XICO COM X, BIZERRA COM I

Não conheci Manoel de Barros, nem nunca dei um abraço no Padre Cícero. Em compensação nasci no Crato e vim para o Recife ser cidadão pernambucano e assistir a beleza do Capibaribe passeando pela cidade e se ‘amancebando’ com o Beberibe para formar o Atlântico. Tenho muito menos que um milhão de amigos nas redes sociais e sequer tenho Instagram, mas desfruto da ventura de ver um bando de moça bonita dançando o Frevo no Pátio de São Pedro ou em frente à Igreja da Sé. Nunca fui parceiro de Sivuca e jamais agarrei um pênalti batido por Pelé porém tenho a sorte de abrir a janela de manhã cedo e ver o sol acariciando o mar, bem à minha frente. Meus discos venderam bem menos que os de Madonna, não sou influenciador digital e poucas pessoas leram meus livros. Por outro lado, tenho orgulho da valentia do meu povo quando visito o Monte Guararapes, aqui em Jaboatão. Nunca fui capa da VEJA nem da ISTO É e não conheço a Europa nem a Casa da CARAS. Em contrapartida saboreio, quando bem quero, a sombra dos altos coqueiros na praia de Boa Viagem e limpo a vista vendo meu pé de manacá e minha pata-de-elefante no friozinho de Gravatá. Não contracenei com Fernanda Montenegro na novela das Sete nem toquei no piano de Capiba. Pra compensar, sou conterrâneo de Lampião, Hélder Câmara, Luiz Gonzaga e fui amigo e parceiro de Dominguinhos, nosso maior gênio musical. Porém, de tudo que tive, tenho e não tive, nada se compara ao privilégio único e apenas meu, prazer inalienável e intransferível, coisa que só eu posso bater na caixa dos peitos, coração a saltitar, e dizer: sou avô de Bernardo, Vinícius e Leonardo.

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9 pensou em “PRIVILÉGIO ÚNICO, INALIENÁVEL, INTRANSFERÍVEL

  1. Fico feliz, Xico, por saber que você é feliz vivendo esses momentos de convivência familiar eterno ao lado desses três anjos, momentos esses inimagináveis em quaisquer cena de cinema, por mais genial que seja o diretor para realizá-la.

    Por isso é que a ficção jamais vai copiar a realidade.

    Esta é a natureza no seu estágio puro, cheio de todas as belezas.

    Seus três netos são puros, por isso você é o vovô babão!

    Abraçaços em toda família do admirador.

  2. Neto é filho açucarado. Falar bem deles é muito bom. Que se dane a diabetes. Obrigado ao Padre José Paulo (pra mim um semi-Papa, imoprtal, acima de tudo), ao amigo Ciço, poético e generoso, e Beni, tão bondoso em suas considerações. Minha gratidão aos três.

  3. Querido Xico, também sou cearense de Fortaleza, mas me sinto como brasiliense, moro nesta linda cidade há 60 anos, o que você sente por Recife, eu sinto por Brasília e também não abro mão desta “dubiedade” de nascimento. Única certeza! Somos felizes!!!!!!!

  4. Estimado Marcos Pontes/DF,

    Responderei pelo mestre maior da poesia, da letra, da simplicidade e da INFINITA SATISFAÇÃO de ser avô de três anjos.

    Fora a diabetes e me deixe ser feliz no paraíso de Leonardo, Bernardo e Vinícius.

  5. Parabéns, poeta Xico Bizerra, pela doçura do texto!

    Dona Lia, minha saudosa mãe, dizia:

    “OS NETOS TEM GOSTO DE ALFENIM…”

    As fotos de Bernardo, Vinícius e Leonardo tem algo de superlativamente belo, perfeito e divino.
    Você tem razão, quando diz:

    “Porém, de tudo que tive, tenho e não tive, nada se compara ao privilégio único e apenas meu, prazer inalienável e intransferível, coisa que só eu posso bater na caixa dos peitos, coração a saltitar, e dizer: sou avô de Bernardo, Vinícius e Leonardo.”

    Que Deus abençoe Bernardo, Vinícius e Leonardo, e que lhes dê a graça de desfrutar desse amor infinito de avô e avó, por muitos e muitos anos!

    Abraços para você e Dulce!

  6. Eita como eu tô feliz com tanta gente querida comentando meu texto. Obrigads a todos vocês. Ao Marcos Pontes informo que sou, de fato, cearabucano, nascido no CE e cidadão de PE, de papel passado; e recicratense, parido no Crato e cidadão do Recife, também de papel passado. Sou ou não um cabra de sorte?

  7. Pingback: UM DISCURSO CIDADÂNICO | JORNAL DA BESTA FUBANA

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