DEU NO X

NO RIO DE JANEIRO

Faixa de Gaza? Não — aqui é o Rio de Janeiro.

Tomada por drones, rifles e explosões. Uma cidade transformada em zona de guerra.

E Lula da Silva ousa dizer que os traficantes são “vítimas dos usuários”.

Quem aterroriza comunidades, fecha escolas e assassina inocentes não é uma vítima — é um TERRORISTA.

Mas não espere que militantes do PSOL ou o próprio Lula condenem isso.

Para eles, não é “terrorismo” — é apenas uma “questão social”.

Em sua narrativa, o criminoso é sempre o oprimido.

Enquanto isso, o cidadão cumpridor da lei vive sitiado, e o governo faz vista grossa.

No Brasil de hoje, o crime dá as ordens.

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ARGENTINA REFORÇA SUA CONFIANÇA EM MILEI

Editorial Gazeta do Povo

eleicoes argentina javier milei

Javier Milei comemora a vitória de seu partido nas eleições legislativas argentinas de 26 de outubro

Após ser derrotado pelo peronismo kirchnerista na eleição provincial de Buenos Aires, em setembro, o libertário Javier Milei tinha uma disputa de vida ou morte nas eleições parlamentares do último domingo, dia 26, que renovariam metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado da Argentina: se a esquerda repetisse o desempenho do mês anterior, Milei teria uma segunda metade de mandato digna de “pato manco”. Mas o resultado final surpreendeu positivamente: o partido governista, A Liberdade Avança (LLA), terminou com quase 41% dos votos contra 33,6% da Força Pátria, a principal coalizão peronista.

Os libertários subiram de 37 para 93 deputados; sua parceria com o PRO, partido do ex-presidente Mauricio Macri, fará dessa coalizão a principal força minoritária na Câmara, desbancando a Força Pátria. O LLA também triplicou sua bancada no Senado, pulando de 6 para 18 senadores, mas ali o kirchnerismo, mesmo tendo perdido seis senadores, continua sendo a principal força. Ainda mais notável foi o fato de os libertários terem vencido os peronistas em dois bastiões tradicionais da esquerda: a cidade de Buenos Aires e a província de mesmo nome (que não inclui a capital federal), onde vive cerca de 40% da população. No município de Buenos Aires, o LLA elegeu 7 deputados, contra 4 peronistas; na província homônima, venceu por 17 a 16. Outras províncias importantes onde os libertários elegeram as maiores bancadas na Câmara foram Córdoba (onde os kirchneristas saíram zerados), Entre Ríos, Mendoza e Santa Fé.

A eleição tinha um caráter forte de referendo a respeito das reformas econômicas de Milei, iniciadas em 2023. O kirchnerismo havia causado tanto caos na economia argentina que só um choque súbito e drástico poderia surtir algum efeito – reformas graduais já tinham sido tentadas por Macri, entre 2015 e 2019, e não funcionaram. No entanto, as medidas cobraram seu preço de uma população já empobrecida. Milei jamais escondeu que a situação primeiro pioraria para depois melhorar, mas apenas sinceridade não coloca comida na mesa. Ainda assim, os argentinos deram-lhe um voto de confiança, e agora o país começa a colher os frutos na forma de inflação em queda e superávits primários. A quantidade de pessoas abaixo da linha de pobreza, que chegou a 53% no início do mandato de Milei, já caiu 20 pontos porcentuais e está abaixo dos 41,7% registrados no fim do mandato de Alberto Fernández.

A estabilização econômica, no entanto, é tarefa que ainda está longe de ser concluída. Mesmo reduzidos na comparação com a época do kirchnerismo, a inflação e os índices de pobreza seguem preocupantes. O câmbio está muito longe de poder flutuar livremente, o Estado argentino ainda está inchado, faltam muitas reformas a fazer, como a trabalhista e a tributária. A ajuda norte-americana, na forma de um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com o Banco Central da Argentina para frear a desvalorização do peso, é apenas um socorro temporário. Os eleitores argentinos se viram diante de duas escolhas: permitir que o processo iniciado por Milei continue, ou aplicar-lhe um freio de mão. O resultado importa não apenas porque reforçou a confiança do eleitorado na capacidade de Milei entregar o que prometeu, mas porque criou uma relação de forças bastante interessante no Congresso argentino.

