MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

Eu tinha começado a escrever o pitaco desta semana muito contente e até um pouco orgulhoso. Logo depois da publicação do meu artigo da semana passada sobre protecionismo, o governo anunciou a eliminação dos impostos de importação sobre o aço, uma medida que seria extremamente benéfica para nossa economia, não apenas pelo fato em si mas por mostrar que o governo, finalmente, enxergou as vantagens de uma economia aberta ao exterior. Claro que eu não sou maluco de achar que meus pitacos influenciam a equipe econômica do governo, mas fiquei feliz por ter, sem querer, acertado o “timing” sobre um assunto tão importante.

Infelizmente, alegria de pobre dura pouco. Tive que jogar fora os rascunhos e começar de novo, porque Paulo Guedes e sua equipe já voltaram atrás e estão “conversando” com os executivos das siderúrgicas. As últimas notícias são de o governo agora está propondo não mais eliminar, mas apenas reduzir as alíquotas de importação, e apenas para alguns produtos específicos. Ou seja, o mercado vai continuar basicamente fechado, com alguns tipos de aço custando aqui até 25% mais caro do que o preço internacional, segundo os noticiários econômicos.

O que me deixa mais espantado é que as declarações dos executivos do setor reproduzidas na imprensa parecem ter como argumento principal as eleições do segundo semestre.

Ou seja, ao invés de as pessoas votarem em função do plano de governo de cada candidato, parece que os planos de governo é que são feitos em função dos votos. É o rabo abanando o cachorro, a carroça puxando o cavalo e o queijo correndo atrás do rato.

12 pensou em “PROTECIONISMO, DE NOVO

  1. Caro Marcelo, governar não é fácil, às vezes é preciso dar um passo atrás para pegar impulso para um pulo à frente.

    A diferença de até 25% do aço brasileiro para o importado não é tanto em função da falta de produtividade nossa e sim dos impostos que recaem sobre o produtor nacional, o que gera uma competição desigual e pode quebrar nossa indústria. Quando se exporta (sem impostos) nosso aço é competitivo e enfrenta as mesmas barreiras lá fora.

    Mas eu vou de dar algumas notícias do liberalismo do atual governo, que v. não verá, caso o Molusco seja eleito:

    – Redução de 25% de IPI de produtos industrializados (seria 35% se não fosse o Xandão).

    – Redução para zero das alíquotas de importação (em média de 10%) de carnes bovina e de frango, trigo, bolachas e biscoitos, produtos de padaria e pastelaria, café, margarina, macarrão, açúcar e álcool. Aí, mesmo com impostos, somos muito competitivos e não vai quebrar ninguém.

    Ah, e também ontem o novo Ministro das Energias, Adolfo Sachsida anunciou que o Ministério da economia irá iniciar estudos pra privatização do pré-sal e da Petrobras.

    As eleições de outubro são as mais importantes de nossa história, pois irá confrontar este modelo atual, que sim, às vezes dá alguns passos atrás, mas está indo ao rumo do liberalismo e o modelo Socialista, cujo rumo a Argentina pegou a 2 anos e é o desastre anunciado.

    Eu ainda espero um posicionamento claro seu sobre qual o rumo que v. espera que o país vá tomar em outubro.

    Abraço

    • Sinceramente, “dar um passo atrás para pegar impulso” é a pior metáfora que já ouvi sobre a arte de governar. Serve até para o Khmer Vermelho: “veja bem, matamos um terço da população, mas governar não é fácil, às vezes é necessário dar um passo atrás antes de ir para a frente…”

      Sobre o protecionismo, já coloquei todos os argumentos na semana passada. Continuo sem entender porque a casa de 200 milhões de brasileiros precisa ficar mais cara para garantir o sagrado lucro da Gerdau e da Votorantim (estou incluindo o cimento na história junto com o aço).

      Mas o cerne da questão continua: estas “boas notícias” são uma política de governo ou uma política para ganhar a eleição? O mundo não vai acabar em outubro deste ano; qual vai ser o rumo em 2023?

      Já que você fez a sua listinha, permita-me fazer a minha para exemplificar minhas preocupações:

      Antes: Vou propor o fim da reeleição
      Depois: A campanha eleitoral começou na mesma semana da posse.

      Antes: Bolsa-família é compra de votos, “bolsa-farelo”.
      Depois: Detona a PEC do teto de gastos para garantir o “bolsa-família turbinado” (palavras do Guedes)

      Antes: O “posto Ipiranga da economia” tinha um plano para zerar o déficit em um ano, vendendo estatais e imóveis da união.
      Depois: O déficit nominal mal se mexeu, nada foi vendido, nada foi privatizado (ah, vão “iniciar estudos”, três anos e meio depois….), algumas “concessões” que só trocam o monopólio estatal por um monopólio privado.

