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PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

NANÃ – Patativa do Assaré

É triste a flor que desabrocha sem carinho
E sem carícia do sereno da manhã…
Assim nasceu, lá no sertão, minha Nanã,
Sem uma luz que iluminasse o seu caminho.

Com o pobre pai a morar num tosco ninho,
A desventura foi a sua negra irmã,
Enquanto a sorte protegia a cortesã,
A desdita lhe dava um pão magro e mesquinho.

Depois veio a seca cruel e assoladora,
Contra aquela linda florzinha encantadora
E a coitada morreu, mirrada pela fome.

Hoje, um poeta chora triste esta saudade
E as aves cantam a chamar na solidão:
Nanã! Nanã! Nanã! seu doce e belo nome.

Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, Assaré-CE (1909- 2002)

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COP 30: VEXAME INTERNACIONAL

Marcel van Hattem

Brasil arrisca vexame global com a COP30: logística caótica, hotéis abusivos e alerta internacional ameaçam tornar Belém em uma “Fiascop”

Uma coxinha e um refrigerante: R$ 70. Um salgado de camarão: R$ 29. Para um almoço que mal pode ser chamado de lanche, é natural que o consumidor ache R$ 99 um assalto. Pois é exatamente por essa situação que estão passando os participantes da COP 30 em Belém, relatada com indisfarçável indignação por um jornalista da CNN em vídeo viralizado nas redes sociais.

Mas o perrengue está longe de parar aí – e mesmo de representar uma revolta isolada. No primeiro dia do evento, toda a imprensa ficou sem água nos banheiros. Imagine-se a cena. Perdão, é melhor não imaginar… Hotéis caríssimos, donos de Airbnb cobrando a diária de um quarto pelo valor de venda de uma casa inteira, falta de carros para alugar na capital do Pará, forçando embaixadas a levar seus próprios veículos de Brasília a Belém em cegonheiras. Se o governo Lula se esforçasse para dar mau exemplo de despreparo e incompetência, não teria conseguido ser tão eficaz.

Enquanto jornalistas, diplomatas e participantes em geral amargam a falta de estrutura, é claro que a “nobreza” brasileira não vai passar perrengue na COP 30. Lula dispensou o suporte da Marinha e, por entender que o barco militar oferecido tinha instalações inadequadas, está hospedado, junto com Janja, no luxuoso iate privado Iana III.

Quanto vai custar mais esse esbanjamento e desperdício de dinheiro público? Não saberemos, pois o governo do PT impôs sigilo. Enquanto não derrubamos o sigilo na Justiça, nossa bancada do Novo protocolou projeto para impedir que gastos dessa natureza tenham sigilo decretado sem a evidente demonstração de risco à segurança da sociedade. De uma ou de outra forma, novamente serão milhões para garantir o conforto do casal presidencial, enquanto a plebe paga todos os seus pecados em meio à crônica falta de condições mínimas em que os governos paraenses abandonam sua própria população há séculos.

O desperdício de dinheiro público virou prática corriqueira da dupla – desde a compra de móveis diversos em valores milionários, reformas mirabolantes nos palácios presidenciais até incontáveis viagens internacionais, com as melhores ofertas da hotelaria mundial, que a população é obrigada a sustentar. Agora, são centenas de milhões de reais gastos em luxo exorbitante numa cidade pobre e desestruturada como Belém do Pará.

Se Lula esperava fazer da COP 30 um palanque para o mundo e uma exibição fiel do que representa seu governo, conseguiu. Mas o discurso e o retrato que rodarão o mundo não serão nada bons para o presidente – de fato, já não são. Em lugar de colocar o país no centro das atenções do mundo por motivos nobres, a vergonha e a humilhação internacionais são, mais uma vez, o resultado alcançado pela gestão petista, que abraça ditaduras estrangeiras, desrespeita direitos humanos internamente e oferece em Belém aos visitantes a marca da incompetência e do desperdício já tão conhecidos do povo brasileiro.

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CALMA, VEM MAIS GENTE

A ausência dos presidentes de Estados Unidos, China e Rússia na cúpula da COP30, em Belém (PA), já sinalizava fracasso da conferência do clima, mas foi ainda mais constrangedor.

Apenas 17 chefes de Estado e de Governo apareceram.

O Planalto jura que ainda são esperados outros na próxima semana, e totalizarão 29.

Mas, ainda assim, o número é embaraçoso. A presença desses dignitários em versões anteriores da COP variou entre 75 e 120.

