ROQUE NUNES – AI, QUE PREGUIÇA!

Enfim chegamos ao estado de arte em que a Bananolândia, Botocúndia para os menos achegados, ou Pindorama, mas também conhecido como Brasil apontava chegar, depois daquela aula sobre a pedagogia do cu em uma universidade na Capitania Hereditária do Maranhão. Apesar dos gritos da malta ignara de Gomorra sobre o escândalo, eu fiquei-se-me pensando sobre a profundidade da pedagogia do cu que aquele traveco quis ensinar. Diga-se, de passagem, um traveco até bem apanhado.

Em certo momento o cu pode mesmo ser pedagógico. Veja, ato mais natural, tanto na matemática, quanto do abecedário é ensinar a escrever a letra O, ou o número zero sentado na areia molhada. Dizem que na areia seca é mais complicado porque acaba escorrendo areia para dentro e aí fica difícil andar, pois lixa tudo.

O cu também ensina a pessoa que ele e o órgão mais importante de toda a anatomia e fisiologia humana. Alguns botocudos vão dizer que estou contando sandices, que a minha invencionice não se ampara nas ditas autoridades citadas. Falso. Vejamos. Vá lá, numas dessas curvas da vida o cu se zangar e trancar a porta de descarga. Não tem cérebro, coração, rim, ou fígado que dê conta do recado. O desespero é geral.

Outro fato, também importante é que o cu, para as frutas, gamos, corças, cervídeos bípedes, ou popularmente conhecidos como viados, é o centro e o objeto de paixão. Nada de coração. O centro do amor para essas pessoas fica mais embaixo, não toma sol e quase nunca sente a brisa de um ar matutino.

Trata-se de uma pedagogia revolucionária, diga-se de passagem, pois tem que unir malabarismo, destreza, sensibilidade e extremo controle muscular. Fazer a letra O, ou o número zero até é fácil, o negócio complicado será fazer aquelas assinaturas estilizadas em papel de alto luxo, que é muito a gosto dos ditos “amaneirados” das cidades.

Também é um órgão filosófico, pois até a sabedoria popular diz que, quem tem cu tem medo. Levei tempo para entender esse ditado, mas hoje concordo plenamente com ele. Na horado perigo, quando a centelha da coragem falha, não tem cristão que não dê aquela piscadela forte nas pregadas do bufante. Seja diante de uma diarreia, de um falso peido, ou mesmo de uma situação que está fora do controle do indivíduo, enfim, quem tem cu, tem medo.

Mas também é um corolário de expressões do cotidiano que indicam, de forma direta o estado emocional, uma expressão interjetiva, uma declarativa e por aí vai. Quem nunca ouvir as seguintes expressões “Meu cu”, ou seja, o que eu tenho a ver com isso?, ou “só se eu der o cu”, para dizer, estou sem um centavo no bolso, ou ainda “ de cair o cu da bunda”, para dizer que está espantado com a situação. Como os demais membros da taba podem ver, a dita senhora lá que esfregou o cu na cara de universitários espinhentos não estava de toda errada.

Em um país em que as cagadas do nosso amado líder Mulamed Ladron são aplaudidas “de pé” e não “em pé”, na boa língua de Camões e Padre Vieira, arvorar para o cu uma posição ´pedagógica calha bem com o espírito de lixeira de banheiro em que se transformou nosso torrão natal.

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