Meu último artigo reclamou da desvalorização do real, mas não mostrou o caminho. Vou tentar consertar o erro.
Em primeiro lugar, os conceitos fundamentais da economia são sempre os mesmos e valem para o preço do pão e para o preço do dólar da mesma forma: oferta e procura. Ou seja, o preço das coisas depende da quantidade que existe desta coisa e do quanto as pessoas querem desta coisa. É importante lembrar que as pessoas querem pão para comer, mas querem dinheiro para comprar outras coisas. Em economês, o pão é um bem de consumo, o dinheiro é um meio de troca. Mas as regras continuam valendo.
Então, por que a moeda brasileira praticamente só caiu desde que o Brasil existe? Por causa destes dois fatores.
O primeiro é a oferta: um produto vale menos quanto maior for a sua abundância. No caso do dinheiro, só quem pode criar mais é o governo. E todos os governos que o Brasil já teve criaram dinheiro, e com isso causaram a desvalorização da moeda. Basta dizer que nos últimos oitenta anos já foram cortados quinze zeros da moeda nacional, o que significa uma inflação acumulada de 375.099.022.128.526.834 %, segundo o site do Banco Central.
O segundo fator é a procura: um produto vale menos na medida em que as pessoas gostam menos deste produto. No caso do dinheiro, como sua utilidade é comprar coisas, as pessoas passam a não gostar quando percebem que seu valor está caindo, ou quando não confiam nele. Note que se forma um círculo vicioso: se o valor da moeda cai, as pessoas perdem a confiança. Ao perder a confiança, param de usá-la. E ao parar de usá-la, o valor cai ainda mais.
Uma boa forma de entender este processo é estudar os casos de hiperinflação da história, como a Alemanha dos anos 20 ou a Venezuela de agora. Nestes casos, o dinheiro perde valor tão rapidamente e com tanta intensidade que chega literalmente a não valer nada. Na Alemanha, pessoas queimavam dinheiro nas lareiras ao invés de lenha.
Quando não há hiperinflação, o processo é mais sutil, mas a essência é a mesma. Não estamos queimando reais na lareira, mas o mundo dos negócios está “fugindo” do real, ou seja, quem tem reais está usando-os para comprar dólares, ou ouro, ou qualquer coisa que acreditem que dê mais segurança contra a perda de valor. E quando muita gente quer entregar reais e receber em troca dólares, o valor do real cai e o valor do dólar sobe.
Mas então, o que o governo poderia fazer para que o real parasse de cair?
A primeira medida, mais de curto prazo, é basicamente psicológica. Seria preciso que nosso ministro Guedes parasse de fazer declarações infelizes, e falasse em alto e bom som que nosso governo deseja ter uma moeda forte. Se necessário, o Banco Central venderia dólares para suprir a demanda, mantendo a estabilidade – afinal, zelar pela estabilidade e solidez da moeda nacional deveria ser uma das obrigações básicas de um banco central. Fazendo isso, o governo “manda um recado” aos que esperam ganhar dinheiro com a desvalorização: Não tentem, porque não vamos deixar. É a aplicação prática de um velho ditado romano: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Em latim fica mais bonito: “Si vis pacem, para bellum“.
Mas a medida importante, a única que importa no longo prazo, é parar de inflacionar, ou seja, parar de criar dinheiro. Claro que seria muito dolorido para o governo e para os políticos perder esta fonte de renda tão prática, mas é uma medida fundamental. Não há na literatura econômica casos de países em que a moeda se desvalorize sem que haja expansão da base monetária, que é o termo em economês para quando o governo liga a maquininha de fazer dinheiro. Atenção: estou falando de longo prazo, não das flutuações diárias.
Para ir mais longe, eu pessoalmente gostaria muito que nosso país voltasse a um sistema que funcionou muito bem em outros tempos: o câmbio fixo. Entre outras vantagens, não precisaria mais de Banco Central, o que já seria uma economia.
Câmbio fixo, simplificadamente, é quando a moeda é simplesmente uma representação (um “vale”, por assim dizer) de outro bem qualquer. “Qualquer” não, claro, tem que ser um bem que seja aceito como sólido e confiável por todos. Basicamente há duas opções: ouro ou dólar.
