Matriz de tudo, imperatriz serena,
núcleo da nebulosa, sol fecundo,
– mulher – és tu no teu pequeno mundo.
És a luz, que em galáxia o caos ordena.
És todo o azul, que todo me dedicas,
e és destes céus a via-láctea ardente.
E no teu seio acolhes-me a semente,
que em luas e planetas multiplicas.
Longe de ignotos, de impossíveis ninhos,
exposto à fúria, ao tédio dos caminhos,
– sem ti – sou como pássaro sem asa.
De teu microuniverso és o eixo e a norma.
E, como a luz, que, só por ser, conforma,
tua simples presença ordena a casa.
Anderson Braga Horta, Carangola-MG, 1934