não sensibilizaram quem diz defender crianças e adolescentes. O que importa, mesmo, é a narrativa de uma suposta opressão de israelenses sobre palestinos – uma narrativa que não para de pé!

Tanto Israel quanto as lideranças palestinas têm se dedicado a acordos de paz nas últimas décadas. Os acordos de Oslo são um exemplo disso e os Acordos de Abraão, incluindo Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, outro. As disputas e desconfianças infelizmente seguem existindo, mas é inegável que há finalmente mais lideranças políticas na região conscientes de que a paz é mais benéfica para todos do que o conflito permanente.

No entanto, retomando os questionamentos iniciais, a paz não interessa a quem só quer guerra e dominação. Para o Hamas e seus apoiadores, como o Irã, a luta é religiosa e de aniquilação do Estado de Israel. Para a esquerda marxista, a luta segue sendo de classes, mas dessa vez transposta para a realidade de um Oriente Médio repleto de ditaduras com populações pobres dirigidas por elites ricas e opressoras – a exemplo do que também se torna o padrão em todos os países comunistas – versus um oásis representado pela democracia israelense, onde há pluralidade, direitos humanos, mobilidade social e desenvolvimento econômico.

Quando a esquerda marxista escolhe entre democracia e ditadura, não se pode dar ouvidos ao  seu discurso, sempre hipócrita. A prática é clara: o autoritarismo e a barbárie terão sempre a preferência. Karl Marx defendia como ponto final de seu manifesto, para a redenção dos povos supostamente oprimidos, a “ditadura do proletariado”. Lula e seus ministros, tendo de optar entre a Israel capitalista e democrática e a barbárie e opressão existentes na Faixa de Gaza, infelizmente deixam muito claro sua preferência pela ditadura do Hamas.

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ESQUERDA APOIA O TERROR

Luiz Philippe Orleans e Bragança

Bandeira de Israel é queimada durante manifestação na Boca Maldita, em Curitiba, no dia 09 de janeiro de 2009. Entre os manifestantes havia membros do PCB, PSol e movimento estudantil, e pessoas com camisetas do Hamas e do Hezbollah.

Bandeira de Israel é queimada durante manifestação na Boca Maldita, em Curitiba, no dia 09 de janeiro de 2009. Entre os manifestantes havia membros do PCB, PSol e movimento estudantil, e pessoas com camisetas do Hamas e do Hezbollah

Esta semana o  mundo assistiu, chocado, à barbárie promovida pelo grupo terrorista Hamas em Israel. Imagens foram suficientemente divulgadas para que diversos analistas sérios confirmassem o massacre covarde de idosos, crianças, mulheres e população civil. O que desejo com este artigo é fornecer uma perspectiva diferente das demais análises geopolíticas, a fim de esclarecer as motivações e intenções de um movimento claramente alinhado a ideais globalistas, e que  tem recebido apoio aberto ou velado de governos de esquerda.

Há alguns anos a posição de Israel na região da Faixa de Gaza estava praticamente consolidada. O país está à frente de todos os vizinhos em termos de desenvolvimento, tecnologia e tem força empreendedora para empregar os palestinos, de forma que a qualidade de vida propiciou a criação de uma classe média na Faixa de Gaza. A situação estava aparentemente pacificada. Inegavelmente, o Hamas influencia grande parte dos muçulmanos, e como pretendem monopolizar o discurso, a eles não interessa que a imagem de Israel seja  a do provedor do estado palestino. Sem Israel, a Faixa de Gaza se tornaria apenas uma prisão a céu aberto, nas palavras dos próprios moradores.

Dentro das circunstâncias, havia ampla liberdade de migração e trânsito para que os palestinos pudessem trabalhar e também usufruir dos benefícios do Estado Isralense, incluindo combustíveis e acesso a energia e água. Essa paz não é do interesse do Hamas, pois sua intenção é promover o contrário: a extinção de Israel para que os palestinos sejam libertados, uma narrativa fracassada diante da realidade, pois a influência de Israel é positiva, cria uma classe média palestina e torna irrelevantes as narrativas de estado social pregado pelo Hamas. 

Vale lembrar que quando tais movimentos foram criados, nos anos 40, muitos deles pela KGB, da União Soviética, eles se assemelharam aos grupos de esquerda por adotarem as mesmas ideias e estratégias: todos são revolucionários, subversivos, corruptos e cerceadores da liberdade individual em nome de um coletivo manipulado. Seus líderes nem vivem nas regiões de conflito, a exemplo de Yasser Arafat. Muitos estão confortavelmente instalados em hotéis de luxo na Turquia, no Líbano ou na Europa. Grupos como o Hamas recebem doações internacionais de ajuda humanitária para serem desviadas na construção de túneis e tráfico de armas, dentre outros. 

Mas por que esse tipo de movimento radical ainda tem voz no século 21? O Hamas parece representar a crise de lideranças que ocorre sobretudo no Oriente Médio, formadas  por ditadores e assemelhados, que agem contra suas próprias populações, e não são tolerados no mundo civilizado. Embora os exemplos como esses também estejam presentes no Ocidente, há tons de cinza que devem ser considerados e hoje temos naquela região do Oriente situação praticamente irreversível, com pessoas sendo escravizadas, sem instituições consolidadas, sem eleições nem representatividade ou algo que seja próximo a um estado de direito. 