Funciona como se estivesse escrito nas cédulas: esta nota vale x gramas de ouro. Quem quiser, basta chegar no banco designado pelo governo e trocar. Para isso funcionar, é imprescindível que as pessoas acreditem nesta promessa. É quase um paradoxo: se todo mundo acredita que pode trocar seus reais por ouro quando quiser, ninguém vai trocar. Mas basta surgir uma desconfiança, para todo mundo correr para os bancos “antes que seja tarde”. Como o governo tem a obrigação de manter uma quantidade de ouro equivalente à quantidade de dinheiro em circulação, fica impossível inflacionar, a menos que descubra uma forma de fabricar ouro. A literatura econômica recomenda que este sistema seja implementado através de um órgão chamado “caixa de conversão” que deve ser o mais independente possível do governo, e cuja única função é guardar as reservas e efetuar as trocas para quem desejar. O governo fica proibido de imprimir dinheiro.
Como hoje em dia não é prático usar ouro, é possível adotar um sistema mais simples: fixar (ou “lastrear”) o valor das moedas em dólares, ou euros, ou francos suíços. Da mesma forma, o governo fica obrigado a manter em reserva uma quantidade da moeda-lastro equivalente à quantidade de reais em circulação, e efetuar a troca para qualquer um que pedir. E, da mesma forma, o sistema funciona enquanto houver a confiança da população de que esta promessa será cumprida. Um exemplo de sucesso deste sistema é a Estônia, que com o fim da União Soviética no início dos anos 90 precisou reconstruir seu sistema financeiro praticamente do zero; a moeda da Estônia era lastreada no marco alemão.
Países pequenos tem uma terceira opção, que é usar a moeda estrangeira diretamente; Panamá e Equador, entre outros fazem isso. Para países com população grande, surge o problema de obter a quantidade necessária de notas e repor as notas desgastadas.
É bom citar o caso da Argentina, que promoveu uma fraude clássica. Em 1991, o presidente Menem abandonou a moeda antiga, o Austral, e criou uma nova moeda, o Peso, com a garantia de que seu valor seria sempre o mesmo de um dólar. Os resultados foram ótimos, o que já era previsto pela teoria econômica básica: com moeda forte, a economia também é forte. A inflação caiu, exportações e importações aumentaram. Mas o governo não conseguiu reduzir seus gastos, e continuou fabricando dinheiro para cobrir seu déficit. Ainda assim, o arranjo durou dez anos. No final de 2001, começou a ficar claro que o governo não podia cumprir sua promessa: não havia dólares suficientes para lastrear o volume de pesos.
O famoso ministro Cavallo baixou um decreto (conhecido como “corralito”) determinando que só seriam trocados por dólares 1000 pesos por mês para cada pessoa. Imediatamente a população percebeu que havia sido roubada. O presidente De la Rua renunciou em menos de um mês e a Argentina mergulhou no caos, onde está até hoje. Em seis meses o valor do peso despencou para 25 centavos de dólar. E os argentinos nunca mais confiaram no governo e até hoje trocam seus pesos por dólares sempre que podem.
Então, fica o alerta: um regime de câmbio fixo resolve um monte de problemas, mas exige uma virtude básica do governo: honestidade.
Paulo Guedes está perdendo uma excelente oportunidade de ter um assessor para resolver definitivamente os problemas econômicos de nosso país.
Assim não pode, assim não dá!!
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Quando se trata de câmbio, dirija o seu olhar para o ouro.
Ouro não sobe nem cai. As moedas é quem valem mais ou menos que ele e, por isso, ele é padrão.
Fly to quality, neste momento, é correr para ouro.
O dólar está caindo frente a cesta de moedas que formam sua paridade.
Aqui, já ficou claro que o movimento do dólar é atípico. Essa alta não tem fundamentos.
O que ocorre é que o nosso ministro está tentando fazer o que o Delfim Neto fez e, como temos reservas, de quebra, sanar muito do déficit público com elas. Simples assim.
Ocorre que não deu certo antes e, agora, muito menos. Os mercados estão muito conectados, uma hora dessas a realidade também se refletirá no nosso mercado de câmbio.
O certo seria diminuir o gasto público de maneira a equilibrar de forma sustentável as finanças públicas, mas isso parece muito distante do poder do presidente que tem tentado, mas existe forte oposição a isso.
O que o ministro fez na reforma da previdência foi um grande avanço no sentido de melhorar a parte fiscal do governo.
Agora o processo está parado. Não consegue prosseguir com as reformas fiscais.
