CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Caro Berto:

A partir de agora, já não enviarei para cá a coluna que escrevo em Chumbo Gordo.

Sinto que, desde a primeira fase em que aqui colaborei, houve uma mudança de clima: havia críticas, sempre houve, o que é ótimo, mas com bom humor, cordialidade, civilidade.

A gazeta mais escrota do Brasil tinha leitores críticos que conheciam as linhas que separam a crítica, inclusive dura, da ofensa pessoal.

Nesta segunda fase, depois de instaurada a patrulha ideológica, ficou difícil: nível de educação reduzidíssimo, exigências inaceitáveis – por exemplo, acusar o autor de fugir ao debate porque um dia não respondeu aos patrulheiros-ofensas.

Essas ofensas acabaram me obrigando a também enveredar por elas – e troca de xingamentos não é o que entendo por debate.

O Jornal da Besta Fubana foi sempre impecável. Mas não teria como escapar de imbecis ávidos por insultar e ser insultados.

Abração, Berto!

Continuo seu fã, como sempre.

Carlinhos

R. Estimado amigo Carlos Brickmann:

Lamento demais, lamento muito a sua saída do nosso jornal.

Foi com muita alegria que, no mês de junho passado, recebi a sua solicitação pra voltar a ser colaborador desta gazeta escrota.

E hoje, é com desolação que leio essa sua mensagem de despedida.

Também me incomodam muito certas colocações e certos exageros de alguns leitores, que se valem do fato de que não temos moderação de comentários e que tudo que digitam é postado de imediato após dar o clique de publicar.

Raramente, dificilmente eu me meto ou faço algum corte.

Ontem, por exemplo, um leitor desejou a morte de um colunista “pelo covid-19”.

Um colunista afável, educado e que se dá bem com todos por aqui, mesmo os que discordam de seus pontos de vista político-ideológicos.

Fui lá e cortei este trecho. Apenas este trecho desejando a morte do nosso colaborador, e deixei o restante do comentário com as cacetadas que o leitor deu.

Já outro leitor mandou um colunista ir “tomar no cu” depois de mandá-lo ir “pra puta que pariu“. Porque não concordava com as posições políticas dele.

Dava pra perceber de imediato que não era gozação ou ironia, coisas que, dependendo do contexto em que são ditas, são perfeitamente aceitáveis.

Tratava-se simplesmente de uma grosseria inominável. E eu cortei a frase.

O leitor não gostou e me perguntou se estava havendo censura no JBF.

Não. Não está havendo censura no JBF.

Tudo tem sua hora e seu momento certo.

Eu mesmo já mandei muitas autoridades pra puta que pariu e tomarem no olho do furico.  

Quando, raramente, dificilmente, vez ou outra, interfiro em algum comentário mais exaltado, estou apenas usando o meu direito de editor, de botar em ordem as postagens que são feitas no blog que dirijo e atualizo diariamente.

Aproveito a oportunidade, meu caro Brickmann, pra ressaltar o alto nível dos comentários que eram feitos em sua coluna pelo leitor João Francisco, que sempre se manifestava em todas os seus textos.

João Francisco fazia comentários contundentes, provocantes, mas feitos de maneira civilizada e com muita educação.

Repito, meu caro Brickmann, que lamento demais sua saída do nosso jornal.

Quando quiser voltar, as portas continuarão abertas.

Sou muito grato pelo tempo que você passou aqui conosco.

Abraços e muito sucesso.

17 pensou em “CARLOS BRICKMANN – SÃO PAULO-SP

  1. Carlos, eu lamento. Lua sua coluna, nem sore comentava, mas entendo que não é desistindo que se vence a luta. Exaltados sempre irão aparecer e você vai continuar sendo criticado no blog e lá vai vetar comentários, o que é ruim. Deixei de acompanhar blogs porque discordava da opinião e meus comentários não eram publicados. Pense nisso

    • Concordo total e plenamente com o Sr. Assuero. O bom jornalista não deixar se abater por críticas. Tem que ter argumentos. Aproveito o espaço para dizer ao Sr Carlos Brickmann, que, vez ou outra, discordava de suas opiniões e reagia, com certa ironia. Se exagerei, peço desculpas. E vamos em frente.