A Cúpula da Terra, nossa Rio-92, atraiu 108.

Dos 17 em Belém, três deles são chefes de Estado, não governam: os reis da Suécia, o príncipe de Mônaco e o presidente da Finlândia.

Os presidentes dos desconhecidos arquipélagos de Palau (17 mil habitantes) e Comores estão entre os demais 14 governantes na COP30.

O simpaticão príncipe William, que esteve na COP30, não é chefe de Estado e nem de governo, no Reino Unido. E só o herdeiro ao trono.

* * *

Diz a nota aí de cima que “O Planalto jura que ainda são esperados outros na próxima semana.”

Se o palácio ocupado e comandado por Lula jurou, então é verdade: vai entupir de gente.

Atualmente, daquele magnífico recinto não sai mais qualquer mentira.

Só puras verdades são espalhadas pelo mundo.

Como todos nós sabemos.

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CARLOS EDUARDO SANTOS - CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA

RETORNO DO TIMONEIRO

Ilha Sardenha, a Pérola do Mediterrâneo

TIMONEIRO RETORNA – Que felicidade constatar que nosso hábil timoneiro – Luiz Berto aporta novamente no Ilha Sardenha, o edifício no Recife onde habita e trabalha, vivendo com sua Aline e João Berto, o filho “ponta de rama”.

JORNAL FANTASMA – Sem ele o jornal parece ter tudo pra funcionar, mas, na verdade, falta alguma coisa. Ficamos algum tempo diante de um vácuo, uma angústia, uma inquietação. Sem suas improvisações, seu estímulo e os beliscões nos políticos indesejáveis, nosso jornal não é nada. É um fantasma cheio de “letras de luz” pintadas nas telas dos nossos computadores.

LEITOR FREGUÊS – Feito o registro, vou me sentar num barco qualquer, na Marina de Pau Amarelo, aproveitando o pequeno balanço provocado pelas velas enfunadas fiz anotações para esta crônica, tendo no notebook, velhos arquivos de notas que publiquei há mais de 20 anos, aqui reformadas para atender “ao gosto do freguês-leitor”.

HOMEM-AVIÃO – O austríaco Felix Morgen Jr. tornou-se o primeiro homem a sobrevoar o Canal da Mancha – que separa a Ilha da Grã-Bretanha com o Norte da França e une o Mar do Norte ao Atlântico. Feito incomum”

VOOS LIVRES – E o inventor o fez seu sistema voador, sem sem a ajuda de qualquer aparelho. Usou apenas uma asa de fibra de carbono, projetou seu equipamento numa garagem de casa e patenteou seu invento, após treinar em outros pontos, até encantar-se pelos morros do Rio.

PASSÁROS HUMANOS – Sua invenção deu asas, também, à imaginação de muitos cariocas que motivaram a criação de empresas destinadas ao fabrico industrial das asas delta, como quem deseja chegar ao céu sem motor, seguros pelas mãos de Deus, mais parecendo pássaros humanos.

GÁVEA AEROPORTO – Hoje o esporte popularizou-se como um modelo que atrai pessoas de várias cidades, para ganhar os ares a partir da Pedra da Gávea e outros morros do Rio de Janeiro, para pousar nas praias, não se verificando acidentes significativos.

ÍCAROS ORGULHOSOS – Desportistas do Brasil se orgulham de poder contar com várias fábricas, reconhecidas mundialmente na produção de equipamentos para voo livre, dentre elas a Rotor Equipamentos Ltda.

VOOS LIVRES – Segundo os treinadores, o voo livre é um esporte radical aéreo, não motorizado, que utiliza parapentes ou asas delta para planar, aproveitando as correntes de ar, o vento e as térmicas, para manter pessoas nas alturas, e se deslocarem sem muito perigo. As modalidades mais comuns desses esportes radicalizados são o parapente e a asa-delta, cada uma com equipamentos e características diferentes. Se Santos Dumont visse isso!…

SÁBIO TIMONEIRO – Mas, conversando com Luiz Berto, ora em convalescência de um piripaque, indaguei sobre suas preferências a respeito das navegações marítimas e aéreas, ao que me respondeu, com sua contumaz vivacidade de espírito: “Sei não, viu meu caro!… Ficar pendurado sob asas, lá nas nuvens, e as oficinas aqui embaixo… Prefiro segurar um timono de barco a vela e, ainda mais, navegando vagarosamente em mares tranquilos, tendo como paisagem os pássaros em bandos, que são donos do céu”.

PENINHA - DICA MUSICAL