A causa sabemos. Quando se trata de fazer sofrer o pobre, ferrando com a aposentadoria dos coitadezas, os caras até se reúnem e votam, mas quando se trata de cortar na própria carne…
Outro aspecto da questão o revelou o ex-ministro Delfim em entrevista ao canal Band News. Ele disse que todos, muito polidamente, tentarão fazer com que as reformas do governo Bolsonaro não prosperem, lançando projetos inviáveis que gerarão inúmeras discussões e nenhum resultado prático.
Uma verdadeira aula do velho mestre, foi aquela entrevista.
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Câmbio fixo e honestidade de políticos são dois unicórnios.
O melhor indicador do valor do dólar é o do Boletim focus R$ 4,20.
Esta a minha opinião leiga.
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A minha crítica, o senhor sabe, é diretamente na mediação social pelo dinheiro que é segregacionista, excludente e ineficiente.
Cria pirâmides e bolhas que, quando estouram geram dor e sofrimento desnecessários.
Mas, assim o quer e aceita o egoísmo humano.
Fazer o quê?
Pelo menos ganhar um dinheirinho com isso.
Tripliquei minha conta na corretora operando puts de Vale e Petro.
E hoje vou bamburrar se o mercado cair o que promete.
Bons trades a todos.
Eu era completamente leigo em economia. Com as aulas de mestre Bertolucci já não sou tão leigo assim.
Assim, do alto de minha quase ignorância, acredito que o principal lastro da moeda é a confiança inspirada pelo governo. Explico: para ser confiável, o governo precisa ser responsável, honesto e transparente, além do estado ser mínimo. Neste cenário, não importa se o câmbio é fixo ou flutuante; qualquer um funciona.
A contrário senso, se o governo não for confiável, pouco importa o sistema de câmbio; sempre vai dar merda.
Um bom exemplo disso é citado caso da Argentina que ROUBOU a população ao “pesificar” os depósitos em dólar durante o governo de lá Rua, sob orientação do ministro Cavallo.
Ou seja, para dar certo sao necessárias três coisas: confiança, confiança e confiança.
Abraço.
Nosso mestre Marcelo, como sempre BRILHANTE!
Muito obrigado por mais uma excelente aula, caro Marcelo Bertoluci.
Só asneiras, tenta explicar que o real está desvalorizado porque a inflação correu o valor,agora no mundo real a inflação está em 3,6% e a selic 4,25%, de onde tirou esta inflação???
Dinheiro lastreado em ouro ou dolar se nem os EUA lastreiam o dólar em ouro, como dá para confiar???
Estamos tendo um ataque especulativo de longa data, isto está elevando os dolares, só que agora é o final, hora da colheita, que os espertos vão forrar os bolsos e os trouxas vão comprar na alta.
Os EUA lastreiam o dólar em uma frota de porta-aviões nucleares. Têm funcionado bem.
Para nós, o que importa é lastrear nossa moeda em algo que todos acreditem. Se todos acreditam no dólar, é o suficiente.
Quanto à questão dos “especuladores”, acho que é a velha mania nacional de botar a culpa nos outros, especialmente sem dizer o nome.
Prezado Marcelo, hoje vou concordar com o diagnóstico e discordar da terapia. Com todo respeito.
“Guedes parasse de fazer declarações infelizes, e falasse em alto e bom som que nosso governo deseja ter uma moeda forte” Uma moeda forte num governo fraco, fica difícil. Um governo que não tem unidade de pensamento, nem de ações. Os agentes preferem outra moeda. No caso US$. Mesmo os Banco Centrais de governos mais sérios, faz tempo não são respeitados. O FED baixou juro e os mercados responderam com deboche. O S&P 500 caiu 5% desde essa ação. Por que o Banco Central do Brasil seria?
“Funciona como se estivesse escrito nas cédulas: esta nota vale x gramas de ouro” Eu acho que essa rigidez compromete bastante a gestão da economia. O valor da moeda será maior ou menor em função da credibilidade do emissor. O Bitcoin não tem lastro e as pessoas pagam US$ 9.000,00 por uma unidade. Confiam no sistema “Bockchain”. Os banco centrais precisam flexibilidade para fazer política monetária, um dos instrumentos para estabilizar a moeda. Essa foi a única ferramenta, praticamente, que liquidou com a inflação no Brasil. Juro alto com câmbio administrado, na época. Hoje vivemos o inverso, juro baixo (por enquanto) e câmbio livre. Se os agentes tivessem confiança nas reformas do Paulo Guedes, que o próprio Presidente não confia, esse dólar poderia estar em R$ 3,00 ou menos. Onde estão as reformas tributária, administrativa? Onde está o compromisso fiscal? Quem acredita no que Bolsonaro fala?