      Antes: Vamos arrumar o STF
      Depois: Nomeados dois inúteis para o STF. O Alexandre, o Gilmar e o Barroso falam e fazem o que querem e as duas moscas mortas não abrem a boca para dizer um “A”. Parecem duas crianças ouvindo a conversa dos adultos.

      Antes: Não vou me aliar ao centrão
      Depois: Eu sou centrão

      Ou seja, se você acha que o Brasil vai “rumo ao liberalismo”, é um direito seu; para mim é como sair de São Paulo pela Régis Bittencourt e dizer que está no rumo de Ribeirão Preto – pode-se até chegar lá, mas vai ser um looooongo caminho.

      Quanto à última pergunta, não ficou claro se vc quer saber o rumo que eu gostaria ou o rumo que eu acho que vai acontecer, então respondo os dois:

      – O que eu acho que vai acontecer: continuaremos nos últimos lugares dos rankings mundiais, com uma povo cada vez menos capaz de ligar causa e consequência e mais ansioso por um governo enorme que cuide dele como um bebê. Já fomos colônia de Portugal, colônia da Inglaterra, colônia dos EUA e estamos virando colônia da China. Carga tributária continua crescendo, funcionalismo continua crescendo, empreendedorismo continua sufocado. Cada vez mais seremos duzentos milhões de trouxas explorados por cinco bancos, seis empreiteiras, duas distribuidoras de gás, quatro empresas de telefonia, com o governo garantindo a reserva de mercado para eles.

      – O que eu gostaria, já disse nos meus pitacos: menos governo, menos impostos, mais liberdade individual e de mercado. Para exemplos, comece pelos pitacos sobre Hong Kong e Nova Zelândia. Não vai acontecer: precisaríamos, para começar, que nossos eleitores não tivessem orgulho de ser gado do político A ou do político B ou do político C.

      • Caro Marcelo, se v. não entendeu a metáfora de ceder um pouco agora para retomar depois, v. não entende muito de guerra. Na 2ª GM Stalin cedeu parte de seu território aos alemães e depois os retomou e ganhou a Guerra.

        Quando V. compara a situação do atual governo e do mundo em 2018 com o que vivemos agora em 2022 não está sendo intelectualmente honesto, pois lá atrás não dava para imaginar que passaríamos pela pior crise sanitária em um século e a pior guerra desde a 2ª GM. Isso sozinho já não é pouca coisa. Some-se a isso a pior perseguição que um governo já sofreu de todo um Sistema (judiciário, legislativo (em parte), imprensa, academia.

        Não, o que eu falei acima não é desculpa para justificar um insucesso ou fracasso do governo, ao contrário, acho que diante disso tudo, os resultados obtidos são satisfatórios e há várias formas de mostrar isso.

        Vamos ao seu antes e depois:

        Reeleição: Bolsonaro disse ser contra a reeleição, mas ele só entraria nisso se fosse valer para todos. A proposta tinha que vir do congresso. Como isso não aconteceu ele se viu livre de qualquer obrigação.

        Bolsa Família: Ele melhorou o programa, que não pode ser desligado da tomada, sob risco de virar o caos social no país. Tem que ser porta de saída, o que no governo anterior não tinha.

        STF. Não acho que foram nomeados 2 ministros inúteis . Eles ainda terão tempo para mostrar seu valor. Julgá-los agora seria mais uma desonestidade intelectual. Aras já foi muito criticado pela direita, que falava que ele era petista, hoje é o contrário.

        Centrão: Foi feito um acordo de governabilidade com parte do centrão. Ministérios e cargos foram cedidos a eles. Até agora nenhuma acusação séria de corrupção existe. Não fosse o Centrão, o atual governo já tinha caído e o PR não teria nem um partido para concorrer à reeleição. Bolsonaro já pertenceu a estes partidos e não houve denúncias contra ele.

        Déficit público está em queda, o tamanho da máquina pública diminuiu, privatizações estão acontecendo, concessões, diminuição de impostos, de regulamentações. Se tudo isso não é o caminho liberal, não sei mais o que é.

        Quato a tomada de posição, eu sei bem seu pensamento. Em outubro teremos dois caminhos para decidir. Ficar em cima do muro, para mim é o pior deles, pois ao meu ver demonstra falta de compromisso com o Brasil.

        Quanto aos termos: gado, trouxas, bebês não estão de acordo com um debate. Quando eu uso o termo “desonestidade intelectual” é a nível de pensamento e não de caráter. Há uma grande diferença.

        • Poxa, João, agora você já está comparando eleição com guerra? Você acha que uma parte da população brasileira é um inimigo a ser destruído? Só uma dica: quem entra numa guerra deve estar disposto a “atirar para matar” e não pode reclamar quando o outro lado faz a mesma coisa.