Nesse contexto, a primeira motivação do Hamas é tornar irrelevante o acordo firmado entre Israel e Arábia Saudita. Esse movimento não veio para promover o caos, simplesmente, mas para instituir uma escalada de barbárie que pode se estender a outros países, inclusive da Europa. 

Teoria da dependência – É importante ressaltar que esses e outros movimentos terroristas anti americanos têm a mesma origem marxista, e pretendem impedir que Estados Unidos e Europa tenham acesso a petróleo, recursos minerais e alimentação, um modelo que nada tem de novo, chamado Teoria da Dependência. Trata-se de fomentar a disrupção e o nacionalismo, em um primeiro momento, para romper com o Império Britânico, e depois para conter o capitalismo, em um claro modelo socialista, adaptado à cultura e à religião dessas localidades. Portanto, o comportamento desses grupos é similar, incluindo a influência de narcotraficantes, sua posição de se colocar como a única alternativa, negando qualquer outra que possa promover o bem-estar do palestino, aproxima-o do comunismo e de todos os partidos de esquerda. 

Com certeza, o Hamas não vai conseguir destituir o Estado de Israel e nem destruir seu povo, indo na contramão dos princípios de Maquiavel, que justificava a invasão de um país por outro para dominar seu território ou seu governo. Então, para que invadir Israel? Para fazer terrorismo e gerar reações, em uma escalada mundial. As poucas manifestações de apoio que ocorrem no Ocidente são isoladas e partem de radicais, que não representam a população. Essa escalada é o ponto principal. Sem ela, os terroristas não conseguem cumprir seu principal objetivo, acuar Israel. Sem dúvidas, o contra-ataque será implacável e infelizmente ainda ocorrerão muitas mortes, mas é bem provável que estejamos testemunhando o suicídio político do Hamas. Sem a repercussão em cadeia, não haverá sucesso para esse grupo, inclusive entre os muçulmanos. A reação de Israel é inédita e não há prognóstico de retrocesso dos combatentes israelenses. 

Paz na região? – Outro ponto para a reflexão do leitor é analisar em que momento da História houve clima de paz no Oriente Médio. Paradoxalmente, foi quando ninguém reivindicava territórios, nem judeus, cristãos ou palestinos, mas no Império Otomano,  que estava à parte desses conflitos, uma vez que tinha caráter multicultural, plurilinguístico e monetariamente diversificado. Havia um governo central, mas com uma liderança civil local independente. Talvez fosse bom começar a pensar nessa solução para resolver os problemas da região, com a presença de um interlocutor que tenha credibilidade e representatividade. Mesmo essa estratégia apresenta dificuldade, uma vez que há cada vez menos países que possam representar o Estado de Direito e mediar acordos com credibilidade. 

O Hamas criou um funil e ao mesmo tempo uma isca. Um funil bélico e uma isca para adesão do Ocidente, todo o cuidado é pouco para não cair nessas armadilhas, porque com certa popularidade no mundo árabe, suas ideias têm sido chanceladas pela imprensa e obtido apoio de governos que podem se mobilizar para eventuais ataques. Também não está descartada a possibilidade de surgir uma situação de conflito bélico global, caso haja essa escalada mundial,  chegando à Ásia, em especial à China, afetando o mercado financeiro mundial.

* * *

Nesse sentido, a imprensa tem prestado desserviço aqui e em âmbito mundial. Virou chapa branca e cúmplice de assassinos, terroristas, globalistas e está totalmente dependente, depois que a comunicação pessoa-a-pessoa esvaziou o pouco prestígio que alguns veículos ainda tinham. Hoje, com a perda de leitores, de credibilidade e tendo contra si a opinião pública, conglomerados de comunicação não valem um centavo, são insustentáveis e atuam como capangas de governos e corporações. Seu papel de manipular informações e distorcer a linguagem, ao substituir expressões como “terroristas do Hamas” por “combatentes do Hamas”; ou mesmo sua postura obtusa de atribuir suas ações ao espectro de direita, fazem corar quem tem o mínimo de informação ou vergonha na cara. 

Fica uma questão para a velha mídia: o que o Hamas tem que fazer, que ainda não fez, para ser considerado um grupo terrorista? O que os editores da Folha, da Globo e de outros veículos internacionais têm a declarar diante da barbárie perpetrada por esses estupradores, sequestradores e assassinos?  

Democracia para poucos – O cientista político Samuel Huntington, em seu livro “A Terceira Onda”, afirmava que havia limites para a democratização, isto é, nem todos os países chegariam a ser estados de direito, com liberdades individuais definidas em constituição, democracia representativa ou direta, e mesmo aqueles que chegaram a esse ponto democrátco podem ter colapsos. No final do século 20 houve uma expansão de nações que atingiram esse estado demcrático e depois uma retração à ditadura e à falta de liberdade. Nem todos os países voltaram a se recuperar dessa retração, e a cada onda, era menor o número de países que voltavam ao estado de direito. Também há fatores que impedem ou limitam essa dinâmica, e o islamismo é um deles, pois constitui um obstáculo no diálogo com o Ocidente, mesmo assim, esses limites devem ser respeitados. A questão a ser respondida é se será possível validar outros modelos de estado que não sejam democráticos.

De qualquer modo, nossa expectativa é de que os conflitos cessem a partir da indignação de todos os líderes mundiais, inclusive do Brasil, e que Israel tenha sucesso em combater e vencer  o terrorismo.

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