ALEXANDRE GARCIA

Os presidentes Emmanuel Macron e Lula, e as primeiras-damas Brigitte Macron e Janja, durante visita do presidente brasileiro a Paris

Hemingway escreveu um livro intitulado Paris é uma festa. A gente vê que realmente é uma festa para o casal presidencial brasileiro, Lula e a primeira-dama Janja.

Por coincidência, na quinta eu fiquei sabendo de um detalhe que mostra como Jair Bolsonaro agiu de forma oposta à vingança da qual agora ele está sendo vítima. Uma pessoa me contou ter presenciado um encontro, em 2019, entre o então presidente Bolsonaro e o então presidente da Itaipu binacional, general Silva e Luna, ex-ministro da Defesa, que em 2024 foi eleito prefeito de Foz do Iguaçu depois da brilhante atuação na Itaipu. No encontro, Silva e Luna perguntou a Bolsonaro: “e essa moça que está lá no gabinete desde 2005, o que eu faço com ela?” Bolsonaro disse “não faz nada, deixa ela lá”. Era a Janja.

Nenhuma vingança, nada. Janja entrou na Itaipu em 2005, quando o presidente da empresa era Jorge Samek, ligadíssimo a Lula. Óbvio que houve indicação. Mas isso mostra um lado de Bolsonaro, que não quis brigar com Janja que estava lá. Ela saiu em 1.º de janeiro de 2020, aderiu a um plano de demissão voluntária em Itaipu. E, pela Itaipu, ela também conseguiu ir para o Rio, fazer um curso na Escola Superior de Guerra, tinha apartamento funcional. Segundo me contavam na época, ela estava muito bem aquinhoada lá no Rio de Janeiro, por parte de Itaipu.

E agora está viajando com o presidente Lula. Segundo o Claudio Humberto, o custo do hotel passa de R$ 1 milhão. Os hotéis andam caros hoje em dia.

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Tucanos querem fugir da extinção aprovando fusão partidária 

Aécio Neves está conseguindo a sobrevivência do seu PSDB. Uma assembleia aprovou a fusão com o Podemos para tentar se reforçar, porque na última eleição o partido não elegeu nenhum senador e fez apenas 13 deputados. São os tucanos buscando a sobrevivência.

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Constituição não permite ordem de prisão preventiva contra Carla Zambelli

Não entendi até agora essa ordem de prisão contra Carla Zambelli. Foi decretada a prisão porque ela saiu do país, e já foi aberto outro inquérito, prevendo que ela teria a mesma atitude de Eduardo Bolsonaro, que segundo o ministro Moraes consistiria em prática de condutas ilícitas. Ela ainda não praticou nada, mas ele já previu que ela irá praticar, então vai ser presa. Existe um filme com uma história dessas, que é ficção; mas por aqui as ficções se tornam realidade, como 1984, do Orwell.

O presidente da Câmara disse que mandou o caso ao Jurídico para ver o que fazer, porque, ao que consta, Carla Zambelli ainda não se licenciou ainda, só disse que pediria licença, ou seja, ela continua deputada. Quando decretaram a prisão do Daniel Silveira, a Câmara teve de votar. E o parágrafo 2.º do artigo 53 da Constituição diz que “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável” – o que não é o caso – “Nesse caso, os autos serão remitidos dentro de 24 horas à casa respectiva para que, pelo voto da maioria dos seus membros, resolva sobre a prisão”. Você, que me ouve ou me lê, tem alguma dúvida sobre isso? Pois o presidente da Câmara, Hugo Motta, disse que tem dúvida e está consultando os advogados da casa para saber o que fazer. É só uma questão de saber ler. A Constituição, como disse o Doutor Ulysses, é muito clara, é muito cidadã, porque é fácil de entender o que está escrito nela.

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