DEU NO JORNAL

Madeleine Lacsko

Aposentados e pensionistas do INSS sofreram descontos indevidos em seus benefícios.

Aposentados e pensionistas do INSS sofreram descontos indevidos em seus benefícios

O escândalo que envolve a fraude bilionária no INSS parece um daqueles testes de paciência para o cidadão honesto. De acordo com as informações divulgadas no último dia 24 de abril, o governo anunciou que as vítimas de descontos ilegais feitos por sindicatos e associações nos últimos 5 anos vão ser ressarcidas​. O problema? O governo ainda não explicou direito como, quando e quem vai pagar a conta.

A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que o INSS ignorou sinais óbvios de fraude, como o crescimento anormal do número de associados e milhares de denúncias. Mesmo assim, seguiu assinando acordos com entidades que, na prática, saqueavam o benefício dos aposentados​. Carros, joias e armas apreendidos somam mais de R$ 41 milhões. Mas o rombo chega a inacreditáveis R$ 6,3 bilhões.

Enquanto isso, o que faz o PSOL, partido aliado do governo? Propôs abrir um crédito extraordinário de R$ 6,3 bilhões para ressarcir as vítimas​. Em outras palavras: quer tirar dinheiro do bolso do contribuinte para tapar o buraco deixado por sindicatos e associações fraudulentas. Se depender deles, os culpados continuam impunes e a fatura é nossa.

O governo promete “força-tarefa” e “cobranças judiciais” às entidades envolvidas no escândalo. Mas a verdade é que, até agora, não existe plano concreto para recuperar o dinheiro perdido​. Fala-se em devolver os descontos indevidos, mas o processo está travado na burocracia. Pior: mesmo as associações que não estavam sob investigação também tiveram seus descontos suspensos, como se a solução fosse parar tudo e empurrar o problema para depois​.

A realidade nua e crua é a seguinte: os sindicatos e associações que operaram de má-fé continuam livres, o INSS foi conivente, e a conta está prestes a sobrar para nós. A pergunta é inevitável: quem vai pagar pelos prejuízos dos velhinhos? Os sindicatos envolvidos, o governo (com dinheiro do contribuinte) ou, como quase sempre no Brasil, ninguém?

A sensação de impunidade é ainda mais irritante porque, no Brasil, ser honesto nunca foi tão desvantajoso. A mensagem que fica é devastadora: quem confiou nos sistemas oficiais, quem acreditou que “não precisava se preocupar”, foi passado para trás​. Se o governo quiser de fato restaurar a confiança, precisa agir de forma exemplar. Não basta devolver parte do dinheiro. É necessário responsabilizar criminalmente as entidades, dirigentes e funcionários envolvidos. É preciso garantir que o sistema de descontos obrigatórios, que sempre serviu de cofre para sindicatos, seja desmontado de vez.

Só assim o cidadão comum poderá começar a acreditar que, pelo menos uma vez, o final da história não será mais um capítulo de impunidade patrocinada pelo Estado. Ser honesto no Brasil não vale a pena. Honestidade por aqui é praticamente um sacerdócio exercido em nome de princípios e propósitos.

Um comentário em “QUEM VAI DEVOLVER O DINHEIRO ROUBADO DOS VELHINHOS DO INSS: OS SINDICATOS, NÓS OU NINGUÉM?

  1. lamentavelmente, não apenas os fazedores de ”’ élle ”’, ”’L”’.
    T.O.D.A.S as vítimas penarão !!!
    não esqueçam que
    TEM um GENE na coisa, GENE de um ”’Jênio”’

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