          Quanto ao restante, nenhuma novidade: interpretações, relativizações e jogos de palavras para tentar provar que o Bolsonaro disse o que não disse e não disse o que disse. Se eu falar que você está mentindo, sei que vai dar chilique, mas o fato é que você está ignorando declarações claras que foram feitas na campanha e substituindo por coisas que nunca foram ditas.

          Para pegar um exemplo só: o Bolsonaro disse ou não disse durante a campanha “Não vou me aliar ao centrão”? Eu ouvi, pode ser que você não tenha ouvido. É um fato simples e objetivo. Não tem nada a ver com as desculpas que você respondeu. Eu não disse que havia denúncias, não me interessa se você profetiza o que teria ou não acontecido se o Bolsonaro tivesse feito isso ou aquilo.

          O **FATO** é que ele passou a campanha inteira prometendo que “ia mudar a forma de fazer política”, “não ia ter toma-lá-dá-cá”, enfim, a mesma coisa que a Dilma prometeu, o Lula prometeu, o FHC prometeu, o Collor prometeu. E depois se filiou ao mesmo partido do vice do Lula, comandado pelo Valdemar da Costa Neto condenado no mensalão, deu ministério para o Ciro Nogueira e cargo de liderança para o Ricardo Barros. Nenhuma ginástica argumentativa vai mudar isso.

          Duas últimas coisas:
          – Interessante que você disse “Eu ainda espero um posicionamento claro seu” e depois disse “Quato a tomada de posição, eu sei bem seu pensamento”. Afinal, você sabe ou não sabe? Se sabe, vai ter coragem de dizer ou vai ficar apenas insinuando?

          – Não se faça de delicado com as palavras quando você já me acusou com termos bem mais fortes, embora, repito, nunca tenha tido a coragem de usar o presente do indicativo, ficando sempre nas frases vagas e nas insinuações.

          • Marcelo, a Arte da Guerra é uma obra literária do pensador chinês Sun Tzu, escrito por volta do ano 500 a.C. A obra funciona como um manual estratégico para conflitos armados, mas que pode ter várias aplicações em outras áreas da vida.

            Muita gente, inclusive o grande Olavo, em 2018 não dava mais do que 6 meses de mandato para o PR eleito. Olavo quase sempre acerta. Bolsonaro errou muito no começo, depois foi aprendendo a jogar o jogo sem perder o foco principal, que é mudar o país. Os inimigos só aumentaram. O povo está se mantendo fiel ao seu lado, isto é um fato.

            É óbvio, menos para v., que quando eu pedi um posicionamento seu sobre os dois postulantes à PR em 2023 eu o estava provocando, pois sei que no fundo, bem no fundo quando tira a camisa aparece uma estrela logo acima do coração.

            São 3,5 anos sem uma denúncia de corrupção, isto é inédito.

            Boa noite.

  2. Prezados amigos,

    Concordo com os argumentos de ambos, e não sou PSDB.

    Entendo a ansiedade de Marcelo por mais velocidade neste processo de levar o país rumo a uma economia aberta e eficiente, pois é a mesma minha.

    Por outro lado, o João tem razão quando argumenta que estamos indo na direção correta e de que, às vezes, é necessário compromissar temporariamente algumas das nossas metas, a fim de assegurar a continuidade do processo.

    Belo debate! Dois gigantes! Por favor continuem assim.

    Ah! João, Esse negócio de falar que as pessoas querem ser tratadas como bebês é só uma metáfora. Figura de linguagem. Não é ofensa não! Fica frio. Dê essa “Licença Poética” ao Marcelo.

    • Mestre Adônis, todos nós gostaríamos que o Brasil virasse uma Nova Zelândia na economia em um curtíssimo espaço de tempo. Era o ideal.

      Só que o governo atual tem todo o Sistema contra si, como jamais antes aconteceu. Nem Getúlio, Juscelino foram tão atacados, pois estes ainda tinham forças no Sistema que os defendiam. Também não tiveram metade dos problemas internacionais listados acima contra eles.

      Eu chamo de desonestidade intelectual atacar este governo por ter que se aliar ao Centrão (uma parte), por Guedes não seguir à risca a cartilha liberal, por eventuais coisas que Bolsonaro tenha falado quando era um deputado baixo clero.

      Eu gosto de gente que toma posição, assim como você. Não somos fãs incondicionais do Bolsonaro, mas ele é o melhor que temos para o momento, que é único em nossa história. Outra chance como esta de mudar as coisas, jamais. Vai demorar, porém acho que nós dois ainda veremos este país muito melhor.

      Espero sem ter que precisar de usar as guilhotinas. rsrsrs

      Abraço

    • Adônis, um estímulo e um elogio desses vindo de você vale muito, e recarrega um pouco minha paciência.

