
Ex-juiz da Lava Jato, o senador Sergio Moro achou graça do codinome “Italiano” nas planilhas de propina do escândalo do INSS, repeteco em relação do escândalo da Odebrecht:
“Falta criatividade e vergonha na cara nos esquemas de corrupção criados nos Governos do Lula/PT”.
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Gostei do plural: “esquemas” de corrupção.
Isso mesmo: são muitos.
Diversos, inúmeros, vários.
Sua incelença, o sinhô senadô, apenas falou o óbvio.
Falta de vergonha na cara é um traço bem característico do bando que comanda este maltratado país nos dias atuais.
O governo Lula (PT) conseguiu bater mais um recorde de gastos em 2025: a administração petista pagou, apenas no mês de outubro, R$ 6,8 bilhões em emendas parlamentares, segundo dados do Tesouro Nacional.
É o maior valor distribuído pelo governo, este ano, para pagar emendas individuais e de bancada do Congresso.
No total, Lula e cia. já pagaram R$ 22,3 bilhões em emendas, apenas entre janeiro e outubro.
Em relação a setembro (R$ 5,15 bilhões), o valor de emendas parlamentares paga pelo governo Lula em outubro cresceu 32%.
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É bi que só a peste!
Dá um orgulho danado a gente saber que o nosso Brasil está sob o comando de um gunverno que vive batendo recordes.
Recordes de gastos, conforme diz a nota aí de cima.
Aguardem: ano que vem tem mais.
Tu julgas que eu não sei que tu me mentes
Quando o teu doce olhar pousa no meu?
Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?
Qual a imagem que alberga o peito meu?
Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo
O bom sonho da feroz realidade…
Não palpita d´amor, um coração
Que anda vogando em ondas de saudade!
Embora mintas bem, não te acredito;
Perpassa nos teus olhos desleais
O gelo do teu peito de granito…
Mas finjo-me enganada, meu encanto,
Que um engano feliz vale bem mais
Que um desengano que nos custa tanto!

Florbela Espanca, Portugal (1894-1930)
Marcel van Hattem

Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS preso pela PF, com o presidente Lula
Para quem achava que a CPMI do INSS acabaria em pizza, grande engano! A operação policial deflagrada com nove ordens de prisão e outras tantas de busca e apreensão por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça comprovou que as investigações, tanto da Polícia Federal como do Congresso Nacional, estão dando resultado. E, no caso das ações desta semana, é importante lembrar: trata-se apenas da parte do escândalo que cabe à CONAFER, entidade responsável por cerca de R$ 700 milhões do escândalo de mais de R$ 6 bilhões já mapeados somente nos descontos associativos não autorizados.
A investigação da CPMI tem exposto ao público uma teia de relacionamentos promíscuos entre servidores públicos concursados, lobistas e dirigentes sindicais – todos sem o menor constrangimento em envolver familiares no mega esquema de lavagem de dinheiro. Os descontos feitos no contracheque de aposentados, sem suas autorizações, que supostamente reverteriam em benefícios como auxílio-saúde ou auxílio-funeral aos segurados do INSS, nada mais eram do que dinheiro desviado diretamente para empresas de fachada que funcionavam como lavanderias de ativos para serem depois embolsados pelos membros dessa poderosa quadrilha.
Relógios de luxo, joias, vinhos caros, carros importados, mansões: a ocultação do patrimônio mal havido já vem sendo revelada em matérias jornalísticas e pela própria CPMI há meses. O que começa a aparecer agora com a nova fase dos trabalhos de investigação, com mais clareza, é a engrenagem política que permitiu que a roubalheira durasse tanto tempo e fosse tão monstruosa apesar dos inúmeros alertas feitos por órgãos de controle como a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).
A tornozeleira eletrônica imposta em José Carlos Oliveira, ex-ministro do governo Bolsonaro, e a prisão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS de Luiz Inácio Lula da Silva, ambos por recebimento de propina, demonstram que a corrupção dentro do INSS alcança todos os governos – inclusive muitos anteriores. Por outro lado, percebe-se que, pelo volume do dinheiro roubado nesses últimos dois anos sob Lula na presidência, inequivocamente há governos em que a corrupção no seu seio é mais difícil e há outros governos em que a roubalheira passa a ser desenfreada.
Ainda durante o período eleitoral de 2022 e mais especialmente logo após a eleição de Lula, foram criadas empresas de fachada e entidades picaretas em profusão. Os mecanismos de controle interno foram completamente afrouxados. Decretos desrespeitados e instruções normativas editadas para facilitar o roubo. Até acordos de implementação de fiscalização com entidades e sindicatos corruptos foram feitos pelo INSS de Stefanutto, Lupi e Lula não para garantir o fim da gatunagem, mas como instrumentos para ampliá-la. É um acinte inegável!
Aparecem, agora, também, nomes de parlamentares dispostos a oferecer proteção aos ladrões dos aposentados e outras autoridades de alto escalão começam a aparecer nas investigações. Felizmente, o intuito que tinham de evitar a CPMI do INSS naufragou, apesar de terem conseguido atrasar sua instalação por meses. Perderam, porém, o comando da Comissão para a oposição ao governo Lula, que está empenhada em investigar, com o senador Carlos Viana (Podemos-MG) na presidência e o deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL) na relatoria, e viram a relatoria do caso no STF ficar nas mãos do ministro André Mendonça.
Ainda bem: se dependesse da base de Lula no Congresso e de Dias Toffoli no Supremo Tribunal Federal, a história certamente seria bem outra. Ganham os aposentados, perdem os corruptos de plantão.