Há mais de 40 dias que só visto cueca e ando descalço. Não saio, não recebo visitas: calças e sapatos para que? Acho que nem sei mais usá-los. Até desaprendi o caminho da padaria, não sei mais onde fica o posto de gasolina e o Banco. Supermercado e farmácia, também não me vê há muito tempo. Andar no calçadão da praia e correr o risco de ir correr no Aníbal Bruno? Não. Pior que mudaram o sentido de minha rua – o que era INDO agora é VOLTANDO e eu já me preocupo de quando for atravessá-la olhar pro lado errado. Por enquanto, deixem-me de cueca e descalço. Não acho que seja justo deixar preso os que se sentem melhor quando soltos, libertos de amarras inventadas pelos homens. Viva a cueca samba-canção! Igual raciocínio se aplica aos pés, que preferem pisar o chão, sem sapatos, livres, descalços. Pode até parecer que, ao escrever esse texto, tenha eu bebido aquela aguazinha que ‘passarim’ não bebe ou fumado aquele ‘cigarrim’ que tartaruga não fuma. Não! Estava na mais perfeita lucidez quando digitei essas mal tecladas linhas. Viva os pés no chão e tudo o mais solto, do jeito que Deus criou. De prisão basta esta imposta pelo Corona.
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Grande Poeta Xico:
A Liberdade está nas coisas simples que a vida nos oferece. E a vida só oferece o que há de melhor!
Por isso que dou vivas à cueca samba-canção, ao lado do clipes e do palito, uma das grandes invenções humanas, mais útil que a luz elétrica e o computador.