Crônica dedica ao pesquisador e especialista em filmes de faroeste D.Matt
Casa de fazenda semelhante à do fazendeiro Bitônio Coelho em Carpina-PE
Cansado do trabalho diário na fazenda-sede e demais, e precisando relaxar, o fazendeiro Bitônio Coelho resolve ir até o cabaré para rever sua amada.
Dia e hora não marcados, chega ele acompanhado de dois capangas de sua confiança à “casa” – como ele chamava o cabaré. Armado de uma Pistola Parabellum-1906, “ordena” que os capangas “espiem” o ambiente para saber se não está “carregado”, vez que vai haver comemorações regadas a comes e bebes e muitas muchachas da vida dura, ainda cheirando a leite.
Pressentindo que o amado estava por vir ao cabaré naquele dia, Maria Bago Mole perfumou o ambiente todo com loção Violetas de Parma, mandou limpar todos os moveis do aposento dela, do salão e ordenou que as meninas se vestissem a caráter para aquela noite especial, pois nesse mesmo dia iam chegar ao cabaré muitos jogadores de pôquer, dados, baralhos, trapaceiros, trambiqueiros, aventureiros, vaqueiros, cortadores e carregadores de cana dos engenhos, prostitutas de outros puteiros pés de escada da redondeza, pois seu cabaré já era muito comentado nas imediações por causa da fama e sucesso da administradora, a arquitetura surreal do cabaré, sem contar que estava a todo vapor a construção de uma ferrovia estrangeira nas proximidades, sinal de que o progresso e a prosperidade iam abundar. E a desordem também!
Saloon de bangue-bangue, semelhante ao arquitetado por Maria Bago Mole para o Cabaré
Faz-se necessário lembrar que o cabaré fora projetado e construído no lugar da antiga Vila dos Vinténs pela visionária cafetina Maria Bago Mole, com arquitetura semelhante às dos saloons dos filmes do Velho Oeste americano, que ela mesma desenhou, mesmo sem conhecer nada de construção. Isso nos anos quarenta! Embaixo, ficavam na mesa as meninas e os cavaleiros para comer, beber e acertar o preço da noitada. E em cima, os quartos reservados aos “programas”. Do seu posto, à moda balcão de saloon de filme de faroeste, a cafetina MBM, estrategicamente, visualizava e marcava tudo mentalmente com a festa correndo solta. Aqui e acolá, havia uns empurrões entre os valentões bêbados, mas a cafetina, com a autoridade de sempre, estalava o relho e punha ordem no recinto. Nenhum homem a desobedecia!
No dia que o fazendeiro Bitônio Coelho chegou ao cabaré encontrou-o entupido de forasteiros, dentre eles dois desafetos conhecidos nas trilhas dos engenhos, que espalharam nas imediações que tinham a pretensão de “tomar” Maria Bago Mole a todo custo do homem dela, nem que para isso tivessem que duelar com o gostosão, o senhor de engenho mais afamado da Zona da Mata. Boato esse que chegou como uma bala aos ouvidos do fazendeiro.
Ignorando a todos que estavam dentro do cabaré, Bitônio Coelho, depois de descer do cavalo alazão branco e apiá-lo na frente do cabaré, se dirige até o aposento da amada, passando por dentro do salão entre mesas cheias de homens e mulheres se beijando, encontra-a sentada na cama organizando a contabilidade do cabaré. Beija-a com voracidade a boca, confessa-lhe o quanto a ama, o quanto ela lhe faz bem, o quanto a deseja, e naquele exato momento os dois fazem amor sem fechar a porta.
Horas depois de fazerem amor e relaxarem, ambos saem do quarto, Maria Bago Mole para se certificar se tudo estava correndo bem, uma vez que as meninas não bateram na porta dela para reclamarem de nada, e Bitônio Coelho senta-se na mesa vazia confeccionada para ele perto do aposento. Enquanto estava sentado esperando que a amada preparasse algo para comer e beber, dele se aproximam os dois desafetos que tinham espalhado nas redondezas que lhe iam tomar a cafetina e estavam ali para cumprir o prometido. Bêbados e afoitos, aproximaram-se do fazendeiro e, trincando os dentes, e com as foices nas mãos, desafiaram o homem à luta:
– Olhe aqui seu sacripanta, temos desafio pela frente. De hoje em diante se afaste daquela mulher porque senão o sangue vai dar na canela e alguém vai ter de lutar para saber quem é mais macho nessa parada para ficar com ela!
Foi nesse exato momento que Bitônio Coelho, percebendo que estava em desvantagem e que, se não reagisse logo iria morrer de foiçada ou ponta de punhal, arrastou da cintura a Pistola Parabellum-1906, deu um tiro certeiro na testa do primeiro desafeto e outro no peito do segundo, matando-os no meio do salão como um pistoleiro bangue-bangue elimina seu êmulo no Velho Oeste, sem ferir os fregueses que estavam se divertindo com suas muchachas antes de subirem aos quartos para completarem a farra dos comes e bebes.
Caríssimo Amigo Cícero.
Obrigado pela gentileza ao dedicar o seu magnifico texto à minha pessoa.
O estado de beligerância e Bangue Bangue , não está somente no seu texto
que mais parece um western Spagethi , mas também tomou conta de
toda BF que está em polvorosa, cada um defendendo o seu lado politico
, com toda liberdade, diga-se de passagem, devido ao estado democrático
amplamente propiciado pelo nosso redator Berto.
Este estado atual está afetando também os comentários dos
nossos colegas leitores e comentaristas, pois não se comenta muita
coisa que não seja Moro x Bolsonaro.
Infelizmente, muitos comentários estão se tornando agressivos
e um tanto fóra do normal amigável, em que cada um tem o direito de dar
a sua opinião, mas com o dever de aceitar a sua constestação.
Não é isto o que está acontecendo.
Sinto muito, pois nós todos somos leitores do mesmo jornal e
aceitem ou não a minha opinião, somos como uma irmandade
e todos amamos a Besta Fubana, como mãe, irmâ. amante, amiga etc…
Quem está por fóra é que está se divertindo a valer, pois não precisa
acrescentar nada aos acontecimentos, nem acusar ou defender, pois
o trabalho está sendo feito por aqueles que sempre o acusaram
de insidioso e comuna. Não é mesmo G.
Depois de todos esses debates, defesa e acusação, continuo com
a minha opinião original. Respeito todas,,pois todos sabem o que dizem
e não precisam da minha aprovação. Continuo a aprovar e
admirar muitíssimo o ex-ministro MORO , que não tem o rabo preso com
nenhum filho…….
Parabéns, pelo belo artigo de hoje.
Caríssimo irmão do coração D.Matt:
Em relação ao ex juiz Sergio Moro e ex ministro da Justiça e Segurança do governo JMB, respeitando todas as opiniões e comentários contrários, continuo com a mesma opinião do início do governo: Sergio Moro é exemplo de honestidade e honradez e por isso mesmo, ele vendo que o Titanic está afundando por intransigência do seu comandante geral, preferiu não seguir o exemplo do capitão Edward Jemes Smith, preferiu pular do navio antes que ele afunde e ele ser o responsável pela tragédia.