“Em 1991, o presidente Menem abandonou a moeda antiga, o Austral, e criou uma nova moeda, o Peso, com a garantia de que seu valor seria sempre o mesmo de um dólar.” Garantia constitucional. Isso confirma que são as ações, a credibilidade, que lastreia e cria demanda pela moeda e não os decretos. Na verdade a Argentina não serve de exemplo para nada. Como diz Alexandre Schwartzmam, é um “caloteiro serial”.
“um regime de câmbio fixo resolve um monte de problemas” Não resolve problema nenhum, apenas engessa a capacidade de gestão do BC. Tivemos numerosas tentativas de preço fixo e nunca deu certo. Por que daria com a moeda? No início do seu texto, está escrito, de forma corretíssima: “s conceitos fundamentais da economia são sempre os mesmos e valem para o preço do pão e para o preço do dólar da mesma forma: oferta e procura” Perfeito!
A segunda condição resolve tudo: “mas exige uma virtude básica do governo: honestidade” Basta isso. Bem entendido que honestidade e capacidade de gestão devem estar junto. CREDIBILIDADE é o nome do jogo.
Meu abraço.
Bons argumentos, Eduardo. Minha tréplica:
“Uma moeda forte num governo fraco, fica difícil.”
Claro que o Guedes fechar a boca é só o primeiro passo, não resolve nada por si só. Como disse, é basicamente um efeito psicológico.
“Os banco centrais precisam flexibilidade para fazer política monetária, um dos instrumentos para estabilizar a moeda. Essa foi a única ferramenta, praticamente, que liquidou com a inflação no Brasil.”
Aí eu acho contraditório. O câmbio precisa ser flutuante para estabilizar a moeda? Se o câmbio é fixo, a moeda está automaticamente estabilizada. E com câmbio fixo, o governo não pode emitir mais moeda, e sem emitir mais moeda não tem inflação.
Governo quer “flexibilidade” ou “capacidade de gestão” apenas para poder continuar emitindo moeda.
“Tivemos numerosas tentativas de preço fixo e nunca deu certo. Por que daria com a moeda?”
Porque a moeda, ao contrário do pão, pode e deve ter oferta constante. No século 19, todas os países relevantes do mundo tinham o valor da moeda fixado em ouro, e todos estes países tiveram progresso econômico. Foi a 1ª Guerra mundial que acabou com a estabilidade e pôs todos os países a fabricar dinheiro do nada para pagar as despesas.
“CREDIBILIDADE é o nome do jogo.”
Exatamente, e como o governo não vai conseguir credibilidade de um dia para outro, precisa “emprestar” a credibilidade do ouro ou do dólar.
“o governo não pode emitir mais moeda, e sem emitir mais moeda não tem inflação”
Emissão de moeda não é a única causa de inflação. Como você mesmo diz, quando existe demanda os preços podem subir. Por escassez, por exemplo. O coronavírus irá causar efeitos ainda não avaliados. Oferta de hotéis, viagens e escassez de máscaras cirúrgicas, insumos e quem sabe desabastecimento. É transitório, mas fogo de morro acima, água de morro abaixo e inflação… não são coisas fáceis de controlar.
“Os banco centrais precisam flexibilidade para fazer política monetária, um dos instrumentos para estabilizar a moeda. Essa foi a única ferramenta, praticamente, que liquidou com a inflação no Brasil.”
Aí eu acho contraditório. O câmbio precisa ser flutuante para estabilizar a moeda?
Vou devolver a pergunta. Por que não poderia ser? No Brasil já houve dólar valendo menos de R$ 1,00.
“CREDIBILIDADE é o nome do jogo.”
Exatamente, e como o governo não vai conseguir credibilidade de um dia para outro, precisa “emprestar” a credibilidade do ouro ou do dólar.
Essa sua hipótese, pode funcionar num curto período de transição.
