DEU NO JORNAL

UM ABSURDO

O Brasil gerou 1,05 milhão de empregos com carteira assinada entre janeiro e maio.

É o segundo ano seguido, já que foram 1,16 milhão no mesmo período do ano passado, com a reabertura da economia.

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Este fato absurdo deve ter algum culpado.

Quem souber quem é, diga aqui pra gente.

Vamos denunciar.

DEU NO X

MAIS UMA DO BOCA DE VELUDO

MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

AINDA AS PRIVATIZAÇÕES: E A PETROBRAS?

Na semana passada eu falei sobre as privatizações brasileiras e o seu problema mais comum: a empresa é vendida mas continua sendo controlada pelo governo, funcionando em um mercado sem concorrência e regulamentado por normas e portarias estatais.

Quando se fala em privatizações, o assunto do momento é a Petrobras, e a coisa fica mais complicada ainda, porque ao contrário de outras estatais como Vale e Eletrobras, que não vendem diretamente ao consumidor, a Petrobras é lembrada pelo brasileiro cada vez que ele passa no posto para abastecer o carro.

Por causa disso, entra governo, sai governo, a história é sempre a mesma: quando as coisas estão bem, deputados, senadores e ministros viajam pelo mundo convidando os investidores a trazer seu dinheiro para cá, garantindo que somos um país sério, com estabilidade, respeito à propriedade privada, segurança jurídica, tudo que está nos manuais de marketing. Quando a coisa piora, como agora, os mesmos políticos correm para dizer que a Petrobras tem que cumprir sua “função social” e que se a empresa levar prejuízo, azar dos investidores. Muitos eleitores pensam o mesmo, e correm para as redes sociais para defender essa idéia. A primeira consequência é que a empresa fica desgovernada, porque não é administrada nem como empresa pública nem como empresa privada; junta todas as desvantagens de ambos os lados e nenhuma das vantagens.

Outra consequência é que, a despeito das profundas esperanças, a Petrobras se torna “imprivatizável”. Ela até pode vir a ser vendida, mas isso não vai resolver problema nenhum.

É importante lembrar que a Petrobras atua em duas áreas bem diferentes: extração e refino. A extração é uma atividade de alto risco e altíssimo investimento, e por isso mesmo de alto lucro. É essa área que traz o lucro que foi chamado de “obsceno” pelo presidente. Se essa área for vendida (e seria uma venda extremamente complexa, tecnicamente e politicamente) isso só acontecerá com a garantia de respeito aos preços de mercado. O sonho dos políticos é o oposto: uma empresa de exploração de petróleo operando com preços e margens de lucro tabelados pelo governo. Isso exigiria não apenas NÃO privatizar a Petrobras, mas romper as inúmeras parcerias com empresas privadas hoje existentes e fechar o capital hoje negociado em bolsa. Mas sem parceiros, sem investidores e com lucros tabelados, quais as chances dessa suposta Petrobras “social” permanecer capitalizada e viável? Poucas, muito poucas.

A outra atividade, o refino, é de certa forma o inverso: é uma área de baixo risco, forte competição internacional e portanto baixa lucratividade. Privatizar essa área não vai baixar o preço, porque a margem já é pequena. E, para os que reclamam porque exportamos petróleo bruto e importamos derivados, vale lembrar: se houvesse mais refinarias aqui, isso só faria diferença se a área de extração da Petrobras fosse obrigada a ignorar o preço internacional e vender o petróleo para as refinarias nacionais por um preço tabelado (ou, pior ainda, subsidiado) pelo governo.

A tentativa atual de vender mais da metade das refinarias da Petrobras esbarra na falta de confiança: qual empresário vai investir bilhões em um país onde, a cada crise, população e políticos correm para gritar contra “o mercado” e exigir que o governo resolva os problemas na canetada? Mais ainda: qual empresário vai comprar uma refinaria para ser concorrente da Petrobras, que está sempre sob pressão para operar com prejuízo (bancado pelos contribuintes) em nome do “social”? As chances de que as refinarias que a Petrobras quer vender sejam compradas por empresas sérias e que se estabeleça um verdadeiro ambiente de livre mercado são mínimas. O que provavelmente vai acontecer é que essas refinarias serão compradas por fundos de investimento de governos estrangeiros, que têm mais poder de pressão para se opor às traquinagens populistas dos governos daqui. A primeira, na Bahia, foi vendida para o Mubadala, dos Emirados Árabes. Meu palpite é que, se as próximas privatizações realmente acontecerem, os compradores serão da China, Singapura, Bahrein ou similares. E não haverá redução de preço em função da “concorrência”, porque não haverá concorrência: o mercado continuará regulado e amarrado pelo governo federal e sujeito à influência dos fatores político-eleitorais de sempre.

DEU NO X

PENINHA - DICA MUSICAL

DEU NO X

DEU NO X

DEU NO X

DEU NO JORNAL

TREMENDOS CARAS DE PAU

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados marcou para esta quarta-feira (29) a discussão sete processos por quebra de decoro.

Cinco são ações contra deputados a pedido de parlamentares do PT.

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De-Puta-dos do PT pedindo processos por “quebra de decoro”.

É pra arrombar a tabaca de Xolinha!!!!

Uma canalha que integra a quadrilha comandada pelo descondenado Lula falando em “decoro”.

Eles estão seguindo o exemplo do chefe do bando, um ladrão que costuma falar em “honestidade”.

Num tem Óleo de Peroba que chegue pra tanta cara de pau!