A derrota imposta ao peronismo kirchnerista significa que a esquerda perdeu parte de sua capacidade de impor grandes dificuldades à governabilidade e às medidas mais severas de austeridade. Mas a vitória que o eleitorado deu aos libertários, embora seja suficiente para impedir a derrubada de vetos presidenciais – algo que a oposição conseguiu fazer com certo sucesso no passado recente –, ainda os obrigará a costurar alianças com forças mais ao centro para aprovar a continuação do programa reformista. Milei terá de vencer a tentação de antagonizar todas as demais forças políticas – a ponto de ter acumulado desentendimentos com sua vice, Victoria Villaruel – e dialogar em busca do apoio que falta a seu grupo para ter a maioria. “Tenho de sair e buscar os votos que preciso para implementar essas reformas de segunda geração que são importantes para o povo argentino”, disse Milei em entrevista na segunda-feira. Deixar de arrumar brigas com governadores aliados e partidos centristas será um bom começo.

O populismo de esquerda já tinha sido derrotado na Bolívia após duas décadas de socialismo no poder; agora, sofre uma nova derrota na Argentina. Ainda é muito cedo para descartar de vez uma recaída em 2027, ano em que Milei deve tentar a reeleição, tamanho o efeito da “prisão mental” que o populismo costuma impor às populações. Mas o fato de os argentinos terem, mais uma vez, dado um voto contra o retrocesso econômico, após o susto da eleição provincial de Buenos Aires, serve de alento e esperança de que a Argentina consiga finalmente escapar da gravíssima crise econômica criada pelo kirchnerismo.

PENINHA - DICA MUSICAL

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A FALA DE LULA SOBRE OS TRAFICANTES E O FETICHE DA ESQUERDA PELA BANDIDAGEM

José Fucs

Narcotráfico: Lula, durante viagem à indonésia. O presidente disse que traficantes também são vítimas dos usuários.

Narcotráfico: Lula, durante viagem à indonésia. O presidente disse que traficantes também são vítimas dos usuários

“Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes que são, sabe, vítimas dos usuários também.” A afirmação bizarra de Lula, feita durante viagem à Indonésia na semana passada, em resposta à pergunta de um jornalista sobre a sua posição em relação à ação do governo Trump contra os cartéis de drogas na América Latina, entrou desde já para os anais das maiores barbaridades ditas pelo petista em todos os tempos. Entre elas, é difícil dizer qual é a pior, mas essa tem, com certeza, potencial para ocupar o topo da lista.

Diante da repercussão negativa causada pela fala de Lula, que ganhou o mundo pela sua inépcia, o Palácio do Planalto montou uma “operação de guerra”, segundo o noticiário, para tentar abafar o estrago. Colocou a tropa de choque petista e os seus robôs em movimento para tentar “minimizar” os danos nas redes sociais e fora delas, com o apoio da “mídia amiga”, que recorreu a todo tipo de contorcionismo verbal, como costuma acontecer nessas ocasiões, classificando a afirmação do presidente como “gafe”, “deslize” ou “equívoco”, em vez de entendê-la como a expressão de seu real pensamento sobre a questão e de analisá-la como tal.

Com um olho nas eleições de 2026, em que a questão da (in)segurança pública certamente será um dos principais temas da campanha, o próprio Lula veio a público desculpar-se pela declaração horas depois, por meio de uma postagem publicada no X, em que afirmou ter-se tratado de uma “frase mal colocada”.

Mas, apesar de seu recuo protocolar e do esforço de sua claque para relativizar o prejuízo, o que Lula disse não foi obra do acaso nem de seu recorrente destempero verbal. Sua afirmação revela muito sobre a visão que ele, o PT e a esquerda de forma geral têm a respeito da bandidagem e de como os criminosos devem ser tratados pela sociedade, que encontra ressonância numa parcela considerável do Poder Judiciário do país.

É uma visão que reflete uma inversão total de valores, na qual a vítima não é quem sofre a violência, mas os seus algozes, ao mesmo tempo em que a polícia é tratada como vilã e os criminosos, como os “mocinhos”, os “coitadinhos” marginalizados pelo sistema, excluídos das benesses do capitalismo “malvadão” que eles dizem combater.