      No meu caso, eu chamo de desonestidade intelectual fingir que Bolsonaro é uma vítima indefesa e impotente do “Sistema” (com maíuscula!) como se ele não fosse o chefe de um dos poderes, ou como se a culpa de todas os nossos problemas fossem exclusivamente dos outros e ele fosse um anjo impoluto que jamais falou uma bobagem, jamais alimentou uma crise, jamais agiu em contradição com o que ele mesmo pregou.

      Também chamo de desonestidade intelectual fazer reinterpretações e relativismos para desculpar tudo que o Bolsonaro faz de errado e até mesmo para negar coisas que ele mesmo disse.

      E também chamo de desonestidade intelectual ter a pachorra de dizer, depois de tudo isso, que “não é fã incondicional”. (imagine se fosse…)

      Enfim, caro Adônis, como disse alguém, “discutir com um fanático é como dar remédio a quem já morreu”. Eu apenas me confesso assombrado com a espantosa simetria dos fanáticos:

      petistas: “Não é hora de criticar o Lula”
      bolsonaristas: “Não é hora de criticar o Bolsonaro”
      petistas: “Quem diz que não é Lula nem Bolsonaro é Bolsonaro”
      bolsonaristas: “Quem diz que não é Lula nem Bolsonaro é Lula”
      petistas: “Quem não está com Lula é fascista”
      bolsonaristas: “Quem não está com Bolsonaro é comunista”
      petistas: “A culpa não é do Lula, ele foi traído”
      bolsonaristas: “A culpa não é do Bolsonaro, ele foi traído”
      petistas: “O problema é a herança maldita que o Lula recebeu”
      bolsonaristas: “O problema é a herança maldita que o Bolsonaro recebeu”
      petistas: “A culpa é da Globo”
      bolsonaristas: “A culpa é da Globo”

  3. Para encerrar e me despedir:
    Já faz algum tempo que tenho me policiado para evitar o tema político-eleitoral em meus pitacos. Quando falo do Brasil e do governo, falo do conjunto de entidades jurídicas abstratas que governam o país, não de pessoas específicas. Talvez nem todos acreditem, mas faço o possível para que minhas análises sejam impessoais e não “fulanizadas”, e minha opinião não muda se o nome do presidente é Jair, Luiz Inácio, Fernando Henrique ou Elvis Presley. Sempre acreditei que o certo é o certo e o errado é o errado, e que aceitar que o certo e o errado variam conforme as circunstâncias é um desagradável relativismo.

    Neste momento de opiniões tão polarizadas, além de continuar mantendo essa imparcialidade, estou pensando seriamente em começar a ignorar comentários que tentem à força encaixar minha opinião em um maniqueísmo “a favor” ou “contra” o político A ou o político B.

    Estou aberto às manifestações de meus leitores sobre o assunto.

    Boa noite.

  4. Prezado Marcelo,

    Entendo e concordo com tua insatisfação com esse tipo de debate polarizado.

    Concordo que Bolsonaro não é perfeito, é incongruente, que fala besteiras pra caramba, e por aí segue. Teria uma lista enorme de pontos a questioná-lo.

    Ocorre que, diante da imensidão do deserto de pessoas minimamente decentes na política, e do imenso perigo que temos de ver retornar ao poder uma das gangues mais nefastas que já se apossou do nosso aparato estatal, eu fico com Bolsonaro e não quero nem conversa.

    Aliás, morro de mêdo de que ele seja vencido pelas hordas satânicas que lhe infernizam a vida.

    No dia que aparecer algum outro grupo ou líder que se apresente melhor ajustado às minhas aspirações, e que apresente um mínimo de honestidade e coerência do tipo que Bolsonaro tem apresentado, podes ter certeza de que, mesmo imensamente agradecido a Bolsonaro pelo imenso trabalho que ele vem realizando, salto na hora para este novo grupo.

    Só que esta opção melhor não existe.

    • Caro mestre Adônis, que bom que temos alguns pontos de divergência, a democracia é para isso. Na essência temos o mesmo ponto de vista.

      Até o início de 2018 eu nem cogitava votar em Bolsonaro, o achava radical e voltado a um nicho do eleitorado. Mas aí entrou o Guedes na parada e o cara foi mudando. Ganhou a eleição, estava cheio de traíras ao seu lado, tinha pavio muito curto, péssima comunicação. Errou muito, aquela tentativa de nomear o 03 na embaixada dos EUA foi quase fatal.

      Só que burro JB não é, este é o erro fatal das esquerdas, que acha o contrário. Ele evoluiu e hoje está mais tranquilo, solto, está sabendo dialogar com a população. Não é um cara com o dom das palavras e da comunicação (percebi isso em 07/09/2022 na Paulista), mas fala as coisas com verdade embutida. Isso basta para que possamos acreditar que pode dar certo.

      Não existe esta de ser isento quanto a situação atual do país, São duas opções, ou se está de um lado ou do outro. É o que eu penso também.

      Abraço

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