Que importa que foguetes cruzem marte
E bombas de hidrogênio acabem tudo,
Se aos meus dedos, teus dedos de veludo
Ensinam que o amor é também arte?
Não desejo mais nada além de amar-te
E em êxtase viver, absorto e mudo,
Sorvendo da ternura o conteúdo
Que antes te buscava em toda parte!
Esses dedos que afago entre meus dedos,
Que acaricio a desvendar segredos
De amor nestes momentos que nos prendem,
Têm qualquer coisa que escraviza e doma,
Porque teus dedos falam num idioma
Que só mesmo meus dedos compreendem!
Orlando Tejo, Campina Grande-PB (1935-2018)
Belíssimo soneto, com versos em decassílabos, do consagrado poeta Orlando Tejo!, autor de “ZÉ LIMEIRA, Poeta do Absurdo”
Parabéns pela postagem, prezado Pedro Malta!