“É inacreditável. O homem que governa o país defende quem destrói famílias, quem enche os cemitérios e quem espalha violência nas ruas. Para ele, o bandido é vítima e o cidadão de bem é o culpado. Talvez, na cabeça do descondenado, o traficante seja o novo ‘trabalhador oprimido’”, afirmou o deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, também em postagem no X. “Enquanto o brasileiro luta para sobreviver, o governo prefere passar pano para o crime. O país precisa de justiça, não de romantização do tráfico.”

Por mais que Lula e seus aliados tenham procurado tratar o episódio como um fato isolado, a mesma visão – que relativiza o crime e procura tratar o problema como uma “questão social”, em vez de combater a bandidagem com todo o rigor da lei e colocar os criminosos no xilindró – está presente no discurso do PT, de suas lideranças e de sua militância desde que o partido surgiu, em 1980, e desde a primeira eleição presidencial da qual Lula participou, em 1989.

Só no atual mandato de Lula, para ficar apenas nos casos mais recentes, essa visão já veio à tona em inúmeras ocasiões. Ela emergiu, por exemplo, quando ele se colocou contra a classificação de facções criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) como organizações terroristas, defendida pelo governo Trump – uma posição que Lula defendeu, inclusive, em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, semanas atrás.

“É preocupante a equiparação entre a criminalidade e o terrorismo. A forma mais eficaz de combater o tráfico de drogas é a cooperação para reprimir a lavagem de dinheiro e limitar o comércio de armas. Usar força letal em situações que não constituem conflitos armados equivale a executar pessoas sem julgamento”, disse Lula na tribuna da ONU, para o mundo inteiro ouvir.

Emergiu, também, em maio de 2024, quando Lula vetou o projeto aprovado pelo Congresso que restringia as “saidinhas” de presos do regime semiaberto para visitar as suas famílias, sob a alegação de que isso era, para ele, uma “questão de princípio”. Posteriormente, o veto foi derrubado pelos parlamentares, embora o assunto ainda esteja pendente de julgamento pelo STF, nos casos de prisões anteriores à promulgação da nova lei, por supostos “direitos adquiridos” pelos detentos.

A mesma postura está presente no Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária 2024–2027, patrocinado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que defende uma política de “desencarceramento em massa”. Ou no plano batizado com o sugestivo nome de “Pena Justa”, apresentado pelo governo Lula e pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em cumprimento a uma determinação do STF. O plano, cujo objetivo é combater as violações dos direitos humanos no sistema prisional brasileiro, atribui a superlotação dos presídios a questões raciais e a prisões consideradas como arbitrárias, e não à escalada da violência no país.

“Não existe pena justa quando o cidadão de bem é abandonado à própria sorte, enquanto o governo prioriza a reintegração de criminosos”, afirmou o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) na época. “O Brasil precisa de um endurecimento das leis e de mais investimentos na segurança pública, não de um sistema que facilita a vida de quem optou pelo crime. O governo Lula está na contramão do que o povo deseja.”

No atual governo petista, até a mulher de um dos chefes do Comando Vermelho no Amazonas, Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “Dama do Tráfico”, esteve no Ministério da Justiça no fim de 2023, ainda na gestão do atual ministro do STF, Flávio Dino, tirou fotos com funcionários da pasta e participou de um evento de combate à tortura promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em Brasília, com todas as despesas pagas com dinheiro público. Condenada a dez anos de prisão por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro, ela foi presa em maio deste ano, depois de permanecer foragida por cinco meses.

Mesmo a ida de Lula e da primeira-dama, Janja da Silva, à Favela do Moinho, no centro de São Paulo, em junho último, foi viabilizada a partir da articulação de representantes do governo com uma ONG ligada ao PCC, cuja sede foi usada para armazenamento de drogas pela facção, conforme informações divulgadas pela imprensa.

Com tal retrospecto, não é à toa que a Bahia, governada pelo PT há quase vinte anos, tem cinco das dez cidades mais violentas do país. O estado é considerado como o segundo mais violento, com 40,6 mortes intencionais por 100 mil habitantes, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, atrás apenas do Amapá, que está no topo da lista.