Admiro muito seu jeito de pensar, convido para escrever sobre dois assuntos importantes:
1 – A problemática da automação, inteligência artificial e a consequente(?) destruição dos empregos. Meu questionamento é: a economia dos USA é das mais produtivas e automatizadas, por que tem a menor taxa de desemprego da história? A lógica é da desregulamentação, na minha opinião, facilidade de adaptação aos diversos ciclos econômicos. Mas não estou tão convencido que só isso explica a problemática
2 – O mundo tem hoje muito dinheiro em poder de pouquíssimas pessoas que estão em busca de um bom investimento. A maior parte dessas fortunas financiam governos, que são os maiores tomadores de poupança. Os governos gastam mal, em volumes crescentes. Como vai acabar essa ciranda? Alguns governos devem 2, 3 vezes o PIB.
Imagine que se ao invés de continuar atuando como um deputado do baixo clero, líder do corporativismo militar, Bolsonaro estivesse trabalhando firme para botar para funcionar as propostas liberais e austeras, no aspecto fiscal, do Ministro da Economia. Quanto desse dinheiro estaria aportando no Brasil para financiar bons projetos e nossa dívida? Qual seria o preço Dólar/Real?
Enquanto isso nosso Capitão está muito preocupado com as besteiras da imprensa.
Fico com as palavras de ontem do Secretário Mansueto Almeida: – crescimento de 1,1% para um país como o Brasil (um país por construir) é inaceitável.
Meu abraço com muita admiração
Sobre inflação:
Inflação é aumento de preços generalizado causado pela perda de valor da moeda, que é causada pelo governo.
Aumento de preços específico, seja causado por aumento de demanda ou qualquer outro motivo, não é inflação. Até porque se um preço sobe, a demanda diminui, ou seja, a relação oferta/demanda se auto-equilibra. E quando sobe um preço de algo com baixa elasticidade (combustíveis, remédios), o consumo de outras coisas vai cair; equilíbrio de novo.
O Coronavírus tende a causar deflação, não inflação, porque vai inibir o consumo de um monte de coisas. Mas com isso vai sobrar dinheiro na mão das pessoas e alguns setores específicos podem se beneficiar.
Sobre automação:
Automação destrói empregos de baixa qualificação e cria empregos de alta qualificação. Isso só é um problema para países com mão-de-obra pouco qualificada e pouco disposta a ser produtiva. Um exemplo é um certo gigante sul-americano onde o papai e a mamãe acham lindo o filho ficar dez anos cursando sociologia na federal mas acham horroroso fazer um curso técnico no senai. Mal sabem eles que um bom técnico hoje em dia escolhe serviço e cobra quanto quer, enquanto o sociólogo vai passar a vida fazendo concurso para tentar virar professor.
Gosto muito de tudo que o Mansueto fala.
Abraço e bom fim de semana.
Prezado articulista,
O epílogo ou conclusão do vosso artigo anula a necessidade de câmbio fixo.
Por óbvio.
Abraços.
Mais ou menos, Finco.
Câmbio fixo estabelecido de forma explícita e irrevogável nas leis (de preferência na Constituição) fecha uma brecha enorme para malfeitos, favorecendo o objetivo.
Governo honesto não se consegue com fé. Se consegue principalmente eliminando os incentivos para que os desonestos queiram estar no governo.
Veja este vídeo:
https://youtu.be/DQKM-rXI8mI
Desculpe a demora, patriota. Só agora vi seu comentário.
Este cara do vídeo é um completo idiota.
Achar que uma moeda é fraca ou forte em função do valor numérico é coisa de criança de cinco anos.
Se fosse assim, seria só cortar alguns zeros e qualquer moeda ficaria “forte”. O Brasil, que já cortou 15 zeros nas últimas décadas, é muito bom nisso.
Já o Japão não cortou zero nenhum no século 20 inteiro. Por isso que o valor numérico do Yen é pequeno.
Para saber se uma moeda está forte, veja se ela está se valorizando. Para achar uma moeda fraca, procure as que estão se desvalorizando. Isso porque moeda boa todo mundo quer, então a procura aumenta. Moeda fraca todo mundo quer se livrar, então a procura cai. Lei básica da economia.
E não adianta pegar gráficos de anos atrás, a situação pode mudar. A Argentina teve moeda forte nos anos 90, até que o governo ferrou com tudo.
Por curiosidade, a moeda da Argentina também está com a cotação por volta de 100 para 1. Será que o cara do vídeo acha que a moeda da Argentina é tão boa quanto a do Japão?