ROQUE NUNES – AI, QUE PREGUIÇA!

PROSTITUTAS

Neste sábado chuvoso aqui na gloriosa Campo Grande, fazendo jus à Pindorama que é chuvosa neste meio do ano, peguei-se-me a pensar sobre diversos assuntos. Assuntos pueris, assunto “miolo de pote”, como diz nosso amigo Maurício Assuero, ou assuntos que são aparentemente desimportantes, mas calam fundo nos nossos caracteres. E um desses assuntos, bispando eu na máquina de fazer doido, era, as ditas brigadas de vartizap para alavancar a campanha política de Luís Luladrácio da Silva.

Duas questões se me pularam no quengo: a primeira é sobre a legalidade de uma central sindical, ou seja, um ajuntamento de diferentes sindicatos, que em tese é a voz de seus afiliados, com um foco voltado apenas para um candidato, mesmo que na base desses sindicatos haja filiados de diferentes matizes, de diferentes ideologias, financiando esse candidato. E, outra, até onde eu saiba a legislação eleitoral proíbe sindicatos financiar candidatos de qualquer espécie.

A segunda questão é mais profunda, e envolve o sindicato profissional de professores – eles preferem ser chamados de educadores -. Eu não sou educador. A função de educar cabe aos pais, à família do estudante. Eu sou professor. A minha função é ensinar, dentro da minha especialidade a Língua materna, as artes e a literatura dessa língua. Eu não sou pago para educar, mas para ensinar.

Lembro-me, no começo deste ano, quando o presidente da república deu um aumento de 33% no assim chamado Piso Salarial Nacionalmente Unificado – aquele indexador de salários que nivela em um piso o mínimo que um professor pode ganhar, estando ele na esfera municipal, estadual, ou federal – e que causou alvoroço em todas as esferas administrativas, além de esperança e alegria nos professores.

Todavia, eu, este velho caeté que está ficando sem dentes para cravá-los no chã de dentro do Sardinha, sempre busquei fazer uma análise à la cachorro que caiu do caminhão de mudança; com cara de quem não tem casa nova para onde ir e nem casa velha para onde voltar. E busquei analisar como nossa diretoria sindical agiu diante desse decreto presidencial, mas sempre com uma mão na alavanca do freio.

Desde 2019 o sindicato de professores, tanto municipal, quanto estadual classificava o governo Bolsonaro como “miliciano” “golpista”, “genocida”, “nazista” “inimigo da educação”, e tendo, nas 24 horas do dia um único pensamento: acabar com a educação pública. Tudo certo, válido e perfeitamente aceitável dentro de uma sociedade DE DIREITO e com plena liberdade. Entretanto, eu penso que, se eu tomo determinada postura política e ideológica, eu tenho que me comprometer com essa postura e ver, naquele que está do outro lado, como o adversário a ser combatido e anulado pelo meu discurso e pela minha estratégia política.

A situação que se apresenta, logo depois do aumento dado pelo governo federal no piso salarial, a meu ver, tornou-nos prostitutas – com todo o meu respeito à profissionais da segunda atividade mais antiga do planeta. A primeira é a política -. Isso mesmo, prostitutas! E falo isso sem medo de censura, ou, como dizem na atualidade, sem medo de ser “cancelado”. De repente, o nazista, genocida, miliciano foi trocado por um bem comportado “não fez mais que a obrigação”.

Quando ouvi essa desculpa me senti mais prostituta do que nunca. Simplesmente nossos líderes sindicais disseram o seguinte, ainda que de maneira sub-reptícia: fiquem quietos e esqueçam as nossas pautas. O negócio e que, liberando a grana, calcinhas no chão. Nunca me senti tão vil, tão desacreditado em minha profissão. Tenho 31 anos de serviço público prestado ao Estado de mato Grosso do Sul. Nesses 31 anos fui chamado de muita coisa: pelego, guaipeca – aqui no MS esse adjetivo significa sem valor, ou vagabundo -, preguiçoso, mal casado, e outros. Mas em todos eles, havia certa reserva de dignidade, de altivez e de honra na profissão, porque sabia que não afetava a minha profissão e a minha vocação.

Quando nossos sindicatos fizeram assembleia para decidir como os governos fariam esse repasse aos salários, levantei a voz e disse que não poderíamos aceitar esse reajuste. Se não por honra, ao menos por coerência. E aqui é preciso entrar em filosofanças baratas, mas acertadas. Se eu, ser, ou ente, julgo e decreto ser o outro um “nazista”, “genocida”, “miliciano”, e tudo o mais que vai de encontro à minha ética e moralidade social, aceitar qualquer benesse desse mesmo ser me diminui e me torna cúmplice desses mesmos atos e conceitos que eu aplico no outro.

Se eu considero o outro um genocida, aceitar qualquer coisa dele, se não me faz genocida, ao menos, me coloca como alguém que aprova seus atos e ações, por mais abjetas que elas sejam. Ou é isso, ou então estamos tripudiando em cima de 65 milhões de cadáveres que o nazifascismo deixou no século XX. Ou repudiamos a ação de um miliciano, ou somos cúmplices nas atrocidades cometidas pelas milícias mundo afora.

Fiz essa mesma abordagem nas reuniões sindicais. Quase fui linchado. Praticamente fui expulso das reuniões. Passei na tesouraria e pedi minha desfiliação. Posso até ser chamado de guaipeca, mas prostituta é demais para mim.