Essa visão distorcida de Lula, do PT e de seus aliados sobre como a bandidagem deve ser tratada contagia também a Justiça. Segundo um levantamento realizado pelo senador Jorge Seif (PL-SC), intitulado A Ascensão do Narcoestado do Brasil, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu nada menos que 9.166 habeas corpus a condenados ou investigados por tráfico de drogas apenas em 2024. Outros 577 habeas corpus foram concedidos pelo STF no mesmo período, sendo que o tráfico foi o crime mais comum cometido pelos beneficiados pela medida.

Um exemplo emblemático dessa postura permissiva da Justiça na Primeira Instância foi a decisão tomada no fim de julho pelo juiz carioca Rubens Casara, da 43ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, de soltar um criminoso detido por roubo com 86 anotações em sua folha corrida, entre acusações de assaltos, porte de arma e lesão corporal. Ironicamente, o juiz é casado com a filósofa petista Marcia Tiburi, que ganhou os holofotes por ter se declarado “a favor do assalto”.

É uma mentalidade que se reflete também na “empatia” da “esquerda caviar” pelo rapper Oruam, cujas “canções” costumam exaltar a violência e “glamourizar” o crime, por considerá-lo como representante da “cultura popular” e “símbolo de cultura da favela”. Filho do traficante Marcinho VP, um dos líderes do CV, preso desde 1996, Oruam chegou a receber o apoio público da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) para entrar na política e se conectar com “movimentos sociais” na periferia do Rio de Janeiro. Depois, diante das críticas que recebeu, a deputada acabou recuando e disse ter “errado no tom” e que sua intenção era “abrir um canal de diálogo com os seguidores do cantor”. O caso, porém, mostra bem a mentalidade predominante na esquerda em relação à bandidagem.

Com uma tatuagem no peito e na barriga do rosto do traficante Elias Maluco, que em 2002 queimou com um cigarro os olhos do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, cortou as suas mãos, os seus pés e os seus braços com uma espada de samurai e depois, com ele ainda vivo, o queimou com querosene dentro de pneus, Oruam foi solto por decisão do STJ, depois de passar 69 dias em prisão preventiva. E agora vai aguardar em liberdade condicional o julgamento pelos sete crimes dos quais é acusado – tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.

Com boa parte da opinião pública do país contagiada pelo fetiche da esquerda pela criminalidade – uma visão que Lula expressou de forma cristalina em sua afirmação que vitimizava os traficantes e vilanizava as suas vítimas – é difícil imaginar que o problema da (in)segurança pública no país possa ser resolvido como deveria, pelo império da lei, com o fim do regime de progressão acelerada de penas e das audiências de custódia, que promovem a liberação em série de criminosos recorrentes presos pela polícia.

Lula pode até recuar em sua declaração estapafúrdia por conveniência política, mas a história não deixa margem a dúvidas sobre o que ele e seus aliados pensam a respeito da questão, com o apoio de boa parte do Judiciário e de como ela deve ser tratada pela sociedade. Só não vê quem não quer.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

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LULA, 80 ANOS: PARABÉNS!

Paulo Polzonoff Jr.

LULA 80 ANOS PARABÉNS

Lula celebra 80 anos de muita esperteza e malandragem

Parabéns, Lula. Pelos 80 anos, mas não só. Parabéns por ter chegado até aqui. Você conseguiu. É bem verdade que ainda não destruiu o país. Ainda. Em compensação, dividiu como nunca a sociedade brasileira, acabou com a imaginação nacional, arrasou com a alegria fingida que nos unia e, conscientemente ou não, instaurou um reino do terror simbólico. Você devolveu o medo e a indignação ao brasileiro, Lula. Sem falar que transformou artistas e intelectuais em chatos que só sabem falar de uma coisa: política.

Essa é a sua obra e o seu legado ao longo de 16 lustros e, por eles, parabéns! E mais: parabéns por relativizar os valores morais, por normalizar o uso da máquina estatal em proveito próprio, inclusive para criar essa imagem de estadista que você tanto persegue. Parabéns por manter quase 100 milhões de brasileiros dependentes de seus programas assistenciais eleitoreiros, embalados como se fossem caridade. E, já que estamos nessa toada, parabéns pela Janja, que tanta vergonha nos faz passar, e pela desmoralização da Presidência.