  2. Lamentável, caro Brickman, essa sua atitude de nos deixar, pois como bem diz o Assuero, sempre aparecerão as “bestas quadradas” a discordar de seus pontos de vista, como também aparecerão aqueles que discordam por razões de entendimento próprio, sem, no entanto, condenar seu pensar.
    Afinal, essa discordância é o centro nevrálgico deste Jornal esculhambativo, onde nos é garantido o direito do livre pensar, como preconizava o Millôr Fernandes.
    Daí, só nos resta apelar para que o espírito do nosso D. Pedro I lhe sirva de inspiração e você brade, com sua heroicidade, “diga ao povo que fico”!!!

  3. Prezado Carlos.
    Lamento
    Também fui alvo de críticas ofensivas quendo postava. De uma maneira geral, tentei me mnter dentro dos limites da educação.

    Mas uma coisa é inegável: a sua contribuição ao debate. Ofereça flores aos que te atiram pedras.

    Em um post desta semana falei que estava notando uma certa mudança nos comentários, que estavam mais educados. Que seja sempre assim.

    Mas te peço, volte. Os cultores do debate sadio te esperam.

  4. Se a gente só conversa com quem concorda com a gente, não se muda a cabeça de ninguém.”
    Márcia Castro, profa, da Universidade de Harvard –
    Prezado Carlos, vamos encontrar todo tipo de individuo, muitos discutem e debatem idéias, outros agridem porque não tem argumentos. Discordei de voce várias vezes, e concordei com outras tantas. Tenha certeza, não vamos melhorar o mundo, mas sua contribuicão deve continuar, voce não deve se deixar levar e perder para um bando de imbecis.. .

  5. Ofensas pessoais, xingamentos, argumentos de baixo nível, são de fato difíceis para qualquer um engolir. Mas igualmente ruim é a censura prévia, a extinção da seção de comentários, tal como fez o ex-antipetista Reinaldo Azevedo. Mas este ainda tem uma certa lógica, afinal ele mudou seu discurso totalmente, era como ler suas colunas do avesso.
    Absolutamente não é o caso do Sr. Carlos Brickmann desde de que voltou a postar aqui no JBF. Começou e continuou a publicar suas colunas com o mesmo viés e viu no processo que também entre a direita existem pessoas mal educadas. Se isso é o bastante para abandonar todos os outros, bem, aí é questão pessoal. Repense.

  6. O señor Brickman pertence a um timaço, que sempre gosto de elencar, ler e ouvir. São eles: Carlos Brickman, Ana Paula Henkel, Caio Copolla, Cláudio Lessa, Políbio Braga, Percival Puggina, Augusto Nunes, Luis Ernesto Lacombe, Alexandre Garcia, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, José Roberto Guzzo, Paula Marisa e Bárbara.

    Quanto ao señor Reinaldo Azevedo (citado pelo Sérgio Melo) sempre tive grande admiração por seus textos (inteligência não falta naquela cabeça), mas (sempre há um mas, não é mesmo Sancho?), quando extinguiu a área de comentários vi que não mais comportava a presença de Sancho em tal palco (nunca mais li nada da lavra daquele jornalista). Gosto por demais da área de comentários, pois é lá que encontramos pessoas geniais, que irão concordar ou discordar do colunista e de nossos comentários. Adoro por demais a arte da esgrima por palavras.

    Se eu fosse elencar neste espaço as pessoas geniais que encontrei aqui no JBF tornaria muito extenso este comentário.

    Os comentaristas (caixa de ressonância) são a alma de qualquer meio onde o jornalismo se faz presente. E aqui o Berto dá voz a todos, inclusive aos menos dotados intelectualmente, como Sancho.

    • Concordo com seu posicionamento, Sancho.

      O Sr. Brickman poderia usar a tática do vácuo, quando o debate debandasse para o lado do insulto ignaro. tipo… “AVISO: NÃO DEBATEREI COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS, INCIVILIZADOS. Favor não insistir, pois não haverá retorno”.