Oito décadas de esperteza e malandragem

Parabéns por transformar a corrupção numa coisa aceitável e corriqueira, desde que a finalidade seja, em tese, nobre. Aquele papo furado em que muita gente ainda cai, o de acabar com a pobreza e a fome. Você fez isso primeiro com o Mensalão (e se safou – parabéns!). Depois, com o Petrolão (e se safou de novo – parabéns!). Aliás, parabéns pela decoração do sítio de Atibaia. Ficou lindo. Parabéns pelo duplex. Ah, verdade. É tríplex. Parabéns por ter aparelhado o STF e, com paciência e determinação, ter destruído as estatais. Parabéns, parabéns e parabéns.

Afinal, são oito décadas de história. Oito décadas de esperteza e de malandragem. Oito décadas das quais ao menos quatro são de privilégio e mamata. Sombra e água fresca. Parabéns por continuar aí, firme e forte, enganando os trouxas que o têm por salvador da pátria e protetor dos pobres. Parabéns por nos lembrar, todos os dias, com a sua presença minúscula e seu questionável carisma, que o brasileiro adora um fracassado. Ainda mais se ele passar 580 dias preso por corrupção e lavagem de dinheiro e, depois, for descondenado pelo STF.

Nunca antes da história deste país…

Parabéns, Lula! Você merece. Por transformar escândalo em rotina. Por mentir, mentir de novo, mentir mais. Nunca antes na história deste país alguém mentiu tanto e tão bem. Por transformar a mentira em método, pois, parabéns. Parabéns pelos títulos de doutor honoris causa. Aliás, ganhou mais um, hein! Parabéns. Pela Dilma e aquela crise econômica inesquecível. E por coisas aleatórias que me ocorrem agora, como a foto com o Maluf e o desejo de f&%$# o Moro. Parabéns, Lula, por ser isso que você é: um homem que, em busca do poder, se adapta às circunstâncias e não está nem aí para os princípios.

E por ter avacalhado com a democracia, essa palavra que, saída da sua boca, não significa absolutamente nada. E por ter transformado a pobreza em plataforma de poder. Parabéns de novo. Parabéns sempre. Nossa! Já ia me esquecendo: parabéns por nos ensinar a fazer política sobre o caixão de aliados ou adversários. Parabéns por escancarar a promiscuidade entre a imprensa e o poder. Parabéns, ainda, por ter contribuído para o anedotário nacional com pérolas como “traficantes são vítimas de usuários de drogas”, entre outras. Tem também aquela de Pelotas, lembra?

Nós contra eles

É hora de celebrar e por isso, correndo o risco de estar me repetindo, parabéns. Pelas narrativas que distorcem a verdade, pela culpa que é sempre do outro, pelo rombo dos Correios e pelo ministério de notáveis (SQN). Parabéns por Alexandre de Moraes! Isto é, por ter tirado algo de bom do governo golpista do Temer. Por cooptar, por censurar, por destruir o humor, por impor a narrativa do “nós contra eles”, por ter criado um verdadeiro culto à ignorância chique… É como não me canso (mentira, estou um pouco cansado, sim) de dizer: parabéns!

Parabéns por nos fazer desconfiar do sistema eleitoral. Parabéns por apoiar ditadores e, assim, devolver o orgulho a esta nação e sua tradição autoritária. Parabéns pelos elogios públicos ao Hamas. Parabéns por seu empenho em lutar contra o dólar. Coisa de gênio! Parabéns pelo seu amor às bravatas de palanque. Parabéns por ter disseminado o ódio à classe média. Por estimular a inveja e o ressentimento. Por cooptar o discurso religioso para fins eleitorais e por rebaixar o debate público. Por ter reduzido as Forças Armadas a um bando de pintores de meio-fio.

Bolo e guaraná, muito doce pra você

Porque, por todas essas coisas e tantas outras que jamais serão mencionadas nos livros de história (parabéns pela doutrinação sutil e eficiente!), muito menos nas hagiografias que o Fernando Morais ainda escreverá a seu respeito, você merece, Lula. Merece parabéns, pique, aplausos, balões, chapeuzinho cônico, língua-de-sogra, bolo, guaraná, brigadeiro, bala de coco embalada em papel crepom com franjinha e canudinho de maionese…

…nesta que é apenas uma singela homenagem irônica por seus 80 anos, escrita por este cronista que tanto o admira e ama. Seu danadinho.