      É uma pena a saída dele do JBF. A coluna dele não se restringia as críticas ao governo. Tem uma abrangência formidável de dados e fatos políticos e conhecimentos gerais. Continuarei apreciando o Chumbo Gordo.

      Quanto a Reinaldo Azevedo, este entrou em parafuso e declínio quando começou a se julgar o semi deus do nosso jornalismo.
      Pra aumentar o tombo, a própria soberba lhe deu uma rasteira. Quis ser o grande profeta das eleições. Desdenhou e ridicularizou os índices de Bolsonaro antes e durante as eleições. Seu instinto profético de meia-tigela, fez seu conceito cair vertiginosamente, igual as suas previsões de cigana fajuta.
      Por conta deste passo em falso, criou enorme ranço contra Bolsonaro, virando um esquisito jornalista patrulheiro do governo.

      Acho que ele não leu a bula do ministério da saúde que advertia: Passar vergonha na previsão eleitoral, pode causar frustração irreversível e aumento de afetação.
      É o que dá procurar a irmã de Aécio como fonte fidedigna.

      Desde então não me dou o trabalho de ler suas linhas.

  7. Carlos Brickmann, Lamento que o Sr. nos deixe.

    Tivemos duros embates, onde eu fiz críticas ao modo sempre unidirecional de se dirigir ao atual governo. O Sr. jamais justificou a razão de tanta ira contra os conservadores de direita que tem como base a moral judaico cristã e o direito e a filosofia greco-romanos.

    O chamei de “isentão”, pois como jornalista de opinião, o Sr. se definia assim, coisa que eu discordo, pois a meu ver não há jornalista de opinião sem tendências. Eu enxergo a sua como de esquerda social democrática (socialista fabiano).

    Odeio e não aprovo quando debatedores deste espaço partem para a ofensa gratuita, pois acredito que quem perde é o debate.

    Hoje estou triste, pois quem está perdendo é a democracia.

    Tenha um bom final de semana e siga torcendo pela queda do Governante do Turno; é seu direito.

  8. Caríssimo Jornalistas Carlos Brickmann:

    A leitura dos seus artigos e comentários no seu blog. Chumbo Gordo, que acesso todos os dias em respeito à polidez, conhecimento, argumento e profissionalismo do articulista, não é o mesmo que o publicado aqui no nosso Jornal da Besta Fubana.

    Essa Gazeta Escrota, única no mundo democrático internético, possui uma área de liberdade tão fascinante que até os palavrões, xingamentos e ofensas se perdem na poeira das estrelas. Entra no ouvido e sai no outro. Goiano está aí para confirmar!

    Repense tudo que disse, abra o coração aos admiradores e diga: eu vou voltar Berto para esse ninho de malassombrado pensando exatamente naqueles que, mesmo que discordem de mim, me admiram e me amam.

    Pense nisso nobre jornalista!

    Não faça feito o repentista que quebrou o violão na cabeça do outro colega só porque xingou a mãe dele numa peleja de repente e depois foram fazer as pazes no Programa Sílvio Santos.

  9. Criança mimada é assim…..

    Não gostou pega a bola e vai embora….

    Isso mostra muito o carater de uma pessoa.

    Que triste…. !!!

    • Caro Arthur, chegou a passar isso pela minha cabeça: É mi mi mi.

      Fazer o quê, não que isso me surpreenda, ainda assim estou triste.

      Respeitemos o sentimento dos outros.

  10. Os machões do teclado de computador, conseguiram com que perdêssemos a Coluna do Carlos Brickimann, O espírito de nós contra eles, está fazendo muita gente, pessoalmente educada, e civilizada, ao esconder-se no anonimato do seu computar, se transforme em besta fera, destilando ódio e veneno contra quem não reza em sua cartilha. Eu lamento a perda da coluna Chumbo Gordo .

  11. Caro Sr. Carlos, faça como o Guzo, publique suas matérias e ignore os comentários.
    Afinal, os críticos sub existem por não terem capacidade de criar!

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